quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Usina Mauá: Os graves problemas ambientais e os riscos para o futuro das águas do PR


A usina alagou uma área de alta biodiversidade entre as cidades de Telêmaco Borba e Ortigueira, numa região que conserva hoje apenas 3,7% de sua mata nativa original. O funcionamento da usina também está relacionado ao comprometimento do fornecimento e qualidade da água potável para uma densamente povoada região. Um bom exemplo é Londrina, a segunda maior cidade do Paraná, que tem 60% de seu abastecimento de água fornecido pelo Tibagi. Este rio tem influência direta na vida de outras 40 cidades. O Rio Tibagi é uma importante reserva estratégica de água potável, numa época em que tudo aponta para uma escassez futura.

Apesar de todas estas considerações, a construção da Usina de Mauá foi tocada pelo governo Requião/Pessuti , passando por cima de todas as opiniões contrárias dos técnicos e ambientalistas, que desde antes do início das obras vinham alertando há anos sobre os graves impactos ambientais que está usina causaria.

Um dos problemas que com certeza se tornará em curto espaço de tempo uma realidade é o do surgimento de algas tóxicas, A construção da usina mudou a condição de fluxo do Tibagi. Um rio de corredeiras passará a ser um monstruoso reservatório de águas paradas. Durante o governo Requião a própria Sanepar admitiu o risco. A maior contradição é que a Sanepar no governo passado informou que deveria aumentar a rede de captação de água do Tibagi com os financiamentos obtidos na época junto a Caixa Econômica Federal e o BNDES.

Apesar de ser grave a futura contaminação com as algas estas não são a unica fonte dos futuros problemas ambientais. Segundo os ambientalistas, a pressa na construção da usina fez o governo Requião, que nem ao menos ouviu os técnicos do próprio órgão IAP, deixou de lado até os estudos dos impactos na preservação ambiental e isto hoje é denunciado pelo deputado Rasca Rodrigues, que foi o secretário do Meio ambiente no governo passado.

Nas discussões ocorridas no passado no Comitê da Bacia do Rio Tibagi não foi dado a real importância devida a construção da Usina Mauá, e assim foi aprovado o diagnóstico da bacia sem considerar nem ao menos a opinião dos técnicos do próprio governo sobre o verdadeiro impacto ambiental da obra.

Segundo a ambientalista Laila Menechino, da Ong Meio Ambiente Equilibrado (MAE), o mapa da cobertura florestal na época apresentado, considerou um cenário da década de 1920, onde a floresta nativa original ainda estava preservada, mas na época do início da construção a bacia tinha apenas 3,7% da mata nativa preservada, e a maior parte desta foi exterminada com a inundação da barragem.

Mesmo considerando a necessidade atual de novas fonte de energia, que é o que um empreendimento como a Usina Mauá pode trazer em termos de oferta, não há como deixar de levar em conta que perigos ambientais tão graves exigiriam ação mais cuidadosa, sem falar em seriedade e transparência, até mesmo porque é algo público.

Com o impedimento das opiniões divergentes e o desprezo por estudos sérios e feitos com a intenção de ampliar a compreensão sobre o assunto, o caso da Usina Mauá até levanta suspeitas de que o interesse no efeito eleitoral de uma grande usina hidrelétrica foi bem maior que a atenção er a solução os problemas que vão ser causados ao meio ambiente por está obra já alagada.

Outro grave problema que não foi devidamente resolvido e o em relação a contaminação do reservatório de água por metais pesados, visto que existia uma mina de carvão desativada na área que foi inundada.

Com a construção foi afetada a vida de centenas de índios e ribeirinhos, como também foram inundados diversos sítios arqueológicos.

Outro dado que não pode ser desconsiderado em relação a pressa em concluir a obra é o fato de que o sobrinho do Requião, o deputado federal João Arruda, é genro do Joel Malucelli, o empreiteiro que construiu a usina.





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