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Novas simulações de supercomputador rastreando interações de milhares de grĂ£os de poeira mostram como o Sistema Solar pode parecer para um astrĂ´nomo alienĂgena em busca de planetas. Os modelos tambĂ©m oferecem um vislumbre de como essa visĂ£o pode ter mudado Ă medida que o Sistema Solar amadureceu.
NASA/Goddard/Marc Kuchner e Christopher Stark
SimulaĂ§Ă£o de como um ET veria a poeira do Sistema Solar atual, em luz infravermelha
"Os planetas podem ser muito tĂªnues para serem vistos diretamente, mas alienĂgenas que estudassem o Sistema Solar poderiam descobrir facilmente a presença de Netuno, jĂ¡ que sua gravidade abre um vĂ£o na poeira", disse, em nota distribuĂda pela Nasa, o astrofĂsico Marc Kuchner, que encabeçou o estudo. "Esperamos que nosso modelo ajude a encontrar planetas do tamanho de Netuno em volta de outras estrelas".
A origem da poeira Ă© o cinturĂ£o de Kuiper, uma Ă¡rea alĂ©m de Netuno onde milhões de corpos congelados - incluindo PlutĂ£o - orbitam o Sol.
Cientistas acreditam que a regiĂ£o Ă© uma versĂ£o mais velha e reduzida dos discos de detritos que atualmente sĂ£o observados em Ă³rbita de estrelas como Vega e Fomalhaut.
"Nossas simulações tambĂ©m permitem ver como a poeira do cinturĂ£o de Kuiper era quando o Sistema Solar era muito jovem", disse Christopher Stark, que foi colega de Kuchner na Nasa.
Objetos do Kuiper ocasionalmente colidem entre si, e esse processo de choque apĂ³s choque produz uma frota de partĂculas de poeira. Rastrear como essa poeira viaja pelo espaço nĂ£o Ă© tarefa simples, porque as partĂculas estĂ£o submetidas a uma sĂ©rie de forças alĂ©m da gravidade, como a pressĂ£o do vento solar.
As partĂculas tambĂ©m colidem entre si, o que pode destruĂ-las. Um artigo cientĂfico com os novos modelos, os primeiros a incluir os efeitos das colisões entre grĂ£os, foi publicado no Astronomical Journal.
Com a ajuda de um supercomputador, os pesquisadores acompanharam 75.000 partĂculas de poeira durante a interaĂ§Ă£o com os planetas exteriores, a luz do Sol, o vento solar e umas com as outras. A partir dos dados resultantes, foram criadas imagens sintĂ©ticas representando visões em infravermelho do Sistema Solar visto de longe.
Por conta de efeitos gravitacionais, Netuno lança partĂculas prĂ³ximas em Ă³rbitas especĂficas, o que cria uma zona limpa perto do planeta, alĂ©m de Ă¡reas de maior concentraĂ§Ă£o de grĂ£os em pontos de sua trajetĂ³ria.