segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Países duelam por câmbio no FMI

Rolf Kuntz/AE

Enquanto os EUA acusam a China de pôr em risco a recuperação global, Brasil ataca os EUA e outros países tentam negociar uma saída

WASHINGTON - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, acusou a China – sem mencionar o nome do país – de pôr em risco a recuperação global. Os avanços conseguidos até agora poderão ser solapados, segundo ele, se os países superavitários impedirem a valorização de suas moedas e não basearem seu crescimento mais amplamente no mercado interno.

A descrição ajusta-se perfeitamente ao caso chinês. Geithner discursou na abertura da assembleia do Fundo Monetário Internacional (FMI). Seu pronunciamento foi o mais duro e o mais direto. Conseguir um crescimento mundial mais equilibrado é o desafio central deste momento, disse o secretário, "e nenhum país poderá superá-lo sozinho".

Para o ministro Guido Mantega, o problema cambial é subproduto da "lenta retomada do crescimento nos países avançados". Os governos desses países tomaram medidas para reativar suas economias mas não tiveram sucesso. Diante disso, aumentaram os estímulos monetários, emitindo mais dinheiro. As emissões têm resultado em maior desvalorização de suas moedas. O Fed (banco central dos EUA) já anunciou a intenção de lançar mais dólares no mercado, lembrou Mantega numa entrevista no fim da tarde. A emissão será feita por meio da compra de títulos públicos em circulação.

Há meses o ministro brasileiro vem atribuindo às autoridades americanas a responsabilidade pela desordem cambial, por ele descrita como guerra. O governo chinês, segundo sua interpretação, somente reagiu à desvalorização do dólar, nos últimos dois anos. Sua análise não menciona a velha política chinesa, anterior à crise, de manutenção do yuan depreciado.

Mantega usou a expressão "guerra cambial" pela primeira vez há pouco mais de uma semana. Há de fato uma guerra, insistiu ele, embora seja um conflito não declarado. Só se pode resolver o problema de forma coletiva, acrescentou, e para isso os foros adequados são o Grupo dos 20 (G-20) e o FMI.

Outros ministros têm evitado a palavra usada por Mantega. "Não estou com estado de espírito para uma guerra", disse ontem a ministra da Economia da França, Christine Lagarde. Essa abordagem, segundo ela, "é inteiramente inadequada". "Estamos num processo de discussão e de acordo", acrescentou.

O ministro das Finanças do Canadá, James Flaherty, também falou sobre a responsabilidade da China, lembrando o compromisso chinês, em reunião do G-20, de tornar seu câmbio mais flexível. "É necessário", concluiu, "evitar o protecionismo comercial". A desvalorização cambial, argumentou, pode ser uma ação protecionista.

Hoje, o dólar caiu 1,13% no Brasil e fechou a R$ 1,66, a menor cotação em dois anos. O câmbio deve ser um dos assuntos mais quentes na reunião de sábado do Comitê Monetário e Financeiro do FMI.

Boato de lesbianismo levou à agressividade de Dilma


Do blog do Josias:

O tom agressivo empregado por Dilma Rousseff no debate presidencial da noite passada tem origem num boato.

O comitê de campanha da pupila de Lula foi informado acerca de um falso processo judicial que circula na internet.

Na peça, um suposto advogado aciona Dilma em nome de uma hipotética ex-doméstica da candidata.

A empregada fictícia sustenta no processo de fancaria ter mantido com Dilma um relacionamento amoroso de 15 anos. Cobra indenização.

Há três dias, o deputado eleito Gabriel Chalita (PSB-SP) tratou do tema em conversa com um petista ligado ao comando da campanha de Dilma.

Chalita contou que um religioso o havia procurado para dizer que recebera cópia de processo em que Dilma era acusada de lesbianismo.

O interlocutor pediu a Chalita que aconselhasse o bispo a checar o número de registro na OAB do advogado que assina o processo. “Não existe. É falso”, disse.

Em diálogos privados que antecederam o debate nos estúdios da TV Bandeirantes, Dilma e seus operadores atribuíram a aleivosia à campanha de José Serra.

Entre quatro paredes, a candidata petista se disse “indignada”. Para ela, o boato do processo tornou incontornável a inclusão da "baixaria" no rol de temas do debate.

Vem daí a decisão de Dilma de inquirir Serra, já na primeira pergunta, acerca da boataria que viceja no “submundo” virtual.

Como as suspeitas contra Serra não estão escoradas em provas, Dilma evitou mencionar o falso processo. Soou genérica:

“Acredito que uma candidatura à Presidência tem por objetivo engrandecer o Brasil, discutir valores e projetos para o futuro”, disse ela para Serra.

“Sua campanha procura me atingir por meio de calúnias, mentiras e difamações. [...] Seu vice, Índio da Costa, a única coisa que ele faz é criar e organizar grupos, até para me atingir com questões religiosas...”

“[...]...Você considera que essa forma de fazer campanha, que usa o submundo, é correta?”

Serra centrou sua resposta na polêmica sobre o aborto e no ‘Erenicegate’. Disse que Dilma confunde “verdades e reportagens com ataques”.

Um integrante do comitê petista contou ao repórter que, antes do início do debate, chegou aos ouvidos de Dilma outra “informação”.

Segundo ele, um panfleto apócrifo contendo ataques à candidata teria sido distribuído em templos evangélicos do Rio, neste domingo (10).

No folheto, Dilma é associada, de novo, à defesa do aborto. O texto a acusa de ser a favor da “matança de criancinhas”.

Foi por essa razão, informa o operador da campanha petista, que a candidata levou aos holofotes o nome da mulher do antagonista.

“Sua esposa, Mônica Serra, disse o seguinte: ‘A Dilma é a favor da morte de criancinhas’.”

Mônica teria dirigido o comentário a um eleitor, durante caminhada pelas ruas de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense (RJ). Coisa do mês passado.

Serra esquivou-se de responder. Presente à platéia da TV Bandeirantes, Mônica não se deu por aludida. Disse que não sabe do que Dilma está falando.

Ouvido pelo blog, um membro da campanha tucana tachou de “alucinação” a alegada vinculação de Serra ao falso processo que retrata Dilma como lésbica.

Como se vê, a disputa eleitoral de 2010 caminha a passos largos para um lodaçal que não dignifica a atividade política.

Endereço com o texto que circula pela internet:

http://biografiadedilmarousseff.blogspot.com/2010/09/dilma-e-lesbica-garante-suposta-ex.html

AS PRIVATIZAÇÕES E O GOVERNO LULA


1- Florestas Nacionais

O governo do Lula/PT, cuja candidata é a Dilma, encaminhou para aprovação no Congresso a lei de nº 11.284, de 2 de março de 2006, que entregou as áreas de florestas da União para apenas grandes empresários. A lei foi assinada pelos ministros Paulo Bernardo, Marina Silva, Antônio Palocci e por Lula:

“Art. 35. O prazo dos contratos de concessão florestal será estabelecido de acordo com o ciclo de colheita ou exploração, considerando o produto ou grupo de produtos com ciclo mais longo incluído no objeto da concessão, podendo ser fixado prazo equivalente a, no mínimo, um ciclo e, no máximo, 40 (quarenta) anos.

Parágrafo único. O prazo dos contratos de concessão exclusivos para exploração de serviços florestais (desmatamento) será de, no mínimo, 5 (cinco) e, no máximo, 20 (vinte) anos”

É nesta lei, que superou todos os outros atos de entreguismo dos últimos governos na história do País, que desencadeou uma perseguição e massacres contra a população do campo em uma região onde vive 20% da população brasileira, a imensa maioria na miséria e em busca de uma terra para sobreviver.

Agora com a crise na Amazônia, o massacre contra os camponeses pobres de Rondônia, e a ofensiva dos latifundiários no Pará, no Mato Grosso, em Roraima e inúmeras localidades desta região que é quase metade do País, este ato de Lula é criminosamente ocultado pela imprensa burguesa.

Lula foi, na verdade, o autor da maior privatização da história do País. De uma vez entregou as terras públicas para as mãos dos fazendeiros, nada menos que 60% das florestas brasileiras (!).

Lula entregou o que restava de área de direito de toda a população. Pela primeira vez na história do País, desde o Brasil colônia, a Amazônia foi loteada para empresas e latifundiários e inclusive estrangeiras.

2- O governo do Lula/PT, cuja candidata é a Dilma, criticou as privatizações, mas privatizou 2.600 quilômetros de rodovias federais. O grande vencedor do leilão para explorar por 25 anos pedágios nas rodovias foi o grupo espanhol OHL (Opus Dei).
As estradas privatizadas são, seguido do vencedor do leilão no determinado lote:

BR-381 Belo Horizonte (MG) – São Paulo (SP) - grupo OHL
BR-393 Divisa (MG-RJ) – Via Dutra (RJ) - Acciona
BR-101 Ponte Rio–Niterói (RJ) – (ES) - grupo OHL
BR-153 Divisa (MG-SP) – Divisa (SP-PR) - BR VIAS
BR-116 São Paulo (SP) – Curitiba (PR) - grupo OHL
BR-116 Curitiba (PR) – Divisa (SC-RS) - grupo OHL
BR-116/376/PR-101/SC Curitiba (PR) – Florianópolis (SC) - grupo OHL
Recentes matérias em jornais levantaram que os contrato realizados nas concessões em 2007 não tem sido cumpridos e que as estradas encontram-se, em 2010, com obras atrasadas e trechos em péssimas condições.

3- O governo do Lula/PT, cuja candidata é a Dilma, Houve cedeu a concessão de 720 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul para a Vale do Rio Doce por 30 anos pelo valor de R$ 1,4 bilhão. A esposa do controlador da Vale esteve no almoço em homenagem a Dilma na mansão da verdadeiramente dona Lily Marinho, que é a matriarca a comandar a Rede Globo. Um outor fato importante é citar que o partido do presidente Lula recebe nas eleições gordas contribuições da Vale, inclusive agora na campanha da Dilma. Por que será que o Lula não a reestatizou?

4- Criminosamente, o governo Lula fez licitações e entregou cerca 30% da área do Pré-Sal para concessões, muitas delas lideradas pela Petrobras, mas há também outras. Sem dúvida, a mais criminosa de todas, do ponto de vista econômico foi em 2007. Depois que o governo foi avisado em 2005 e 2006 de que o Pré-Sal era uma realidade, que o modelo tinha que ser revisto, as concessões para explorar no pré-sal tinham que parar. Mas o governo Lula, comandado pela ministra- chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), presidida por Haroldo Lima, manteve o leilão de novembro de 2007, a nona rodada. Retiraram 41 blocos de última hora, que sabiam todos eles premiados em torno do Tupi, que foi o primeiro poço, mas mantiveram 11 blocos no arco de Cabo Frio sabida-mente próximo do Papa-Terra, que já estava perfurado e que tinha formação geológica favorável.
Esses blocos foram vendidos para quem? Para uma empresa que, em maio de 2007, arrancou de dentro da Petrobras toda uma equipe com todo o modelo geológico, com todas as informações que custaram milhões de dólares para a Petrobras, pagos pela empresa estatal. Saiu a equipe, saiu o modelo, saiu a informação, e o governo, além de nada fazer, manteve o leilão. Resultado: essa empresa arrematou porque, em grande parte, as informações da Petrobras tinham saído com as pessoas, e o leilão foi mantido nessas condições. Quem ganhou o leilão? A chamada OGX, que pagou um bilhão e meio de reais pelos 10 blocos e no ano seguinte fez um balanceamento público de ações, e arrecadou numa tacada só quase 7 bilhões de reais, graças às informações que ela tinha tirado da Petrobras e por ter convencido a ministra da Casa Civil (Dilma) e a ANP de que o leilão tinha que ser mantido, para dar um bom sinal ao mercado. Logo depois, fim de do ano passado, anunciou que descobriu cerca de 1 bilhão e meio de barris. Notem bem, a Petrobras, desde 1953 até hoje, tem cerca de 13 bilhões de barris de reserva em petróleo convencional e outro tanto, um pouco mais que isso, já confirmado no Pré-Sal. O que foi consumido, a produção brasileira, de 1953 até agora, deve chegar a 20 bilhões de barris. Mas, de uma tacada, em uma operação política, no âmbito do governo, por lobby, pressões, esta empresa, a OGX, se apropria de 1 bilhão e meio de barris que tem um valor econômico entre 20 e 30 bilhões de dólares. Por isso, o seu dono, que vendeu parte disso ao mercado, hoje se anuncia como sendo aquele que não produziu nada de nada, até hoje, em nenhum empreen-dimento nem em energia elétrica, carvão, minério de ferro e de petróleo, mas é o homem mais rico do Brasil, não é interessante? Não é assim, intrigante? Como isso aconteceu, por que aconteceu, eu faço essas perguntas e o povo deveria saber as respostas.”
“Qual o volume da reserva? Não sei, mas estima-se que deve ter no mínimo 100 bilhões de barris, talvez tenha 300 bilhões de barris. No mundo nós temos assim, três gradações; a grande reserva mundial é a Arábia Saudita com 264 bilhões de barris, depois vem o bloco entre 80 e 120 bilhões de barris, o Irã, o Iraque, Emirados Árabes, vai descendo até a Líbia, a Rússia e a Venezuela. Depois, os que ficam entre 50 bilhões de barris; aí vêm o Brasil e os EUA. Muitos geólogos acham que o Brasil pode contar atualmente com 300 bilhões de barris, mas o seu papel só pode ser adequadamente desenhado nesse cenário mundial se ele primeiro delimitar as reservas. Notem bem, quem tem 100 bilhões barris, nos próximos 30 e 40 anos, que é a era do petróleo, e for produzi-los, pode em 30 anos produzir cerca de 3 bilhões de barris por ano; isso são quase 10 milhões de barris por dia que se pode produzir, que é o que a Arábia Saudita produz hoje."


5- O governo do Lula/PT, cuja candidata é a Dilma, criticou as privatizações, mas quer implantar o regime de concessões no setor energético. O governo federal decidiu que a solução para as concessões do setor elétrico que vencem em 2015 será anunciada após as eleições presidenciais de 2010. Com a ex-ministra da Casa Civil e pré-candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT), ganhando a disputa, o governo planeja anunciar ainda este ano a segunda renovação das concessões. O Lula decidiu com muita antecipação, o que cheira a trambique, renovar as concessões do setor elétrico que vencem entre 2015 e 2020. O governo daqui a alguns anos poderia sem pagar nenhum tostão legalmente reestatizar às empresas, mas preferiu com essa decisão descartar a possibilidade de tomar as concessões novamente para o estado, a sua medida antiética e imoral impediu que outro governo viesse a poder a fazer sem mudar a Lei, o que com o atual e o novo Congresso é tarefa quase que impossível. Ele só não renovou as concessões pelo desgaste que causaria na campanha da Dilma se o fizesse antes das eleições. (informações: Ildo Sauer é professor titular do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP e ex-presidente da Petrobrás durante o primeiro governo Lula)



6- - O governo do Lula/PT, cuja candidata é a Dilma, dando continuidade ao processo de venda do Brasil, está desde 2007 e só ainda não o fez por razões de cunho eleitoral, preparando a entrega dos aeroportos brasileiros. Depois de privatizar as rodovias federais, entregando importantes estradas brasileiras para a exploração por estrangeiros agora está em marcha a venda dos aeroportos.
Quatro grandes construtoras brasileiras - Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão -, além de empresas da França (Aeroports de Paris), Alemanha (Fraport), da Espanha (Ferrovial, Aena e OHL) e da Argentina (Aeropuertos 2000), já manifestaram interesse no processo de privatização de aeroportos brasileiros.
O estudo elaborado pelos técnicos da Infraero mostra que a estatal tem uma situação financeira equilibrada, com os aeroportos rentáveis sustentando a operação dos deficitários. "Mas basta privatizar Viracopos e Galeão para comprometer a sustentação financeira da rede", diz a Anei. De acordo com o levantamento, Guarulhos é, disparado, o aeroporto brasileiro mais lucrativo. O resultado da última década soma R$ 3,4 bilhões de lucro, frente a investimentos da ordem de R$ 707 milhões. Em segundo lugar vem Viracopos, cuja rentabilidade no período alcançou R$ 1,3 bilhão, com investimentos de R$ 302 milhões.

Congonhas e Tom Jobim empatam em lucratividade: R$ 493 milhões. A diferença é que o aeroporto de São Paulo apresentou este resultado, mas só recebeu a metade dos investimentos feitos em Congonhas. Enquanto o Tom Jobim recebeu R$ 620,9 milhões nos últimos dez anos, a injeção de recursos no aeroporto paulistano foi de R$ 353,6 milhões.

"Desconhecemos as razões do grande empenho do governador Sergio Cabral, em entregar para a iniciativa privada o aeroporto do Galeão após a conclusão dos trabalhos de reforma em andamento pela Infraero, com investimentos da ordem de R$ 600 milhões, e sua luta atual para garantir o monopólio daquela unidade sobre a cidade do Rio", insiste o presidente da Anei.

Na lista dos 12 aeroportos operam no azul e apresentam lucro acumulado que supera o total investido nos últimos dez anos, o aeroporto Afonso Pena, em Curitiba (PR), vem em quarto lugar. O lucro apresentado na última década é de R$ 210 milhões, cinco vezes maior que os investimentos recebidos no período. A relação dos que deram retorno positivo inclui também os aeroportos de Manaus, Salvador, Belo Horizonte (Pampulha), Juiz de Fora (MG), de Jacarepaguá (RJ), Parnaíba (PI), Paulo Afonso (BA) e Criciúma (SC).

Um ex-dirigente da Infraero, que acompanha os balanços da empresa, lembra que o governo Fernando Henrique Cardoso costumava fazer "pequenas retiradas" de recursos da estatal, a título de dividendos. Segundo ele, foi o governo Lula quem produziu um "baque financeiro" na empresa, quando fez uma retirada maior (R$ 400 milhões) no início de 2004.

O mesmo dirigente sustenta que, até então, o aporte financeiro do governo na empresa era pequeno e, mesmo assim, não faltava dinheiro para os investimentos programados. Diz que os recursos federais eram aplicados mais para atender demandas de natureza política do que para cumprir um cronograma de obras necessárias e inadiáveis para a segurança de voo. A seu ver, o governo intensificou e acelerou as obras em aeroportos no período da campanha da reeleição, para dar palanque ao presidente Lula.
Depois de o estado brasileiro ter reinvestido muito dinheiro público na recuperação dos aeroportos eles após a campanha eleitoral devem ser privatizados. (informações: internet)

A "beata" Dilma em busca da vitória apela para todos os santos e crenças


Dilma e a Igreja Católica

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira (11), em Aparecida, no interior de São Paulo, que tem "formação religiosa forte" e rebateu uma crítica, feita por um jornalista, de que estaria usando a religião com palanque eleitoral. "Eu acho que ninguém tem o direito de dizer qual é a minha crença, quem pode falar sobre crença religiosa é Deus", afirmou.
"Eu fui por opção para um colégio de freiras, eu queria fazer primeira comunhão (...) tive formação religiosa forte. O caminho que sua vida toma, você faz atalhos, desvios. Eu tive um processo ruim que me fez refletir. Essas questões dizem respeito a mim. Acho que isso (questionarem sua religiosidade) é o cúmulo, mas o cúmulo do preconceito", completou. Dilma falou com a imprensa após participar de uma missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Aparecida.


Dilma recebe benção de mães de santo para melhorar campanha

Após ter recebido na manhã desta sexta-feira a bênção de d. Claudio Hummes, enviado ao papa Bento XVI ao Congresso Eucarístico Nacional, a pré-candidata petista à presidência da República, Dilma Rousseff, foi homenageada na noite de hoje com uma benção de dez mães de santo, conhecidas no candomblé como Ialorixás.

De branco em homenagem ao dia de Oxalá, comemorado sempre às sextas-feiras no Brasil, a ex-ministra da Casa Civil distribuiu beijos e cumprimentos entre militantes negros e negras do PT. No punho esquerdo, uma fita branca do senhor do Bonfim a ela presenteada pela manhã. Em todo o evento, a orientação era evitar o uso das cores vermelha e preta, símbolos de Exu.

“A ministra virá acompanhada de Ialorixás para que venha receber o axé da forma que negros e negras sabem fazer no Brasil e que a gente acredita que vai defender e vai se tornar forte essa campanha”, disse a locutora do evento ao anunciar a pré-candidata.


Dilma diz que é 'a favor da vida' em evento com evangélicos

Esta semana um bispo pregou boicote por julgá-la a favor do aborto. A candidata petista disse ainda que 'pobreza não é resultado do destino'.


O pastor e deputado federal Manoel Ferreira e acandidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse neste sábado em um evento com evangélicos de 15 igrejas na Catedral da Assembleia de Deus, em Brasília, que é a favor da vida.

Entrevista com o Beto Richa, governador eleito do estado do Paraná


Gazeta do Povo/Rosana Félix e Carlos Eduardo Vicelli

“Creio que podemos enxugar a máquina”

Com a posse de Beto Richa (PSDB) em 1.º de janeiro, a máquina pú blica estadual vai passar por uma grande reformulação. Essa é a intenção do tucano que, em entrevista à Gazeta do Povo, diz que gostaria de contar com os serviços da consultoria INDG, uma das responsáveis pelo choque de gestão implantado pelo ex-governador Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais. A empresa é especializada em planejamento fiscal – entre outras coisas, identifica e sugere maneiras de tapar os “ralos” por onde escoa o dinheiro público –, um serviço cada vez mais procurado por órgãos públicos.

As modificações na gestão também ocorrerão em função do estilo pessoal. Richa afirma que é radicalmente diferente do ex-governador Roberto Requião (PMDB). Mesmo assim, o tucano espera con tar com o apoio dele, eleito senador, e com os outros dois representantes do Paraná no Senado – Gleisi Hoffmann (PT) e Alvaro Dias (PSDB).

Como será a gestão de pessoal no seu governo? De acordo com o Tesouro Nacional, o Paraná gasta 45,11% da receita corrente líquida com pagamento de funcionários, e o limite prudencial é de 46,55%. O senhor pretende aumentar ou diminuir esse porcentual? Pensa na possibilidade de um Plano de Demissão Voluntária (PDV), de reduzir os quadros do governo?

Quero o estado do tamanho suficiente para as transformações que queremos fazer. Acredito que há áreas que podem ser reduzidas; creio que podemos enxugar a máquina, priorizando [diminuir] os cargos em comissão. Acho que não irá precisar de um PDV. Os dados mais precisos para traçar uma estratégia serão tirados a partir do trabalho dessa equipe de transição [a primeira reunião será na próxima quarta-feira]. Com todos os dados em mão poderemos saber o que é necessário fazer. Não dá para antecipar nada agora.

Seguindo o mesmo raciocínio, não dá para saber se será possível conceder reajustes logo no 1.º ano de governo. O senhor tem ao menos uma previsão de quando isso pode acontecer? Há alguma categoria que terá prioridade?

Não, por enquanto não. Assumi mos o compromisso da equiparação salarial com os professores, uma coisa justa. E a ideia é fazer [dar o aumento] o mais rápido possível. Mas tudo passa por esse diagnóstico. Sei que a situação financeira do estado não é boa. É o 18.º em volume de recursos para investimento [os dados do Tesouro Nacional são diferentes: o Paraná ficou em 12.º lugar em volume de investimento em 2009]. A ideia é dar um choque de gestão, melhorar o gasto público, eliminar os desperdícios. Fazer como o Aécio Neves [ex-governador e senador eleito por Minas Gerais]. Contratar o Instituto INDG para fazer esse trabalho. Eles já atuam em vários estados e municípios. Por onde passaram conseguiram aumentar a arrecadação de forma inimaginável, fazendo um pente-fino na administração. No volume geral, sobra um orçamento inteiro para investimento. Em alguns estados conseguiram até dois orçamentos.

Qual o trâmite necessário para contratar o instituto? Precisa de licitação?

Não sei como é. Não estou dizendo que vou contratá-los, apenas que é uma possibilidade. O trabalho deles é muito bom.

O senhor cita o governo Aécio e Minas Gerais como exemplo. O estado reduziu o déficit, mas ainda tem um endividamento muito alto e os gastos com folha de pagamento são maiores do que no Paraná, chegando a 46,16%, o que mostra um inchaço no governo. O senhor também vai se espelhar nas gestões tucanas para saber o que não fazer?

Vou citar um exemplo prático: Minas foi dos poucos ou o único estado que adotou o contrato de gestão. Nós usamos aqui [na prefeitura de Curitiba] o acompanhamento do mesmo avaliador, Caio Marini [professor da Fundação Dom Cabral e consultor em Gestão Pública]. Vimos o que eles fizeram e aprimoramos ainda mais. O próprio Marini disse que o contrato de gestão implantado na prefeitura é muito melhor do que o Aécio fez em Minas. Podemos aproveitar o que temos de bom e também aprimorar. O Aécio tem boas receitas de uma gestão pública eficiente. Pegamos essa receita e avançamos.

O senhor prometeu cumprir seu plano de governo, registrado em cartório. Mas, ao longo da campanha, fez promessas pontuais que não constam do documento, como aumentar a abrangência do Luz Fraterna para um consumo de até 120 kW, ou garantir o reajuste de 26% para professores. Cumprirá também com o que propôs durante a campanha ou seguirá estritamente o plano de governo?

Tudo, tudo. A ideia do Luz Fraterna, por exemplo, surgiu depois, com o decorrer da campanha, conforme as pessoas solicitaram e a nossa equipe técnica detectou ser viável. Vai incluir mais 30 mil famílias; não é nada penoso para o estado. Ao longo do mandato muitas coisas vão aparecer que não estavam incluídas no plano de governo – e nós vamos fazer.

O pedido para impugnar as pesquisas durante a campanha foi uma decisão do seu partido, mas repercutiu mal na sua imagem…

[Richa interrompe a pergunta]. No início. Hoje repercute muito bem porque viram que eu tinha razão.

Mas isso levantou uma série de questionamentos sobre o seu papel de liderança e expoente político na imprensa nacional. Pessoalmente, o senhor teria feito o mesmo?

Teria. Veja bem, não sou contra pesquisas. Nunca fui censor. Atuo sempre com democracia, transparência. Mas todo cidadão, quando se sente prejudicado, tem o direito de recorrer à Justiça. E não fui eu quem proibi a divulgação de pesquisas; não tenho esse poder. Quem tem é a Justiça Eleitoral. E no Tribunal Regional Eleitoral impediram [a publicação delas] por 7 votos a 0. O único instituto [Ibope] que conseguiu [a liberação da pesquisa], via liminar concedida pelo STF, mostrou um dia antes da eleição – e a pesquisa de boca de urna insistiu – que a eleição seria rigorosamente empatada. Erraram além da margem de erro, que era de 2 pontos. A minha diferença para o Osmar Dias chegou quase a 7. Erraram três vezes. Será que eu estou errado? Erraram em relação ao Gustavo Fruet [candidato ao Senado pelo PSDB]. Deram a ele 20 pontos a menos, e ele perdeu por apenas 1. Sou a favor das pesquisas, mas tem que repensar a metodologia. O que ajuda na democracia? Ajudou ao Gustavo Fruet mostrar que ele estava 20 pontos atrás?

Será que influencia tanto assim? Em São Paulo, o candidato ao Senado pelo PSDB, Aloysio Nunes, aparecia em 3.º nas pesquisas, mas acabou sendo eleito em 1.º.

A pesquisa estava errada. Te devolvo a pergunta: o que ajuda uma pesquisa errada? Graças a Deus que não influencia o eleitor. Mas eu me senti prejudicado. Com uma pesquisa que começa a apontar o outro candidato na frente, você perde apoio de prefeitos, de lideranças do interior. Alguns querem estar ao lado de quem vai ganhar. Não sei se a pesquisa não mudou o resultado da eleição passada estadual. O Requião aparecia bem na frente, mas só venceu [Osmar] por 0,1% [cerca de 10 mil votos]. Dois prefeitos que mudaram de posição por causa da pesquisa, mudou o resultado. Eu sei como funciona isso.

Mas, em relação aos dados mais sensíveis da administração pública, como as estatísticas sobre a violência, o senhor pretende torná-las pública ou vai depender do resultado que elas mostrarem?

Transparência total, em todo o governo, em todos os setores. Se o número é bom ou ruim, tudo será mostrado. Não tenho nada a esconder. É um dever do gestor público prestar contas dos seus atos.

E como será o seu relacionamento com a imprensa?

Uma relação boa, respeitosa, aberta. Sou um político democrático, atendi a todos, todos os veículos de comunicação. Quero mudar o comportamento, o estilo, a forma da TV Educativa. Não vai servir para divulgar as ações pessoais do governador e muito menos as opiniões ideológicas ou políticas do governador. Vai ser uma tevê para divulgar cultura, informação de qualidade. Para educar a população, não ser instrumento para atacar adversários.

Uma mudança radical, então.

Radical. A diferença entre mim e o Requião é radical.

Onde o senhor se vê daqui a quatro anos?

Não tenho esse poder. Pretendo fazer um bom governo, que seja bem avaliado como foi na prefeitura. Uma gestão que atenda aos interesses dos paranaenses, que seja reconhecida por essa razão.

E daqui a oito anos? Onde estará?

Aí eu não sei. Talvez em casa.

Mas o senhor é bastante novo, pode ter uma trajetória longa na política.

No dia da eleição perguntaram da minha ansiedade. Eu fui para casa descansar, não acompanhei a apuração. Fui para o quarto descansar. É lógico que um pouquinho se ansiedade existia – afinal lutei igual a um doido. Garanto que não teve um candidato que cumpriu um terço da agenda que eu cumpri. Dediquei-me muito para vencer a eleição. Tinha a proposta de ajudar os paranaenses. Se essa oportunidade fosse negada, eu iria para casa. Tenho muito o que fazer fora a política. Cuidar dos meus filhos, o tempo que perdi de convívio com eles, com a minha mulher, os negócios da família. Minha vida não acaba se eu perder a eleição.

Mas a eleição nacional continua e o PSDB, pelo contrário, não está nada tranquilo, e quer eleger o José Serra presidente da República. O senhor se vê como uma figura importante dentro da estratégia do partido de voltar ao Palácio do Planalto?

Sou um soldado do partido. Não escolho posto ou hierarquia. Estou aqui para ajudar. Mas, pela minha lealdade [ao PSDB], sempre sou consultado. Vou entrar de corpo e alma nessa campanha. E pode escrever aí: fatalmente a vantagem do Serra vai aumentar no Paraná. Agora é dedicação exclusiva.

O senhor se arrepende de não ter utilizado mais o Serra durante o horário eleitoral, visto que ele foi bem votado no estado?

Foi o que deu para fazer. Foi uma estratégia de marketing, de comunicação. Garanto que entre os candidatos em todo o Brasil talvez quem mais mostrou o Serra fui eu. Quando não tinha depoimento, ele aparecia em imagens comigo; apareceu várias vezes no Paraná. E ele sempre saiu daqui agradecendo. Temos uma relação de amizade. Ele declarou que o Geraldo Alckmin [governador eleito de São Paulo] e eu fomos os mais leais. O porcentual dele aqui foi maior do que em São Paulo [43,94% a 40,66%], o estado dele, com o governo na mão.

Como o senhor pretende se relacionar com o governo federal em caso de vitória do PT?

Como sempre tive, uma boa relação. Trouxe muito mais recursos federais per capita do que o Requião, amigo íntimo do Lula. Não basta ser amigo, tem de ter competência, projeto. Curitiba estabeleceu a maior parceria com a Caixa Econômica. Fiz na cidade uma revolução habitacional. Vou fazer no estado também. O governo anterior prometeu 200 mil casas, mas não fez 30 mil.

O mesmo vale para o Senado, que será composto pelo Alvaro Dias – que apesar de ser do seu partido declarou apoio ao irmão Osmar Dias durante a campanha –, pelo Requião e pela Gleisi, os dois últimos de oposição?

Estou muito tranquilo. Falei com a Gleisi [na última terça-feira]. Tranquila, ela quer ajudar o Paraná. O Requião talvez queira. Mas, se não quiser, não tem problema nenhum. Tenho uma grande amizade com muitos senadores que estão lá, até do PT como o Delcídio Amaral (MS). Isso não me assusta. Mas é claro que prioritariamente eu conto com os do Paraná, até porque é obrigação deles ajudar o estado.

Descobertos sinais de água em mais um asteróide

Impacto de asteróides podem ter trazido ingredientes da vida à Terra

Divulgação/Nasa

A presença de água congelada em asteroides pode ser muito mais comum que o esperado, diz um novo estudo, apresentado na Conferência da Divisão de Ciência Planetária realizada na Califórnia e que termina na sexta-feira, 8.

Asteroide revestido de gelo pode ajudar a entender origem dos oceanos e da vida

Duas equipes de pesquisadores que publicaram no início do ano uma demonstração da presença de gelo e moléculas orgânicas em um asteroide agora descobriram que outro corpo do mesmo tipo, o asteroide 65 Cybele, contém o mesmo tipo de material.

"Essa descoberta sugere que esta região do nosso Sistema Solar contém mais água congelada do que se previa", disse Humberto Campins, da Universidade da Flórida Central.

"Isso apoia a teoria de que asteroides podem ter atingido a Terra e trazido ao nosso planeta água e os tijolos básicos para que a vida surgisse e evoluísse aqui."

O asteroide 65 Cybele é um pouco maior que o 24 Themis, objeto do artigo anterior do grupo. Cybele tem um diâmetro de 290 km, e Themis, de 200 km. Ambos ficam na mesma região do cinturão de asteroides, entre Marte e Júpiter.

Procurador quer anular contrato superfaturado dos Correios


Leandro Colon e Karla Mendes

O contrato superfaturado pelos Correios em R$ 2,8 milhões para favorecer a Total Linhas Aéreas será investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O procurador Marinus Marsico, representante do Ministério Público no tribunal, defendeu ontem a anulação dessa licitação, aprovada em setembro pelo presidente da estatal, David José de Matos, e sua diretoria.


Pablo Valadares/AE-11/9/2008

'O fato mais sério é a aparente restrição à competição', diz Marciso sobre a concorrência da Total

"O valor acima do estimado deveria resultar no fracasso da licitação, e não na contratação", afirmou. O procurador anunciou que pedirá toda documentação do processo de contratação da empresa. "Vamos requerer mais essa documentação, juntá-la às que já recebemos dos Correios sobre outras contratações recentes e investigar todas em conjunto da maneira mais aprofundada possível", disse.

O Estado revelou ontem detalhes da operação que levou à contratação direcionada da Total por R$ 44,3 milhões, preço R$ 2,8 milhões acima do estipulado pelos Correios em junho. Documentos obtidos pela reportagem mostram que a nova direção da estatal, nomeada pela então ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, manobrou para ressuscitar, em agosto, uma licitação que havia sido cancelada três meses antes pelo comando demitido do órgão.

Somente a Total participou da concorrência. "O fato mais sério desses eventos é a aparente restrição à competição. Será que no Brasil só existe a empresa contratada interessada no serviço?", questionou o procurador do TCU. O presidente Davi de Matos e seus diretores aprovaram no dia 15 de setembro, um dia antes da demissão de Erenice, a contratação da Total.

Expulsos da França, ciganos búlgaros são rejeitados ''em casa''



STOYAN NENOV/REUTERS

Hostilizados. Garoto cigano diante de acampamento na Bulgária: vizinhos reclamam da formação de ‘guetos’ e da desvalorização dos imóveis
Muitos dos que foram deportados - para Bulgária e Romênia - pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, dizem que só esperam alguns meses antes de voltar a tomar a estrada na direção da Europa Ocidental, em busca de melhores serviços públicos e empregos mais rentáveis.

Entre 10 milhões e 12 milhões de ciganos vivem pela Europa, a grande maioria na Romênia e Bulgária. Uma pesquisa de opinião feita na capital búlgara, Sófia, mostrou que 45% dos entrevistados apoiaram a decisão de Sarkozy de expulsar os ciganos. Só não querem que a expulsão signifique que essa população acabe em seu quintal.

"Ninguém quer ter ciganos em sua rua. Isso desvaloriza o preço de um apartamento e aumenta o risco de roubos", disse Momchil, um morador de Sófia. "Eles (ciganos) têm se reproduzido de uma forma impressionante", disse.

Segundo Bogomil Grozev, jornalista da rede BTV especializado no tema, o número de ciganos na Bulgária era de 300 mil. Hoje, já se fala em 1 milhão.

Nesta semana, a prefeitura da cidade de Haskovo, no sul da Bulgária, começou a desalojar dezenas de famílias de ciganos seus apartamentos. O argumento era de que não pagavam aluguéis havia anos. Uma das famílias estava com dívidas desde 1993.

Entre os ciganos, o sentimento é de que a rejeição não terá fim enquanto não houver uma política regional para lidar com seus interesses. Enquanto isso, continuarão jogando com as regras, barreiras e obstáculos criados pelos governos.

Stefan Angelov, que viveu em Lyon por dois anos e trabalhava no setor de construção, admite que recebeu cerca de 300 euros para deixar a França com sua família. Mas diz que apenas está esperando "baixar a poeira" para voltar para o país. "Lá, a saúde é melhor do que aqui e com o que ganhava podia até guardar um pouco de dinheiro. Na Bulgária não há trabalho, nem escola, nem saúde", disse.

Viagem marcada. Nas últimas semanas, o governo francês estipulou que cada família que recebesse o benefício para sair do país seria registrada e teria as impressões digitais coletadas. Mas Angelov chega a rir da medida. "Há centenas de formas de entrar na Europa Ocidental. Dificilmente vão nos pegar", disse. Segundo ele, a nova viagem já está planejada para o Natal.

Questionado sobre o que fez com os 300 euros que recebeu do governo francês, Angelov disse que usará para comprar comida para seus quatro filhos até que volte a trabalhar na Europa Ocidental. Hoje, mora em um apartamento na periferia de Sófia que estava abandonado. "Os serviços públicos interditaram o local, dizendo que era perigoso morar aqui. Mas quando fomos expulsos da França, foi o que nos deram para viver", disse. No apartamento não há água, luz e muito menos elevador.

Krassimir Pavlov, que morou em Bordeaux, diz que sua família estava agora no norte da Bulgária. "Lá, 90% da população não tem trabalho", contou. Ele permaneceu em Sófia em busca de emprego. Mas já começa a pensar em voltar a tentar a sorte em algum país da Europa Ocidental. "Talvez eu vá para a Espanha desta vez. Mas dizem que também não há emprego lá", disse.

Já as entidades que representam os ciganos não escondem a preocupação com a situação. Em uma carta enviada a Sarkozy há uma semana, a Associação de Ciganos Romas da Bulgária e outras 12 entidades imploraram para que não sejam humilhados. "Não nos corrompam com 300 euros", disse a carta. "As pessoas que vão para a França estão viajando para fugir da pobreza, na esperança de uma vida melhor." Para as entidades, ser pobre não pode ser um crime.

Para o escritor e ex-parlamentar europeu, Els de Groen, os ciganos são a população mais frágil da Europa. "Os ciganos não têm representantes na Comissão Europeia nem na elaboração de políticas que os afetam", disse.

O Partido Nacionalista Búlgaro, de extrema direita, é contra o envio dos ciganos para o país, mesmo que tenham passaportes búlgaros.

"A solução precisa ser regional", afirmou Anita Kristi, uma das principais cantoras ciganas da Bulgária. "A expulsão dos ciganos de um país europeu para outro país europeu é o primeiro sinal real de um colapso da União Europeia", concluiu.

Esperava mais deste debate, no qual a grande vítima foram os telespectadores !

Ao assistir o debate fiquei a princípio horrorizado ao ver o tanto que o “lava roupa suja”, onde ambas as partes se vitimizam, no debate causado pela pauta integrista religiosa em substituição as teses maiores tão necessárias na busca de um projeto estratégico para o país, está pautando está campanha. Não que ache que a discussão pontual sobre o aborto não deva ser tratada como parte deste processo eleitoral, mas ela não é e não pode ser o centro do debate. Ela do jeito que se coloca parece até um concurso para ver quem é mais “católico fundamentalista”.

Mais criminoso que o próprio aborto é debater um tema tão delicado sem a profundidade política sociológica, econômica e ética necessária que a questão merece, já que é um drama social cuja origem passa pela pobreza, falta de cultura, excesso de preconceito sobre se ter filhos fora do casamento, a liberalização sexual, métodos contraceptivos preventivos, etc..

O embate levou para a discussão sobre a privatização X papel interventor do estado a está começou a ter mais validade, pois o tema é estratégico, já que implica em discutir os limites do estado e o que me deixou feliz foi ver os dois postulantes a presidência dizerem que são contra novas privatizações e que as estatais seriam fortalecidas e melhor gerenciadas. Já passou da hora de tanto o PT como o PSDB fazerem a autocrítica sobre o quanto é danoso para a sociedade o ato de privatizar e quanto é danoso o péssimo e corrupto gerenciamento da máquina pública neste modelo de estado oligárquico patrimonialista, triste herança um dia importada do modelo estatal português. Será que estas posições são um aviso de que pouco importando quem ganhe o estado brasileiro está rumando para a modernidade? Espero que sim!

Quando a discussão tomou o rumo sobre o caso Erenice, que não é o único é matéria de nepotismo e corrupção a ser analisado e condenado, pois está praga oriunda do período, colonial, do aristocrático imperial e da república velha continua se perpetuando, mais uma vez tomou o rumo não do aspecto legal e ético, mas sim adquiriu novamente o tom moralista. Como se o central não fosse do ponto de vista ético e legal a falta de planejamento, de controle por parte do povo e seus representantes do que é público e também como tornar legalmente mais dura a legislação e mais rápida a ação Justiça que leve ao rigoroso apenamento destes criminosos.

Quando o debate rumou para as obras necessárias de forma pontual mais se falou sobre velhas realizações do que sobre qual será o projeto estratégico que cada candidato possuiu para o país. Quando eles falavam do futuro a Dilma afirmou que seria apenas um continuidade do que está sendo feito, do “espetáculo de desenvolvimento do governo Lula”.
Sabemos que o planejamento deste não passa de uma colcha de retalhos mal produzida, pois além de não ter caráter estratégico do ponto de vista do que é nacional e popular é um governo refém dos interesses dos banqueiros, empreiteiros e latifundiários.

O governo Lula, que quase nada difere dos que o antecederam, está sendo um governo extremamente corrupto e nele a agenda nacional continua pautada pelas oligarquias micro regionais aliadas ao grande capital nacional e internacional, que trocam os seus votos no parlamento por espaços na máquina pública para seus apaniguados, como pelas emendas no orçamento e estas beneficiam as suas “empresas de confiança”.

O Serra sobre questão da infra-estrutura se saiu melhor ao apontar para a débil política desempenhada pelo atual governo, mera continuidade dos outros, sobre as necessidades em relação à infra-estrutura, pois sem priorizarmos está questão, que vai passa pelo saneamento básico,pela produção de energia limpa, investimento em novas formas de transporte (ferroviário, hidroviário, de cabotagem, construção de novos aeroportos e readequação dos antigos, etc.), não podemos pensar em desenvolvimento.

No debate sobre as questões relativas a Segurança Pública a falta de profundidade não foi menor, pois ela envolve a diminuição da violência e isto implica na diminuição das desigualdades sociais, no maior controle da sociedade sobre o aparato policial, mudança na legislação para uma maior punição dos policiais corruptos, etc..

O problema da segurança não se resume em apenas contratar mais policiais e comprar mais armamentos e demais equipamentos e sim na inclusão social, em uma polícia mais cidadã e no combate ao grande crime organizado e este só existe quando há complacência ou conivência por parte do estado. Os que morrem ou pela ação das drogas ou pela violência por elas gerada em sua maioria são pobres, não produzem cocaína, crack, etc. e muito menos fabricam armas. Quem são os que tanto lucram no topo da cadeia do narcotráfico e do contrabando de armas? Para estes não existem cadeias?

Em relação a Educação o debate também não foi muito produtivo, pois só foi discutido a quantidade e não a qualidade do serviço a ser ofertado pelo estado. Também defendo que sem mais recursos fica impossível implantarmos outro modelo de Educação, mas para que isto ocorra também não podemos esquecer de que novas metodologias de ensino e gerenciamento são imprescindíveis, pois a nossa estrutura educacional é arcaica. Apenas aumentar o que já é ruim por origem não basta. Além da quantidade o mais importante é a qualidade.

 
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