domingo, 20 de março de 2011

Muammar al-Gadhafi, a Líbia dividida e o intervencionismo imperial



Com certeza o beduíno Muammar al-Gadhafi ainda detém o apoio de, talvez, metade da população. Quando o jovem coronel idealista assumiu o poder com 27 anos com suas idéias revolucionárias unificou as tribos derrubando do poder a monarquia arcaica e corrupta comandada por Idris I o apoio por parte da população era total.

O Muammar al-Gadhafi com suas teorias baseadas no reformismo nacionalista da democracia direta (Livro Verde) conquistou toda a população para seu projeto nacional popular desenvolvimentista e em parte, embora o seu governo posteriormente tenha se contaminado pelo nepotismo e se corrompido, e este tenha assumido também o papel de monarca, não dá para negar que tirou a Líbia da estagnação em que se encontrava e hoje o IDH do país sobre o seu comando é o melhor de todo continente africano.

Embora as teses da democracia direta tenha na caminhada se transformado em coisas do passado foi este que aos poucos acabou voltando e o que era para ser talvez um do países mais democráticos do mundo se tornou apenas mais um regime ditatorial, onde a voz do povo foi calada ao mesmo tempo em que os seus corruptos filhos , tal qual príncipes, assumiram o controle dos negócios do governo, sendo que o mais novo se tornou mais um entre os playboys internacionais. Escândalos por todo o mundo envolvendo este rapaz não faltaram e o pai para que este não fosse preso cometeu o sério deslize de usar do poder estado líbio como forma de o proteger, inclusive com ameaças de cortar o fornecimento de petróleo, como foi o que ocorreu.

Embora o regime comandado por Muammar al-Gadhafi não seja nenhum exemplo de participação popular e honestidade, inclusive pelo fato de há muito este governo ditatorial ter rompido com tudo o que um dia propôs, sendo até a pouco mais um caso de cooptação pelos EUA, que a princípio nesta crise era contra a intervenção, pois já não o via como um maior risco a “pax norte americana”, não será a comprometida ONU, sob a batuta da a ex-colonialista França e do imperialismo ianque, quem poderá pela intervenção bélica dar o exemplo de como se deve ser um “bom governo” para o povo líbio.

Pela autodeterminação dos povos!

MANIFESTO DO CEBRAPAZ: SIM À LUTA DOS POVOS! NÃO À INTERVENÇÃO GOLPISTA!


A solidariedade não tem fronteiras. Hoje mais do que nunca, a opinião pública mundial é fundamental para se evitar guerras, genocídios, abusos de poder, destruição ambiental e tantas outras violências que, infelizmente, infestam o mundo.

Por isso, hoje nos manifestamos a favor da mobilização massiva, popular e pacífica em países do norte da África e Oriente Médio, como Tunísia, Egito, Bahrein, Arábia Saudita, Iêmen, entre outros, que exige profundas mudanças nos regimes políticos ditatoriais, caracterizados por monarquias absolutistas despóticas, as quais se mantêm sob as formas mais cruéis de violência contra a sua população.

Também devemos denunciar o papel que vem desempenhando a ONU e as principais potências econômicas do globo em todos esses episódios. Devemos denunciar que tais regimes despóticos se mantem também às custas do apoio dessas potências, recebendo ajudas econômicas e militares e, ainda, contando com a omissão a respeito de todas as violências que ocorrem.

Devemos denunciar também a orquestração midiática e militar contra a Líbia, alavancada pelos interesses econômicos dessas mesmas potências, que estão a infestar o mundo com informações distorcidas, apoiando uma rebelião minoritária armada para promover nesse país o mesmo tipo de ocupação que ocorreu no Iraque e que levou o país à ruína e a absurdas violências que permanecem até os dias de hoje.

Aproveitamos esse dia também para lembrar os milhares de civis mortos em bombardeios indiscriminados no Afeganistão, no Iraque e em Gaza.

Também nos solidarizamos hoje com a população palestina, vítima de violências inimagináveis e inaceitáveis por parte do regime racista representado pelo estado de Israel.

Também denunciamos o papel das potências mundiais, que além de se calarem diante de tamanha aberração, são os principais financiadores de Israel.

Denunciamos mais uma vez o embargo econômico e a perseguição midiática contra Cuba, que prejudicam profundamente a população desse país, com a finalidade de impedir o florescimento da experiência socialista, caminho escolhido soberanamente pela população.

Manifestamos por um mundo sem guerras, sem exploração e sem violência!

Manifestamos por um mundo fraterno, harmônico e justo!

Exortamos às demais pessoas para que tenham esse tipo de aspiração, pois somente desse desejo é que de fato faremos um mundo melhor!

CEBRAPAZ-PR

 
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