quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A Justiça sendo feita: DelĂºbio vira rĂ©u em aĂ§Ă£o do mensalĂ£o em SĂ£o Paulo



Paralelamente ao julgamento do mensalĂ£o pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a Justiça Federal de SĂ£o Paulo aceitou uma denĂºncia do MinistĂ©rio PĂºblico Federal (MPF) e transformou em rĂ©u o ex-tesoureiro do PT DelĂºbio Soares por lavagem de dinheiro. Na aĂ§Ă£o do STF, ele responde por formaĂ§Ă£o de quadrilha e corrupĂ§Ă£o ativa.
O juiz MĂ¡rcio Ferro Catapani, da 2ª Vara Criminal Federal em SĂ£o Paulo, aceitou no dia 6 de julho a denĂºncia em que DelĂºbio Ă© acusado de receber de duas agĂªncias de publicidade do lobista Marcos ValĂ©rio - a SMP&B e a DNA Propaganda Ltda - R$ 450 mil, oriundos de atividades ilegais. As investigações sĂ£o um desmembrando do caso principal do mensalĂ£o.
De acordo com a denĂºncia do MPF, o dinheiro chegava atĂ© as mĂ£os do petista por meio de um esquema fraudulento que envolvia o Banco Rural. Nos mesmos moldes da acusaĂ§Ă£o descrita na denĂºncia da aĂ§Ă£o do mensalĂ£o que corre no STF, o MinistĂ©rio PĂºblico Federal em SĂ£o Paulo diz que as agĂªncias de ValĂ©rio conseguiram emprĂ©stimos fictĂ­cios na instituiĂ§Ă£o, que nunca eram cobrados. TambĂ©m acusa as agĂªncias de desviarem recursos de contratos celebrados com Ă³rgĂ£os da administraĂ§Ă£o direta e indireta.
Ainda segundo a denĂºncia, o Banco Rural, autorizou, entre novembro de 2003 e março de 2004, que representantes de DelĂºbio , sem se identificarem, realizassem os saques em dinheiro na agĂªncia da instituiĂ§Ă£o. (AG)

Dilma e Lula foram testemunhas no processo do mensalĂ£o; veja frases


Entre as 50 mil folhas que fazem parte da aĂ§Ă£o penal 470 que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), estĂ£o depoimentos de diversas testemunhas no processo, entre elas a atual presidente, Dilma Rousseff - que quando depĂ´s era ministra da Casa Civil -, o ex-presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva e o atual vice, Michel Temer.


Parte dos depoimentos do processo, como o de Temer e de alguns rĂ©us, integram memorial entregue pelo procurador-geral da RepĂºblica, Roberto Gurgel, aos ministros do STF na semana passada. Eles sĂ£o citados como “principais provas” do processo do mensalĂ£o, que começa a ser julgado no tribunal nesta quinta-feira (2). No memorial, Gurgel diz que o escĂ¢ndalo foi o mais “atrevido” esquema de corrupĂ§Ă£o no paĂ­s.
AlĂ©m dos depoimentos de testemunhas, constam ainda das “principais provas” da aĂ§Ă£o auditorias, laudos de perĂ­cia e os interrogatĂ³rios dos rĂ©us.

Veja abaixo frases de testemunhas e de réus durante a coleta dos depoimentos no processo.

Dilma Rousseff, presidente
“Eu nĂ£o tinha ouvido [falar do mensalĂ£o]. Tomei conhecimento pelas notĂ­cias da imprensa. (...) NĂ£o tenho conhecimento de que Dirceu tenha beneficiado instituições financeiras. Acho o ministro JosĂ© Dirceu um injustiçado. Tenho por ele um grande respeito.”

Lula, ex-presidente, que respondeu por ofĂ­cio os questionamentos
" Defesa de Professor Luizinho: Vossa ExcelĂªncia tem conhecimento se o professor Luizinho, em qualquer momento de sua atividade de lĂ­der, pediu ou sugeriu alguma vantagem para votar favoravelmente aos projetos do governo?
Lula: NĂ£o tenho conhecimento de atitudes dessa natureza e me parece inconcebĂ­vel imaginar tal hipĂ³tese, em vista de sua condiĂ§Ă£o de lĂ­der do prĂ³prio governo e de seu passado partidĂ¡rio."
Defesa de JosĂ© Dirceu: Vossa ExcelĂªncia conhece algum fato que desabone a pessoa de JosĂ© Dirceu de Oliveira e Silva?
Lula: Desconheço qualquer fato desabonador sobre JosĂ© Dirceu, que lutou pela democraticaĂ§Ă£o do Brasil, pagando com o exĂ­lio, Ă© um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e um quadro polĂ­tico de grande relevĂ¢ncia no cenĂ¡rio nacional.
MPF: Vossa ExcelĂªncia tomou conhecimento, por meio de Roberto Jefferson Monteiro Francisco, de repasse de dinheiro para integrantes da base aliada do governo federal na CĂ¢mara dos Deputados, prĂ¡tica posteriormente denominada mensalĂ£o?
Lula: Pelo que me lembro, ao final de reuniĂ£o no primeiro semestre de 2005, e na presença de Aldo Rebelo, Walfrido dos Mares Guia, Arlindo Chinaglia e JosĂ© MĂºcio Monteiro, Roberto Jefferson fez menĂ§Ă£o ao assunto. EntĂ£o, solicitei ao Aldo Rebelo e ao Arlindo Chinaglia que verificassem se as afirmações procediam."


VirgĂ­lio GuimarĂ£es, deputado do PT que, segundo o procurador-geral da RepĂºblica, apresentou Marcos ValĂ©rio a integrantes do PT
"Ao que me lembro, o Marcos ValĂ©rio, em 2002, tinha, inclusive, me ajudado na campanha dessa forma que eu falei aqui (publicidade), e ele me falou que tinha muitas contas no Governo Federal e que nĂ£o conhecia ninguĂ©m do PT; nĂ£o conhecia ninguĂ©m, mas, nessa altura, O Lula jĂ¡ claramente despontava como um virtual vencedor do segundo turno, e que ele gostaria de apresentar as agĂªncias dele; que ele gostaria de continuar prestando serviço; que ele nĂ£o sabia se o Lula ia cancelar os contratos em vigor, ou se ia fazer de novo, mas queria mostrar Ă s pessoas do PT e que possivelmente iriam fazer parte do governo que conhecessem o trabalho profissional dele enquanto publicitĂ¡rio. Foi nesse sentido que eu o apresentei."

DelĂºbio Soares, rĂ©u, durante depoimento Ă  Justiça
"Vou explicar sobre os emprĂ©stimos que eu pedi ao Marcos ValĂ©rio, porque eu pedi os emprĂ©stimos, nĂ£o tenho na cabeça porque meu sigilo bancĂ¡rio foi quebrado, telefĂ´nico, tudo que podiam investigar, eles investigaram. EntĂ£o, eu tenho uma vida normal. Continuou, meu patrimĂ´nio nĂ£o aumentou. EntĂ£o, eu tenho uma vida normal como sempre tive. EntĂ£o, esse emprĂ©stimo nĂ£o era para o benefĂ­cio prĂ³prio para ninguĂ©m.”
 
Roberto Jefferson, ao responder perguntas do MPF
"MPF: O senhor mencionou antes ao ExcelentĂ­ssimo Doutor Marcello que conversou com o presidente Lula, por duas vezes, sobre os fatos narrados na denĂºncia, vamos assim dizer. O Senhor poderia descrever isso?
Roberto Jefferson: Foi em janeiro de 2005 a primeira vez. EstĂ¡vamos eu, ele e o ministro Walfrido. Eu percebi que o presidente foi surpreendido com a notĂ­cia. Depois, eu reiterei a ele essa notĂ­cia do mensalĂ£o no final de março de 2005, jĂ¡ em presença do ministro Aldo Rebelo, o lĂ­der do governo Ă  Ă©poca, hoje presidente da CĂ¢mara, e estava presente o ministro Walfrido dos Mares Guia, do PTB, que era o ministro do Turismo"
MPF: Nas duas vezes, ele fez alguma menĂ§Ă£o de tomar alguma atitude em termos de mandar investigar?
Roberto Jefferson: Sim, mostrou profunda indignaĂ§Ă£o. [...] A primeira vez, quando falei isso a ele, ExcelĂªncia, ele chegou a ter lĂ¡grimas nos olhos."

Michel Temer, ao responder questões do MPF por ofĂ­cio“MPF: Vossa ExcelĂªncia conhece Marcos ValĂ©rio Femandes de Souza?
Michel Temer: NĂ£o.
MPF: Durante seu perĂ­odo como Presidente do PMDB, houve repasse de recursos do Partido dos Trabalhadores-PT para o PMDB?
Michel Temer: NĂ£o.


José Genoino, em depoimento relatado no processo
"Que desconhecia a distribuiĂ§Ă£o de recursos financeiros a partidos e parlamentares da base aliada atravĂ©s de Marcos ValĂ©rio por ordem de DelĂºbio Soares. (...) Que todo o controle das despesas e receitas do Partido dos Trabalahdores ficava a cargo de DelĂºbio Soares, que nĂ£o tinha conhecimento de que o Partido dos Trabalhadores nĂ£o registrava em sua escrita contĂ¡bil sua movimentaĂ§Ă£o financeira na totalidade. Que DelĂºbio Soares quem tinha essa obrigaĂ§Ă£o, conforme determinaĂ§Ă£o estatutĂ¡ria."

Marcos Valério, em depoimento relatado no processo
"Que um dos seus principais interlocutores em BrasĂ­lia/DF Ă© o seu amigo pessoal DelĂºbio Soares, que se encontra com DelĂºbio Soares para conversar sobre diversos assuntos, tais como polĂ­tica, imagem do governo federal, assuntos familiares e lazer, que nĂ£o possui nenhum negĂ³cio comercial com DelĂºbio Soares.”

Lobos marinhos sĂ£o encontrados nas praias da Baixada Santista


Dois lobos marinhos foram encontrados nesta terça-feira (31) nas cidades da Baixada Santista. Em Praia Grande, um filhote desidratado foi encaminhado para tratamento. JĂ¡ em GuarujĂ¡, o animal queria apenas descansar nas pedras.
O filhote de lobo marinho apareceu na praia do BalneĂ¡rio FlĂ³rida Mirim, em Praia Grande. O animal estava magro e desidratado. Os biĂ³logos do Instituto Gremar resgataram o filhote e levaram para tratamento na Ilha dos Arvoredos.
Em GuarujĂ¡, outro lobo marinho apareceu na Praia do Tombo. Ele foi resgatado pelos biĂ³logos na segunda-feira (30) em uma marina. O animal foi solto no mar mas voltou para a praia nesta terça-feira para descansar.
Segundo a biĂ³loga do Instituto Gremar, Andrea Maranho, isso Ă© comum acontecer por causa do inverno. “Com a predominĂ¢ncia das correntes do atlĂ¢ntico sul, que sĂ£o as correntes frias, chegam mais peixes e pinguins, os lobos e outros animais migratĂ³rios. Esse ano o perfil Ă© de muito encalho de lobo marinho”, explica ela.
Moradores e turistas que passavam pelo local fotografaram o animal e tentavam vĂª-lo de perto. O animal ficou deitado e levantou algumas vezes, mas nĂ£o parecia se importar com a plateia. O fotĂ³grafo FlĂ¡vio Bacellar registrou o momento. “Fiquei preocupado se nĂ£o seria o caso de colocar ele na Ă¡gua. Como o pessoal da polĂ­cia ambiental explicou, tem que deixar ele se restaurar por conta prĂ³pria.”
BiĂ³logos e guardas ambientais orientavam os curiosos a nĂ£o chegar perto do animal. ”O animal estĂ¡ descansando. O que acontece Ă© que o pessoal chega e acaba afastando o animal. Isso faz com que o lobo fique mais cansado e nĂ£o tenha o tempo dele de descanso. EntĂ£o a gente pede pro pessoal manter a calma e deixar ele em paz”, explica a biĂ³loga Rosane Farah. (G1)

MensalĂ£o: o que começa a ser julgado amanhĂ£


Na sua peça acusatĂ³ria, o ex-procurador-geral da RepĂºblica Antonio Fernando de Souza classificou-o como a aĂ§Ă£o de uma “sofisticada organizaĂ§Ă£o criminosa” destinada a comprar apoio de partidos para o projeto polĂ­tico do PT e do ex-presidente Lula. Na apresentaĂ§Ă£o de memorial concluĂ­do na semana passada, o atual procurador-geral da RepĂºblica, Roberto Gurgel, chamou-o de “o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupĂ§Ă£o e de desvio de dinheiro pĂºblico flagrado no Brasil”. Em sua defesa, o ex-tesoureiro do PT DelĂºbio Soares diz que tudo nĂ£o passou de um acerto financeiro feito entre ele e o empresĂ¡rio Marcos ValĂ©rio para a concessĂ£o de um emprĂ©stimo para saldar dĂ­vidas de campanha do partido e de aliados. O ex-ministro da Casa Civil JosĂ© Dirceu vai mais alĂ©m: segundo ele, o mensalĂ£o nĂ£o existiu, trata-se de uma invenĂ§Ă£o do presidente do PTB, Roberto Jefferson, motivada por sentimentos de vingança.

SerĂ¡ entre as alegações da acusaĂ§Ă£o e as da defesas, com as provas anexadas, que os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal terĂ£o de avaliar em que ponto estĂ¡ a verdade. O julgamento que começa amanhĂ£ (2), e que deverĂ¡ se estender por mais de um mĂªs, talvez seja o mais complexo de toda a histĂ³ria da Suprema Corte. A AĂ§Ă£o Penal 470, que trata do caso que Roberto Jefferson, delator e rĂ©u, chamou de “mensalĂ£o”, tem 147 volumes, 173 apensos, 69 mil pĂ¡ginas. SerĂ£o julgados 38 rĂ©us, dos quais dois – o ex-secretĂ¡rio de ComunicaĂ§Ă£o do governo Luiz Gushiken e AntĂ´nio Lamas, que era ligado ao PL (hoje PR) – foram inocentados pelo MinistĂ©rio PĂºblico. Na acusaĂ§Ă£o inicial, os rĂ©us eram 40, mas um deles morreu, o ex-deputado do PP JosĂ© Janene, e  outro, SĂ­lvio Pereira, ex-secretĂ¡rio do PT, fez um acordo com a Justiça.
As acusações de vĂ¡rios crimes – como formaĂ§Ă£o de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupĂ§Ă£o ativa e passiva – pesam sobre os outros 36 rĂ©us. Nomes como Roberto Jefferson, DelĂºbio, Dirceu, Marcos ValĂ©rio e Duda Mendonça, entre outros.
Para ajudar o leitor a entender o que estarĂ¡ em julgamento, o Congresso em Foco reuniu os principais documentos jĂ¡ disponĂ­veis sobre o caso, e faz um resumo do que hĂ¡ contra cada um dos rĂ©us e o que eles alegam em sua defesa.
A acusaĂ§Ă£o
Na abertura das 136 pĂ¡ginas da peça acusatĂ³ria, AntĂ´nio Fernando de Souza começa historiando que o inĂ­cio do caso remete Ă  denĂºncia de pagamento de propina ao ex-diretor da Empresa de Correios e TelĂ©grafos (ECT) MaurĂ­cio Marinho. Indicado pelo PTB, MaurĂ­cio Marinho foi flagrado em um vĂ­deo pedindo e recebendo propina. O flagrante acabou estampando a capa da ediĂ§Ă£o da revista Veja de 18 de maio de 2005, sob o tĂ­tulo “O homem chave do PTB”.
“Acuado, pois o esquema de corrupĂ§Ă£o e desvio de dinheiro pĂºblico estava focado, em um primeiro momento em dirigentes da ECT indicados pelo PTB”, Roberto Jefferson, entĂ£o deputado e jĂ¡ presidente do partido, resolveu denunciar a existĂªncia de um esquema mais amplo, pelo qual “parlamentares que compunham a chamada ‘base aliada’, recebiam periodicamente, recursos do Partido dos Trabalhadores em razĂ£o do seu apoio ao governo federal, constituindo o que se denominou como ‘mensalĂ£o’”. Segundo AntĂ´nio Fernando, “todas as imputações feitas pelo ex-deputado Roberto Jefferson ficaram comprovadas”.
“O conjunto probatĂ³rio produzido no Ă¢mbito do presente inquĂ©rito demonstra a existĂªncia de uma sofisticada organizaĂ§Ă£o criminosa, dividida em setores de atuaĂ§Ă£o, que se estruturou profissionalmente para a prĂ¡tica de crimes como peculato, lavagem de dinheiro, corrupĂ§Ă£o ativa, gestĂ£o fraudulenta, alĂ©m das mais variadas formas de fraude”, conclui o ex-procurador-geral da RepĂºblica.
Setores de atuaĂ§Ă£o
A acusaĂ§Ă£o da Procuradoria-Geral da RepĂºblica foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal, que abriu a AĂ§Ă£o Penal 470, transformando os acusados em rĂ©us. O caso foi relatado pelo ministro Joaquim Barbosa. No relatĂ³rio que detalha a aĂ§Ă£o, ele repete o que foi narrado por AntĂ´nio Fernando de Souza, e estabelece que a organizaĂ§Ă£o era dividida em “setores de atuaĂ§Ă£o”.
Havia o “grupo polĂ­tico”, formado pelo ex-ministro da Casa Civil JosĂ© Dirceu, pelo ex-tesoureiro do PT DelĂºbio Soares, pelo ex-presidente do partido JosĂ© Genoino e pelo tambĂ©m dirigente petista SĂ­lvio Pereira. A funĂ§Ă£o desse grupo era obter junto aos aliados o suporte polĂ­tico para o projeto de poder do partido.
Para viabilizar tal “suporte polĂ­tico”, uniu-se o “grupo operacional”, capitaneado por Marcos ValĂ©rio. O empresĂ¡rio mineiro do ramo da publicidade repetiu para o PT o que fizera para o PSDB em Minas Gerais, “especialmente a partir do um esquema baseado em emprĂ©stimos feitos “em troca de vantagens patrimoniais no governo federal”. Para garantir o necessĂ¡rio suporte financeiro ao esquema imaginado, juntou-se o terceiro grupo, o “financeiro”, formado pelos executivos do Banco Rural e do BMG.
Memorial
O Ăºltimo documento que o Congresso em Foco torna disponĂ­vel Ă© o memorial feito pelo atual procurador-geral da RepĂºblica, Roberto Gurgel. O memorial tem sete pĂ¡ginas de apresentaĂ§Ă£o, e mais 338 pĂ¡ginas que resumem as peças de todo o processo, os depoimentos dos rĂ©us e testemunhas, documentos do Banco Central, auditorias da Controladoria Geral da UniĂ£o (CGU), documentos do governo dos Estados Unidos que atestariam o crime de lavagem de dinheiro por parte do publicitĂ¡rio Duda Mendonça (responsĂ¡vel pela campanha vitoria do ex-presidente Lula em 2002) e perĂ­cias tĂ©cnicas e contĂ¡beis. Ontem (31), o ministro Joaquim Barbosa tornou o memorial disponĂ­vel aos advogados dos rĂ©us.
Congresso em Foco nĂ£o obteve a Ă­ntegra das sete pĂ¡ginas da apresentaĂ§Ă£o, mas apenas das outras 338 pĂ¡ginas que detalham o processo. Na apresentaĂ§Ă£o, Gurgel classifica o caso que ficou conhecido como “mensalĂ£o” como o mais “atrevido esquema de corrupĂ§Ă£o” da histĂ³ria.
Nas demais 338 pĂ¡ginas, ele destaca trechos do processo. Aponta, por exemplo, que exames contĂ¡beis feitas nas contas das empresas de Marcos ValĂ©rio apontam a existĂªncia de fraudes para tentar explicar o emprĂ©stimo concedido ao PT. “O contador e os prepostos executaram verdadeira engenharia contĂ¡bil (…) criando a falsa ideia de que somente o PT foi beneficiĂ¡rio dos recursos”. Documento do Banco Central mencionado por Gurgel no memorial diz que “os emprĂ©stimos foram concedidos sem qualquer embasamento tĂ©cnico de crĂ©dito, sendo os valores totalmente incompatĂ­veis com a capacidade financeira” das empresas de Marcos ValĂ©rio envolvidas. Avalistas dos emprĂ©stimos, Genoino e DelĂºbio, afirmam, ambos, em depoimento, nĂ£o ter condições financeiras para avalizar os valores emprestados, respectivamente R$ 19 e R$ 10 milhões.
Destaca ainda que a mulher e sĂ³cia de Marcos ValĂ©rio, Renilda Maria Santiago Fernandes de Souza, em depoimento Ă  CPI dos Correios, afirmou que JosĂ© Dirceu sabia da existĂªncia dos emprĂ©stimos. “A Ăºnica coisa que ele me falou Ă© que o Dr. – na Ă©poca, ministro – JosĂ© Dirceu sabia dos emprĂ©stimos”, disse ela. Na mesma CPI, perguntado sobre o depoimento de sua mulher pelo entĂ£o deputado JĂºlio Redecker (PSDB-RS), Marcos ValĂ©rio respondeu: “Eu confirmo o depoimento de minha esposa”.
O procurador-geral da RepĂºblica ainda menciona de depoimento da executiva do Banco Rural, KĂ¡tica Rabelo, Ă  CPI dos Correios, na qual ela diz que Marcos ValĂ©rio “era um facilitador para a interlocuĂ§Ă£o do Banco Rural junto a vĂ¡rias pessoas” para tratar de uma questĂ£o que era do interesse do banco, a liquidaĂ§Ă£o extrajudicial do Banco Mercantil de Pernambuco, do qual o Rural tinha uma participaĂ§Ă£o de 22%. Na ocasiĂ£o, o entĂ£o deputado Gustavo Fruet (na Ă©poca no PSDB e hoje candidato pelo PDT Ă  prefeitura de Curitiba, com o apoio do PT), perguntou se ela poderia nominar quem eram as tais “pessoas”. KĂ¡tia respondeu: “Perfeitamente. Uma das pessoas com a qual nĂ³s tratamos desse assunto foi o ministro JosĂ© Dirceu”.
O memorial traz ainda relatos de retiradas de dinheiro em espĂ©cie no Banco Rural em caixas ou “malas do tipo 007”. NĂ£o contĂ©m, porĂ©m, muitos trechos de depoimentos nos quais os rĂ©us se defendam das acusações ou as rebatam.
Colaboraram FĂ¡bio GĂ³is e Mariana Haubert

Serathiuk apoia Luciano e destaca seu histĂ³rico de lutas


Geraldo Serathiuk, ex-secretĂ¡rio do PMDB do Parana e ex-delegado do Trabalho, declarou apoio ao prefeito Luciano Ducci (PSB) e explicou porquĂª: “O Luciano esta fazendo um excelente trabalho a frente da prefeitura. O que nĂ£o me surpreende, pois conheço a historia dele. Estudamos juntos na PUC”, disse Serathiuk.
“Ele estudou medicina, com dificuldades, foi a ItĂ¡lia se especializar e usou do seu conhecimento para ajudar a construir o nosso sistema de saĂºde publica. Enquanto eu fazia o curso de Direito entre os anos de 78/82, sempre se manifestou contra o arbĂ­trio, num tempo que muitos se omitiam. Lutamos juntos pela democracia, pela anistia, pela reconstruĂ§Ă£o dos partidos, das entidades estudantis e sindicais”, adianta Serathiuk.
“E sempre esteve ao lado do PMDB em seus momentos mais difĂ­ceis. E o Rubens foi prefeito da minha cidade Campo MourĂ£o e secretĂ¡rio de Estado do Trabalho, e sou testemunha, do quanto fez pelo funcionalismo e pelo movimento sindical, que reconhecem o seu empenho e dedicaĂ§Ă£o a favor dos trabalhadores. NĂ£o foi por acaso que o governador Beto Richa (PSDB) trabalhou e trabalha no fortalecimento desta parceria e aliança”, completa Serathiuk.

O tupaense Tiago Camilo anulou o uzbeque Dilshod Choriev, venceu a terceira luta e vai Ă  semifinal



O brasileiro Tiago Camilo assegurou um lugar na semifinal do torneio olĂ­mpico de judĂ´, categoria mĂ©dio (atĂ© 90 kg). Na manhĂ£ desta terça-feira, o judoca nacional conseguiu anular o jogo do uzbeque Dilshod Choriev, quinto colocado do ranking mundial (duas posições acima do atleta nacional), triunfou por um yuko de vantagem e garantiu um lugar na semifinal, se aproximando de sua terceira medalha em Jogos - Camilo foi prata em Atenas e bronze em Pequim.
Agressivo nos dois primeiros combates, o judoca paulista manteve a postura ofensiva diante do lutador uzbeque. Com o domĂ­nio da pegada desde o inĂ­cio do duelo vĂ¡lido pelas quartas de final, o brasileiro tomou a iniciativa e forçou o primeiro shido contra o lutador do UzbequistĂ£o, que, acuado, acumulava falsas entradas diante de uma base segura armada por Tiago Camilo.
O judoca brasileiro manteve o controle do ritmo de luta e conseguiu derrubar o adversĂ¡rio. Contudo, a arbitragem nĂ£o assinalou pontuaĂ§Ă£o alguma e manteve o combate em aberto. Sem a vantagem, Tiago Camilo seguiu pressionando o atleta uzbeque e forçou outro shido, conquistando o yuko. Taticamente perfeito, o brasileiro anulou qualquer tipo de reaĂ§Ă£o do quinto colocado no ranking mundial e avançou.
Campanha
O brasileiro confirmou o favoritismo e avançou às quartas de final do torneio de judô dos Jogos Olímpicos de Londres ao superar o italiano Roberto Meloni por ippon (segundo somado no dia).
Embalado pela vitĂ³ria por ippon do primeiro combate, Tiago Camilo começou o combate de uma maneira agressiva. Acuado, o italiano evitou o confronto direto e por algumas vezes deixou a Ă¡rea de duelo. A falta de aĂ§Ă£o resultou em um shido para cada atleta, situaĂ§Ă£o que ocorreu justamente na estreia do brasileiro.
A puniĂ§Ă£o abriu novamente o combate, e favoreceu indiretamente o competidor brasileiro. Agressivo e apresentando grande variaĂ§Ă£o de golpes, Tiago Camilo conseguiu um yuko antes da metade do duelo. Embalado, aproveitando um erro de Meloni, o paulista encaixou um o-soto-gari e conquistou o segundo ippon dentro do torneio, em dois duelos na ExCel North Arena.
Um dos grandes favoritos Ă  medalha na categoria mĂ©dio do judĂ´ (atĂ© 90 kg), Tiago Camilo estreou de forma categĂ³rica na OlimpĂ­ada. O experiente representante nacional venceu o ucraniano Roman Gontiuk por ippon, vitĂ³ria que o garantiu na fase oitavas de final da competiĂ§Ă£o.
Depois da decepĂ§Ă£o ocorrida com Leandro Guilheiro na Ăºltima terça-feira, Tiago Camilo entrou no tatame com a responsabilidade de ser o maior nome masculino do judĂ´ nacional em Londres. Contudo, no inĂ­cio do combate diante o ucraniano, o judoca brasileiro encontrou dificuldades e acabou punido por falta de combatividade com pouco mais de um minuto de duelo.
Pressionado, Camilo, ratificou a qualidade e experiĂªncia que o credenciam ao pĂ³dio na OlimpĂ­ada. Rapidamente, o brasileiro forçou um shido contra Gontiuk no duelo vĂ¡lido por uma vaga nas oitavas de final.
Solto em virtude da puniĂ§Ă£o contra o rival, entĂ£o impedido de se comportar de forma defensiva por conta do shido, Camilo aplicou um ashi-guruma, com pouco mais de trĂªs minutos de duelo, e conquistou, em grande estilo, por ippon, a primeira vitĂ³ria em Londres. (Terra)

 
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