quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Número de indecisos é três vezes maior em comparação ao último pleito


Ivan Iunes/Correio Brazilense

A três dias das eleições, o número de pessoas indecisas ou que votariam em branco ou anulariam o voto é quase três vezes maior do que no mesmo período de 2006. No último pleito para presidente, em 2006, esse índice era de 5% a 72 horas de as urnas começarem a funcionar, segundo o Datafolha. Hoje, o mesmo instituto aponta em 13% a quantidade de eleitores que não escolheram entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). De olho nesse contingente, petistas e tucanos se armam para os últimos dias de campanha oficial.

As duas campanhas à Presidência atribuem o alto número de eleitores sem voto definido ao fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estar no páreo. O índice, de acordo com especialistas, revela ainda uma militância petista pouco entusiasmada com a candidata do partido. “Embora ele consiga transferir para ela quase 100% do capital político acumulado, Dilma não é Lula. O carisma, a história, nada disso pode ser comparado. Mesmo o voto consolidado não é entusiasmado, de militante, é pela continuidade do projeto. Por isso, os indecisos hoje são bem maiores do que em 2006”, aponta o presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS), Geraldo Tadeu Monteiro.

Para o PSDB, atrair esse eleitorado, avaliado em 17,5 milhões de eleitores, é a meta principal até o domingo. O perfil desse público é de mulheres com baixa escolaridade. Para os tucanos, elas refletem uma parcela do eleitorado que votaria em Lula, mas não se convenceu a fazer o mesmo com Dilma, embora também tenha restrições a Serra. “Nossas pesquisas internas mostram que há muita gente que apoia o Lula, mas não vota na Dilma, geralmente por problemas de imagem. Muitos ainda desconhecem a candidata, mas a maioria ainda não se convenceu com o discurso dela”, opina o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

No QG petista, não há como comparar as duas eleições, porque, em 2006, o nome do partido nas urnas era o de Lula, o que deixava mais clara a escolha entre seguir ou não o modelo de governo. “Há quatro anos, o quadro veio consolidado desde o primeiro turno, com algumas oscilações, mas nada muito grande. As expectativas também eram diferentes. Agora, a Dilma é uma candidata nova e o Serra tentou renovar parte do discurso. É natural que isso ocorra”, defende o líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Último fôlego
Petistas e tucanos traçaram estratégias semelhantes para os últimos três dias de campanha. Dilma tentará manter a dianteira com agendas em Minas Gerais e apostará em uma despedida emotiva do horário eleitoral, com declaração de Lula. Serra também encerrará a campanha entre os mineiros, ao lado de Aécio Neves (PSDB), na tentativa de capitalizar o potencial eleitoral do senador recém-eleito. Ontem, Dilma gravou para o programa de tevê e o tucano fez caminhada por Pernambuco. Hoje, a petista dedica o dia na preparação para o debate da Rede Globo, marcado para amanhã. Lula pedirá votos para a candidata em Pernambuco. Já o tucano tem agenda no triângulo mineiro e no norte do estado.

O embate pela tevê é tido pelos tucanos como a última oportunidade de Serra virar o jogo contra a petista. Pelos levantamentos internos do partido ele estaria pelo menos cinco pontos atrás de Dilma — as pesquisas mostram vantagem superior a 10%.

A votação em S. Paulo e Minas Gerais irá definir o vencedor nesta eleição.


Se no primeiro turno a batalha final ocorreu no Nordeste a no segundo turno ocorrerá no Sudeste, principalmente em Minas Gerais e São Paulo, onde na reta final os principais esforços tanto da campanha do Serra como da Dilma acontecem.

Na cúpula petista, o clima de apreensão por um provável estreitamento da diferença entre Dilma e Serra no Sudeste, já que nestes estados o PSDB foi o grande vencedor nas disputas estaduais, o que tornam os governadores eleitos nestes estados os grande cabos eleitorais neste segundo turno.

O QG tucano se empenha tendo como foco principal Minas Gerais e São Paulo, estados em que lideranças locais podem proporcionar boa vantagem de Serra sobre Dilma no fim deste processo eleitoral.

As campanhas de Dilma e Serra confirmaram ontem, quarta feira, a importância de Minas Gerais neste encerramento das campanhas, com os comícios das duas candidaturas em Belo Horizonte e em caminhadas marcadas para o mesmo horário,que ocorrerão na manhã de sábado, também na capital mineira.

Para convencer o eleitor mineiro, Aécio repete a exaustão as promessas de investimento e compromissos de Serra com o governador eleito Antonio Anastasia.

Ao fim do primeiro turno, Aécio prometeu ao aliado virar a eleição a seu favor no estado.

Crime eleitoral em Curitiba: Campanha da Dilma usa evento oficial com a ministra Márcia Lopes para distribuição de material de campanha contra o Serra


BRUNA MAESTRI WALTER

Jornais contra o presidenciável José Serra (PSDB) e a favor de Dilma Rousseff (PT) foram entregues ontem durante a cerimônia que contava com a participação da ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, em Curitiba. A ministra anunciou durante o encontro, no Centro de Convenções de Curitiba, R$ 7 milhões em investimentos para a agricultura familiar no Paraná, ao lado do governador Orlando Pessuti (PMDB) e lideranças do PT. Na entrada do Centro de Convenções, jornais contra Serra ficaram disponíveis aos participantes. Na plateia estavam integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST), da Via Campesina e de cooperativas rurais.

Durante a tarde, um veículo com adesivos de Dilma trouxe os jornais com a propaganda a favor da petista. Os jornais continham trechos como “Serra governa só para os ricos”, “Precisamos eleger Dilma”, “PSDB quer privatizar o pré-sal, dizem especialistas” e “Tucano cria inimizade com governos vizinhos”.

Márcia Lopes critica governos anteriores e exalta Lula

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, criticou os governos anteriores e destacou os avanços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos discursos que fez ontem em Curitiba. Ela participou da Escola de Governo pela manhã e à tarde de um evento sobre agricultura familiar.

Questionado pela reportagem sobre os jornais, o governador Pessuti falou desconhecer a entrega. Após a reportagem mostrar impressos, o governador falou que aquilo “não estava certo” e que iria pedir para retirar o material. Os jornais foram levados para fora do Centro de Convenções.

Informada sobre a presença de jornais pró-Dilma, a ministra Márcia Lopes disse não ter visto excessos. Ela afirmou que foi convidada para o evento e que cumpria agenda institucional de trabalho. Segundo a assessoria de impren sa do Ministério do Desenvolvimento Social, o evento foi promovido pelo MST, pela Via Campesina e pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura.

As informações sobre os realizadores do evento são desencontradas. Segundo a Secretaria de Estado do Trabalho, o Encontro Estadual de Soberania Alimentar foi organizado por meio da parceria entre ministério, a secretaria e a Companhia Nacional de Abas tecimento (Conab). O superintendente da Conab no Paraná, Lafaete Jacomel, disse que o encontro foi organizado pelo ministério.

Análise

Na análise do advogado Everson Tobaruela, ex-presidente da comissão de Direito Político e Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo, há indícios de abuso de poder econômico e de poder político e propaganda eleitoral, a serem apurados. Ele explica que há irregularidade devido ao fato de o espaço ser público.

Propaganda eleitoral no rádio e na TV termina amanhã


Termina nesta sexta-feira (29), dois dias antes das eleições, a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão e também as últimas propagandas pagas nos jornais impressos e aquelas feitas na internet. A data também é o prazo final para a realização de debates entre os candidatos.

No sábado (30), um dia antes da eleição, os candidatos ainda poderão participar de carreatas e usar alto-falantes ou amplificadores de som, mas só até as 22h.

No domingo (31), dia da eleição, não são permitidas manifestações, reuniões ou comícios e buzinaços. A lei permite apenas a manifestação individual e silenciosa do eleitor.

Nos estados onde houver segundo turno também para governador (Goiás, Alagoas, Pará, Amapá, Paraíba, Rondônia, Roraima e Piauí, além do Distrito Federal), os eleitores devem votar primeiro para governador e, em seguida, para presidente. Nos dois cargos, os números dos candidatos – ou da legenda – têm dois dígitos. O TSE permite o uso de colas eletrônicas, para facilitar o eleitor a lembrar o número de seu candidato.

As seções eleitorais estarão abertas das 8h às 17h.

Promotor do caso Tiririca está na mira do MP


O promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes questionou candidatura do humorista por analfabetismo, mas a Justiça pode entender que ele tentou constranger deputado eleito.

O conselheiro do Ministério Público Bruno Dantas protocolou esta semana reclamação disciplinar contra o promotor de Justiça Maurício Antonio Ribeiro Lopes, que questionou a validade da candidatura do deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca. A alegação é de que ele seja analfabeto.

Procurado pela reportagem de Última Instância, o promotor Lopes disse que ainda não foi notificado oficialmente sobre a reclamação. "Tenho minha consciência tranquila das declarações que fiz à imprensa e sei que não expus ninguém à situação constrangedora", afirmou.

Papa condena aborto e pede a bispos que orientem politicamente fiéis


Em reunião em Roma na manhã desta quinta-feira, 28, o papa Bento XVI conclamou um grupo de bispos brasileiros a orientar politicamente fiéis católicos. Sem citar especificamente as eleições de domingo, o papa reforçou a posição da Igreja a respeito do aborto e recomendou a defesa de símbolos religiosos em ambientes públicos. "Quando projetos políticos contemplam aberta ou veladamente a descriminalização do aborto, os pastores devem lembrar os cidadãos o direito de usar o próprio voto para a promoção do bem comum", disse.


Ettore Ferrari/EFE

Papa pediu que bispos brasileiros orientem fiéis

Falando a bispos do Maranhão, Bento XVI reconheceu que a participação de padres em polêmicas podem ser conturbadas. "Ao defender a vida, não devemos temer a oposição ou a impopularidade", continuou. O pontífice se posicionou também sobre o ensino religioso nas escolas públicas e, relembrando a história do País com forte presença católica e o monumento do Cristo Redentor, no Rio, orientou os sacerdotes que encampem a luta pelos símbolos religiosos. "A presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia de seu respeito", concluiu.

Leia abaixo a íntegra do discurso de Bento XVI:

"Amados Irmãos no Episcopado,

Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5 [cinco]. Nos nossos encontros, pude ouvir, de viva voz, alguns dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.

Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à. união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.

Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).

Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, consequência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático - que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana - é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vita, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambiguidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo" (ibidem, 82).

Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sociopolítico de um modo unitário e coerente, é "necessária - como vos disse em Aparecida - uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o "Compêndio da Doutrina Social da Igreja"" (Discurso inaugurai da V conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).

Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. "Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambiguidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana" (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010).

Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve "encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política" (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.

Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baia da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira, que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade

Amados Irmãos, confio à Mãe de Deus e nossa, invocada no Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida, estes anseios da Igreja Católica na Terra de Santa Cruz e de todos os homens de boa vontade em defesa dos valores da vida humana e da sua transcendência, junto com as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens e mulheres da província eclesiástica do Maranhão. A todos coloco sob a Sua materna proteção, e a vós e ao vosso povo concedo a minha Bênção Apostólica."

Ao contrário do que aponta as duvidosas pesquisas a Dilma, que sabe da realidade, desce do salto alto e tenta evitar clima de ''já ganhou''




AE

Líder nas pesquisas, a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) recomendou aos militantes que desçam do "salto alto" e não fiquem no clima de "já ganhou". Após o presidenciável tucano José Serra prometer pagar 13º salário para o Bolsa Família, a petista lançou ontem programa específico na área de desenvolvimento social que prevê a ampliação do benefício para famílias que não têm filhos.

"De hoje até dia 31, ninguém acha que já ganhou. Só faltam quatro dias. Vamos colocar um salto bem baixinho. Vamos disputar cada votinho", afirmou Dilma. "Vamos juntos até a última hora disputando votos." Diante de uma plateia de militantes petistas e de sete ministros de Estado, que aproveitaram a hora do almoço para participar do lançamento do Programa de Desenvolvimento Social em um teatro, em Brasília, a candidata foi ovacionada ao criticar as propostas do adversário para o setor.

''Pesquisa é furada'', diz Serra, que vê empate

O Serra em uma manifestação em Recife

Marcos Brandão/OBritoNews

O candidato tucano à Presidência, José Serra, desconsiderou ontem as pesquisas eleitorais que indicam sua adversária com mais de 10 pontos porcentuais de vantagem sobre ele. "Acho que de fato há um empate técnico", afirmou.

No Recife, Serra voltou a criticar o presidente Lula: 'Ele passou dos limites'
Serra citou os institutos Vox Populi e CNT Sensus como "alugados" e, embora não destratando o Ibope e o Datafolha, disse que, "mesmo no caso dos outros, há problemas metodológicos". "Não tem nada mais errado no Brasil do que pesquisa", afirmou, ao lembrar de eleições cujos resultados foram diferentes do que indicavam as pesquisas. "Pesquisa é furada e isso no futuro vai ter de ser examinado."

Ele criticou o comportamento do presidente Lula na campanha e disse que no segundo turno ele "passou dos limites". Reiterou que Lula deixou de governar e "ficou todo jogado para eleger Dilma" como se fosse uma questão de poder pessoal. Destacou que ninguém consegue governar de fora e, se a candidata do PT for eleita, "vai ficar tudo na mão dela". "Não há no mundo nem na história do Brasil um exemplo desse tipo que tenha funcionado, um presidente largar o governo para eleger o sucessor e ficar governando na sombra."

Voltou a acusar o PT de fazer uma campanha baseada em mentiras contra ele e disse que o presidente Lula falta à verdade ao dizer que ele não dará continuidade ao que ele fez no governo federal. Para Serra, o presidente diz isso "por motivos puramente eleitorais", dentro "dessa cisma que tem de ganhar de qualquer maneira". "Ele sabe que vou continuar", disse.

Manobra com dinheiro da Petrobrás vai cobrir alta de gastos do governo


Fabio Graner e Adriana Fernandes

BRASÍLIA - Cerca de metade da receita extra de R$ 31,9 bilhões obtida com a manobra contábil que inclui recursos da capitalização da Petrobrás como receita serviu para cobrir o aumento das despesas de custeio da máquina pública neste ano.

Na terça-feira, o governo anunciou superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) recorde de R$ 26,06 bilhões. O governo contou como receita o pagamento, pela Petrobrás, de reservas do petróleo no pré-sal.

Embora o dinheiro que entra nos cofres da União não tenha carimbo, a arrecadação com a venda da concessão de exploração de 5 bilhões de barris da camada de pré-sal abriu espaço para o governo aumentar não só os investimentos, mas também os gastos com despesas regulares da administração, de baixo retorno de longo prazo. É como se o governo estivesse antecipando receitas da exploração de petróleo para bancar despesas do dia a dia, que não param de crescer.

Somando os gastos com pessoal (que são contabilizados pelo Tesouro separados dos gastos de custeio), mais de 80% dos recursos obtidos pela engenharia contábil foram utilizados com despesas de custeio da máquina.

O tamanho do aumento das despesas de custeio neste ano já é maior que o do gasto com investimentos, considerado prioritário para o crescimento da economia sem pressões inflacionárias.

Sem controle

Enquanto as despesas de custeio deram, de janeiro a julho, um salto de R$ 16,4 bilhões, o gasto com investimentos – que tem grande impacto no longo prazo – teve um aumento de R$ 11,6 bilhões. O gasto com pessoal subiu R$ 10,2 bilhões no ano. Esse quadro desfavorável de perfil de gastos ocorreu apesar de os investimentos terem acelerado em 2010 por causa da estratégia do governo desde 2009 de colocar em "ponto de bala" ao longo deste ano eleitoral os projetos prioritários do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Os números divulgados mostram claramente que o governo não tem feito controle dos gastos correntes. Essa conta tem sido paga, desde o ano passado, com reforço em 2010, com artifícios contábeis que não necessariamente vão se repetir, o que os analistas vêm chamando de "mágicas" nas contas públicas.

O quadro de forte expansão das despesas até o fim do ano deve continuar, porque a pressão por liberação de despesas, sobretudo de emendas parlamentares, se intensificou depois do primeiro turno das eleições para atender interesses de campanha eleitoral. O governo já fez em setembro uma liberação de R$ 1,7 bilhão de despesas contingenciadas do Orçamento deste ano e, segundo fontes, pode fazer novo desbloqueio para atender aos pedidos. "Tem muita gente pedindo. A pressão está grande", disse uma fonte que trabalha com o Orçamento.

Padrão

Para o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, o fenômeno está no padrão da política fiscal dos últimos anos. Segundo ele, bancar gastos correntes se utilizando de manobras contábeis que antecipam recursos é o "pior dos mundos".

Na visão do economista, o correto seria que esse dinheiro da Petrobrás fosse utilizado para bancar mais investimentos ou fazer um superávit primário elevado, que reduzisse mais rapidamente a dívida pública. "Seria coerente se esses recursos fossem usados em infraestrutura. O governo deveria fazer a mágica positiva de trocar gastos correntes por investimentos em infraestrutura. Essa seria a política que não causaria medo em nenhum analista."

Segundo Vale, quando os analistas internacionais perceberem que a política fiscal brasileira tem recorrido a subterfúgios para cumprir suas metas, em um ambiente de déficit em conta corrente elevado, o Brasil vai ter problemas. "A história mostra que isso não vai dar certo", diz, explicando que, nesse cenário, a taxa de câmbio tende a "estourar" e criar sérias dificuldades para a economia brasileira.

Por isso, na avaliação do economista, será fundamental que o próximo governo promova um ajuste fiscal mínimo, colocando um freio nas despesas correntes.

ALERTA: Salvar a Mata Atlântica não é prioridade

*Germano Woehl

Se as pessoas percebessem como realmente a natureza é perfeita, frágil e única, as sociedades humanas não precisariam de nenhuma lei para protegê-la. Todos teriam um cuidado extremo para manter intocáveis os vestígios que ainda restam dos ecossistemas e o bordão “a natureza faz parte da nossa vida” deixaria de ser uma frase tão oca.

Não existe jeito melhor de entender como a natureza funciona e o verdadeiro sentido da vida do que percorrer a trilha de uma mata preservada. Por outro lado, não existe também nada mais deprimente do que andar em uma mata, admirar toda aquela fabulosa diversidade de formas de vida interagindo e saber que mais cedo ou mais tarde tudo isso não estará mais ali, será destruído para sempre.

Apesar de devastação ser intensa e a biodiversidade estar sendo aniquilada, a prioridade máxima para investimentos é a “restauração”, termo que é usado indevidamente, já que não se restaura nada, apenas se planta algumas mudas de árvores. É óbvio que recuperação de áreas é importante e necessária, mas não tem urgência e não faz o menor sentido diante deste quadro alarmante de desmatamento. Pressa é preciso ter para salvar o que está sendo destruído.

Além disso, a regeneração ocorre espontaneamente por processos naturais, que é mais segura, praticamente não envolve recursos e é muito rápida quando próxima a uma mata preservada, se o resultado esperado a curto prazo é a formação de um capoeirão. Os bananais abandonados na Serra do Mar da região norte de Santa Catarina, por exemplo, são engolidos pela floresta em menos de 10 anos. O pomar e a área de 0,5 ha desmatada na véspera da compra da área que posteriormente transformamos na RPPN Santuário Rã-bugio também levou menos de 10 anos para ser espontaneamente recoberta pela floresta (o monitoramento foi registrado por fotos).

Os adeptos da tal “restauração” ficam entorpecidos porque a atividade dá muito dinheiro e não gera conflito com os devastadores, que passam a ser a alma deste lucrativo negócio. Nesta simbiose perversa quanto mais destruição, mais dinheiro se ganha. A “restauração” ganha também muito mais atenção da mídia, já que enaltece a magnificência do homem na natureza. Um falso poder de reconstruir o que destrói, como se a complexidade de um ecossistema tropical fosse um simples campo de agricultura ou um jardim. É uma ilusão acreditar ser possível restaurar o que foi destruído, como se fosse possível ressuscitar milhares de formas de vida.

Contudo, saindo do mundo da fantasia, não existe satisfação maior do que aquela proporcionada ao se contemplar um raro fragmento de floresta tropical de verdade, como é a nossa Mata Atlântica, repleta de formas de vida, com gigantescas árvores centenárias cheias de bromélias e cipós, que até aqui tem conseguido escapar da devastação.

Não tem uma caminhada pelas trilhas que não reserve surpresas de causarem êxtase, como encontrar uma ave ou mamífero ameaçado de extinção, uma linda borboleta rara, uma serpente ou anfíbio e assim por diante. Comportamentos da fauna desconhecidos, às vezes, até da ciência são também comuns de serem observados quando entramos em uma floresta de verdade, bem preservada.

Um comportamento que me chama atenção é o dos quatis (Nasua nasua). Eu sempre ouvia falar coisas muito negativas destes animais, porque devido à perda do hábitat eram socados em ilhas, zoológicos, unidades de conservação etc., onde eram mantidos por perto com muita comida para servirem de atrativo aos turistas e, desta experiência desastrosa de interferir na natureza, acabaram por difamar o quati, como se ele fosse o vilão. A sorte dele é ser muito simpático, o que lhe garante certa imunidade contra preconceitos perante a população. Mas o comportamento dos quatis que a gente ainda vê na natureza, lutando para sobreviver nos fragmentos cada vez menores, é totalmente diferente daqueles quatis revirando o lixo dos centros de visitação das unidades de conservação.

No ano passado, presenciamos um fato desagradável quando estávamos percorrendo uma das trilhas da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, em Itaiópolis (SC), de nossa propriedade, que fica inserida em uma imensa mata preservada contínua que se estende por milhares de hectares às margens do rio Itajaí (que passa em Blumenau). Após uma hora de caminhada, observando muitas aves e pegadas de mamíferos, nossa alegria foi interrompida ao ouvimos latidos incessantes de cães, que denunciavam a presença de caçadores naquele domingo de manhã. Em seguida, ouvimos um tiro. O jovem agricultor que nos acompanhava, morador do entorno, nos explicou que certamente tratava-se do abate de um quati. Explicou a técnica utilizada: os cães localizam o grupo de quatis no chão e estes fogem subindo na árvore mais próxima que nem sempre está com a copa conectada com outras árvores. Então, o quati que teve o azar de subir numa árvore isolada fica acuado com os cães em baixo latindo até o caçador chegar, quando recebe o tiro certeiro.

Mas o desgosto deste dia foi recompensado algumas semanas depois. Finalmente eu consegui dar de cara com um grupo de quatis que estava fuçando o chão da floresta. Na fuga, três deles subiram nas árvores erradas e ficaram desesperados. Procurei tirar algumas fotos para sair o mais rápido possível dali de tão angustiante que era observar a reação de pânico destes simpáticos animais. Além do som característico que emitiam, um deles (uma fêmea), defecou e urinou sobre mim, quase acertando o alvo - escapei por pouco. Foi aí que eu percebi como estes animais são vulneráveis, tornam-se presas fáceis dos caçadores e por isso já foram exterminados da maior parte dos fragmentos isolados de Mata Atlântica.

Ao analisar as fotos no computador observei que a fêmea tinha os mamilos bem salientes e totalmente expostos, revelando que estava em lactação, ou seja, com filhotes. Um detalhe que certamente é ignorado pelos caçadores, que impiedosamente abatem a tiros todos que estiverem acuados.

Um dos benefícios dos quatis para a floresta que se nota na RPPN é a atividade de eles revolverem o solo e troncos em decomposição a procura de invertebrados (minhocas, larvas etc.). Por onde quer que a gente ande, o chão da floresta está todo revirado. Neste longo período de estiagem, uma das secas mais severas que já ocorreram na região, observamos algo surpreendente. O leito do rio principal estava com água cristalina, enquanto um dos afluentes, que nasce e tem todas sua extensão dentro de mata primária da RPPN, estava com a água bastante turva, o que não ocorre nem após as chuvas fortes. Logo descobrimos o que estava acontecendo.

Com a seca, os quatis e também os catetos (Tayassu tajacu) se concentraram e passaram a fuçar somente nas margens deste riacho (desrespeitando as APPs), o único lugar úmido que restou, e desta forma produziam o efeito. Percorremos cerca de 400 metros desse riacho e encontramos suas margens completamente reviradas, com terrões que rolaram para o leito e estavam se dissolvendo, o que explicava a água turva. Foi interessante constatar que eles beneficiavam também os peixes nativos com este comportamento. Onde o riacho desembocava no rio principal havia uma concentração incrível de lambaris e outros peixes aproveitando a oportunidade de se alimentar dos petiscos lançados pelos quatis e transportados pelas águas deste riacho, muito bem vindos nesse período de grande escassez de comida devido à longa estiagem, incomum na região.

Contemplar tudo isso nos deixa apaixonados pela Mata Atlântica com toda sua riqueza de biodiversidade, mas é muito angustiante perceber que não há prioridade e tampouco urgência em deter esta destruição que ocorre de forma intensa. A integridade das poucas matas preservadas que ainda restam está muito vulnerável, há pressão de todo o tipo: desmatamento, caça, captura de aves para o tráfico, espécies invasoras como abelhas africanas e plantas. Defender as áreas remanescentes não dá dinheiro, só encrenca, mas se não mobilizarmos a sociedade para concentrar os esforços e os recursos para salvá-las, certamente estaremos condenando a Mata Atlântica à extinção, com uma enorme perda de biodiversidade.


*Germano Woehl Jr: doutor em física pela UNICAMP, Pesquisador Titular do Instituto de Estudos Avançados, em São José dos Campos (SP) e nas horas vagas se dedica na defesa da Mata Atlântica através do Instituto Rã-bugio

Ruth Rocha: "Incluir meu nome naquele manifesto (de apoio a Dilma) é um desaforo!"

Marina sugere não votar na Dilma





“Nós conhecemos o presidente Lula, a gente conhecia o Fernando Henrique Cardoso, a gente conhece o Serra – eu discordo dele, mas conheço. O povo pode até discordar de mim, mas me conhece. Eu estou aí há 16 anos na política nacional. Mas, com todo respeito à ministra Dilma, nós não conhecemos ela nesse lugar de eleita. Conhecemos como ministra de Minas e Energia, da Casa Civil e até respeitamos o trabalho dela, mas daí a ser presidente da República?”

Clésio Andrade, o dono do Instituto Sensus anunciando pelo Twitter que está fazendo campanha para Dilma em Minas Gerais.

Do blog do Aluizio Amorim:

Olhem aí. Este é o Clésio Andrade, o dono do Instituto Sensus anunciando pelo Twitter que está fazendo campanha para Dilma em Minas Gerais. Ele é mineiro. O Sensus errou feio no primeiro turno. Sempre dá altas vantagens para a Dilma. Qual a isenção e a confiabilidade de um instituto cujo dono é aliado do PT?

Mas os jornalões se negaram a veicular a pesquisa do Instituto GPP que é mais honesto. Na sua home-page na internet informa que realizou a pesquisa sob encomenda do vice de Serra, o deputado Índio da Costa, que registrou a pesquisa no TSE, liberando assim sua divulgação, conforme já postei aqui no blog mais abaixo.

Venho alertando antes mesmo do início da campanha que o Brasil está sendo alvo do maior embuste de sua história. Imaginem, uma candidata que não tem nenhuma história política e que deseja pular do nada para a Presidência da República.

Esse embuste, conforme já alertei, envolve uma grande rede de poder que começa no Palácio do Planalto, passa pelos grandes empresários e banqueiros, institutos de pesquisa e, finalmente, a grande imprensa nacional. Todos eles juntos conspiram contra a democracia e a liberdade e tentam implantar um regime do tipo venezuelano.

Para isso tentarão calar a imprensa, como de fato já estão tentando. Não terão muito trabalho para isso, dada a notória sabujice dos donos dos grandes veículos. Resta a revista Veja que ainda resiste. Na Venezuela determinaram o fechamento de 32 emissoras de rádio e decretaram a prisão do dono do último canal de TV que denunciava as falcatruas de Chávez. Antes fecharam a melhor rede de televisão da Venezuela, que era a RCTV, que passava as novelas que o público adorava. Nem isso deixaram.

A prova está aí. Clésio posa vaidoso no Twitter e pouco está se lixando se a democracia e a liberdade estão ameaçadas. Provavelmente, considera-se amigo do "rei" e da "rainha louca".

Aprovado o Ficha Limpa!


Da Folha.com

Por 7 votos a 3, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu manter a validade da Lei da Ficha Limpa para as eleições deste ano.

Em julgamento tenso nesta quarta-feira, diante de novo impasse –quando a votação sobre o mérito da lei terminou empatada em 5 a 5–, os ministros validaram decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que barrou a candidatura de Jader Barbalho (PMDB-PA) ao Senado, quando considerou Ficha Limpa constitucional.


Coube ao ministro Celso de Mello resolver o impasse. Ele havia votado contra a validade da Ficha Limpa, acompanhando os votos de José Antonio Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Cezar Peluso.

A favor da lei estavam os colegas Joaquim Barbosa, Cármen Lúcia, Carlos Ayres Britto, Ricardo Lewandowski e Ellen Gracie.

Quando os ministros começaram a discutir como solucionar o caso, Celso de Mello pediu a palavra e sugeriu manter a decisão do TSE, por conta do empate.

Ele citou artigo 205 do regimento interno do STF, que diz: “havendo votado todos os ministros, salvo os impedidos ou licenciados por período remanescente superior a três meses, prevalecerá o ato impugnado”.

A sugestão foi seguida pelos cinco ministros favoráveis à Lei da Ficha Limpa e por Peluso, desempatando a questão pendente desde o julgamento do caso do então candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC).

Os ministros julgavam um recurso de Jader contra decisão da Justiça Eleitoral, que o considerou “ficha suja” por ter renunciado ao cargo, em 2001, para escapar de processo de cassação. A decisão só atinge Jader.

Toffoli e Gilmar Mendes queriam que Peluso proferisse o chamado voto de qualidade e resolvesse a questão. Gilmar Mendes chegou a ironizar, dizendo que o caso poderia ser resolvido no “par ou impar” ou “por um mago”.

Visivelmente alterado, Mendes chegou a chamar a lei de “barbárie da barbárie”. Segundo ele, a legislação criou regras para “tutelar a sociedade e o próprio eleitor e que gravitam em torno do nazifascismo”.

Ao final do voto de Mendes, Ayres Britto pediu a palavra: “Quero dizer que discordo em gênero número e grau de praticamente todo o raciocínio jurídico do ministro Gilmar Mendes”.

A Ficha Limpa deve voltar ao plenário do Supremo futuramente, para a análise de outros casos e poderá ter solução diversa caso o presidente Lula nomeie o novo ministro que seja contrário à legislação.

 
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