quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Número de indecisos é três vezes maior em comparação ao último pleito


Ivan Iunes/Correio Brazilense

A três dias das eleições, o número de pessoas indecisas ou que votariam em branco ou anulariam o voto é quase três vezes maior do que no mesmo período de 2006. No último pleito para presidente, em 2006, esse índice era de 5% a 72 horas de as urnas começarem a funcionar, segundo o Datafolha. Hoje, o mesmo instituto aponta em 13% a quantidade de eleitores que não escolheram entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). De olho nesse contingente, petistas e tucanos se armam para os últimos dias de campanha oficial.

As duas campanhas à Presidência atribuem o alto número de eleitores sem voto definido ao fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estar no páreo. O índice, de acordo com especialistas, revela ainda uma militância petista pouco entusiasmada com a candidata do partido. “Embora ele consiga transferir para ela quase 100% do capital político acumulado, Dilma não é Lula. O carisma, a história, nada disso pode ser comparado. Mesmo o voto consolidado não é entusiasmado, de militante, é pela continuidade do projeto. Por isso, os indecisos hoje são bem maiores do que em 2006”, aponta o presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS), Geraldo Tadeu Monteiro.

Para o PSDB, atrair esse eleitorado, avaliado em 17,5 milhões de eleitores, é a meta principal até o domingo. O perfil desse público é de mulheres com baixa escolaridade. Para os tucanos, elas refletem uma parcela do eleitorado que votaria em Lula, mas não se convenceu a fazer o mesmo com Dilma, embora também tenha restrições a Serra. “Nossas pesquisas internas mostram que há muita gente que apoia o Lula, mas não vota na Dilma, geralmente por problemas de imagem. Muitos ainda desconhecem a candidata, mas a maioria ainda não se convenceu com o discurso dela”, opina o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

No QG petista, não há como comparar as duas eleições, porque, em 2006, o nome do partido nas urnas era o de Lula, o que deixava mais clara a escolha entre seguir ou não o modelo de governo. “Há quatro anos, o quadro veio consolidado desde o primeiro turno, com algumas oscilações, mas nada muito grande. As expectativas também eram diferentes. Agora, a Dilma é uma candidata nova e o Serra tentou renovar parte do discurso. É natural que isso ocorra”, defende o líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Último fôlego
Petistas e tucanos traçaram estratégias semelhantes para os últimos três dias de campanha. Dilma tentará manter a dianteira com agendas em Minas Gerais e apostará em uma despedida emotiva do horário eleitoral, com declaração de Lula. Serra também encerrará a campanha entre os mineiros, ao lado de Aécio Neves (PSDB), na tentativa de capitalizar o potencial eleitoral do senador recém-eleito. Ontem, Dilma gravou para o programa de tevê e o tucano fez caminhada por Pernambuco. Hoje, a petista dedica o dia na preparação para o debate da Rede Globo, marcado para amanhã. Lula pedirá votos para a candidata em Pernambuco. Já o tucano tem agenda no triângulo mineiro e no norte do estado.

O embate pela tevê é tido pelos tucanos como a última oportunidade de Serra virar o jogo contra a petista. Pelos levantamentos internos do partido ele estaria pelo menos cinco pontos atrás de Dilma — as pesquisas mostram vantagem superior a 10%.

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