sexta-feira, 28 de junho de 2013

Manifestantes em Foz do Iguaçu promoveram escracho contra o torturador Mario Espedito Ostrovski


Na foto ao lado o torturador  Mario Espedito Ostrovski

Dezenas de militantes fizeram um escracho na frente do prĂ©dio onde trabalha o advogado Mario Espedito Ostrovski, nesta sexta-feira, 28, em Foz do Iguaçu. Escracho Ă© uma denĂºncia e revelaĂ§Ă£o do local de moradia e trabalho onde os torturadores que continuam soltos e sem julgamento de suas ações durante a ditadura militar.

Os jovens fizeram o manifesto, organizado com apoio do Centro de Direitos Humanos e MemĂ³ria Popular (CDHMP), em frente ao EdifĂ­cio MetrĂ³pole, onde Ostrovski possui escritĂ³rio de advocacia. Eles colaram uma faixa gigante e vĂ¡rios cartazes na fachada do prĂ©dio, localizado na Travessa Cristiano Weirich, no centro. Verdade, memĂ³ria e justiça foram as principais palavras de ordem.
O presidente do CDHMP, AluĂ­zio Palmar, contou o motivo do escracho pĂºblico. Durante audiĂªncia da ComissĂ£o da Verdade realizada aqui na cidade, duas pessoas denunciaram o Mario Espedito Ostrovski como torturador, entre elas a professora Isabel FĂ¡vero. 
“Fizemos entĂ£o essa denĂºncia em forma de protestos para expor para todas as pessoas que essa pessoa, membro da Ordem dos Advogados do Brasil, hoje uma pessoa ‘doce’, na verdade Ă© um torturador que cometeu crimes no 34º BatalhĂ£o de Infantaria do ExĂ©rcito. E como todo criminoso deve ser julgado”, relatou.
Eis algumas das mensagens levadas para as ruas: “O Brasil Ă© o Ăºnico paĂ­s da AmĂ©rica Latina que nĂ£o julgou criminalmente quem torturou e matou durante a ditadura", "pela abertura dos arquivos da ditadura", "tortura nunca mais", "para que nĂ£o se esqueçam, para que nunca mais aconteça", "por nossos mortos um minuto de silĂªncio e uma vida inteira de combate”.
Depoimento Isabel - Isabel foi presa e torturada. Ă€ ComissĂ£o da Verdade disse que recebeu choque eletrico nos mamilos, genitĂ¡lias, e extremidades do corpo. Estava grĂ¡vida de 2 meses e, dada violĂªncia sofrida, sofreu um abordo. AlĂ©m das violĂªncias fĂ­sicas, sofreu violĂªncia verbal e psciolĂ³gica. NĂ£o recebeu nenhum tipo de assistĂªncia. Sangrou durante dias, sem a possibilidade de fazer qualquer tipo de higiene. A situaĂ§Ă£o alĂ©m de dores, provocou mal cheiro, o que irritava os militares, que motivados pela irritaĂ§Ă£o agrediam mais Isabel. Era chamada de vagabunda, vadia, nojenta, e culpada pelo que o marido estava sofrendo.

Seu marido AndrĂ© tambĂ©m foi preso e torturado. Ameaçado de morte (terror), espancado. Os dois ficavam separados o que aumentava o desespero de ambos, pois apenas tinham acesso aos gritos e gemidos um do outro. Isabel relata que Lacaito carregava uma corrente com uma caveira pendurada na ponta, onde os nĂ³s delas representavam a morte de comunistas. Parte dos soldados nĂ£o aprovavam o que estava acontecendo. Contudo, estavam coagidos pelo poder instituĂ­do.
AnĂ¡lise - O reitor da Unila (Universidade Federal da IntegraĂ§Ă£o Latino Americana), cientista social, Helgio Trindade, tambĂ©m estava presente na manifestaĂ§Ă£o. Ele classificou o protesto como uma repulsa Ă s torturas e um estĂ­mulo Ă  memĂ³riaa. Na opiniĂ£o dele, o problema tem origem na anistia polĂ­tica em 1979 no Brasil, que no fundo um pacto entre "vencidos e vencedores".

“A tendĂªncia Ă© que muitos fatos polĂ­ticos importantes sejam esquecidos no Brasil. Em outros paĂ­ses, como Uruguai, Chile e Argentina, o julgamento de torturadores, inclusive com prisĂ£o reavivo mais, geraram museus, memorais. Atos simbĂ³licos para tortura nunca mais voltar”, analisou.
AgressĂ£o - O estudante Allan Camargo fez outra denĂºncia contra o advogado, envolvendo uma agressĂ£o fĂ­sica ocorrida na manhĂ£ desta sexta-feira, 28, na Avenida Brasil. A queixa foi registrada num boletim de ocorrĂªncia na 6ª SubdivisĂ£o Policial (SDP).
"Enquanto colĂ¡vamos um cartaz na Avenida Brasil, uma senhora chegou e perguntou o que era. Eu expliquei que se tratava de uma denĂºncia contra torturadores. EntĂ£o ela arrancou o cartaz da minha mĂ£o e me agrediu com um soco no rosto. Nisso um senhor me segurou pelo braço e roubou os cartazes. Posteriormente fiquei se tratava da filha do Espedito e do prĂ³prio Espedito", narrou. (Megafone)

AudiĂªncia ao vivo da ComissĂ£o Estadual da Verdade do ParanĂ¡ ocorrendo em Foz do Iguaçu

Acesso ao link:

Agora, 28/06, as 10;32 horas, ao vivo o depoimento de Jair Krischke a ComissĂ£o Estadual da Verdade/PR, na audiĂªncia que ocorre em Foz do Iguaçu. Ele Ă© um dos maiores especialistas sobre a OperaĂ§Ă£o Condor. Sistema repressivo unificado de aĂ§Ă£o dos Ă³rgĂ£os terroristas de Estado na AmĂ©rica do Sul.

VĂ­deos da audiĂªncia (27/06): 





Imagens da audiĂªncia:












 
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