As pesquisas apontam a
tendência dos votos da classe média, hoje também com o Fruet e o Greca, em
grande parte migrarem para o Ducci, como a de ele, pela boa gestão que está
sendo executada na periferia, de avançar ainda mais nos segmentos mais
populares, onde tirará muitos votos do Ratinho, que pelo que tudo indica
atingiu seu teto eleitoral.
O problema do Ratinho é o seu
perfil, tanto por ser muito jovem e administrativamente inexperiente, como pela
imagem casada com a do pai, que causa horror na classe média, e isto não dá
para mudar. Como na política nada fica com está, ou ele cresce ou cai, sendo a
segunda hipótese a mais plausível, já que parece que a sua campanha estacionou
no atual patamar (27%), são três pesquisas seguidas apontando praticamente o mesmo
porcentual.
Um grande trunfo que ele
poderia ter seria a vinda do Lula em seu apoio, mas isto é impossível de
acontecer sem que o ato venha a esfrangalhar ainda mais o PT, que aqui foi quem
viabilizou a candidatura do Gustavo.
O Fruet, tal qual a sua
campanha, deve ter entrado em depressão, pois em pouco tempo ele nem um grande
eleitor será mais, pois terá muito pouco para transferir para outro candidato,
e isto na hipótese de que ocorra segundo turno. Se as coisas continuarem com
estão para o Gustavo este corre o risco de fazer menos votos do que o Greca,
pois pelo que tudo indica acabará fazendo mais votos do que ele, já que mesmo
que lentamente continua crescendo.
Está queda do Gustavo e a sua
provável derrota reflete diretamente no projeto pessoal partidário de quem o
lançou, no caso o casal de ministros, o Paulo Bernardo e a Gleisi, e isto como
o agravante de que a Marcia, irmã do Gilberto Carvalho, corre o risco de em
Londrina perder a eleição já no primeiro turno. Sem a vitória nos principais
colégios eleitorais do estado o sonho do pedante casal se esvai.
Quanto ao Gustavo, “cristão
novo” no trabalhismo, nem o PDT ou o PT assimilaram ele enquanto candidato,
sendo que o PT praticamente impediu que os pedetista de fato assumissem sua
campanha. Ao mesmo tempo o PT até agora não mostrou por que veio, já que
qualquer candidato a vereador do alto clero petista claramente tem mais
estrutura de campanha do que o candidato “pedetista” a majoritária.
Quanto aos “famosos votos” que
o Gustavo teve para o senado, estes foram em grande parte conseguidos pela
transferência do Beto e do Luciano, e em menor parte da imagem que ele criou
via a Globo e a Veja como sendo o "Torquemada do mensalão", e nem
isto ele tem mais. Os votos transferidos pelos seus ex-amigos durante a
campanha para o senado retornam para os de direito e os que ele conseguiu no
rumoroso escândalo do mensalão, onde foi um dos principais algozes do que hoje
são julgados, ele os perde aos poucos, já que o eleitorado não perdoa, por
causa da aliança pragmática que fez com o PT, aliança está que a todo custo ele
tenta vender como programática, mas que não convence ninguém!
Com a derrocada do Fruet, na
frente por ele encabeçada, agora começa o salve-se quem puder. Com a queda sem
fim do majoritário a preocupação será salvar alguns mandatos nas proporcionais,
na vã tentativa de salvar os dedos, já que tudo indica que os anéis foram
arrancados sem vaselina pelo Ducci e o Ratinho, o que um dia o Gustavo, todo
soberbo, considerou ser “o vice ideal”, ou o perfeito aliado para o segundo
turno.
Vocês acham que a turma do PB,
que queria o Ratinho fora da disputa, vai querer apoiar o mesmo depois de este
ter atrapalhado os seus planos? Ou será possível que o orgulhoso Ratinho pai
vai se humilhar e ir implorar o apoio ainda no primeiro turno para o imponente
casal ministerial? Acredito que não!
Uma, é impossível os ministros
abandonarem abertamente o candidato que impuseram ao PT e a sociedade sem quem
sofram um tremendo desgaste por isto, duas, qual seria a reação do Gustavo caso
isto ocorresse?
O resultado é que o Lula fica
impossibilitado de apoiar o Ratinho e o casal de ministros não podem abandonar
o que ungiram!
Outro ponto importante é a
guerra intestina silenciosa que ocorre dentro do PT, onde a Dilma rompe com o
projeto de governo montado pelo Lula para ela, já que este já gerou sete afastamentos
de ministros indicados pelo Lula, ou herdados do ex-governo deste. Outra
questão importante é o fato Da Dilma não abrir mão de sua reeleição, espaço de
disputa que o Lula antes tanto sonhou.
Os lulistas, formados em sua maior parte
pela burocracia sindical, hoje já amargam os espaços de governo que perderam. A
Dilma não quis ficar refém das corporações profissionais ligadas a CUT e as
outras centrais, que em grande parte tem como foco o serviço público. Em tempos
de crise, que não é a marolinha que o Lula falou, é hora, pela linha econômica, em parte monetarista, seguida pelo governo, não de ampliar gastos e sim de cortar.
Hoje a CUT, se alinha ao Lula,
ao Zé Dirceu, ao João Paulo, etc., inimigos internos da pretensão da Dilma de
se perpetuar no poder. No PT os dois blocos estão formados e rumam para a
guerra. Neste jogo maior do que ele o Gustavo, que os lulistas enxergam como o
“Torquemada dos mensaleiros”, é fritado como a um lambari na frigideira,
repleta de óleo quente, sem dó nem piedade.
A esperança do Gustavo seria a
vinda da Dilma, mas está, preocupada com a governabilidade, não irá se arriscar
vindo a apoiar quem violentamente despenca nas pesquisas. Além deste ser odiado
por grande parte do PT hoje é o principal desafeto do governador Beto Richa, do
qual ela, por causa da governabilidade, necessita manter uma relação amistosa.
Quadro muito semelhante ao que ocorre em Pernambuco, onde o PT também lançou um
candidato contra o PSB, partido que é da base aliada do governo federal, e o
que ocorre aqui, onde o candidato do Eduardo Campos é o Luciano Ducci, como o
que ocorre lá, onde o candidato do partido é o Geraldo Julio, faz o PSB
Nacional ameaçar o rompimento com o governo federal e o lançamento da
candidatura própria em 2004, e isto não interessa a Dilma, que além da
perspectiva futura de reeleição tem hoje de se preocupar com a governabilidade.
Nesta eleição o centro
do jogo não são os interesses da Gleisi ou do Lula, e sim os da Dilma!