terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Uruguai pedirá perdão por crimes da ditadura


O Estado uruguaio assumirá sua responsabilidade nas violações aos direitos humanos cometidas durante a ditadura militar (1973-1985) durante um ato de reparação a Macarena Gelman, filha de desaparecidos, anunciou nesta segunda-feira (16) o chanceler Luis Almagro.

De acordo com Almagro, "será um ato simbólico de reparação às vítimas". O chanceler também informou que os detalhes sobre o ato ainda serão definidos, mas deve acontecer em 21 de março no Palácio Legislativo, com a presença do presidente do país, José "Pepe" Mujica.

O ministro das Relações Exteriores sustentou que os detalhes serão conversados com Gelman no decorrer da semana e definidos posteriormente pelo Conselho de Ministros, quando as sessões forem retomadas em 23 de janeiro.

Almagro disse que também está previsto o pagamento de uma indenização de cerca de 500 mil dólares (cerca de 893 mil reais) fixado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Na sentença, emitida em 24 de março de 2011, o organismo também pediu que o Estado uruguaio remova os obstáculos que impedem a investigação e julgamento do caso Gelman, o que levou o Congresso a aprovar em outubro uma lei que torna imprescritíveis os crimes de lesa humanidade.

María Claudia García, nora do poeta argentino Juan Gelman, foi sequestrada junto com o marido, Marcelo Gelman, em agosto de 1976 e levada a Montevidéu, onde foi assassinada quatro meses depois, após dar a luz a Macarena. Seu corpo, no entanto, nunca foi encontrado. (Brasil Atual)

HIDROPIRATARIA NO RIO AMAZONAS

Na foto acima um dos navios da empresa transporta pelo oceano um gigantesco “bag” de água doce
Navio tanque
É assustador o tráfico de água doce no Brasil. A denúncia está na revista jurídica Consulex 310, de dezembro do ano passado, num texto sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o mercado internacional de água. A revista denuncia: “Navios-tanque estão retirando sorrateiramente água do Rio Amazonas”. Empresas internacionais até já criarem novas tecnologias para a captação da água. Uma delas, a Nordic Water Supply Co., empresa da Noruega, já firmou contrato de exportação de água com essa técnica para a Grécia, Oriente Médio, Madeira e Caribe.
Conforme a revista, a captação geralmente é feito no ponto que o rio deságua no Oceano Atlântico. Estima-se que cada embarcação seja abastecida com 250 milhões de litros de água doce, para engarrafamento na Europa e Oriente Médio. Diz a revista ser grande o interesse pela água farta do Brasil, considerando que é mais barato tratar águas usurpadas (US$ 0,80 o metro cúbico) do que realizar a dessalinização das águas oceânicas (US$ 1,50).
Há trás anos, a Agência Amazônia também denunciou a prática nefasta. Até agora, ao que se sabe nada de concreto foi feito para coibir o crime batizado de hidropirataria. Para a revista Consulex, “essa prática ilegal, no então, não pode ser negligenciada pelas autoridades brasileiras, tendo em vida que são considerados bens da União os lagos, os rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seus domínio (CF, art. 20, III).
Outro dispositivo, a Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, atribui à Agência Nacional de Águas (ANA), entre outros órgãos federais, a fiscalização dos recursos hídricos de domínio da União. A lei ainda prevê os mecanismos de outorga de utilização desse direito. Assinado pela advogada Ilma de Camargos Pereira Barcellos, o artigo ainda destaca que a água é um bem ambiental de uso comum da humanidade. “É recurso vital. Dela depende a vida no planeta. Por isso mesmo impõe-se salvaguardar os recursos hídricos do País de interesses econômicos ou políticos internacionais”, defende a autora.
Segundo Ilma Barcellos, o transporte internacional de água já é realizado através de grandes petroleiros. Eles saem de seu país de origem carregados de petróleo e retornam com água. Por exemplo, os navios-tanque partem do Alaska, Estados Unidos – primeira jurisdição a permitir a exportação de água – com destino à China e ao Oriente Médio carregando milhões de litros de água.
Nesse comércio, até uma nova tecnologia já foi introduzida no transporte transatlântico de água: as bolsas de água. A técnica já é utilizada no Reino Unido, Noruega ou Califórnia. O tamanho dessas bolsas excede ao de muitos navios juntos, destaca a revista Consulex. “Sua capacidade [a dos navios] é muito superior à dos superpetroleiros”. Ainda de acordo com a revista, as bolsas podem ser projetadas de acordo com necessidade e a quantidade de água e puxadas por embarcações rebocadoras convencionais.
Biopirataria e roubo de minérios
Há seis anos, o jornalista Erick Von Farfan também denunciou o caso. Numa reportagem no site eco21 lembrava que, depois de sofrer com a biopirataria, com o roubo de minérios e madeiras nobres, agora a Amazônia está enfrentando o tráfico de água doce. A nova modalidade de saque aos recursos naturais foi identificada por Farfan de hidropirataria. Segundo ele, os cientistas e autoridades brasileiras foram informadas que navios petroleiros estão reabastecendo seus reservatórios no Rio Amazonas antes de sair das águas nacionais.
Farfan ouviu Ivo Brasil, Diretor de Outorga, Cobrança e Fiscalização da Agência Nacional de Águas. O dirigente disse saber desta ação ilegal. Contudo, ele aguarda uma denúncia oficial chegar à entidade para poder tomar as providências necessárias. “Só assim teremos condições legais para agir contra essa apropriação indevida”, afirmou.
O dirigente está preocupado com a situação. Precisa, porém, dos amparos legais para mobilizar tanto a Marinha como a Polícia Federal, que necessitam de comprovação do ato criminoso para promover uma operação na foz dos rios de toda a região amazônica próxima ao Oceano Atlântico. “Tenho ouvido comentários neste sentido, mas ainda nada foi formalizado”, observa.
Águas amazônicas
Segundo Farfan, o tráfico pode ter ligações diretas com empresas multinacionais, pesquisadores estrangeiros autônomos ou missões religiosas internacionais. Também lembra que até agora nem mesmo com o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) foi possível conter os contrabandos e a interferência externa dentro da região.
A hidropirataria também é conhecida dos pesquisadores da Petrobrás e de órgãos públicos estaduais do Amazonas. A informação deste novo crime chegou, de maneira não oficial, ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), órgão do governo local. “Uma mobilização até o local seria extremamente dispendiosa e necessitaríamos do auxílio tanto de outros órgãos como da comunidade para coibir essa prática”, reafirmou Ivo Brasil.
A captação é feita pelos petroleiros na foz do rio ou já dentro do curso de água doce. Somente o local do deságüe do Amazonas no Atlântico tem 320 km de extensão e fica dentro do território do Amapá. Neste lugar, a profundidade média é em torno de 50 m, o que suportaria o trânsito de um grande navio cargueiro. O contrabando é facilitado pela ausência de fiscalização na área.
Essa água, apesar de conter uma gama residual imensa e a maior parte de origem mineral, pode ser facilmente tratada. Para empresas engarrafadoras, tanto da Europa como do Oriente Médio, trabalhar com essa água mesmo no estado bruto representaria uma grande economia. O custo por litro tratado seria muito inferior aos processos de dessalinizar águas subterrâneas ou oceânicas. Além de livrar-se do pagamento das altas taxas de utilização das águas de superfície existentes, principalmente, dos rios europeus. Abaixo, alguns trechos da reportagem de Erick Von Farfan:
Hidro ou biopirataria?
O diretor de operações da empresa Águas do Amazonas, o engenheiro Paulo Edgard Fiamenghi, trata as águas do Rio Negro, que abastece Manaus, por processos convencionais. E reconhece que esse procedimento seria de baixo custo para países com grandes dificuldades em obter água potável. “Levar água para se tratar no processo convencional é muito mais barato que o tratamento por osmose reversa”, comenta.
O avanço sobre as reservas hídricas do maior complexo ambiental do mundo, segundo os especialistas, pode ser o começo de um processo desastroso para a Amazônia. E isto surge num momento crítico, cujos esforços estão concentrados em reduzir a destruição da flora e da fauna, abrandando também a pressão internacional pela conservação dos ecossistemas locais.
Entretanto, no meio científico ninguém poderia supor que o manancial hídrico seria a próxima vítima da pirataria ambiental. Porém os pesquisadores brasileiros questionam o real interesse em se levar as águas amazônicas para outros continentes. O que suscita novamente o maior drama amazônico, o roubo de seus organismos vivos. “Podem estar levando água, peixes ou outras espécies e isto envolve diretamente a soberania dos países na região”, argumentou Martini.
A mesma linha de raciocínio é utilizada pelo professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Universidade Federal do Paraná, Ary Haro. Para ele, o simples roubo de água doce está longe de ser vantajoso no aspecto econômico. “Como ainda é desconhecido, só podemos formular teorias e uma delas pode estar ligada ao contrabando de peixes ou mesmo de microorganismos”, observou.
Essa suposição também é tida como algo possível para Fiamenghi, pois o volume levado na nova modalidade, denominada “hidropirataria” seria relativamente pequeno. Um navio petroleiro armazenaria o equivalente a meio dia de água utilizada pela cidade de Manaus, de 1,5 milhão de habitantes. “Desconheço esse caso, mas podemos estar diante de outros interesses além de se levar apenas água doce”, comentou.
Segundo o pesquisador do Inpe, a saturação dos recursos hídricos utilizáveis vem numa progressão mundial e a Amazônia é considerada a grande reserva do Planeta para os próximos mil anos. Pelos seus cálculos, 12% da água doce de superfície se encontram no território amazônico. “Essa é uma estimativa extremamente conservadora, há os que defendem 26% como o número mais preciso”, explicou.
Em todo o Planeta, dois terços são ocupados por oceanos, mares e rios. Porém, somente 3% desse volume são de água doce. Um índice baixo, que se torna ainda menor se for excluído o percentual encontrado no estado sólido, como nas geleiras polares e nos cumes das grandes cordilheiras. Contando ainda com as águas subterrâneas. Atualmente, na superfície do Planeta, a água em estado líquido, representa menos de 1% deste total disponível.
Água será motivo de guerra
A previsão é que num período entre 100 e 150 anos, as guerras sejam motivadas pela detenção dos recursos hídricos utilizáveis no consumo humano e em suas diversas atividades, com a agricultura. Muito disto se daria pela quebra dos regimes de chuvas, causada pelo aquecimento global. Isto alteraria profundamente o cenário hidrológico mundial, trazendo estiagem mais longas, menores índices pluviométricos, além do degelo das reservas polares e das neves permanentes.
Sob esse aspecto, a Amazônia se transforma num local estratégico. Muito devido às suas características particulares, como o fato de ser a maior bacia existente na Terra e deter a mais complexa rede hidrográfica do planeta, com mais de mil afluentes. Diante deste quadro, a conclusão é óbvia: a sobrevivência da biodiversidade mundial passa pela preservação desta reserva.
Mas a importância deste reduto natural poderá ser, num futuro próximo, sinônimo de riscos à soberania dos territórios panamazônicos. O que significa dizer que o Brasil seria um alvo prioritário numa eventual tentativa de se internacionalizar esses recursos, como já ocorre no caso das patentes de produtos derivados de espécies amazônicas. Pois 63,88% das águas que formam o rio se encontram dentro dos limites nacionais.
Esse potencial conflito é algo que projetos como o Sistema de Vigilância da Amazônia procuram minimizar. Outro aspecto a ser contornado é a falta de monitoramento da foz do rio. A cobertura de nuvens em toda Amazônia é intensa e os satélites de sensoriamento remoto não conseguem obter imagens do local. Já os satélites de captação de imagens via radar, que conseguiriam furar o bloqueio das nuvens e detectar os navios, estão operando mais ao norte.
As águas amazônicas representam 68% de todo volume hídrico existente no Brasil. E sua importância para o futuro da humanidade é fundamental. Entre 1970 e 1995 a quantidade de água disponível para cada habitante do mundo caiu 37% em todo mundo, e atualmente cerca de 1,4 bilhão de pessoas não têm acesso a água limpa. Segundo a Water World Vision, somente o Rio Amazonas e o Congo podem ser qualificados como limpos.

Laudo do IML do Rio do Grande do Sul diz que sargento estava embriagado

O Instituto Médico Legal (IML) do Rio Grande do Sul divulgou, na tarde desta terça-feira (17), o resultado do exame toxicológico do sargento da Brigada Militar gaúcha, Ariel da Silva, 40 anos, que foi morto após conflito com três policiais do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especiais (Tigre), do Paraná, no mês passado. De acordo com o laudo, o policial estava com 13,1 decigramas de álcool no sangue, quando o máximo permitido para quem vai dirigir são 2 decigramas.

Os três policiais do Tigre conversaram com peritos da polícia gaúcha na manhã desta terça-feira e, logo mais, a partir das 22 horas, será feira a reconstituição do crime em Gravataí, município onde ocorreu o incidente. A previsão é de que a equipe esteja de volta a Curitiba na noite de quarta-feira (18).

O CASO – Os três investigadores do Tigre foram a Gravataí (RS), com o objetivo de libertar dois agricultores que haviam sido sequestrados e estavam encarcerados no município. Na madrugada do dia 21 deste mês, por volta da 1h30, segundo a versão do Tigre, um homem de moto começou a seguir o carro em que estavam e, na sequência, fez uma abordagem ao grupo já com uma arma na mão, sem se identificar. Diante da situação houve troca de tiros e o indivíduo morreu.

Após o ocorrido os investigadores souberam que o homem era o sargento da Brigada Militar gaúcha, Ariel da Silva, de 40 anos. No mesmo dia foi decretada a prisão temporária dos três policiais e agora as investigações seguem com a Justiça do Rio Grande do Sul.

*Uma pergunta que fica sem resposta, será que este sargento não fazia segurança para a quadrilha de sequestradores?


Divulgado resultado da necropsia feita nos cães e gatos mortos por mulher em SP


Hemotórax, este é o resultado das primeiras necropsias feitas nos cães e gatos que teriam sido mortos por Dalva Lima da Silva, no caso da Vila Mariana, deflagrado na última sexta-feira, dia 13 de janeiro.

APOIO ÀS INVESTIGAÇÕES

Na sexta feira, acionado por associações e protetores independentes do Movimento de Defesa Animal, o Deputado Federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP) contatou o prof. Dr. Paulo Maiorka, do Departamento de Patologia Animal da Universidade de São Paulo, solicitando o apoio da Instituição na viabilização das necropsias, que deveriam ser custeadas pelas ONGs denunciantes, entre elas, a Adote um Gatinho, em laboratório particular.

O pedido foi prontamente atendido. Metade de todas as necropsias e todos os exames toxicológicos estão sendo realizados na USP, sem custo para as entidades de defesa animal.

CRUELDADE E FRIEZA

Xilazin, dopalen e cloreto de potássio, substâncias apreendidas na residência eram utilizadas para matar os animais. Injetadas no coração, provocaram seu rompimento, seguido de hemorragia (hemotórax) o que explica a palidez dos 33 cães e gatos encontrados mortos, envoltos em jornal e dentro de sacos de lixo, nas calçadas da rua da suspeita, que não negou eutanasiar os que sucumbiam a tratamento, que alegava dar a animais de rua que lhe eram entregues. Não havia conteúdo estomacal, o que indica a falta de ingestão alimentar por período prolongado.

Ao que tudo indica, não se trata de ritual religioso ou de prática apta a abastecer banco de sangue clandestino, mas sim ato compulsivo de matar. Na residência havia muitas caixas de transporte, o que indica o grande volume de animais que passavam por lá.

O detetive particular contratado, e ouvido pela polícia, confirmou número excessivo de animais que chegavam à residência e não saíam vivos, mas sim em sacos de lixo, mortos.

O inquérito policial está a cargo da Divisão de Investigação sobre Infrações contra o Meio Ambiente, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania – DPPC, que tem recebido inúmeros protetores que teriam entregue animais a Dalva, acreditando que ela os encaminharia a abrigos. Muitos, inclusive, pagavam pelo serviço.

Este fato reforça a necessidade de acolhimento de duas grandes ações empreendidas pelo Deputado Tripoli: a aprovação do PL 2833/2011, que prevê penas severas para crimes contra animais e a solicitação de criação de um serviço de perícia para crimes contra animais, através do Instituto de Criminalística, em tratativa junto à Secretaria Estadual de Segurança Pública.

Como se fossem bebês, cães entendem humanos, diz estudo

Muitas pessoas conversam com seus cachorros como se estivessem se dirigindo a seus filhos. Agora, um novo estudo relata que esses animais têm uma compreensão de uma criança de seis meses a um ano de idade, sendo capazes de compreender a comunicação humana e interpretar intenções de forma correta.

Pesquisadores da Hungria, que publicaram o estudo na revista "Current Biology", mostraram dois vídeos a um grupo de cães.

No primeiro, uma mulher diz "olá, cão", enquanto olha diretamente para a câmera. A mulher então se vira em direção a um contêiner, e o cão segue seu olhar.

No entanto, quando a mulher olha para baixo, e não para a câmera, e pronuncia a mesma frase, o cão não segue seu olhar subsequente.

Para os estudiosos, os cães captam a diferença sutil no comportamento da mulher nas duas situações, diz Adam Miklosi, biólogo comportamental da Universidade Eotvos Lorand de Budapeste, na Hungria, e um dos autores da pesquisa.

O estudo mostra que os cães são capazes de "ler" o comportamento humano, acredita o pesquisador, como os humanos em sua primeira infância.

"Os cães são funcionalmente similares a um bebê", compara Miklosi. "Não sabemos como a mente canina lida com o problema, mas deve ser provavelmente uma maneira diferente do bebê".

Os cães presumivelmente adquiriram esta habilidade após gerações de domesticação. "Estar numa família humana confere aos cães a habilidade de interagir de forma humana", diz Miklosi.

"Você realmente pode tratar seu cão como uma espécie de bebê, coisa que não faria com um bode ou outro animal doméstico", explica. (New York Times)

Luís Fernando Veríssimo: Artigo sobre o BBB*


Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. [...] Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
[...] Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores). Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

Cohapar pode entrar em área para construir moradia para população de baixa renda


O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Ari Pargendler, suspendeu decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) que impedia a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) de entrar em área em processo de desapropriação para realizar obras de caráter social e de proteção ambiental.

No processo de desapropriação, o juízo de primeiro grau deferiu a imissão provisória na posse do terreno, mas a decisão foi reformada pelo tribunal estadual. A Cohapar entrou então com pedido de suspensão de liminar e sentença no STJ, ao argumento de que a não continuidade do projeto, ainda que por determinação judicial, trará inevitável lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública.

Além disso, afirmou que mais de 600 famílias estão devidamente selecionadas para o processo de alocação habitacional de acordo com a política de moradia do estado e que a suspensão da imissão retardará a inclusão social de tais famílias, mantendo-as, inclusive, em área de manancial, o que é vedado e prejudicial ao meio ambiente.

Ao decidir, o ministro Ari Pargendler destacou que, caracterizada lesão grave a quaisquer dos interesses públicos relevantes, a suspensão da liminar é medida de justiça, notadamente porque a suspensão não se sobrepõe à autoridade da sentença definitiva.

O presidente ressaltou, ainda, que na espécie, em que há decreto declarando área de utilidade pública, e subsequente ação de desapropriação instruída pelo depósito do valor da indenização, causa grave lesão à ordem pública a decisão que inibe a imissão provisória da Cohapar naquela área, impedindo a realização das obras sociais e ambientais. (STJ)

ONU reduz previsão de crescimento do Brasil para 2,7% em 2012

A Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que a economia mundial está à beira de uma recessão, e reviu para baixo inclusive a previsão de expansão econômica para o Brasil em 2012.

Na melhor das hipóteses, o Brasil crescerá 2,7% neste ano, abaixo da média latino americana e um dos cinco países da região com a menor taxa de expansão.

Em relatório divulgado em meados do ano passado, a previsão da ONU para crescimento do Brasil em 2012 era de 5,3%. O corte na previsão para o País foi, portanto, de quase a metade da estimativa anterior.

Em um cenário pessimista para a economia mundial, a ONU alerta que o desempenho brasileiro seria ainda pior. Caso a Europa não consiga resolver seus problemas, o Brasil cresceria apenas 0,5% em 2012.

No texto, a ONU aponta que "as economias em desenvolvimento e economias em transição" devem seguir como motor para o crescimento mundial, crescendo em média 5,6% em 2012 e 5,9% em 2013. Apesar disso, o documento destaca que essas nações seguem vulneráveis às condições econômicas dos países desenvolvidos. "A partir do segundo trimestre de 2011, o crescimento econômico na maioria dos países desenvolvidos e nas economias em transição começou a desacelerar notavelmente, para um nível de 5,9% para este ano", destaca o texto.

Para a América Latina, a previsão para 2012 é de crescimento de 3,6%, e de 4,5% no ano seguinte. No caso do Brasil, a previsão para 2013 é de alta de 3,8% no PIB.

O documento destaca que, entre as principais nações em desenvolvimento, China e Índia devem permanecer com PIBs robustos, mas desacelerando. "Na China, o crescimento desacelerou de 10,4% em 2010 para 9,3% em 2011, e a projeção é que reduza mais para abaixo de 9% em 2012-2013. A economia da Índia é esperada para expandir entre 7,7% e 7,9% em 2012-2013, uma redução dos 9,0% em 2010", afirma o texto.

"Brasil e México devem sofrer desacelerações econômicas mais visíveis", afirma o documento, citando que o avanço no PIB do País já foi reduzido pela metade em 2011, para 3,7%, após uma forte alta de 7,5% em 2010, e deve desacelerar mais para 2,7% em 2012. No caso mexicano, a economia desacelerou para 3,8% de aumento no PIB em 2011 e deve desacelerar mais, para 2,5%, em 2012.

As mais recentes previsões constam do relatório World Economic Situation and Prospects 2012 (Situação Econômica Mundial e Perspectivas), desenvolvido pelo Departamento de Temas Econômicos e Sociais, pela Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e pelas cinco comissões regionais da ONU.

Pessimismo

A previsão da ONU é bem mais pessimista que as expectativas do mercado financeiro. Pesquisa Focus divulgada ontem mostra que a média das projeções para o crescimento do País nesse ano é de 3,27%.

Atento ao cenário mais fraco para a economia, o governo já começou a traçar com sua equipe uma estratégia para acelerar a expansão do PIB para 4,5% este ano, nível mínimo que cobra a presidente Dilma Rousseff.

Novas medidas voltadas para o estímulo ao crédito deverão ser acionadas mais uma vez para garantir um crescimento maior, sobretudo no segundo semestre deste ano. (AE)


Cientistas estudam rostos de macacos para entender sua evolução

Uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA) analisou 129 rostos de macacos na América Central e América do Sul em busca de pistas sobre a evolução das espécies.

Segundo o professor Michael Alfaro, os cientistas querem entender porque os macacos desenvolveram aspectos tão diferentes em seus rostos - como cores e tamanhos de pelos distintos.

Eles classificaram os rostos em 14 grupos diferentes, e também estudaram os sistemas sociais de cada espécie. Eles também pesquisaram a evolução, para entender quando cada gênero de animal começou se diferenciar dos demais.

O resultado da pesquisa surpreendeu os cientistas.

"Encontramos fortes evidências para a ideia de que quando uma espécie vive em grupos mais numerosos, os seus rostos são mais simples", disse a pesquisadora Sharlene Santana.

"Acreditamos que isso está relacionado com a habilidade de comunicação mediante expressões faciais. Um rosto mais simples permite transmitir expressões de uma forma mais fácil e clara."

Os cientistas descobriram também que quando os macacos vivem em ambientes com outras espécies semelhantes, seus rostos são mais complexos, para permitir a identificação de cada um.

Alfaro afirma que os humanos não possuem características tão diversas em seus rostos, como foi verificado nos animais, mas que ainda assim os humanos são capazes de comunicar emoções através de uma grande diversidade de expressões faciais. (BBC)

Corte no orçamento da União vai prejudicar investimento público

A exemplo do primeiro ano de gestão, a presidente Dilma Rousseff começa 2012 com a tesoura nas mãos. Nos próximos dias, o governo vai detalhar um novo pacote de cortes orçamentários, que deve ficar na casa de R$ 60 bilhões, 20% a mais do que no ano passado. A medida contribui para o cumprimento da meta de superávit primário de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB), mas deve se refletir na queda dos in­­ves­­timentos públicos.

Foi o que aconteceu em 2011, com o corte de R$ 50 bilhões anunciado em fevereiro. Pela primeira vez em oito anos consecutivos o governo reduziu o volume de investimentos em relação ao ano anterior – de R$ 47,11 bi­­lhões em 2010 para um valor en­­tre R$ 42 bilhões e R$ 45,8 bilhões (o número final ainda não foi divulgado) no ano passado. “O problema mais complexo é atingir a meta fiscal e, ao mesmo tempo, continuar investindo, o que é fundamental para melhorarmos nossa infraestrutura”, diz o economista Mansueto Almeida, que foi coordenador-geral de política monetária e financeira na Se­­cretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda entre 1995 e 1997.

Segundo ele, restará como alternativa buscar recursos na iniciativa privada. “Se o governo quiser aumentar o investimento público terá que fazer de forma indireta, abraçando a agenda de concessões e dando adeus ao discurso de ser contra as privatizações.” O primeiro passo já foi dado com as concessões dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília, que serão finalizadas neste ano.

Ontem, Dilma começou a discutir o detalhamento dos cortes de 2012 com a ministra do Plane­­jamento, Miriam Belchior. Nesta semana, o tema será abordado pela presidente em mais três reuniões com grupos de ministros (quinta-feira, sexta e sábado). A intenção é aprimorar o modelo de contingenciamento utilizado no ano passado, quando os cortes atingiram todos os ministérios.

Professor de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Ronald Hillbrecht cita que os cortes são positivos como uma forma de proteção interna. “Os países menos afetados após a crise mundial foram os que tiveram a melhor consolidação fiscal. Mas a questão está na diferença entre anunciar os cortes e depois cumpri-los”, afirma Hillbrecht.

Dos R$ 50 bilhões cortados em 2011, R$ 18 bilhões estavam destinados para investimentos. O principal alvo, no entanto, foram as emendas parlamentares, que perderam R$ 18 bilhões dos R$ 21 bilhões previstos inicialmente na lei orçamentária. A diminuição foi comprovada pela execução das emendas feitas pela bancada do Paraná. Dos R$ 302,6 milhões previstos, só R$ 32,9 milhões (11%) foram empenhados (reservados no orçamento).

“Os cortes são pedagógicos porque mostram que o governo está disposto a ser austero para evitar que o país sofra com a instabilidade econômica. Agora, a maneira de escolha do que é prioridade não tem sido a ideal”, diz o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB). O paranaense, que é vice-líder do governo na Câmara, espera que a equipe econômica seja mais cuidadosa em 2012 e admite que a nova leva de cortes tende a piorar a relação entre Planalto e Con­gresso Nacional.

Além dos parlamentares, o descontentamento já atinge setores do Poder Judiciário, que não serão contemplados com aumentos. Ainda não se sabe o impacto do contingenciamento nos concursos públicos – só no primeiro semestre estão previstas provas para preencher mais de 3 mil vagas. (AE)

O verdadeiro estupro de incapaz

SP: liminar suspende reintegração de posse em São José dos Campos


Uma liminar concedida pela Justiça Federal na madrugada desta terça-feira suspendeu a operação de reintegração de posse programada pela Polícia Militar para acontecer hoje, na comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos, no interior de São Paulo.

Com o clima tenso e a previsão de um enfrentamento entre policiais e moradores, a Justiça decidiu cancelar qualquer ação policial. Na noite desta segunda-feira, segundo a Polícia Militar, um ônibus já havia sido incendiado no local, mas ninguém ficou ferido.

De acordo com um cadastramento do município de agosto de 2010, cerca de 1,6 mil famílias moram no terreno. O acampamento foi erguido em 2004 por membros do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem-Teto (MTST) sobre uma área que pertence à massa falida da empresa Selecta, do grupo do empresário Naji Nahas. Ele é o autor da ação de reintegração de posse, acatada pela 6ª Vara Cível da cidade no fim do ano passado.

Impasse jurídico
Na última sexta-feira, os governos federal e estadual apresentaram um protocolo de intenções para evitar a reintegração de posse e regularizar a ocupação do Pinheirinho. O protocolo foi fruto de duas extensas reuniões entre representantes dos governos federal e estadual, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), moradores do Pinheirinho e da igreja católica.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, no entanto, a prefeitura pediu um prazo para analisar a proposta.

Na indicação de acordo, conforme o sindicato, o governo federal se propôs a disponibilizar verba para a compra e a regularização do Pinheirinho. Ao governo do Estado caberia o papel de fazer o projeto urbanístico e arcar com a infraestrutura. Para a prefeitura de São José dos Campos restaria a tarefa de assegurar a manutenção do número de famílias na área, aprovação e concessão de licença para os projetos de regularização, além de transformar a área em Zona Especial de Interesse Social (ZEIS).

Resistência
Os moradores do Pinheirinho se mostraram dispostos a resistir às investidas da polícia. Na sexta-feira, eles montaram uma "tropa de choque", e se armaram com capacetes, escudos e lanças improvisados.

"Vamos esperar uma posição da prefeitura, que tem apenas duas opções: assinar o protocolo de intenções já assinado pelas outras esferas de governo, ou aprovar a deflagração de uma chacina", afirmou Antonio Donizete Ferreira, advogado dos moradores do Pinheirinho. (Terra)

 
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