terça-feira, 25 de setembro de 2012

Gustavo, o "neo-socialista moreno", antes e depois de abraçar o PT


O Gustavo Fruet depois de ser "cristianizado" pelo PT ficou cheio de saudades ...


Há 63 anos ocorreu o massacre de Tupã, onde dirigentes do PCB foram assassinados

O episódio do massacre de Tupã, em que em Setembro de 1949 foram mortos na fazenda Luar três dirigentes do Partido Comunista do Brasil envolvidos na organização de camponeses no interior de São Paulo, serviu de mote para problematizar a relação entre os movimentos sociais no campo e o jogo político aberto. A escassez de informações, para a contextualização do que ocorrera em Tupã, inviabilizou o aprofundamento de um estudo de caso e redefiniu-o a partir das fontes disponíveis, que vão desde inquéritos policiais, processos jurídicos, jornais locais e partidários até alguns depoimentos de militantes, atuantes no interior do Estado, em documentos colhidos, em entrevistas, ou por intermédio da compilação de memórias, publicadas na forma de livro. As razões da inserção subalterna de camadas sociais do campo, no processo de formação da sociedade brasileira, buscaram na herança colonial o caráter híbrido de aspectos précapitalistas e capitalistas das relações de produção do campesinato brasileiro. Dentre tais aspectos, está a coação extra-econômica. O pioneirismo do Partido Comunista Brasileiro na luta camponesa e na organização dos trabalhadores rurais provou os limites da democracia formal. A análise da leitura que o Partido delas fazia para estabelecer as estratégias da atuação no campo, contraposta às das conjunturas históricas e às das particularidades regionais, às das diferentes demandas dos vários segmentos da população rural de São Paulo, revelou alguns motivos que levaram o Partido a ter maior penetração entre os lavradores em algumas regiões do interior do Estado de São Paulo e menor em outras.

VALE A PENA LER:

Vítimas do Ódio: A Militância Comunista e as Lutas Camponesas no Interior Paulista

http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/bma/33004110042P8/2009/lima_as_me_mar.pdf

Gleisi Hoffmann é quem precisa descer do palanque

Ademar Traiano

A Polícia Federal desencadeou uma operação espalhafatosa contra a Sanepar - Companhia de Saneamento do Paraná, na última quinta-feira (20). A empresa tem 50 anos e atende a 345 dos 399 municípios paranaenses, é modelo na área de saneamento e recebe prêmios nacionais. Apesar disso ela foi acusada, pelo delegado da Polícia Federal que comandava a Operação Iguaçu-Água Grande, de poluir deliberadamente os rios do Paraná e de ser uma “empresa de fachada”



O episódio provocou a mais justa revolta dos funcionários da Sanepar - tratados como membros de uma facção criminosa - e do governador Beto Richa. O governador se indignou com a agressão a Sanepar e estranhou que uma investigação - que estaria em curso há quatro anos - tivesse sido divulgada em um momento em que a Polícia Federal estava em greve, com sensacionalismo irresponsável, quando faltam apenas duas semanas para as eleições.



A ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, em visita ao Sudoeste, criticou a reação do governador contra essa agressão a uma das mais importantes empresas públicas do Estado. Ela não viu nada de estranho na ação da Polícia Federal, que enxovalhou a imagem de uma empresa que presta bons serviços ao Paraná há meio século. Ao contrário. Afirmou que Beto Richa estava “politizando a questão” e disse que o governador precisa “descer do palanque”.



Ora, ministra Gleisi Hoffmann, com todo o respeito, quem precisa descer do palanque não é o governador. Nunca antes tantos paranaenses comandaram ministérios importantes quanto agora e nunca antes na história deste Estado o Paraná foi alvo de tantas ações discriminatórias, prejudiciais e hostis. Na origem de todas essas ações foi identificado o seu grupo político.



São ministros paranaenses, além da própria Gleisi, que comanda a Casa Civil da Presidência, seu marido, Paulo Bernardo, nas Comunicações, e Gilberto Carvalho, na Secretaria-Geral da Presidência da República. São todos do PT, partido da presidente, o que deve aumentar seu poder. No entanto, o Paraná não para de sofrer prejuízos quando esse grupo entra em ação.



Só posso atribuir esse fenômeno ao fato de a própria Gleisi ser candidata ao governo do Paraná em 2014 e planejar sua ação no ministério em cima do palanque. Para o projeto político da ministra, quanto pior o Paraná estiver, melhor. O grupo político do qual Gleisi faz parte se tornou um time do gol contra, que joga contra nosso Estado e que comemora quando o Paraná sofre um prejuízo.



Vou citar alguns exemplos. Começo com algo que aconteceu no Sudoeste do Paraná - justamente onde Gleisi acusou o governador Beto Richa de não descer do palanque. Depois de muita luta trouxemos o curso de Medicina para Francisco Beltrão graças ao governador. Pois a emenda ao Orçamento de R$ 12 milhões destinada a construção do prédio que abrigaria o curso, dos deputados Nelson Meurer (PP) e Assis Couto (PT), apesar de aprovada, não foi empenhada por interferência política da ministra Gleisi Hoffmann. Nem mesmo o fato de um dos autores ser do PT, impediu Gleisi - que não desce do palanque de 2014 - de agir contra o Paraná. Pois bem, o prédio será construído pelo governo do Estado.



Outro caso, muito mais grave, envolve o PAC das concessões. Um programa de R$ 133 bilhões, que prevê a duplicação de 7,5 mil quilômetros de rodovias e a construção de 10 mil quilômetros de ferrovias. Pois esse projeto não destinou um único real para atender as demandas do Paraná. Ao contrário. O PAC projeta ferrovias que parecem ter sido concebidas deliberadamente para excluir o Paraná do mapa brasileiro e para fulminar a importância do Porto de Paranaguá, hoje o maior porto graneleiro do país.



O Paraná está liderando um movimento dos Estados do Sul junto ao governo federal para repensar o PAC das Concessões. Um projeto que, se é desastroso para o Paraná, também não é bom para os outros Estados da região. Acreditamos que seremos ouvidos pela presidente Dilma Rousseff. O Paraná, apesar do que vem enfrentando em termos de “fogo amigo”, contribui muito para o país e apresenta indicadores que ajudam o país a melhorar.



No rol de prejuízos do Paraná não dá para esquecer ainda a perda de R$ 450 milhões que o Estado terá com o corte no ICMS da energia. Somos favoráveis a medida, mas o Paraná precisa de uma compensação. Esperamos uma atitude paranista na ministra Gleisi na busca de outras alternativas para compensar o nosso Estado. 



Também vale citar a distribuição de recursos federais na Região Sul. O Paraná é o terceiro estado que menos recebe recursos do governo federal. Cada paranaense, em termos de verba da União, ganha a metade que recebe um catarinense e um terço do que ganha um gaúcho.



Estou certo que a presidente Dilma, que mantém uma relação respeitosa e republicana com o governador Beto Richa, uma relação que tem rendido – quando o trato é pessoal - projetos importantes e benefícios para o Estado, não sabe do que se passa no Paraná.



A presidente tem revelado ser uma estadista capaz de enxergar o Brasil acima das conveniências político-partidárias. É lamentável que alguns de seus auxiliares não compartilhem esse tipo de grandeza e pautem suas ações pela ótica dos palanques. Seja no palanque de 2012, seja no de 2014. Está mais do que na hora que desçam de lá e passem a trabalhar pelo Paraná e pelo Brasil.



Ademar Traiano é líder do governo na Assembleia Legislativa

Jandira acusa Paes de usar estrutura do Estado no Rio

O novo quadro eleitoral no Rio, com a disputa equilibrada entre três candidatos, revelado pelo Datafolha no fim de semana, aumentou a temperatura da campanha. Jandira Feghalli (PC do B) acusou ontem Eduardo Paes (PMDB) de usar a estrutura do governo do Estado em campanha na TV.

Jandira se referia a um vídeo divulgado no horário político em que Paes aparece dentro de uma UPA (unidade de pronto-atendimento), anunciando seus projetos para a saúde. "Tem outdoor do governo do Estado espalhado pela cidade falando de UPA e o Eduardo Paes filmou propaganda política dentro de uma UPA. Gravar campanha em espaço público é ilegal, o TRE [Tribunal Regional Eleitoral] tem que cuidar disso. É uso indevido da estrutura pública", disse Jandira, que participou de debate sobre educação ao lado de Paulo Ramos (PDT), Eduardo Serra (PCB) e Chico Alencar (PSOL).


As UPAs são o principal projeto do governo Sérgio Cabral (PMDB) para a saúde.


Paes não quis comentar as acusações. "Eu trato da minha eleição, o que os outros candidatos pensam compete somente a eles", disse. (Uol)


População residente rural é 15% do total da população brasileira


A ocupação rural no Brasil é de 29,37 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A base de dados é de 2011 e mostra que a população residente rural representa 15% da população total residente no Brasil, que é de 195,24 milhões de pessoas.

A população rural entre 15 e 54 anos corresponde a cerca de 16 milhões de pessoas e abrange, em termos percentuais, 54,8% da população rural. Os dados da agricultura foram compilados pelo coordenador da Assessoria de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques.

O estudo mostra ainda que a população ocupada em atividades agrícolas soma 14,7 milhões de pessoas, sendo que a maioria é composta por empregados, 28,4 %, e por autônomos, 29,6%. Sob esse aspecto, chama atenção que as pessoas são as ocupadas nas atividades primárias da agropecuária, que corresponderam a 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB) da economia em 2011.

– Portanto, o setor compreendido pelo agronegócio abrange além dessas atividades primárias, outras até chegar ao consumidor final, no mercado interno ou ao mercado internacional, e corresponde a 22,2 % do PIB da economia – constata Gasques.

Entre 2009 e 2011, houve uma redução de cerca de um milhão de pessoas ocupadas na agricultura. Essa redução representa uma realocação de pessoas para outros setores, uma vez que o processo de crescimento econômico verificado na agricultura transfere atividades para outros segmentos da economia, como a agroindústria e serviços. 

Com relação ao grau de instrução, os dados da Pnad mostram também que 57% da população rural tem entre 4 e 14 anos de estudo, e que 22,5% não têm instrução ou tem menos de um ano de estudo; na população urbana este percentual é de 9,7%.


Comissão da Verdade cria grupo para investigar a Operação Condor


A Comissão Nacional da Verdade criou Grupo de Trabalho para investigar atividades da Operação Condor. Em resolução publicada nesta terça-feira (25) no Diário Oficial da União, a comissão diz que o grupo irá atuar dentro da temática da cooperação internacional entre os órgãos de informação e contra informação dos países da América Latina, "em especial a Operação Condor".
A Operação Condor foi uma aliança entre as ditaduras da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, que tinha o objetivo de repreender opositores a esses regimes e eliminar os considerados subversivos.O objetivo do grupo, diz a resolução, é "esclarecer fatos, circunstâncias e autorias de casos de graves violações de direitos humanos, como torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres", relacionados à operação. Além disso, deve "identificar e tornar públicos estruturas, locais, instituições e circunstâncias de violações de direitos humanos", além de examinar acervos referentes ao tema, inclusive situados no exterior.
A Comissão da Verdade convida para compor o grupo de trabalho: Rosa Maria Cardoso da Cunha (para presidir o grupo); Heloísa Maria Murgel Starling; Paula Rodríguez Ballesteros e Luiz Cláudio Cunha. Além disso, permite que sejam convidados especialistas, representantes de órgãos e entidades públicas ou privadas e representantes da sociedade civil para participar de reuniões do grupo. A resolução da Comissão esclarece ainda que "a participação no Grupo de Trabalho será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada". (AE)

Operação Condor foi criada pela ditadura brasileira, afirmam ativistas

A articulação política e militar das ditaduras na América Latina, chamada de Operação Condor, foi criada pelo regime brasileiro A posição é do presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke. O objetivo era eliminar ativistas de esquerda que lutavam contra a repressão em seus respectivos países.
Krischke contou que já ouviu muito sobre a responsabilidade dos Estados Unidos na operação, mas que não é possível aceitar que se isente o Brasil. “Quem criou a operação foi a ditadura brasileira; afirmo mesmo sem poder comprovar com documentos. Quando ocorreu o golpe no Chile, em 1973, o embaixador brasileiro no país disse: ‘Ganhamos’. Mais de cinco mil brasileiros estavam exilados lá. Logo depois do golpe, mais de 100 foram presos”, disse.
Já para o presidente da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, Marco Antônio Barbosa, o Brasil foi um dos protagonistas da operação. “Em 1974, houve uma reunião de oficiais em Buenos Aires para um acordo sobre os mecanismos repressivos que seriam usados. A operação foi adotada como política de Estado”, disse hoje (5) em seminário sobre a Operação Condor promovido pela Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, na Câmara dos Deputados.
A professora e diretora do Programa de Estudos sobre a América Latina na Long Island University de Nova Iork, J. Patrice McSherry, fez um relato do papel dos Estados Unidos na Operação Condor. Ela afirmou que há evidências de que os Estados Unidos fortaleceram as ditaduras na América Latina e deram a elas uma aparência de legalidade.
A professora disse que nos anos 70, durante a Operação Condor, os Estados Unidos colocaram à disposição da operação um sistema de telecomunicações com base no Panamá. “Essa é uma prova do papel encoberto dos Estados Unidos na operação. Essa base de telecomunicação foi uma plataforma para a intervenção na América Latina”, disse. Ela afirmou ainda que os norte-americanos queriam manter a América Latina como uma área de influência, como um império informal. “Havia uma preocupação em combater o comunismo e havia interesse econômico e político na região”, afirmou.
Julgamento de torturadores
O advogado Antônio Campos disse que o julgamento das pessoas que cometeram tortura durante a ditadura militar não é vingança, mas justiça. “Mesmo que a justiça não seja feita, a história é sábia e colocará as coisas no seu devido lugar. A verdade prevalecerá”, afirmou.
Já Jair Krischke disse que será dada aos torturadores a oportunidade que eles negaram a suas vítimas: o direito a ampla defesa. “Esses crimes transcendem territórios nacionais, ofendem a humanidade, não podem passar em branco. Temos uma jurisdição internacional que mostra que a tortura é crime de lesa-humanidade e, por isso, imprescritível”, disse.
Eles se pronunciaram depois da participação de um estudante de direito que afirmou que sentia que havia uma busca de vingança e não de justiça em relação às vítimas da ditadura.
A deputada Érika Kokay (PT-DF) afirmou que é preciso resgatar a verdade para que se faça justiça. “Temos que romper a impunidade, não podemos sair da ditadura como se ela não tivesse existido. É preciso jogar luz na história para organizar o nosso futuro. Quantos querem enterrar os seus entes queridos e não conseguem identificá-los? Vamos fechar a ferida. A verdade cura”, declarou. (RB)


Pressa na sabatina de ministro gera rumor de interferência no mensalão


Às pressas e sob protestos da oposição, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado realiza hoje a sabatina do indicado pela presidente Dilma Rousseff para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. Até agora, Zavascki não esclareceu se pretende participar do julgamento do mensalão – o que, nos bastidores, tem gerado a especulação de que ele poderia ter sido indicado com o intuito de atrasar o caso. Para ser empossado no STF, um ministro tem de ser sabatinado e aprovado pelos senadores.
“Será uma das principais perguntas que faremos a ele [se Zavascki irá participar do julgamento]”, diz o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias. O tucano trabalha desde ontem pelo adiamento da sessão, o que não deve ocorrer.
Entre agosto e setembro, estavam previstas apenas quatro semanas de votações no Senado dentro de um regime de “esforço concentrado”, o que permite aos senadores mais tempo para participar das eleições municipais – sem desconto de salários ou benefícios. As sessões deliberativas desta semana e a sabatina não constavam do calendário original e foram convocadas em caráter extraordinário pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Além da indicação de Zavascki, a decisão mais aguardada é a votação em plenário da medida provisória que trata de mudanças no Código Florestal. Os dois assuntos acabaram “costurados” para dar agilidade às votações.
A sabatina na CCJ está marcada para as 14 horas, mas terá de ser encerrada com o início da votação em plenário, às 16 horas. Com isso, haverá apenas duas horas para questionamentos. Última ministra a ser nomeada para o STF, em dezembro do ano passado, Rosa Weber foi sabatinada por cinco horas pelos senadores.
Plenário
Depois da apreciação na CCJ, a indicação de Zavascki segue para o plenário. De acordo com o senador paranaense Sérgio Souza (PMDB), a expectativa é que toda a tramitação acabe hoje, o que permitiria que a posse do novo ministro no STF ocorresse amanhã. “A dúvida é apenas o quórum”, diz Souza.
Do outro lado, Alvaro reclama do que chama de “excesso de ligeireza”. Segundo ele, não há dúvidas sobre a capacidade técnica de Zavascki, que é ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde 2003. Mas a pressa pode estar relacionada a uma tentativa de interferir nos rumos do julgamento do mensalão. Desde a aposentadoria compulsória de Cezar Peluso, no dia 31 de agosto, a análise do processo transcorre com 10 ministros.
Sequência
O professor de Direito Constitucional Paulo Blair, da Universidade de Brasília, explica que o novo ministro tem o direito de julgar todos os pontos do processo que não tiveram decisões proferidas por Peluso. Por sugestão do relator do caso, Joaquim Barbosa, a análise está sendo feita de forma “fatiada”. Peluso votou apenas na primeira de sete “fatias” do processo, que trata de desvios no Banco do Brasil e na Câmara dos Deputados.
Outros dois núcleos já foram julgados sem Peluso. Atualmente, os ministros avaliam o tópico sobre compra de apoio parlamentar no Congresso. Depois disso, entram no ponto mais sensível da denúncia, sobre a participação de dirigentes petistas, como o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, como mentores do esquema de corrupção.
Blair também afirma que Zavascki, caso aprovado, tem direito a pedir vista do processo, o que pode atrasar o desfecho do julgamento por tempo indeterminado. Na opinião do professor, contudo, a tendência é que o novo ministro não participe do caso. “Tenho a impressão de que a probabilidade maior é que ele não se considere apto por não ter participado desde o início do julgamento.” (GP)

Novo ministro do STF votou contra prisão de Arruda e a favor de Palocci


Indicado ontem para ocupar a vaga de Cezar Peluso no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Teori Zavascki votou contra a prisão do ex-governador José Roberto Arruda, acusado de chefiar o chamado mensalão do DEM no Distrito Federal, e foi o responsável pelo voto condutor que absolveu o ex-ministro Antonio Palocci em um processo por improbidade administrativa. Teori foi indicado pela presidente Dilma Rousseff e terá de passar por uma sabatina no Senado para assumir o cargo. Ainda não se sabe se, caso seja aprovado na sabatina, ele participará do julgamento do mensalão.
Na época do julgamento do escândalo que ficou conhecido como mensalão do DEM, Zavascki chegou a ser criticado pelo Ministério Público Federal. Procuradores que participaram da investigação disseram, em caráter reservado, que Zavascki se prendeu a uma filigrana jurídica ao julgar o caso. Arruda foi filmado contando dinheiro e se tornou o primeiro governador a ser preso no exercício do cargo sob acusação de desviar dinheiro público. Ele foi expulso do DEM e teve o mandato cassado por infidelidade partidária.
A prisão de Arruda teve só dois votos contrários, de Zavascki e do ministro Nilson Naves. Arruda foi mandado para a cadeia por 12 votos a 2, em sessão do órgão especial do STJ em fevereiro de 2010. No julgamento, Zavascki alegou que não havia necessidade de prisão e que Arruda só poderia ser processado com autorização da Câmara Legislativa, onde ele tinha maioria.
Em novembro de 2010, Zavascki foi o responsável pelo voto condutor que absolveu Antonio Palocci em um processo por improbidade administrativa. Todos os ministros da 1.ª Turma do STJ seguiram a manifestação favorável a Palocci, então coordenador da campanha de Dilma Rousseff à Presidência. Depois disso, ele assumiu a Casa Civil. Palocci era acusado de ter se envolvido em irregularidades em um contrato milionário firmado por dispensa de licitação quando era prefeito de Ribeirão Preto (SP). O MP questionava o fato de ele ter contratado de maneira irregular e por dispensa de licitação um instituto de informática.
Mensalão
Zavascki poderá participar do julgamento do mensalão se o caso estiver em pauta quando tomar posse. A expectativa dos próprios ministros, no entato, é que ele fique de fora, pois existe a possibilidade de os réus já terem sido julgados e também de ele não ter pleno conhecimento dos autos. Ontem, porém, os ministros foram cautelosos a falar sobre a possibilidade da participação de Zavascki no julgamento do caso. “Se vier a tempo de participar do processo, tudo bem. Aí ele tem todos os poderes iguais aos ministros”, disse o presidente do STF, Carlos Ayres Britto. O presidente da Comissão de Constituição de Justiça do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse que pretende sabatinar Zavascki no começo de outubro. Se aprovado, a posse ocorreria de duas a três semanas depois. O ministro Marco Aurélio Mello disse que o substituto poderia participar do julgamento, mas não poderia pedir vista.
Zavascki foi a mais rápida indicação de Dilma ao STF. Foram 11 dias desde a saída de Peluso. Rosa Weber foi escolhida três meses após Ellen Gracie sair, e Luiz Fux, seis meses após Eros Grau se aposentar. Dilma iria esperar o fim do julgamento do mensalão para anunciar o indicado, mas antecipou o anúncio para encerrar pressões do PT de São Paulo e de magistrados que defendiam um nome do estado. (GP)


Justiça determina mudança em atestado de óbito de Herzog




Atendendo a pedido da Comissão Nacional da Verdade, o juiz Márcio Martins Bonilha Filho, da 2.ª Vara de Registros Públicos do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou na segunda-feira, 24, a retificação do atestado de óbito de Vladimir Herzog. Pela determinação judicial, daqui para a frente constará que a morte do jornalista "decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do 2.º Exército-SP".

Herzog foi preso no dia 25 de outubro de 1975, no período do regime militar, e levado para interrogatórios nas dependências do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do 2.º Exército. Na versão das autoridades da época, ele teria cometido suicídio na prisão.

No laudo da época, assinado pelo legista Harry Shibata, consta que Herzog morreu "por asfixia mecânica" – expressão utilizada para casos enforcamento.

A recomendação ao magistrado foi assinada pelo coordenador da Comissão da Verdade, ministro Gilson Dipp. Segundo o advogado José Carlos Dias, que também faz parte do colegiado, a decisão judicial deverá ter forte repercussão.

"Existem muitos casos semelhantes. Nós já estamos estudando outros para encaminhar à Justiça", afirmou.

Trata-se de decisão de primeira instância. A Promotoria de Justiça, que se manifestou contra a mudança, pode recorrer.

Reconstrução. A Comissão da Verdade tomou a iniciativa atendendo a solicitação da viúva do jornalista, a publicitária Clarice Herzog. No texto da sentença, o juiz Bonilha Filho afirmou que a Comissão "conta com respaldo legal para exercer diversos poderes administrativos e praticar atos compatíveis com suas atribuições legais, dentre as quais recomendações de ‘adoção de medidas destinadas à efetiva reconciliação nacional, promovendo a reconstrução da história’".

O juiz lembrou que, em 2011, a Justiça já reconheceu que o laudo pericial feito na época está incorreto e que a morte não ocorreu por suicídio. Diante do argumento do promotor de que seriam necessários novas investigações para determinar a causa da morte, antes da mudança no atestado, Bonilha Filho argumentou: "Seria verdadeiramente iníquo prolongar o martírio da viúva e dos familiares e afrontar a consciência pública nacional a renovação da investigação".

Para o juiz, "há muito ficou apurado, em termos de convicção inabaláveis, por via jurisdicional comum, que o jornalista Vladimir Herzog perdeu a vida em razão de maus tratos e de lesões sofridas, em circunstâncias de todos conhecidas."

A família de Herzog, que nunca acreditou nas informações dos militares sobre suicídio, esperou 37 anos para conseguir a mudança no atestado de óbito. (AE)

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | belt buckles