quarta-feira, 13 de março de 2013

Quem Ă© o papa Francisco?


O jesuĂ­ta cardeal Jorge Mario Bergoglio, novo papa eleito com o nome de Francisco, participa da reacionĂ¡ria Fraternidade ComunhĂ£o e LibertaĂ§Ă£o. Ele Ă© extremamente conservador, e um grande inimigo da Teologia da LibertaĂ§Ă£o.

Na eleiĂ§Ă£o do novo papa em 2005 ele foi um forte concorrente e quase ganhou a disputa de Bento XVI. Ao contrĂ¡rio de Bento XVI, que embora fosse extremamente conservador teve profundas ligações com a integrista catĂ³lica, mas neoliberal Opus Dei, este novo papa representa a linha integrista adotada por LeĂ£o XIII, Pio X e Pio XII, que Ă© a volta do mais puro conservadorismo catĂ³lico, onde a igreja tentarĂ¡ se mostrar como uma “nova opĂ§Ă£o” de poder. Durante o Ă¡pice da crise Argentina ele fez o discurso contra a esquerda, ao mesmo tempo em que questionava a globalizaĂ§Ă£o liberal burguesa, discurso que nĂ£o tem nada de novo, e faz voltar Ă  visĂ£o catĂ³lica que levou ao surgimento do fascismo, do salazarismo, etc..

Quando a Ordem dos JesuĂ­tas começou na Argentina a seguir os caminhos do Vaticano II, e da sua expressĂ£o mĂ¡xima que foi a Teologia da LibertaĂ§Ă£o, dentro desta Ordem ele foi um dos principais responsĂ¡veis por frear avanço desta TendĂªncia. Enquanto provincial jesuĂ­ta na Argentina, organizaĂ§Ă£o que lĂ¡ dirigiu com braço de ferro, Bergoglio ordenou que os jesuĂ­tas continuassem seu trabalho nas parĂ³quias e atuassem como vigĂ¡rios em vez de se meterem em “comunidades de base” e ativismo polĂ­tico em defesa da “Igreja dos pobres”, da do  “Cristo vivo”, papel que a Teologia da LibertaĂ§Ă£o defende, que considera uma forma de estimular a luta entre as classes sociais.

Na Argentina Ele foi acusado de retirar proteĂ§Ă£o de sua ordem a dois jesuĂ­tas que foram sequestrados clandestinamente pelo governo militar por fazerem trabalho social em bairros muito pobres. Os padres foram presos e torturados, mas sobreviveram a prisĂ£o.
O fato foi descrito no livro "SilĂªncio", do jornalista Horacio Verbitsky, que Ă© presidente da CELS, entidade defensora dos direitos humanos. A publicaĂ§Ă£o relata o testemunho de Orlando Yorio, um dos jesuĂ­tas sequestrados, presos e torturados, fato que o novo papa sempre negou.
O sociĂ³logo Fortunato Mallimacci, ex-decano da Faculdade de CiĂªncias Sociais da Universidade de Buenos Aires disse que a histĂ³ria o condena, deixando claro que ele Ă© alguĂ©m contrĂ¡rio a todas as experiĂªncias progressistas dentro da Igreja. O  Mallimacci tambĂ©m disse que Ă© certo de que ele, na Ă©poca da ditadura militar, esteve muito perto do comando dos militares.

Na mesma Ă©poca, nos anos setenta na Argentina , na provĂ­ncia de La Rioja, ocorreram os assassinatos dos padres Carlos de Dios Murias e Gabriel Longueville, ligados ao tambĂ©m assassinado bispo Enrique Angelelli, uma das figuras emblemĂ¡ticas da “Teologia da LibertaĂ§Ă£o”. A Igreja na Argentina se calou.
 Ele defende a organizaĂ§Ă£o das classes de forma corporativa  como a uniĂ£o das mesmas em prol do estado nacional. Ideia pregada por LeĂ£o XIII, que posteriormente deu origem ao fascismo e a outros “ismos” de extrema direita.

Do ponto de vista da “moral” e dos “bons costumes” Bergoglio Ă© visto como um ortodoxo inflexĂ­vel em matĂ©ria de moral sexual, assim nĂ£o aceitando o sexo livre, tanto em relaĂ§Ă£o aos heteros, como Ă© totalmente contrĂ¡rio ao homossexualismo, contra a adoĂ§Ă£o de crianças por casais gays, como convicto opositor ao aborto, sendo este Ăºltimo Ă© o Ăºnico ponto em comum encontrado entre os conservadores, os moderados e os progressistas.

Ao contrĂ¡rio de Bento XVI, que se aliou aos diversos grupos da extrema direita catĂ³lica para chegar ao poder, mas depois de eleito em parte mudou o discurso ao pregar a unidade de todos os setores da Igreja em prol do fortalecimento do catolicismo neste momento de extrema crise que a ICAR passa: pedofilia, corrupĂ§Ă£o, etc., o que irritou aos seus, mas nĂ£o trouxe para perto de si os progressistas, que antes perseguiu e tentou destruir, assim se isolando a direita e a esquerda, este novo papa nĂ£o cometerĂ¡ o mesmo “erro fatal”, que levou o outro a renunciar.

 O papa Francisco estĂ¡ Ă  direita de Bento XVI. Mais a direita do que ele somente a TFP e outras Ordens mergulhadas na escuridĂ£o total da Idade MĂ©dia.

Embora o novo papa, tal qual o antecessor, estejam muito mais para as teses do ConcĂ­lio Vaticano I, as defendidas pela TFP, do que as que foram apresentadas no Vaticano II. Qualquer desavença que tenham se dĂ¡ entre integristas, entre os que defendem a ideia da Igreja fechada em si mesmo, e nĂ£o dĂ¡ aberta para o mundo.

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