sĂ¡bado, 29 de outubro de 2011

Asteroide passarĂ¡ a uma distĂ¢ncia menor que a da Terra Ă  Lua

Mais um outro asteroide deve passar perto da Terra, mas desta vez o objeto estarĂ¡ a 325 mil km do planeta --uma distĂ¢ncia que Ă© menor do que os cerca de 386 mil km que nos separam da Lua nessa Ă©poca.

A data serĂ¡ 8 de novembro, Ă s 20h28 (horĂ¡rio de BrasĂ­lia), pelos cĂ¡lculos da Nasa (agĂªncia espacial americana).

O asteroide 2005 YU55 tem a medida aproximada de quatro campos de futebol e Ă© um acontecimento aguardado pelos astrĂ´nomos, que desejam estudĂ¡-lo. JĂ¡ estĂ£o a postos todos equipamentos de observaĂ§Ă£o possĂ­veis.

Sete anos atrĂ¡s, noticia o site Space.com, o 2005 YU55 foi considerado como sendo um "potencialmente perigoso" --ou seja, haveria uma possibilidade de ele atingir a Terra, caso sofresse uma mudança na sua rota por alguma influĂªncia externa.

Para os alarmistas, porĂ©m, vai o aviso: serĂ¡ difĂ­cil o objeto atingir o planeta.

Um evento como esse Ă© raro e nĂ£o ocorre hĂ¡ 25 anos pelo menos, segundo a Nasa.

GrĂ¡vida sobrevive apĂ³s cair do 10º andar de prĂ©dio em FlorianĂ³polis

Uma mulher de 25 anos, grĂ¡vida de dois meses, caiu na quinta-feira de uma altura de aproximadamente 30 metros de um prĂ©dio, no centro de FlorianĂ³polis. A diarista Daiane Beatriz Maciel despencou do 10º andar do edifĂ­cio Boulevard Saint Michel, na Rua Esteves JĂºnior, no centro, e teve a queda amortecida por uma Ă¡rvore.

Ela limpava a janela do apartamento quando se desequilibrou e caiu. A diarista foi socorrida pela equipe do Serviço de Atendimento MĂ³vel de UrgĂªncia (Samu) e levada para o Hospital Governador Celso Ramos. Daiane sofreu arranhões e escoriações e continuava internada na noite desta sexta-feira em observaĂ§Ă£o por causa de um pequeno sangramento abdominal.

De acordo com o mĂ©dico Felipe Barbieri, o quadro de Daiane Ă© estĂ¡vel e ele vai aguardar pelo menos 72 horas antes de sugerir algum procedimento mais agressivo. "É quase um milagre. Pacientes chegam de todas as maneiras ao pronto-socorro e por muito menos temos ferimentos mais graves. Normalmente os pacientes nĂ£o suportam esse tipo de acidente. Acredito que passado o perĂ­odo de observaĂ§Ă£o e a superaĂ§Ă£o desse sangramento ela seja liberada", afirma o mĂ©dico confirmando que Daiane nĂ£o teve fraturas.

De acordo com informações de trabalhadores de uma obra prĂ³xima o socorro teve dificuldades para atender Ă  ocorrĂªncia porque o terreno onde a diarista caiu tem dois cachorros da raça Rottweiler e estĂ¡ desocupado. "Vimos um vulto e um estouro na Ă¡rvore. Logo chegamos mais perto e vimos a mulher na copa da Ă¡rvore. Chamamos por ela atĂ© que ela acordou. Nesse meio tempo o pessoal do socorro chegou e levou ela para o hospital", detalha o pintor Ariovaldo Jorge Amorim. (AE)

No Sri Lanka com a agricultura ocupando as Ă¡reas tradicionais de alimentaĂ§Ă£o dos elefantes existe uma guerra entre estes e os humanos

Herton Escobar

Todas as noites, apĂ³s o jantar, milhares de agricultores no Sri Lanka pedem licença Ă s suas famĂ­lias e se retiram de casa para dormir em cabanas de palha construĂ­das no alto das Ă¡rvores. Levam Ă¡gua, lanterna, um ou dois rojões, telefone celular, e nĂ£o descem de lĂ¡ atĂ© o amanhecer. Passam as noites meio acordados meio dormindo, vigiando suas plantações contra o ataque de elefantes.

“Dos 12 meses do ano, acho que passo sĂ³ 2 dormindo em casa, com minha famĂ­lia”, conta A. G. Bandaranaike, plantador de arroz dos arredores de Sigiriya, na regiĂ£o central do Sri Lanka. “É uma pena, mas nĂ£o temos outra opĂ§Ă£o. Nossas vidas dependem dessa produĂ§Ă£o.” Se os elefantes vierem matar a fome com o seu arroz, sua famĂ­lia poderĂ¡ nĂ£o ter o que comer depois.

O conflito entre seres humanos e elefantes Ă© um problema sĂ©rio no Sri Lanka, uma ilha de 65,6 mil quilĂ´metros quadrados, nĂ£o muito maior do que a ParaĂ­ba, com 21 milhões de habitantes e mais de 5 mil elefantes selvagens. Cerca de 50 pessoas e 150 elefantes morrem em mĂ©dia todos os anos no paĂ­s, vĂ­timas de confrontos por espaço e alimento entre as duas espĂ©cies. Em 2010, esses nĂºmeros escalaram para 81 e 227, respectivamente.

Um conflito que Bandaranaike e seus vizinhos conhecem muito bem. DifĂ­cil achar alguĂ©m no interior do Sri Lanka que nĂ£o tenha uma histĂ³ria de elefante para contar. Relatos de plantações invadidas, casas danificadas e atĂ© colisões de trĂ¢nsito sĂ£o comuns em vĂ¡rias vilas.

Franzino, mas energĂ©tico, aparentando ter bem menos do que os seus 43 anos, Bandaranaike relata de maneira teatral o enfrentamento que ele, o cunhado e mais dois amigos tiveram com um elefante alguns dias antes. Estavam afugentando dois elefantes de uma plantaĂ§Ă£o vizinha quando Bandaranaike ouviu gritos alertando que havia um terceiro animal em sua terra. Todos correram para lĂ¡ e Bandaranaike usou rojões para afugentar o bicho, que correu para a floresta, mas voltou de surpresa e os atacou.

Em meio ao corre-corre, o cunhado, Loku Banda, de quase 60 anos, caiu e foi chutado pelo elefante. Foi parar no hospital com um braço quebrado, um cotovelo deslocado, e pode-se dizer que deu sorte. Ataques como esse costumam ser fatais.

Os conflitos mais graves quase sempre envolvem machos solitĂ¡rios, bem mais agressivos do que as fĂªmeas. A vida social dos elefantes no Sri Lanka Ă© organizada em famĂ­lias de parentesco direto, regidas pelas fĂªmeas mais velhas. Os machos vivem em famĂ­lia atĂ© atingirem a maturidade sexual, por volta dos 10 a 15 anos. Depois, passam a viver por conta prĂ³pria.

Na Ă©poca da reproduĂ§Ă£o, seguindo uma regra quase universal do mundo animal, eles se enfrentam pelo direito de inseminar as fĂªmeas. É natural, portanto, que cada macho procure a melhor fonte de nutriĂ§Ă£o possĂ­vel. “Para acasalar vocĂª precisa ser grande e forte. E a Ăºnica maneira de ser grande e forte Ă© se alimentando bem”, explica o pesquisador Prithiviraj Fernando, do Centro para ConservaĂ§Ă£o e Pesquisa do Sri Lanka.

Infelizmente para os agricultores, nĂ£o hĂ¡ nada numa floresta que se compare ao potencial energĂ©tico de um arrozal, um bananal ou um canavial humano, cheio de plantas suculentas e supernutritivas num sĂ³ lugar. “Os elefantes sabem disso e estĂ£o dispostos a correr riscos para obter essa refeiĂ§Ă£o”, diz Fernando. “É aĂ­ que os conflitos começam.”

Um problema semelhante ao de pecuaristas e onças no Pantanal. SĂ³ que muito maior. E mais pesado.

“Para nĂ³s, o elefante Ă© um animal magnĂ­fico, que precisa ser preservado. Para os agricultores, Ă© como uma praga. Eles nĂ£o querem matar os elefantes, mas querem uma soluĂ§Ă£o”, diz o consultor Srilal Miththapala, do setor de turismo do Sri Lanka, que estuda o conflito hĂ¡ vĂ¡rios anos.

Quando um animal causa problemas demais, os fazendeiros revidam com tiros, armadilhas, veneno, ou até bombas caseiras, escondidas dentro de melancias, que explodem na boca do elefante ao serem mastigadas. Entre 1990 e 2009, cerca de 3 mil elefantes foram mortos nesses conflitos. Quase todos eles, machos.

Elefantes adultos precisam comer pelo menos 150 quilos de vegetaĂ§Ă£o por dia. RazĂ£o pela qual passam 17 horas por dia se alimentando e precisam de Ă¡reas tĂ£o extensas para sobreviver. Com suas florestas e pastagens invadidas cada vez mais por cidades e fazendas, os conflitos tornam-se inevitĂ¡veis.

“Daqui para frente sĂ³ vai piorar,”, prevĂª a biĂ³loga Manori Gunawardena. Com o fim da guerra civil que aterrorizou o paĂ­s durante trĂªs dĂ©cadas, em 2009, vĂ¡rias Ă¡reas agrĂ­colas que estavam abandonadas – e que foram ocupadas por elefantes nesse meio tempo – estĂ£o sendo retomadas por agricultores. “Eles vĂ£o começar a plantar, e os conflitos vĂ£o começar a acontecer”, avisa Manori.

Paradoxo
Um dos ambientes favoritos dos elefantes sĂ£o as florestas secundĂ¡rias de “chena”, ou coivara, nome dado Ă  prĂ¡tica de agricultura com fogo, em que o produtor faz uma rotaĂ§Ă£o de terras, deixando a mata crescer e queimando-a de tempos em tempos para fertilizar o solo. A vegetaĂ§Ă£o dessas Ă¡reas Ă© composta de plantas de vida curta e crescimento rĂ¡pido, que sĂ£o mais palatĂ¡veis para os elefantes.

Assim, ironicamente, ao desmatar florestas primĂ¡rias e substituĂ­-las por florestas secundĂ¡rias, os agricultores favorecem a reproduĂ§Ă£o dos elefantes, fornecendo-lhes uma fonte abundante de alimento. AlĂ©m disso, milhares de lagos artificiais espalhados pela ilha, construĂ­dos para irrigaĂ§Ă£o, funcionam como oĂ¡sis, mantendo os elefantes bem hidratados nos perĂ­odos de seca.

“É por isso que temos uma densidade tĂ£o grande de elefantes”, diz o pesquisador Devaka Weerakoon, da Universidade de Colombo. “Se nĂ£o fosse pela interferĂªncia humana, o nĂºmero de animais seria bem menor.”

O resultado Ă© um cenĂ¡rio paradoxal, em que a ocupaĂ§Ă£o de habitats naturais ao mesmo tempo encurrala os elefantes e favorece a sua multiplicaĂ§Ă£o, criando uma densidade populacional excessiva que sĂ³ aumenta os conflitos e dificulta a conservaĂ§Ă£o da espĂ©cie.

A soluĂ§Ă£o padrĂ£o adotada nas Ăºltimas dĂ©cadas foi a transferĂªncia de elefantes de Ă¡reas de conflito para parques nacionais, onde imaginava-se que eles viveriam felizes para sempre. Mas nĂ£o.

Mesmo com os parques cercados por cercas elĂ©tricas, a maioria dos machos escapa Ă  força e volta Ă  sua regiĂ£o de origem – Ă s vezes caminhando centenas de quilĂ´metros para isso. Os que nĂ£o conseguem fugir (em geral fĂªmeas e jovens) permanecem prĂ³ximos Ă s cercas e sofrem com a escassez de alimento dentro dos parques, que muitas vezes nĂ£o tĂªm vegetaĂ§Ă£o suficiente para sustentar tantos elefantes. No Parque Nacional de Yala, vĂ¡rios chegaram a morrer de fome, diz Weerakoon, mostrando-me fotos de elefantes esquĂ¡lidos ao lado das cercas.

Estudos recentes mostram que os elefantes do Sri Lanka, diferentemente dos africanos, nĂ£o sĂ£o migratĂ³rios. Eles circulam por Ă¡reas relativamente pequenas (de 50 a 200 km2), Ă s quais sĂ£o intimamente ligados. Por isso nĂ£o aceitam ser transferidos para outros locais.

Desde 2006, Fernando e sua mulher, a biĂ³loga suíça Jenny Pastorini, acompanham via satĂ©lite os movimentos de 15 elefantes machos equipados com coleiras de GPS. Todos foram transferidos de zonas de conflito para parques nacionais, mas nenhum deles permaneceu lĂ¡. Todos escaparam. Alguns conseguiram voltar para seu local de origem, outros se perderam e passaram a causar problemas em novas Ă¡reas. Resultado: cinco elefantes e seis pessoas mortas atĂ© agora.

ArmistĂ­cio
Um dos poucos lugares onde homens e elefantes conseguiram firmar um armistĂ­cio Ă© no entorno do Parque Nacional de Wasgamuwa. Ali, conservacionistas fizeram o oposto: em vez de cercar os elefantes, cercaram os seres humanos. Duas vilas vizinhas do parque, Pussellayaya e Weheragalagama, foram “revestidas” com cercas elĂ©tricas, impedindo a entrada dos animais.

Funcionou tĂ£o bem que os agricultores nem dormem mais em cima das Ă¡rvores. Voltaram a dormir em casa, com suas famĂ­lias. E multiplicaram suas rendas, recuperando Ă¡reas de plantio que estavam abandonados por causa do conflito. “Dez anos atrĂ¡s isso aqui era uma guerra”, conta Ravi Corea, presidente da Sociedade para ConservaĂ§Ă£o da Vida Selvagem do Sri Lanka, responsĂ¡vel pelo projeto.

“Depois das 18 horas ninguĂ©m mais escutava rĂ¡dio, e orientĂ¡vamos as crianças a nĂ£o ler em voz alta para nĂ£o atrair os elefantes”, conta o agricultor Athula Karmara, diretor do “comitĂª de manutenĂ§Ă£o e supervisĂ£o” da cerca de Weheragalagama. Agora, ele nĂ£o sĂ³ nĂ£o atira mais nos elefantes como leva suas crianças para observar os animais na beira dos lagos onde eles bebem Ă¡gua nos finais de tarde. “É um passatempo familiar”, diz. “Ambos agora estĂ£o protegidos, humanos e elefantes, cada um do seu lado da cerca.”

NĂ£o muito longe dali, em Sigiriya, moradores continuam a viver com medo dos elefantes. O produtor de cebolas Karunaratne Banda me mostra os galhos quebrados de uma Ă¡rvore no fundo de sua casa, danificada por um elefante que avançara sobre ele algumas noites antes. “Tinha acabado de jantar, saĂ­ de casa e o elefante estava lĂ¡”, conta. “SaĂ­ correndo, joguei a lanterna no chĂ£o e comecei a gritar. Foi o que meu pai me ensinou a fazer.”

O animal parou para inspecionar a lanterna e desistiu do ataque. Banda e Bandaranaike acreditam que o elefante seja o mesmo macho que aterrorizou a regiĂ£o um ano atrĂ¡s, matando oito pessoas. “O Departamento de Vida Selvagem levou-o para longe, mas achamos que ele voltou”, diz Banda.

A conversa estĂ¡ boa, mas o agricultor pede licença para se retirar. JĂ¡ Ă© fim de tarde. Hora de subir na Ă¡rvore.

O que fazer com tantos elefantes?

O cenĂ¡rio estĂ¡ posto: A populaĂ§Ă£o do Sri Lanka dobrou nos Ăºltimos 50 anos, de 10 milhões de habitantes na dĂ©cada de 1960 para mais de 20 milhões, hoje. Com o fim de uma guerra civil que durou 30 anos, em 2009, Ă© provĂ¡vel que ela continuarĂ¡ a crescer. E para onde quer que cresça, vai trombar com elefantes. Estima-se que dois terços dos elefantes selvagens do paĂ­s vivem “soltos” na natureza, fora de unidades de conservaĂ§Ă£o. Cerca de 12% do territĂ³rio nacional jĂ¡ Ă© ocupado por parques dedicados a esses animais. NĂ£o hĂ¡ espaço para a criaĂ§Ă£o de novas Ă¡reas protegidas, e, mesmo que houvesse, os elefantes nĂ£o aceitam ser mudados de lugar.

Em resumo: Ou os humanos encontram uma maneira de conviver com os elefantes, ou uma das espĂ©cies terĂ¡ de recuar. “NĂ£o hĂ¡ mais hĂ¡bitat vago no Sri Lanka. Todo lugar tem gente, todo lugar tem elefantes”, diz o pesquisador Prithiviraj Fernando, do Centro para ConservaĂ§Ă£o e Pesquisa do Sri Lanka. “Os parques nacionais sĂ£o suficientes para abrigar sĂ³ um terço da populaĂ§Ă£o de elefantes. Se quisermos restringir os animais a esses parques, vamos fazer o que com os outros dois terços?”

A resposta mais radical seria sacrificar elefantes para reduzir sua densidade populacional em Ă¡reas crĂ­ticas de conflito. Algo que parece absurdo, especialmente tratando-se de uma espĂ©cie ameaçada de extinĂ§Ă£o, mas jĂ¡ estĂ¡ acontecendo, de maneira muito mais cruel, Ă  medida que elefantes sĂ£o mortos ilegalmente por agricultores ou morrem de fome apĂ³s serem transferidos Ă  força para unidades de conservaĂ§Ă£o.

“Estamos gastando uma quantidade gigantesca de dinheiro para cercar elefantes e condenĂ¡-los Ă  morte”, diz o pesquisador Devaka Weerakoon, da Universidade de Colombo. “Se Ă© para fazer isso, melhor sacrificĂ¡-los. Seria uma morte menos cruel, pelo menos.”

NĂ£o Ă© o que os pesquisadores desejam. Nem Ă© algo que seria aceito pela populaĂ§Ă£o. Por mais grave que seja o conflito, o elefante Ă© um animal adorado no Sri Lanka, de grande importĂ¢ncia cultural e religiosa. Os mesmos agricultores que envenenam ou atiram nos elefantes que invadem suas plantações fazem de tudo para ajudar um elefante que esteja machucado ou que tenham caĂ­do num poço, por exemplo. TambĂ©m sĂ£o os primeiros a reconhecer que sĂ£o os humanos que estĂ£o invadindo o territĂ³rio dos elefantes, e nĂ£o o contrĂ¡rio.

A longo prazo, dizem os especialistas, a maneira mais sensata de mediar o conflito serĂ¡ pelo zoneamento e ordenamento territorial, definindo Ă¡reas onde seres humanos e elefantes devem viver separados e onde as duas espĂ©cies precisam aprender a viver juntas. Uma soluĂ§Ă£o complexa e difĂ­cil de ser implementada. Mas talvez a Ăºnica alternativa a matar elefantes.

“NĂ£o temos mais espaço para Ă¡reas protegidas exclusivas para animais. Mas temos bastante espaço para o planejamento de Ă¡reas mistas”, diz a biĂ³loga Manori Gunawardena, uma das cientistas mais engajadas na conservaĂ§Ă£o de elefantes do Sri Lanka.

A localizaĂ§Ă£o dos parques atuais foi escolhida entre as dĂ©cadas de 1960 e 1980, quando ainda pensava-se que os elefantes eram animais puramente florestais. Consequentemente, os parques foram criados em Ă¡reas de florestas. “O que foi Ă³timo para muitas espĂ©cies, mas nĂ£o para os elefantes”, diz Manori. O hĂ¡bitat ideal para os elefantes, diz ela, Ă© um misto de florestas, onde eles podem se refugiar durante o dia, e Ă¡reas de vegetaĂ§Ă£o mais esparsa, coberta de grama e arbustos, onde eles podem se alimentar durante a noite.

É por isso que as Ă¡reas de agricultura rotativa, ou “chena”, sĂ£o tĂ£o atraentes para os elefantes, que podem se alimentar da vegetaĂ§Ă£o secundĂ¡ria que brota nos campos que nĂ£o estĂ£o sob cultivo em determinados anos. A prĂ¡tica de chena Ă© ilegal no Sri Lanka (apesar de amplamente praticada), mas pesquisadores querem regularizĂ¡-la, para servir como um “meio campo” de convivĂªncia entre homens e elefantes.

Cercas elĂ©tricas fazem parte da soluĂ§Ă£o, para estabelecer limites, mas tĂªm de ser colocadas nos lugares certos, ressaltam os pesquisadores. No lugar errado, podem trazer mais problemas do que soluções. No Parque Nacional de Yala, por exemplo, elas impedem o acesso dos elefantes nos perĂ­odos de seca a Ă¡reas importantes de alimentaĂ§Ă£o que ficam fora do parque. “Elefantes nĂ£o entendem fronteiras administrativas, sĂ³ entendem fronteiras ecolĂ³gicas”, diz Weerakoon. “Estamos pensando apenas como seres humanos. Temos de pensar tambĂ©m como elefantes.”

Inevitavelmente, diz Fernando, as pessoas terĂ£o de aprender e se acostumar a conviver com elefantes. Muitas das mortes associadas ao conflito, segundo ele, nĂ£o sĂ£o causadas por ataques deliberados, mas por acidentes em que pessoas trombam com os animais, caminhando, dirigindo ou andando de bicicleta Ă  noite sem lanternas. Ou por guardarem grĂ£os dentro de casa, que atraem os elefantes.

“As pessoas nĂ£o aceitam dividir espaço com os elefantes, por isso nĂ£o tomam algumas precauções bĂ¡sicas para se proteger”, diz ele. “Se vocĂª ocupa uma terra onde vivem elefantes, tem de entender que haverĂ¡ consequĂªncias. Se as pessoas aceitassem isso, tudo ficaria mais simples.”

Eventuais remoções de elefantes, segundo ele, devem ser focadas nos machos individuais que causam os conflitos, e nĂ£o na manada inteira.

No curto prazo, cada vila e cada agricultor lida com o conflito da maneira como pode. Quem tem dinheiro, coloca uma cerca elĂ©trica em volta da sua propriedade. Quem nĂ£o tem, dorme em cima das Ă¡rvores e tenta afugentar os bichos com tiros de rojĂ£o, ou de espingardas. Mais sagrado ainda do que um elefante Ă© uma safra de arroz.



Charge do PaixĂ£o


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TSE cassa registro de candidatura de deputada de Izabete Pavin, mandato que nĂ£o se elegeu. Por estĂ¡ decisĂ£o, 5 anos, ela continua inelegĂ­vel

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou, por unanimidade, o registro de candidatura de Izabete Cristina Pavin (PSDB) Ă  deputada estadual pelo ParanĂ¡ em 2010. O plenĂ¡rio do TSE entendeu, na sessĂ£o realizada nesta quinta-feira (27), que a candidata era inelegĂ­vel no momento do registro para disputas as eleições do ano passado. O motivo seria a rejeiĂ§Ă£o de contas em 2009 por irregularidades insanĂ¡veis decorrentes de improbidade administrativa.

Apesar de Izabete nĂ£o ter sido eleita, os ministros deram provimento ao recurso apresentado pelo MinistĂ©rio PĂºblico Eleitoral (MPE) e por Gilberto Taborda Ribas, candidato a deputado estadual pelo ParanĂ¡, que afirmaram que um decreto de julho de 2009 da CĂ¢mara de Vereadores de Colombo rejeitou as contas de 2001 do municĂ­pio, quando Izabete era prefeita.

Entre as irregularidades encontradas pela CĂ¢mara do municĂ­pio da regiĂ£o metropolitana de Curitiba estariam a movimentaĂ§Ă£o de recursos pĂºblicos por meio de instituiĂ§Ă£o financeira privada, execuĂ§Ă£o de despesas sem licitaĂ§Ă£o, inconsistĂªncias de aplicaĂ§Ă£o de recursos destinados ao ensino da ordem de R$ 1 milhĂ£o e promoĂ§Ă£o pessoal da prefeita por meio de publicidade institucional.

No voto, a ministra CĂ¡rmen LĂºcia informou que a candidata nĂ£o apresentou decisĂ£o judicial que tenha suspendido os efeitos do decreto da CĂ¢mara Municipal. Por esse motivo, a inelegibilidade estaria em vigor. De acordo com os ministros, a inelegibilidade Ă© de cinco anos a partir do decreto da CĂ¢mara. (GP)

TC encontra novos indĂ­cios de irregularidades na CĂ¢mara

A força dos indĂ­cios de irregularidades encontrados atĂ© o mo­­­mento levou o Tribunal de Contas do Estado (TC) a determinar a abertura de uma tomada de contas extraordinĂ¡ria para averiguar os contratos de publicidade da CĂ¢mara de Curitiba. A nova investigaĂ§Ă£o deve ser aberta na prĂ³xima segunda-feira. Em relatĂ³rio produzido na semana passada, o TC revela alguns novos fatos, como o de que nĂ£o foi feita a retenĂ§Ă£o de tributos devidos pelas agĂªncias contratadas pela CĂ¢mara.

O relatĂ³rio aponta 12 possĂ­veis irregularidades (ver quadro). A primeira delas questiona a constitucionalidade dos serviços prestados, alegando que a verba gasta com publicidade pela CĂ¢mara servia, em sua maior parte, para a promoĂ§Ă£o dos prĂ³prios vereadores – o que entraria em conflito com o artigo 37 da ConstituiĂ§Ă£o Federal, que determina a impessoalidade no serviço pĂºblico. Ou seja, a prĂ³pria contrataĂ§Ă£o desses serviços jĂ¡ seria, em si, uma irregularidade. Ao todo, foram gastos R$ 54,6 milhões entre 2003 e 2011. (GP)

Lula tem tumor maligno de laringe e farĂ¡ quimioterapia

O ex-presidente da RepĂºblica Luiz InĂ¡cio Lula da Silva foi diagnosticado com um tumor maligno localizado de laringe, informou neste sĂ¡bado o Hospital SĂ­rio-LibanĂªs, em SĂ£o Paulo. ApĂ³s exames realizados no hospital, foi definido tratamento inicial com quimioterapia.

"É maligno, Ă© um tumor", disse Ă  Reuters o mĂ©dico Paulo Hoff, um dos responsĂ¡veis pelo tratamento do ex-presidente no SĂ­rio-LibanĂªs. Hoff nĂ£o quis dar mais detalhes sobre o tratamento ou sobre o estado de Lula, mas o hospital informou em nota que "o paciente encontra-se bem".

Segundo o mĂ©dico Artur Katz, que faz parte da equipe que atende o ex-presidente, o tumor maligno Ă© localizado e estĂ¡ em estĂ¡gio inicial. Ele explicou que a quimioterapia foi escolhida como tratamento para evitar uma cirurgia e preservar os Ă³rgĂ£os do ex-presidente. O tratamento, que começa na segunda-feira (31), deve durar cerca de trĂªs meses. Os mĂ©dicos ainda devem avaliar se Lula receberĂ¡ um tratamento complementar, como a radioterapia.

Por volta das 15h30, o ex-presidente estava acordado no hospital. Segundo seu assessor, JosĂ© Chrispiniano, Lula estĂ¡ tranquilo desde que chegou ao hospital na manhĂ£ deste sĂ¡bado. O ex-presidente deve deixar o hospital em poucas horas, rumo Ă  sua residĂªncia, em SĂ£o Bernardo do Campo. Na prĂ³xima semana o tratamento serĂ¡ iniciado, segundo a assessoria de imprensa do hospital.

A equipe médica que assiste o ex-presidente é coordenada pelos médicos Roberto Kalil Filho, Paulo Hoff, Artur Katz, Luiz Paulo Kowalski, Gilberto Castro e Rubens V. de Brito Neto.

Tumor

O petista procurou auxĂ­lio mĂ©dico na sexta-feira apĂ³s sentir dores na garganta, informou neste sĂ¡bado o Instituto Cidadania, organizaĂ§Ă£o ligada a Lula. Ele estaria se queixando de problemas relacionados Ă  garganta hĂ¡ algum tempo.

Segundo o Instituto Nacional de CĂ¢ncer (Inca), o tumor na laringe Ă© um dos mais comuns na regiĂ£o da cabeça e pescoço, representando cerca de 25% dos tumores malignos desta Ă¡rea e 2% no geral. HĂ¡ uma variaĂ§Ă£o na localizaĂ§Ă£o do tumor, que pode ficar acima (supraglĂ³tica) ou nas cordas vocais. Os sintomas podem indicar a localizaĂ§Ă£o do tumor.

Geralmente, dores de garganta indicam tumor supraglĂ³tico enquanto rouquidĂ£o Ă© sintoma de outro tipo de tumor. Os pacientes ainda podem ter alterações na voz, rouquidĂ£o, dificuldade de engolir e de respirar.

Entre os fatores de risco para a doença estĂ£o a ingestĂ£o excessiva de Ă¡lcool e o vĂ­cio de fumar. Para o cĂ¢ncer de laringe, o tabagismo Ă© o fator de maior risco, mas a associaĂ§Ă£o do fumo com o consumo excessivo de Ă¡lcool pode aumentar a possibilidade de ocorrĂªncia do tumor supraglĂ³tico. Os pacientes que mantĂªm os hĂ¡bitos de beber e fumar tĂªm a probabilidade de cura diminuĂ­da e correm mais risco de desenvolverem um segundo tumor.

Tratamento

Apesar da equipe mĂ©dica do hospital afirmar que o prognĂ³stico para o ex-presidente Ă© bom, a forma de tratamento escolhida chamou a atenĂ§Ă£o do oncologista Ricardo Ribeiro Gama, cancerologista e cirurgiĂ£o de cabeça e pescoço do Hospital UniversitĂ¡rio EvangĂ©lico, de Curitiba. “A quimioterapia nĂ£o Ă© indicada para o tratamento de tumores iniciais, quando Ă© comum as pequenas cirurgias e tratamento radioterĂ¡pico. A quimioterapia Ă© realizada para preservar o Ă³rgĂ£o, mas dificilmente se trata o tumor sĂ³ com isso”, explica.

Outro tratamento indicado Ă© a laringectomia, que consiste na retirada total da laringe e implica na perda da voz e traqueostomia definitiva. Mesmo os pacientes que se submetem Ă  intervenĂ§Ă£o podem reabilitar a voz com o uso de prĂ³teses.

PresidĂªncia

Lula, que governou o Brasil de 2003 a 2010, completou 66 anos na Ăºltima quinta-feira. O ex-presidente deixou o governo com o paĂ­s apresentando forte crescimento econĂ´mico. Seu governo tambĂ©m foi marcado por amplos programas sociais e pela melhoria de vida de milhões de brasileiros. (AgĂªncias)

 
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