domingo, 4 de novembro de 2012

ComissĂ£o Nacional da Verdade quer investigar participaĂ§Ă£o de suruĂ­s na guerrilha do Araguaia


A ComissĂ£o Nacional da Verdade (CNV) prepara, para os prĂ³ximos dias 16, 17 e 18, uma sĂ©rie de atividades no interior do ParĂ¡ para averiguar questões relativas Ă  guerrilha do Araguaia, ocorrida no perĂ­odo de 1960 a 1970. O grupo vai analisar, por exemplo, a atuaĂ§Ă£o da etnia SuruĂ­, que atualmente vive na Terra IndĂ­gena SororĂ³. HĂ¡ controvĂ©rsias sobre a participaĂ§Ă£o da etnia na guerrilha, pois existem informações sobre a exploraĂ§Ă£o de indĂ­genas deste grupo pelos militares e de sacrĂ­ficos das vĂ­timas.
O assunto pode ser discutido na reuniĂ£o de amanhĂ£ (5) da ComissĂ£o Nacional da Verdade, em BrasĂ­lia. A reuniĂ£o deve durar todo o dia e engloba uma sĂ©rie de temas, desde a missĂ£o no ParĂ¡ atĂ© uma audiĂªncia pĂºblica, que ocorrerĂ¡ no dia 6, na Universidade de BrasĂ­lia (UnB) sobre o educador AnĂ­sio Teixeira.
Ex-reitor da UnB, AnĂ­sio Teixeira foi cassado pelo golpe militar de 1964 e morreu em circunstĂ¢ncias suspeitas no Rio de Janeiro, em 1971. No dia 6, a CNV e a ComissĂ£o da Verdade da universidade promovem um debate sobre o assunto.
E, pela segunda vez, a CNV irĂ¡ ao interior do ParĂ¡ para conversar com os indĂ­genas da etnia SuruĂ­. Os lĂ­deres da etnia querem a criaĂ§Ă£o de uma comissĂ£o da verdade local, pois hĂ¡ referĂªncias Ă  possibilidade de os indĂ­genas terem sido forçados pelo ExĂ©rcito a cooperar no combate Ă  guerrilha. Em outubro, os lĂ­deres dos suruĂ­s pediram o apoio da CNV.
TambĂ©m no interior do ParĂ¡, a CNV deve se reunir com o Grupo de Trabalho Araguaia, criado em 2009, que trabalha na localizaĂ§Ă£o e identificaĂ§Ă£o dos corpos dos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia. O grupo Ă© formado por integrantes dos ministĂ©rios da Defesa e da Justiça e da Secretaria de Direitos Humanos, alĂ©m de antropĂ³logos, geĂ³logos, cartĂ³grafos e especialistas em logĂ­stica, assim como observadores do PCdoB, do governo do ParĂ¡ e parentes dos mortos e desaparecidos. (AB)

Mais:

PCC dĂ¡ abrigo a bandidos do Rio em HeliĂ³polis


Enormes, de difĂ­cil acesso e com forte vigilĂ¢ncia, algumas favelas de SĂ£oPaulo tornaram-se fortalezas do Primeiro Comando da Capital (PCC). A facĂ§Ă£o confia tanto em seu esquema de segurança que chegou a abrigar fugitivos do Complexo do AlemĂ£o em HeliĂ³polis, na zona sul. O "favor" feito ao Comando Vermelho (CV) aconteceu a partir de novembro de 2010, quando forças de segurança tomaram o AlemĂ£o, na zona norte do Rio, onde hoje hĂ¡ quatro Unidades de PolĂ­cia Pacificadora (UPPs).
A polĂ­cia paulista investiga se os criminosos do Rio continuam escondidos na favela, que tem 16 mil casas e 41 mil moradores. A acolhida foi um pagamento de dĂ­vida. Segundo policiais, o CV jĂ¡ havia dado proteĂ§Ă£o no Rio a integrantes fugitivos do PCC. AlĂ©m disso, a facĂ§Ă£o paulista fornece drogas ao CV.
Em HeliĂ³polis, a polĂ­cia desconfia que os fugitivos do AlemĂ£o tenham entrado em aĂ§Ă£o e trabalhado na venda de drogas, sobretudo cocaĂ­na. AlĂ©m de atuarem na capital, bandidos do Rio receberam abrigo na Baixada Santista, onde tambĂ©m atuaram no trĂ¡fico. Em janeiro, os traficantes do Comando Vermelho Fabiano AtanĂ¡zio da Silva, o FB, e Luis ClĂ¡udio Serrat Correa, o Claudinho CL, foram presos em Campos do JordĂ£o. Eles comandavam o AlemĂ£o.
Hoje, quem manda em HeliĂ³polis, segundo policiais da regiĂ£o, Ă© Marcos Paulo Vidal de Castro, de 38 anos, o Banana. Preso por trĂ¡fico, entre outros crimes, ele cumpre pena na PenitenciĂ¡ria 2 de Presidente Venceslau, onde estĂ¡ Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. Banana, porĂ©m, continua controlando cada viela da favela. Esse domĂ­nio garantiu o refĂºgio seguro a homens do CV. A Secretaria de Segurança do Rio, no entanto, informa que desconhece que criminosos do AlemĂ£o tenham se abrigado em SĂ£o Paulo.
Com celulares, bandidos avisam Banana sobre a movimentaĂ§Ă£o da polĂ­cia. Na noite de quarta-feira, dois PMs de folga foram mortos em HeliĂ³polis. Isso pode fazer da favela mais um dos alvos da OperaĂ§Ă£o SaturaĂ§Ă£o, jĂ¡ deflagrada em ParaisĂ³polis, no CapĂ£o Redondo e no Campo Limpo. (AE)

Luciano Ducci: 'Nos indicadores sociais, Curitiba deu um grande salto.' ... "NĂ£o soube mostrar de forma adequada a transformaĂ§Ă£o pela qual a cidade"


O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), estava sem os sapatos quando recebeu a reportagem da Gazeta do Povo em seu gabinete. Ele os havia mandado para a limpeza, pois estavam cheios de barro, apĂ³s visita a obras de uma creche municipal no Conjunto Moradias Itaqui, no bairro Campo de Santana, sul da cidade. Apesar da derrota eleitoral jĂ¡ no primeiro turno – ele ficou em terceiro lugar, com uma diferença de 4.402 votos para Gustavo Fruet (PDT) –, Ducci pretende inaugurar o maior nĂºmero de obras atĂ© o fim do ano. Para acompanhĂ¡-las de perto, continua percorrendo a capital.
Durante os 45 minutos em que conversou com a reportagem, Ducci estava sereno e descontraĂ­do. Disse que nĂ£o guarda mĂ¡goas de ninguĂ©m pela derrota. Ao avistar o certificado e o trofĂ©u do Americas Award, prĂªmio em reconhecimento ao esforço da prefeitura em reduzir a mortalidade infantil, contou que nĂ£o quis viajar para recebĂª-lo pessoalmente. “Achei que eu ia estar no segundo turno.” A entrega foi feita em 26 de outubro, na ColĂ´mbia, pelo Cifal e pela Unitar, Ă³rgĂ£os das Nações Unidas.
Como o sr. avalia o resultado da eleiĂ§Ă£o?
 Ducci ainda nĂ£o definiu o que farĂ¡ a partir de janeiro, quando deixa a cadeira de prefeito. Mas confirmou que continuarĂ¡ caminhando ao lado do governador Beto Richa (PSDB).
A opiniĂ£o das pessoas se refletiu nas urnas. Agora o que faço Ă© desejar a Gustavo Fruet que faça uma boa gestĂ£o. Falo isso como curitibano, como prefeito, como pessoa que gosta muito de Curitiba, que tem famĂ­lia, filhos aqui, e que, daqui um tempo, quem sabe, terĂ¡ netos aqui. Espero que ele faça uma gestĂ£o que seja uma continuidade de tudo o que tivemos. NĂ£o Ă© Ă  toa que Curitiba Ă© a melhor cidade do Brasil para se viver, que Ă© referĂªncia no paĂ­s e no mundo.
O sr. acompanhou a campanha do segundo turno?
Para ser sincero, nĂ£o acompanhei nenhum programa eleitoral, nenhum debate. Mas vĂ¡rias pessoas me falaram: aquela tua proposta estĂ¡ com o fulano, aquela outra estĂ¡ com o outro... Praticamente todas as nossas propostas do primeiro turno foram incorporadas [por Fruet ou Ratinho JĂºnior] no segundo turno. Fico contente, porque mostra que a gente estava com as melhores propostas.
Em 2012, a taxa de reeleiĂ§Ă£o dos prefeitos de capitais caiu bastante, chegou a apenas 50%, contra 95% em 2008. O sr. foi um dos que nĂ£o conseguiu se reeleger. Como avalia esse fenĂ´meno nacional?
Cada caso Ă© um caso. NĂ³s fizemos uma boa gestĂ£o. Tenho tranquilidade para falar isso, pois os indicadores sociais mostram isso. Quando se diz que Ă© a cidade que mais reduziu a pobreza e a misĂ©ria no Brasil, pelos dados da FundaĂ§Ă£o Getulio Vargas; quando temos a menor taxa de desemprego; o maior salĂ¡rio mĂ©dio do paĂ­s,­­ ultrapassando SĂ£o Paulo; o quarto maior PIB [municipal]; a melhor nota do Ideb; e a menor taxa mortalidade infantil, dĂ¡ para ter segurança de que fizemos uma boa gestĂ£o. Agora temos um parque de obras na cidade, atĂ© pela boa gestĂ£o feita na busca por recursos. Mas talvez isso tenha atĂ© atrapalhado um pouco [na eleiĂ§Ă£o]. Mas talvez as propostas mais direcionadas ao indivĂ­duo tenham sido mais aceitas do que as proposta de entendimento de um projeto para a cidade.
O sr. avalia que o curitibano foi muito exigente? Que estava acostumado com inovações, obras originais, e sentiu falta disso?
NĂ£o soube mostrar de forma adequada a transformaĂ§Ă£o pela qual a cidade vem passando, que tem sido diferente da que ocorreu em outras Ă©pocas. HĂ¡ o LigeirĂ£o, um grande avanço no transporte pĂºblico, e os Ă´nibus hĂ­bridos elĂ©tricos. Mas a grande transformaĂ§Ă£o tem ocorrido na Ă¡rea social, e nĂ£o soubemos explorĂ¡-la bem durante a gestĂ£o e nem durante a campanha. Nos indicadores sociais, Curitiba deu um grande salto. HĂ¡ pouco, eu estava no Conjunto Moradias Itaqui, no sul de Curitiba. Ali nĂ£o tinha nada hĂ¡ dois anos. Hoje sĂ£o centenas de casas, pessoas e famĂ­lias morando ali, que saĂ­ram das beiras dos rios. EstĂ¡ praticamente pronta uma creche para atender as famĂ­lias. HĂ¡ uma ampliaĂ§Ă£o de escola estadual e a proposta de construĂ§Ă£o de uma unidade de saĂºde. Foi essa transformaĂ§Ă£o, na Ă¡rea social, que fizemos. E as obras tambĂ©m estĂ£o aĂ­: o viaduto estaiado, as trincheiras da [Rua] Chile, da Guabirotuba, da Linha Verde. E nĂ³s viabilizamos recursos para o metrĂ´. Conseguimos montar toda a modelagem do metrĂ´ com o governo federal. Seremos modelo de licitaĂ§Ă£o de parceria pĂºblico-privada. SĂ³ nĂ£o saiu a licitaĂ§Ă£o ainda porque falta definir a porcentagem do componente nacional do maquinĂ¡rio do metrĂ´.
O sr. vai atender ao pedido de Gustavo Fruet para suspender a licitaĂ§Ă£o do metrĂ´?
Temos de conversar, tem de ver a opiniĂ£o do governo federal. Se o projeto estiver pronto, Ă© uma coisa, pois acho que Ă© justo que quem batalhou e viabilizou os recursos faça a licitaĂ§Ă£o. Cabe ao prefeito eleito cancelar a licitaĂ§Ă£o, se achar que Ă© conveniente. Mas acho que nĂ£o vai chegar a esse ponto. HĂ¡ momentos de diĂ¡logo. O que nĂ£o pode Ă© perder os recursos da obra [R$ 1 bilhĂ£o repassados pela UniĂ£o a fundo perdido]. Todo mundo Ă© favorĂ¡vel ao projeto do metrĂ´; isso vai impulsionar um grande desenvolvimento para o sul da cidade. Hoje o modal terĂ¡ uma capacidade para 450 mil passageiros, mas no futuro poderĂ¡ chegar a 1 milhĂ£o de passageiros. Muita gente Ă© contra, quer defender o modelo atual. Eu sou das pessoas que mais defende o modelo atual. Se nĂ£o defendesse, nĂ£o estaria com o LigeirĂ£o, com o Ă´nibus hĂ­brido elĂ©trico, com o desalinhamento das estações-tubo do Santa CĂ¢ndida atĂ© Praça do JapĂ£o. JĂ¡ existe a proposta de fazer o LigeirĂ£o CentenĂ¡rio-Campo Comprido e atĂ© de colocĂ¡-lo em todos os eixos [de transporte]. Mas pensar no metrĂ´ Ă© pensar daqui 40, 50 anos. NĂ£o Ă© um projeto para 4 anos.
Mas o sr. concorda em deixar o assunto em suspenso pelos prĂ³ximos dois meses?
Vou conversar com o governo federal, que Ă© um parceiro importante. Tudo que estĂ¡ modelado, viabilizado, Ă© em cima de um projeto que estĂ¡ sendo discutido hĂ¡ trĂªs anos. EntĂ£o entendo que, se for recomeçar o projeto, provavelmente serĂ¡ perdido dinheiro ou nĂ£o serĂ¡ suficiente para outro projeto. Fazer outra linha [de Ă´nibus para substituir o metrĂ´], como o Inter 2, por exemplo, Ă© totalmente inviĂ¡vel. Se somar os passageiros do Interbairros e do Ligeirinho Inter 2, chega a 150 mil passageiros.
O sr. aposta numa grande projeĂ§Ă£o do PSB?
Elegemos seis governadores [em 2010], foi um excelente resultado. Agora, na eleiĂ§Ă£o mu­­­nicipal, consolidamos o partido na RegiĂ£o Sul – com ex­­­ceĂ§Ă£o de Curitiba, que foi lamentĂ¡vel para nĂ³s perdermos a eleiĂ§Ă£o por 4 mil e poucos votos. Mas o projeto nacio­­­nal consolidou o partido [o PSB elegeu 5 prefeitos de capitais].
Com a vitĂ³ria do PSB sobre vĂ¡rios candidatos do PT nas eleições municipais, hĂ¡ possibilidade de o partido se aproximar mais do PSDB? Ou a legenda trilharĂ¡ caminho prĂ³prio?
O PSB nunca foi sublegenda do PT. Fez parte da chapa que elegeu a presidente Dilma. Por enquanto, continua fazendo parte dessa base, sem nenhum tipo de mudança.
O sr. guarda alguma mĂ¡goa de lideranças polĂ­ticas ou de partidos pela sua campanha?
EleiĂ§Ă£o, quando a gente ganha, Ă© todo mundo que ganha. E, quando perde, Ă© o candidato. Nesse caso, quem perdeu fui eu. NĂ£o hĂ¡ como mudar isso. VocĂª pode achar um monte de motivos para explicar por que perdemos a eleiĂ§Ă£o, mas nada muda o resultado. EntĂ£o nĂ£o adianta olhar para o passado, temos que olhar para o futuro.
Vai continuar caminhando no futuro com o mesmo grupo polĂ­tico?
Eu tenho um respeito muito grande pelo governador Beto Richa. Ele Ă© minha principal liderança aqui no ParanĂ¡. Nacionalmente, tenho um partido que admiro muito, com um presidente que Ă© um grande lĂ­der nacional, o Eduardo Campos [governador de Pernambuco]. As coisas serĂ£o feitas de forma combinada. (GP)

ExploraĂ§Ă£o sexual de meninas indĂ­genas

Fotos Adriano Vizoni/Folhapress
Adolescente indĂ­gena, alvo de exploraĂ§Ă£o sexual, hoje tenta se recuperar
Adolescente indĂ­gena, alvo de exploraĂ§Ă£o sexual, hoje tenta se recuperar


A situaĂ§Ă£o das meninas indĂ­genas exploradas sexualmente Ă© conhecida como um caso de impunidade na isolada SĂ£o Gabriel da Cachoeira.
Na PolĂ­cia Civil, trĂªs inquĂ©ritos foram abertos, mas nenhum dos nove suspeitos foi preso nem indiciado.
O delegado titular da cidade, Normando da Barbosa, afirma que pediu a prisĂ£o de um suspeito, mas ele fugiu da cidade. Os demais nunca prestaram depoimento.
Os crimes de estupro de vulnerĂ¡vel e exploraĂ§Ă£o sexual tĂªm penas previstas de quatro a dez anos de reclusĂ£o.

A irmĂ£ Giustina Zanato, 63, presidente do Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente, diz que os casos sĂ£o denunciados desde 2008.
"Fomos procurar a Justiça. LĂ¡ disseram que deverĂ­amos ficar quietinhos no nosso lugar, que isso acontecia todos os dias", afirma Giustina.

Promotora de Justiça de SĂ£o Gabriel, Christina Dolzany diz que ouviu depoimentos de dez meninas. "É uma coisa animalesca e triste, algumas delas relatam que perderam a virgindade nessa situaĂ§Ă£o de exploraĂ§Ă£o."

Algumas meninas, segundo Christina, jĂ¡ estĂ£o recebendo assistĂªncia psicolĂ³gica.
O procurador federal JĂºlio JosĂ© AraĂºjo Junior, que atua no direito indĂ­gena, determinou a abertura de inquĂ©rito.

"A investigaĂ§Ă£o pela PF se deve muito pela insatisfaĂ§Ă£o da sociedade com as investigações que nĂ£o andaram [na PolĂ­cia Civil]. Os acusados sĂ£o pessoas que tĂªm certo poder dentro da cidade, o que intimida qualquer tipo de denĂºncia", disse o procurador.

O delegado titular em SĂ£o Gabriel atribui a morosidade da investigaĂ§Ă£o Ă  dificuldade de encontrar as garotas. "Passamos 30 dias para localizar quatro meninas. Apenas uma delas fez o exame de corpo de delito para comprovar a conjunĂ§Ă£o carnal. Assim fica difĂ­cil, elas mesmo dificultam."

CABEÇA DO CACHORRO
SĂ£o Gabriel da Cachoeira fica no Alto Rio Negro, regiĂ£o rica em minĂ©rios que abriga a maior populaĂ§Ă£o indĂ­gena no Brasil. SĂ£o 22 etnias, daĂ­ 90% da populaĂ§Ă£o ser formada por Ă­ndios, incluindo o prefeito e o vice-prefeito do municĂ­pio.

A regiĂ£o, tambĂ©m conhecida como Cabeça do Cachorro, Ă© estratĂ©gica para as Forças Armadas do Brasil, pois Ă© alvo do trĂ¡fico de drogas.

Em muitas aldeias nĂ£o hĂ¡ escolas e opções de sustento o que leva as famĂ­lias Ă  cidade. LĂ¡, encontram a exclusĂ£o.

Os brancos formam a elite, em sua maioria funcionĂ¡rios pĂºblicos e militares. Os Ă­ndios sobrevivem com ajuda de programas sociais e moram em casebres de chĂ£o de terra batida e sem Ă¡gua encanada.

O alcoolismo e o suicĂ­dio entre eles sĂ£o o maior drama social local. (Uol)


Virgindade de meninas Ă­ndias sĂ£o compradas no Amazonas por R$ 20 e caixa de bombons


No municĂ­pio amazonense de SĂ£o Gabriel da Cachoeira, na fronteira do Brasil com a ColĂ´mbia, um homem branco compra a virgindade de uma menina indĂ­gena com aparelho de celular, R$ 20, peça de roupa de marca e atĂ© com uma caixa de bombons.
A pedido das mĂ£es das vĂ­timas, a PolĂ­cia Civil apura o caso hĂ¡ um ano. No entanto, como nenhum suspeito foi preso atĂ© agora, a PolĂ­cia Federal entrou na investigaĂ§Ă£o no mĂªs passado.
Doze meninas jĂ¡ prestaram depoimento. Elas relataram aos policiais que foram exploradas sexualmente e indicaram nove homens como os autores do crime.
Entre eles hĂ¡ empresĂ¡rios do comĂ©rcio local, um ex-vereador, dois militares do ExĂ©rcito e um motorista.
As vĂ­timas sĂ£o garotas das etnias tariana, uanana, tucano e barĂ© que vivem na periferia de SĂ£o Gabriel da Cachoeira, que tem 90% da populaĂ§Ă£o (cerca de 38 mil pessoas) formada por Ă­ndios.
Entre as meninas exploradas, hĂ¡ as que foram ameaçadas pelos suspeitos. Algumas foram obrigadas a se mudar para casas de familiares, na esperança de ficarem seguras.
M., de 12 anos, conta que "vendeu" a virgindade para um ex-vereador. O acerto, afirma a menina, ocorreu por meio de uma prima dela, que também é adolescente. "Ele me levou para o quarto e tirou minha roupa. Foi a primeira vez, fiquei triste."
A menina conta que o homem Ă© casado e tem filhos. "Ele me deu R$ 20 e disse para eu nĂ£o contar a ninguĂ©m."
P., de 14 anos, afirma que esteve duas vezes com um comerciante. "Ele me obrigou. Depois me deu um celular."
JĂ¡ L., de 12 anos, diz que ela e outras meninas ganharam chocolates, dinheiro e roupas de marca em troca da virgindade. "Na primeira vez fui obrigada, ele me deu R$ 30 e uma caixa com chocolates."
Outra garota, X., de 15 anos, disse que presenciou encontros de sete homens com meninas de até dez anos.
"Eu vi meninas passando aquela situaĂ§Ă£o, ficando com as coxas doloridas. Eles sempre dĂ£o dinheiro em troca disso [da virgindade]."
P. aceitou depor na PF porque recebeu ameaças de um dos suspeitos. "Ele falou que, se continuasse denunciando, eu iria junto com ele para a cadeia. Estou com medo, ele fez isso com muitas meninas menores", afirma.
Familiares e conselheiros tutelares que defendem as adolescentes tambĂ©m sĂ£o ameaçados. "Eles avisaram: se abrirem a boca a gente vai mandar matar", diz a mĂ£e de uma menina de 12 anos. (MN)

 
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