terça-feira, 16 de novembro de 2010

Superior Tribunal Militar libera acesso de jornal a processo de Dilma

G1

O Superior Tribunal Militar (STM) liberou nesta terça-feira (16) o acesso do jornal “Folha de S.Paulo” ao processo que, durante a ditadura militar, levou à prisão a presidente eleita, Dilma Rousseff. Por 10 votos a 1, o plenário concedeu o pedido feito pelo jornal, que havia sido impedido de conhecer os autos.

Com a decisão, o jornal poderá consultar e fazer cópias do processo, mas somente após a publicação da decisão no "Diário da Justiça", o que deve ocorrer na próxima segunda (22).

O julgamento sobre o caso havia sido interrompido em 19 de outubro, com placar de 2 votos a 2, por um pedido de vista da Advocacia-Geral da União (AGU). Segundo o coordenador de Assuntos Militares da AGU, Maurício Muriack, a União deveria ter sido citada na ação.

O relator do caso no STM, ministro Marcos Torres, foi o único a votar contra o acesso do jornal aos autos. Ele entendeu que isso fere o direito à privacidade da presidente eleita. Segundo o ministro, não houve pedido de autorização a Dilma para ter acesso ao processo.

No início do julgamento, Torres propôs que fossem citadas na ação também a presidente eleita e outras 71 pessoas envolvidas no processo, instaurado durante a ditadura militar. A sugestão foi rejeitada pela maioria dos ministros.

O ministro relator citou ainda em seu voto a legislação que trata do acesso a arquivos públicos e que, segundo ele, justifica o sigilo do processo no caso.

“Acho que só com o consentimento dela [Dilma Rousseff] e dos outros deverá haver o afirmativo ou não para que seja reproduzido ou colocado à sociedade [o processo]”, afirmou o relator.

A maioria dos ministros, no entanto, entendeu que o acesso do jornal ao processo deve ser irrestrito, até porque os autos já estiveram disponíveis por anos nos arquivos militares.

“Uma pessoa que deseja servir a Pátria como homem ou mulher pública não pode desejar que fatos históricos relacionados à sua vida sejam subtraídos da informação do povo. Assim como não pode subtrair do público fatos personalíssimos de sua vida, como a saúde”, afirmou o ministro José Coêlho Ferreira.

A ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha deferiu em parte o pedido do jornal. Ela sugeriu que fosse mantido o sigilo apenas de alguns trechos de 3 dos 15 volumes do processo. Segundo ela, é importante preservar relatos degradantes de torturas sofridas pelos envolvidos.

Para o ministro Cerqueira Filho, a imprensa deve utilizar as informações do processo com responsabilidade. “[Negar o acesso] é voltarmos ao período das cavernas, é conduzir a humanidade às trevas. No momento, a solicitação tem relevância política, e os impetrantes terão o discernimento de não atingir a honra e a imagem das pessoas. Que se abram os arquivos”, disse.

Equipe de transição de Richa às escuras

Do blog do Fábio Campana:

Acabou ontem o prazo para que todas as informações sobre o governo de Orlando Pessuti (PMDB) fosse repassada para a equipe de transição do governador eleito Beto Richa (PSDB). Findado o prazo, a equipe de transição permanece às escuras sem dados prometidos pela atual gestão.

No total, a equipe de Richa solicitou 165 itens para elaborar uma análise sobre a situação do Estado. Entretanto, apenas algumas questões foram respondidas, inviabilizando a análise por parte da equipe de transição.

Uma das principais preocupações fica a cargo das contas do Estado. A poucos dias do final do governo, Pessuti tem assinado inúmeros decretos e licitações que causarão grande impacto nas finanças a partir de 2011.

EUA, um abrigo para nazistas

Folha.com

EUA ofereceram refúgio a nazistas após 2ª Guerra Mundial, segundo relatório

EFE

Um relatório até agora secreto sobre a operação de caça de nazistas por parte do Governo dos Estados Unidos conclui que funcionários de inteligência ofereceram refúgio no país a nazistas e seus colaboradores após a Segunda Guerra Mundial.

"Os EUA, que se vangloriavam de ser um refúgio seguro para os perseguidos, se transformou em pequena escala em um refúgio seguro também para os perseguidores", afirma o relatório de 600 páginas vazado para a imprensa.

O jornal "The New York Times" foi o primeiro a obter uma cópia do relatório que o Departamento de Justiça tinha tentado manter em segredo durante os últimos anos.

O relatório aparece publicado também no site do National Security Archive, um grupo de investigação independente situado na Universidade George Washington da capital americana.

A análise avalia tanto os sucessos como os fracassos dos advogados, historiadores e investigadores do Escritório de Pesquisas Especiais do Departamento de Justiça (OSI, na sigla em inglês), criado no ano de 1979 para deportar nazistas.

O relatório documenta como funcionários americanos que receberam a incumbência de recrutar cientistas após a Segunda Guerra Mundial fizeram caso omisso da ordem do presidente Harry Truman que não se recrutasse nazistas ou pessoas filiadas a eles.

Os pesquisadores do OSI assinalam no relatório que a alguns nazistas "foi garantida certamente a entrada nos EUA" apesar de os funcionários do Governo conhecerem seu passado.

Arthur Rudolph, um das centenas de cientistas estrangeiros recrutados para trabalhar nos EUA após a guerra disse aos pesquisadores em 1947 ser o diretor de uma unidade que fabricava foguetes na qual se utilizava trabalhos forçados.

O relatório assegura que os funcionários de imigração sabiam que Rudolph tinha sido membro do partido Nazista, mas mesmo assim o deixaram entrar nos EUA por causa de seu conhecimento sobre foguetes.

Outro dos casos que se menciona é o de Otto Von Bolschwing, que trabalhou com Adolf Eichmann, um dos arquitetos do Holocausto, e que trabalhou como agente da CIA nos EUA após a Segunda Guerra Mundial.

O documento detalha como a agência de espionagem debateu em uma série de relatórios internos o que fazer se o passado de Bolschwing fosse descoberto.

A CIA contratou Bolschwing durante a Guerra Fria por suas conexões com alemães e romenos.

O Departamento de Justiça tentou deportar Bolschwing em 1981, após averiguar seu passado, mas o ex-nazista morreu esse mesmo ano.

Desde a criação da OSI, os EUA deportaram mais de 300 nazistas.

"The New York Times" lembra que o relatório sobre a caça de nazistas é obra de Mark Richard, um advogado do Departamento de Justiça.

Em 1999, Richard convenceu a procuradora-geral dos EUA Janet Reno para que começasse uma apuração detalhada do que ele considerava uma peça crucial da história e encarregou o trabalho à promotora Judith Feigin.

Após editar a versão final no ano 2006, pediu a altos funcionários do Departamento de Justiça que publicassem o relatório, mas sua solicitação foi negada.

O "Times" assegura que quando descobriu que tinha câncer, Richard disse a um grupo de amigos que um de seus desejos antes de morrer era ver o relatório publicado.

O advogado morreu em 2009 sem ver seu sonho realizado.



Guerra ao Terror - Operação PaperClip

Operação Northwoods O Maine Operação Gladio Operação PaperClip Afganistão Gripe das Aves Referências


A Operação Paperclip consistiu na emigração dos nazis para os Estados Unidos.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, houve a "caça aos cientistas alemães". Isso é conhecido por todos.

Todos nós conhecemos Werner Von Braun, o arquitecto da NASA e o "herói" da conquista do espaço.

Não sabemos, no entanto, que ele era um nazi convicto. Não nos é dito que a sua principal obra, a bomba V2, era construída numa fábrica gerida pelas SS e usando trabalho escravo dos campos de concentração.

Von Braun, como muitos dos cientistas nazis, pertenciam ao partido nazi e eram nazis convictos.

Isso apresentava um problema: a lei americana proibia expressamente a emigração de nazis para os Estados Unidos.

Isso significava que praticamente todos os cientistas, já em solo americano, teriam de ser expatriados de volta para a Alemanha. Quer o Departamento da Guerra quer a CIA não queriam perder o seu contributo, fruto de muitos projectos avançados que tinham decorrido na alemanha nazi.

Assim, o presidente Trumman autorizou o "projecto Paperclip" em 1946, o projecto para trazer cientistas alemães seleccionados para trabalharem para os Estados Unidos. No entanto, Trumman excluiu expressamente todos os que "tenham sido membros do partido nazi e mais do que participantes nominais nas suas actividades, ou apoiantes activos do nazismo ou militarismo".

A Agência de Investigação do Departamento da Guerra (JIOA), conduziu investigações sobre o passado dos cientistas. O seu director, Bosquet Wev, submeteu o primeiro lote de dossiers ao departamento da justiça para serem apreciados.

Os dossiers eram incriminadores. Samuel Klaus, o representante do departamento da justiça, afirmou que "todos os cientistas do lote eram nazis convictos". Os pedidos de visto de entrada foram recusados.

Wev reagiu mal. Considerava que a devolução à Alemanha dos cientistas iria constituir uma ameaça maior à segurança dos Estados Unidos do que mantê-los em território americano.

Quando o JIOA começou a investigar os nazis, Reinhard Gehlen, chefe da inteligência na frente leste, encontrou-se com Allen Dulles, o director da CIA. Dulles prometeu-lhe que a sua organização ficaria em segurança dentro da CIA.

Wev decidiu contornar o problema. Dulles mandou alterar os dossiers sobre os cientistas alemães, removendo-lhes quaisquer informações incriminatórias. Dulles integrou a organização de Gehlen na CIA, donde foi responsável por vários projectos de espionagem e relacionados com as experiências nazis durante a guerra.

A Inteligência Militar "limpou" os dossiers relativos aos cientistas. Em 1955, mais de 760 cientistas nazis tinham já cidadania americana, tendo-lhes sido dadas posições de relevo na comunidade científica americana. Muitos tinham sido membros do partido nazi e da Gestapo, e conduzido experiências em seres humanos nos campos de concentração, tinham usado trabalho escravo, ou cometido outros crimes de guerra.

Este "branqueamento" dos nazis foi mantido secreto até do presidente Trumman, ao ponto de este o negar em Potsdam, o que só serviu para exacerbar as suspeitas soviéticas.

Alguns exemplos destes cientistas:

ARTHUR RUDOLPH

Durante a guerra, Rudosph foi Director da fábrica Mittlewerk nos campos de concentração Dora-Nordhausen, onde 20.000 trabalhadores morreram de espancamentos, enforcamentos e fome. Rudolph era membro do partido nazi desde 1931.

O seu ficherio militar dizia em 1945 "100% nazi, do tipo perigoso, ameaça à segurança. Internamento sugerido".

O Dossier final do JIOA dizia: "nada no seu registo indica que tenha sido um criminoso de guerra ou um nazi convicto"

Ridolph recebeu cidadania americana e projectou mais tarde o Saturno V usado nas missões Apollo. Em 1984, o seu registo de guerra foi finalmente investigado, e ele fugiu para a Alemanha Ocidental.

WERNHER VON BRAUN

De 1937 a 1945, von Braun foi o director técnico de Peenemunde, onde o foguetão V2 foi desenvolvido. O seu dossier foi reescrito para que não surgisse o facto de ser um nazi fervoroso.

Von Braun trabalhou em mísseis guiado para o exército do EUA e foi mais tarde director do Marshall Space Flight Center da NASA . Emn 1970, tornou-se num dos administradores associados da NASA.

KURT BLOME

Um cientista nazi de alto nível, disse aos seus interrogadores militares em 1945 que tinha sido mandado em 1943 investigar o efeito de vacinas em prisioneiros dos campos de concentração. Foi julgado no Tribunal de Nuremberga, sob a acusação de ter praticado a eutanásia em prisioneiros doentes e conduzido experiências em seres humanos. Apesar de absolvido, as suas alegações prévias eram conhecidas, e era aceite a sua participação em experiências sinistras.

Dois meses depois do seu julgamento em Nuremberga, Blome foi entrevistado em Camp David, acerca de guerra bacteriológica. Em 1951, foi contratado pelo Corpo de guerra Qúimica do Exército dos EUA. O seu ficheiro não menciona o seu julgamento em Nuremberga.

MAJOR GENERAL WALTER SCHREIBER

O Tribunal Militar dos EUA em Nuremberga investigou provas sobre "Schreiber ter encarregado médicos de conduzir experiências nos prisioneiros dos campos de concentração e ter arranjado os fundos para financiar essas experiências". O Assistente da Acusação afirmou que Schreiber teria sido condenado se os soviéticos não tivessem retido as provas de 1945 até 1948 e as apresentado em tribunal.

Mais uma vez, o ficheiro de Schreiber não menciona este facto. Schreiber foi colocado na Escola de Medicina da Força Aérea em Texas. Quando estes dados foram tornados públicos, a JIOA tratou de lhe fornecer "visto e um emprego na Argentina, onde a sua filha vivia". Em 22 de Maio de 1952, fugiu para Buenos Aires.

HERMANN BECKER-FREYSING e SIEGFRIED RUFF

Estes dois, junto com Blome, pertenciam aos 23 acusados no Julgamento de Nuremberga àcerca dos "Casos médicos". Becker-Freysing foi condenado a 20 anos de prisão por conduzir experiências em prisioneiros de Dachau, tais como fazê-los passar fome e depois fazê-los beber à força água do mar que tinha sido quimicamente alterada para a tornar potável. Ruff foi absolvido (numa decisão muito renhida) de acusações de que ele tinha morto pelo menos 80 prisioneiros de Dachau em câmaras de baixa pressão para simular as condições a 20000 metros de altitude. Antes do seu julgamento, ambos foram pagos pela Força Aérea do Exército para escreverem relatórios acerca das suas experiências grotescas.

GENERAL REINHARD GEHLEN

Cinco anos depois do fim da guerra Gehlen continuava no seu escritório na Baviera, de onde dirigia a sua vasta rede de espionagem na Rússia. Os seus principais ajudantes eram nazis fervorosos que tinham cometido alguns dos mais horrendos crimes da Segunda Guerra Mundial. Gehlen e o seu conjunto de operacionais das SS foram contratados e rapidamente tornados membros da CIA após a entrega aos EUA da sua vasta documentação sobre a União Soviética.

Gehlen obtinha muito da sua informação por intermédio de uma das mais terríveis atrocidades da guerra: a interrogação, tortura e assassinato pela fome de cerca de 4 milhões de prisioneiros soviéticos. Prisioneiros que se recusassem a colaborar eram frequentemente torturados ou sumariamente executados. Muitos foram executados mesmo depois de terem dado as informações, outros eram simplesmente deixados a morrer de fome. Gehlen e a sua organização manobraram, portanto, para serem capturados pelos americanos, dois meses antes do fim da guerra, após terem microfilmado os seus ficheiros e escondido-os nos alpes austríacos.

O general William Donovan e Allen Dulles da CIA foramalertados sobre a rendição de Gehlen e a sua oferta de um emprego em troca da sua informação sobre os soviéticos. A CIA disputou com a inteligência militar o controlo de Gehlen e da sua rede. Dulles arranjou instalações para uma rede privada de espionagem na Alemanha Ocidental, e chamou-a de Organização Gehlen. Gehlen prometeu não contratar nenhum ex membro das SS, SD, ou Gestapo, mas contraou-os à mesma e a CIA nada fez para o impedir. Dois dos primeiros recrutados foram Emil Augsburg e Dr. Franz Six, que tinham feito parte dos eizatzgruppen, que matavam judeus, intelectuais e simpatizantes soviéticos sempre que os encontrassem. Outros dos primeiros recrutados foram Willi Krichbaum, lider da GESTAPO para a frente leste e os chefes da GESTAPO de Paris e Kiel.

Com o encorajamento da CIA, a Organização Gehlen e Licio Gelli estabeleceram "caminhos de fuga" para tirar os criminosos de guerra nazis da Europa para que nãop fossem perseguidos.Estabelecendo campos de trânsito e emitindo passaportes falsos, a Organização Gehlen ajudou mais de 5.000 nazis a sair da Europa e restabelecerem-se por todo o mundo, especialmente na América do Sul e Central. Lá, criminosos como Klaus Barbie (o carniceiro de Lyons) ajudaram os governos a criarem esquadrões da morte no Chile, Argentina, El Salvador e outros.

KLAUS BARBIE

Conhecido como o Carniceiro de Lyons, durante a Segunda Guerra, Barbie fez parte do grupo das SS responsável pela morte de milhares de franceses durante a ocupação alemã.

HEINRICH RUPP

Parte do melhor trabalho de Rupp foi feito para a CIA, depois de ser importado através da Operação Paperclip. Rupp foi condenado por fraude bancária. Tinha sido um operacional da CIA e participado em vários escândalos financeiros. Estaria envolvido, junto com o director da CIA William Casey, então o gestor de campanha de Reagan e Donald Gragg, actualmente embaixador na Coreia do Sul, em três reuniões em Paris para sabotar a reeleição de Jimmy Carter fazendo atrasar a libertação dos refêns no Irão. Os refês, foram libertados em 20 e Janeiro de 1981, imediactamente após Reagan e Bush entraram em funções. Ao Irão, foi prometida a devolução dos bens iranianos congelados, bem como o estabelecimento da operação Irão-Contra.

LICIO GELLI

A história deste sinistro personagem daria um ou mais livros. Basta resumir:

Chefe da Operação Gladio

Era agente duplo da CIA e da KGB

Fundou e dirigiu a Loja Maçónica P2, que recebia uma verba de 10 milhões de dólares mensais da CIA.

Tinha ligações de membros altamente colocados na Máfia, no Vaticano, e era colega de Mussolini. Tinha relações com Roberto Calvi, chefe do Banco do Vaticano. Calvi foi assassinado.

Calvi e outros da sua Loja estiveram por detrás do assassinato do papa João Paulo I.

Ele, Klaus Barbie e Einrich Rupp encontraram-se com Reagan no Uruguai para preparar o fornecimento de mísseis Exocet à Argentina.

Ajudou a criar as Brigadas Vermelhas na Itália, e espiava os seus membros e trabalhava para os nazis ao mesmo tempo.

Foi convidado de honra da tomada de posse do presidente Reagan.

Era amigo pessoal do papa Paulo VI, de Juan Péron e do Muhamar Kaddafi, enquanto colaborava no financiamento da campanha de George Bush.

Os seus crimes são demasiado numerosos para poderem ser relatados aqui.

Dr. HUBERTUS STRUGHOLD

Mais um médico ligado às experiências com prisioneiros em Dachau.

Como chefe do Instituto de Medicina Aeronáutica da Luftwaffe, participou em 1942 numa conferência que discutiu experiências levadas a cabo em prisioneiros. As experiências incluíam a imersão em água gelada, sujeição a câmaras pressurizadas, ingestão de água do mar, etc. Strughold tinha aformado desconhecer estas experiências até ter sido informado delas depois da guerra.

Foi nomeado director do Departamento de Medicina Espacial na Escola de Medicina Aeronáutica.



Alguns cientistas alemães da Operação Paperclip
Na sequência de um protesto da Alemanha Ocidental, de que os esforços dos EUA teriam privado a Alemanha das suas capacidade científicas (ninguém falou em nazis), o Projecto Paperclip foi oficialmente encerrado. Mas, como pode ver pela organização então criada, nada mudou. Os nazis tornaram-se operacionais da CIA, envolvidos em operações clandestinas por todo o mundo, trabalhando directamente com George Bush, a CIA e Henry Kissinger, bem como com a Loja Maçónica P2.

Mas isto é apenas um dos resultados da Operação Paperclip.

Operação MK-ULTRA

Outro projecto secreto que surgiu de Paperclip foi o MK-ULTRA.

Foi criado um laboratório secreto pelo director da CIA, Allen Dulles, em Montreal, dirigido pelo psiquiatra Dr. Ewen Cameron. A ironia está em Cameron ter sido um membro do Tribunal de Nuremberga para julgar os casos contra os médicos alemães.

Foi o projecto de Richard Helmes, mais tarde director da CIA. Dedicado à pesquisa de técnicas de "lavagem cerebral", MK-ULTRA tinha ligações com a pesquiza de guerra química e bacteriológica, conhecida como MK-DELTA.

Os "médicos" que participaram nestas esperiências usaram as mesmas técnicas dos "médicos" nazis. As técnicas usadas por Cameron incluíam electro-choques, privação de sono, implantes de memória, apagamento de memórias, experiências com drogas psicoactivas, e muitas mais práticas crueis.

Alguns outros nomes de cientistas nazis alemães:

Bernhard Tessman - Chefe dos projectistas em Peenemunde, ajudou a esconder 14 toneladas de documentos nos últimos meses da guerra, mais tarde recuperados, na sequência da sua rendição junto com Von Braun aos americanos. Mais tarde, foi Vice-Director do Centro Espacial Marshal da NASA

Alexander Martin Lippisch - O génio da aeronáutica alemã, projectista do avião-foguete Messerchmit 163 - Komet e de vários modelos revolucionários de aviões delta. Foi o responsável por diversos projectos de aviões com asas delta, principalmente na Convair, incluindo o F102 Delta Dagger, o F106 Delta Dart e o B58 Hustler.

Hans Joachim Pabst von Ohain - Um dos primeiros "inventores" do motor a jacto. Trabalhou para a Força Aérea dos Estados Unidos, na base aérea Wright-Patterson. Foi nomeado director do Laboratório de Pesquisa Aeronáutica da Força Aérea e em 1975 era o cientista chefe chefe da divisão de propulsão aérea.

Kurt Lehovec - um dos cientistas pioneiros na pesquisa e construção dos circuitos integrados. Lehovec é Professor Emeritus da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles.

A Operação Paperclip não foi um caso único. Também houve uma operação semelhante, para recuperar os cientistas japoneses responsáveis pelas "experiências" de guerra química e bacteriológica nos cidadãos chineses, a recuperação da ultra-secreta e sinistra Unidade 731.

Aprendemos, assim, que os nazis, supostamente derrotados na Segunda Guerra Mundial, não só não foram castigados pelos seus crimes como passaram a ocupar cargos de relevo em áreas estratégicas nos países americanos. Nos Estado Unidos, dirigiram a NASA, foram figuras de destaque na CIA e na máquina político-partidária.

Foram, ou são?


O relatório:

http://documents.nytimes.com/confidential-report-provides-new-evidence-of-notorious-nazi-cases

Ibama pode retardar obra da usina hidrelétrica de Belo Monte


Folha.com

No que depender dos técnicos do Ibama, a usina de Belo Monte não terá seu canteiro de obras iniciado neste ano, como queriam seus construtores, informa Claudio Angelo, em reportagem na Folha desta terça-feira.

A Folha apurou que a equipe encarregada de analisar o pedido de licença para as chamadas instalações iniciais da hidrelétrica no Xingu deu dois pareceres contrários às obras.

Segundo os documentos obtidos pela Folha, de 5 e 20 de outubro, o consórcio Nesa (Norte Energia S.A.) não cumpriu as precondições impostas pelo Ibama para a instalação do canteiro da usina.

Além disso, os empreendedores teriam subestimado o número de migrantes que seriam atraídos para a região de Altamira (PA) para a obra.

Principal obra do PAC, Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo. Estima-se que vá custar de R$ 19 bilhões a R$ 30 bilhões e gerar em média 4.400 MW.


HISTÓRICO DA NÃO AUTORIZAÇÃO:

08/10/2010
Construção da usina de Belo Monte descumpre regras ambientais, diz Procuradoria

CLAUDIO ANGELO

As condicionantes ambientais e indígenas para a construção da usina de Belo Monte não estão sendo cumpridas, afirma o Ministério Público Federal do Pará. Isso pode impedir a instalação da mega-hidrelétrica.

A Procuradoria notificou o Ibama na semana passada pelo não cumprimento, e afirma que os responsáveis pela usina estão querendo "fracionar" a licença de instalação, pedindo uma autorização prévia para construir o canteiro de obras.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirma que não há problema nenhum em iniciar obras como as de acesso ao canteiro e de escritórios antes da licença de instalação ser concedida.

Ela cita o caso das usinas hidrelétricas do rio Madeira, onde isso foi feito.

O procurador da República no Pará Felício Pontes Júnior protesta: para ele, a licença para instalar o canteiro de obras equivale à licença para a obra. "Licença fracionada não existe em lei nenhuma do Brasil", afirma.

O advogado Raul do Valle, do Instituto Socioambiental, diz que o Madeira é justamente um mau exemplo: o fracionamento da licença criaria um fato consumado, fazendo com que a obra fosse instalada sem o cumprimento das condicionantes.

"SEM CONDIÇÕES"

A preocupação com o descumprimento das condicionantes vem sendo manifestada desde agosto pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e pela Funai (Fundação Nacional do Índio), em ofícios aos quais a Folha teve acesso.

Em um deles, o diretor de Desenvolvimento Sustentável da Funai, Aloysio Guapindaia, reclama que "apenas as ações inerentes à Funai tiveram algum avanço" dentre as medidas que o governo deveria tomar em relação às terras indígenas.

Em outro, o então coordenador de Energia Elétrica do Ibama, Antônio Torres Júnior, afirma que o plano básico ambiental da usina apresentado pelos empreendedores contempla só os canteiros de obra -e não o empreendimento inteiro.

Diz também que não foram feitas as chamadas ações antecipatórias, como o preparo da infraestrutura urbana de Altamira, o que "não fornece as condições necessárias para que o empreendimento se instale".

Pontes cita um estudo que afirma que a qualidade da água do rio Xingu represado cairá tanto que a cidade de Altamira precisará ter 100% de sua água tratada. Essas obras, diz, não começaram.

Também estão atrasadas medidas relativas às comunidades indígenas da região, como a desintrusão (retirada dos não índios) da Terra Indígena Cachoeira Seca. "Estamos tentando essa desintrusão há dez anos. Não será em alguns meses que ela vai acontecer", diz.

O consórcio Norte Energia, responsável por Belo Monte, quer iniciar a construção dos canteiros de obras já no mês que vem.

Para a ministra do Meio Ambiente, o licenciamento está normal -ela considera que canteiro e hidrelétrica são coisas distintas.

A Funai concorda com o fracionamento. Diz que o consórcio se comprometeu a apresentar planos emergenciais para as áreas indígenas afetadas, mas que estes servem apenas para licenciar o canteiro.

Ex-diretor acusa governo de agir para sucatear Correios

Leonardo Souza/Folha.com

Um ex-diretor dos Correios acusa o governo de ter suspendido investimentos e contratação de pessoal na estatal para forçar a abertura de capital da empresa e favorecer o setor privado.

Pedro Magalhães Bifano acusa governo de ter suspendido investimentos para forçar a abertura de capital dos Correios.

A acusação foi feita em entrevista ao repórter Leonardo Souza da sucursal da Folha em Brasília pelo ex-diretor de Gestão de Pessoas Pedro Magalhães Bifano, 53, demitido em julho, no auge da disputa entre PT e PMDB pelo comando da autarquia.

No ano passado, os Correios tinham mais de R$ 4 bilhões disponíveis entre recursos em caixa e aplicações em bancos e títulos do Tesouro Nacional, um crescimento de 60% em relação a 2006.

Apesar de ter dinheiro em caixa, os Correios atravessam uma das piores crises de sua história, a ponto de beirar um "apagão postal", com atrasos na entrega e sumiço de correspondências.

Bifano aponta uma ação deliberada do ex-ministro Hélio Costa (Comunicações) e do ex-presidente dos Correios Carlos Henrique Custódio para "sucatear" a estatal.

Costa e Custódio rebatem as acusações e dizem tratar-se de uma "maldade" do ex-diretor. "Não vou responder a um funcionário demitido dos Correios", disse o ex-ministro.

ENTREVISTA:

Folha - Como foi a administração dos Correios na gestão do ministro Hélio Costa?

Pedro Magalhães Bifano - Ele é o responsável pelo sucateamento dos Correios. Ele ficou tentando fazer Lula assinar à força aquela medida provisória dos Correios S.A..

Qual era o objetivo de transformar a estatal numa sociedade anônima?

Para sair da 8.666 [Lei de Licitações]. Eles queriam que os Correios fossem sócios de empresas privadas. Era para criar uma empresa de aviação e uma de logística em conjunto com o setor privado.

Isso era para facilitar negociatas nos Correios?

Isso eu não posso falar, mas que havia interesses terceiros, havia.

Quem são os grandes interessados nesse modelo?

Você não tem isso oficialmente, mas se diz que a empresa de aviação é a Total.

Essa empresa já trabalha para os Correios.

Não tinha contrato, passou a ter de um tempo para cá. Hoje deve ser a que mais tem contrato. O transporte dos Correios é muito pulverizado. Nós ficamos dois anos sem comprar carro. Faltando carro, faltando carteiro, faltando tudo.

Por que paralisaram os investimentos?

Para mostrar que o atual sistema não funciona.

Mas vocês da diretoria não reclamavam, não alertavam para o que estava acontecendo?

A gente pedia vaga, pedia carro, mas eles mandavam segurar.

Quem segurava esses gastos?

O presidente dos Correios [Carlos Henrique Custódio] despachava duas, três vezes por semana com ele [Hélio Costa]. Muitas vezes chegava lá usando o nome do Hélio Costa.

De que forma usava o nome do ministro?

"Orientação do ministro", viu. Mas quando a coisa começou a apertar, quando começou a estourar a falta de carteiro, veio a crise. Aí começaram a correr para contratar carteiro, fazer concurso público.

Por que só agora você resolveu contar esses problemas?

A partir do momento em que ele [Hélio Costa] sai na imprensa me acusando de algo que eu não fiz, eu tenho que me defender [em meados de setembro, integrantes da campanha derrotada de Costa ao governo de Minas creditaram a Bifano o vazamento para a imprensa de denúncias de lobby na Casa Civil contra a ex-ministra Erenice Guerra]. Um negócio que não era da minha área, do qual eu não participei. Não posso aceitar isso.

Os serviços dos Correios pioraram entre sua entrada e saída da companhia?

Ficou pior, muito pior. Falta de funcionários, falta de carros, os contratos de empresas áreas eram de cinco anos, aí passaram a fazer de um ano só. Vencia, ficava sem avião, as cartas não chegavam. Isso denegria a imagem da empresa.

Índios do MT se mobilizam para pressionar Dilma

AE

Lideranças dos índios de Mato Grosso prometem não dar trégua para presidente eleita, Dilma Rousseff, e dizem que tão logo ela assuma haverá mobilização para garantir "os interesses dos índios". No Estado, vivem 52 mil índios de 45 etnias. Além de reivindicações sobre demarcação de terras, educação e saúde das populações indígenas, outro assunto que incomoda os índios de Mato Grosso é a construção da Usina de Belo Monte, obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Rio Xingu.

O cacique Raoni Txcurramãe disse que tentará marcar um encontro com Dilma. Para ele, é urgente a "questão da Belo Monte". Ele espera que haja avanços nos direitos indígenas e que a Fundação Nacional do Índio (Funai) seja fortalecida. O coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) em Mato Grosso, Gilberto Vieira, disse que as perspectivas não são animadoras. Além da preocupação com o fato de Dilma ser uma das idealizadoras do PAC, Vieira reclama que há outras obras, previstas nos rios Juruena e Aripuanã, que não consideram as populações indígenas.

Ele também critica a paralisação no processo de demarcação de terras. "Nos últimos anos não aconteceu nenhuma demarcação." Ele cita o caso do território dos povos Myky, em Brasnorte (a 562 km de Cuiabá), cujo processo está parado desde 2008. Outra área que ainda aguarda estudo para que seja reconhecida é a Terra Indígena Kapot Nhinore, às margens do Rio Xingu, no município de Confresa (737 km de Cuiabá).

Nos EUA, deportações atingem recorde no governo Obama


BBC

Presidente americano foi eleito com apoio de imigrantes e promessa de reforma nas leis de imigração.

EUA deportaram 392.862 imigrantes ilegais no último ano fiscal

As deportações de imigrantes ilegais atingiram números recordes nos Estados Unidos durante o governo de Barack Obama, considerado mais rígido que os anteriores na fiscalização desses casos e na aplicação de penalidades.

No último ano fiscal (encerrado no fim de setembro), os Estados Unidos deportaram 392.862 imigrantes ilegais, um aumento em relação às 389 mil deportações registradas em 2009 e às 369 mil de 2008.

Além do maior número de deportações que seu antecessor, George W. Bush, o governo Obama também tem aumentado a fiscalização sobre empresas e estabelecimentos comerciais que contratam imigrantes ilegais.

Mais de 2,2 mil estabelecimentos foram investigados neste ano sob suspeita de empregarem imigrantes ilegais - em 2009, esse número foi de menos de 1,5 mil.

Segundo o Departamento de Segurança Interna, essas ações resultaram em acusações criminais contra quase 200 empregadores e mais de US$ 50 milhões (R$ 86 milhões) em multas.

Críticas

O governo americano diz que metade dos deportados no último ano fiscal eram criminosos já condenados e que estavam nos Estados Unidos ilegalmente.

Afirma ainda que cerca de um terço dos criminosos deportados haviam cometido crimes graves, como assassinato ou estupro.

Apesar das justificativas, o rigor empregado contra os imigrantes ilegais é recebido com críticas por alguns setores, que insistem na necessidade de uma ampla reforma das leis de imigração no país.

"Os imigrantes não estão apenas decepcionados com o governo Obama. Estão com raiva", disse à BBC Brasil a ativista Sarahi Uribe, coordenadora nacional da campanha "Uncover the Truth" (Revele a Verdade, em tradução livre), que tem como foco a política de deportações do governo.

"Não conseguem acreditar que, sob o governo Obama, estejam sendo mais atacados do que já foram em décadas", afirma Uribe.

"É simplesmente incrível que o governo vá a público dizer que sua política de deportações é um sucesso", diz a ativista.

Desafio

A reforma das leis de imigração era uma das promessas de campanha de Obama, que foi eleito em 2008 com grande apoio dos imigrantes.

A promessa de aprovar as mudanças ainda no primeiro ano de mandato acabou adiada diante da crise econômica e da forte resistência da oposição republicana.

Obama enfrenta críticas dos dois lados: tanto dos que reclamam de rigidez excessiva e cobram uma solução mais rápida para legalizar a situação dos imigrantes que já estão no país, quanto daqueles que consideram as ações do governo brandas demais e querem maior rigor na fiscalização das fronteiras para impedir a entrada de ilegais.

Apesar de nos Estados Unidos as políticas de imigração serem responsabilidade do governo federal, muitos Estados analisam a adoção de medidas próprias para coibir a entrada de imigrantes ilegais.

O caso mais polêmico é o do Arizona, que em abril anunciou uma lei que torna crime estadual a presença de imigrantes ilegais.

A legislação provocou protestos, especialmente entre a comunidade hispânica, que considera a medida discriminatória.

A lei acabou entrando em vigor sem seus trechos mais polêmicos, que foram bloqueados pela Justiça à espera de uma decisão sobre sua constitucionalidade, mas vários outros Estados já consideram adotar medidas semelhantes.

Com quase 12 milhões de ilegais vivendo nos Estados Unidos, o tema da imigração é um dos principais desafios do presidente americano, que entra na segunda metade de seu mandato enfraquecido pela perda da maioria democrata na Câmara dos Representantes.

Feriado termina com 11 mortes nas estradas do Paraná


ADRIANO RIBEIRO/AGP

Pelo menos 11 pessoas morreram no Paraná em razão de acidentes registrados nas estradas estaduais durante o feriado da Proclamação da República. O balanço parcial foi informado pela Polícia Rodoviária Estadual (PRE) e considera as ocorrências registradas entre as 18h da última sexta-feira (12) e as 20h desta segunda (15). Os números finais da PRE devem ser divulgados na terça-feira (16).

A contagem parcial indica que este recesso, mesmo com um dia a menos, registrou duas mortes a mais do que o último feriado de Finados. No entanto, o número de feridos passou de 121 em Finados para 83 neste feriado e a quantidade de acidentes também foi menor do que a constatada no recesso do início do mês: 170 contra 125. Não foi realizada uma comparação com o recesso da Proclamação da República do ano passado, pois, em 2009, o dia 15 de novembro caiu em um domingo.

O acidente mais grave do feriado nas estradas de responsabilidade da PRE ocorreu no início da noite de domingo na PR-323, em Tapejara, a 115 quilômetros de Maringá. Dois carros bateram de frente na rodovia que não é duplicada. A forte colisão resultou na morte de quatro pessoas. Durante a sexta-feira (12), outras quatro pessoas já haviam morrido depois de acidentes registrados na PR-323.

Movimento intenso na volta do Litoral

Cerca de 25 mil veículos retornaram do Litoral do Paraná para Curitiba, nesta segunda, na BR-277, segundo a concessionária Ecovia, que administra o trecho entre a capital e Paranaguá. Ao todo. O fluxo começou a se intensificar no início da tarde e o movimento na rodovia chegou a ficar cinco vezes acima do normal, com 2.500 veículos por hora.

A Ecovia informou que, desde o início do feriado até as 18h de segunda, cerca de 95 mil veículos já haviam passado pelos dois sentidos da BR-277. As comemorações em homenagem à Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná, também ajudaram a aumentar o movimento nas estradas entre o Litoral e a capital.

Na BR-376, entre Santa Catarina e Curitiba, o movimento também foi intenso e chegou a ficar três vezes acima do normal, com picos de 2.700 veículos por hora na rodovia, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Apesar do número elevado de veículos, os motoristas não se deparam com grandes pontos de lentidão nas BRs 277 e 376 na volta do feriado. O acidente mais grave registrado ocorreu no km 667 da BR-376, no sentido Joinville. Um caminhão que transportava peças automotivas tombou no local e duas pessoas ficaram feridas. Três das quatro faixas da pista sentido sul ficaram bloqueadas e um congestionamento de seis quilômetros se formou no local.

O balanço de acidentes, feridos e mortes nas estradas federais que cortam o Paraná deve ser divulgado na terça-feira (16).

Interior

Quem viajou para Curitiba vindo do interior do estado também enfrentou estradas cheias. A RodoNorte, que administra a PR-151 e BRs 376 e 277, registrou picos de 2.100 veículos passando por hora no pedágio de São Luiz do Purunã. Nesta segunda, o movimento foi 77% maior que o registrado em dias normais.

Gleisi, não. A 1.ª senadora do Paraná será Danimar


SANDRO MOSER/AGP

No ano que vem, pela primeira vez na história uma mulher vai ocupar o cargo de senadora pelo Paraná. Mas não será Gleisi Hoffmann (PT), elei ta com mais de 3 milhões de votos. A primeira representante do sexo feminino que se sentará em uma das três cadeiras paranaenses no Senado Federal não recebeu nem um voto sequer. Ela se chama Danimar Cris tina Pe reira da Silva e é assessora parlamentar na Assembleia Legislativa do Paraná.

Filiada ao Partido da República (PR), Danimar irá assumir a vaga do senador Flávio Arns (PSDB), de quem é a primeira suplente. Arns terá de renunciar ao cargo para assumir como vice-governador do Paraná em 1.º de janeiro. Como a posse dos novos congressistas eleitos neste ano (incluindo Gleisi) só ocorre um mês depois, em 1.º de fevereiro, Danimar será a mulher pioneira do estado no Senado. Mas vai cumprir um mandato de apenas um mês, pois Arns teria mesmo de deixar o Senado nessa data, após oito anos de mandato. E o único mês de Danimar na Casa será de recesso parlamentar.

O curto período no Congresso não será a primeira experiência de Danimar no Legislativo. Ela já foi vereadora de São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, entre 2001 e 2005.

Planos

Danimar da Silva (PR), futura senadora pelo Paraná.

Qual será o primeiro ato que a senhora vai tomar depois da posse?

Primeiro vou procurar me inteirar dos projetos e comissões. Quero trabalhar pelo povo no Paraná. Não vou simplesmente sentar numa cadeira.

Existe algum projeto que a senhora queira dar tratamento especial?

Não vou saber te responder. Vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance em prol do Paraná. Luto muito pelas crianças, pela defesa da mulher e pelas pessoas desamparadas. Vou continuar lutando.

Como a senhora se define politicamente?

Considero-me uma legitima representante do povo. Eu sou do povo. Acho que política é uma missão. Tenho a oportunidade de representar esse meu povo e quero fazer de uma maneira limpa e inteligente.

A senhora acha que essa exposição do seu nome pode ajudar em futuras candidaturas?

Tudo é resultado de um trabalho. Eu só posso continuar trabalhando e tudo o que acontecer no futuro será resultado deste meu trabalho, com a vontade de Deus.

CRÉDITO FÁCIL= CRÉDITO CARO: 40% da classe D fecha o mês no vermelho


AGP

Assediada pelo comércio e pelos bancos, a classe D é considerada, junto com a classe mé dia, a nova estrela do consumo e tem ido às compras com apetite. Mas a população de baixa ren da, mesmo com o aumento da massa salarial, ainda tem di ficuldade para fechar no azul suas contas. Levantamento da Paraná Pesquisas em todo o estado, realizado a pedido da Gazeta do Povo, mostra que 40% das pessoas das classes D e E não con seguem ou eventualmente têm dificuldade para pagar to das as suas contas no fim do mês.

O volume é superior à média das demais faixas de renda. Entre os mais ricos, das classes A e B, apenas 22% têm esse tipo de problema. Na classe C, o porcentual é de 32%. Entre os mais po bres, o porcentual dos que admi tem que nunca conseguem fechar a conta no fim do mês soma 19%, mais de duas vezes o índice dos mais ricos (8%).

Mudança de perfil

Novos hábitos mudam orçamento

Para o economista Cid Cordeiro, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Paraná, o fato de as classes D e E terem se beneficiado do aumento da renda nos últimos anos não implica que elas darão conta das suas necessidades. “Há ainda muitas carências nessa faixa de renda. Essas famílias estão incorporando novos hábitos de consumo e novos gastos”, afirma. Segundo ele, é preciso lembrar que, à medida que a renda aumenta, surgem novas necessidades. O aumento da renda tem reflexo na aquisição de novos bens e serviços. “Por isso que ao longo dos anos as famílias, mesmo com o crescimento da renda, têm um comprometimento maior do orçamento doméstico”, afirma.

Os novos hábitos vão desde o uso do celular e da internet de banda larga até a compra de bens de maior valor, como a tevê de plasma e o carro seminovo, passando pelas idas ao cabeleireiro, pelo cinema e pelo passeio nos shoppings no fim de semana. Apesar de “pendurada”, a classe D não demonstra tendência de aumentar a inadimplência, segundo Cordeiro. “Tudo indica que a renda vai continuar a crescer, a oferta do crédito continuará grande e os juros reais vão cair, o que alivia esse tipo de risco”.

“Eu posso” é lema da baixa renda

As classes de menor poder aquisitivo são as que mais se be neficiaram, nos últimos anos, do aumento real do salário mínimo. Desde 2003, o reajuste real – já descontada a inflação – soma 53%. Mas, se de um lado a renda cresceu, de outro o crédito e os juros mais baixos têm funcionado como passaporte para as compras e o endividamento, segundo Murilo Hidalgo Lopes de Oliveira, coordenador da Paraná Pesquisas. “A classe D vem se endividando mais, o que sobrecarrega o orçamento no fim do mês. Como a renda é me nor, qualquer gasto extra desequilibra o orçamento”, afirma.

Fiado

Um outro estudo, realizado pelo instituto Data Popular, mostra que a população emergente acaba apelando, no fim do mês, para a velha prática de comprar fiado. De acordo com o levantamento, 45% da classe D colocou a compra na caderneta do comerciante ou do prestador de serviço no último mês, contra 6% das classes A e B.

O técnico em enfermagem Danilo da Silva Nogueira, 24 anos, nem sempre consegue pagar as contas em dia. No mês passado, “sobraram” as contas da faculdade de Enfermagem e o cartão de crédito. “Em um mês a gente paga uma conta, em outro paga outra, vamos dando um jeito nas coisas”, diz. Com uma renda de R$ 720, Danilo Nogueira divide as despesas de casa com o amigo Adriano Alessi, também técnico em enfermagem, que tem uma renda de R$ 900. Economizar, nem pensar, pelo menos por enquanto. “Não tem como ter uma reserva. O principal é terminar a faculdade, o restante a gente vai vendo com o tempo”, diz. Além da faculdade de Nogueira, a prestação do carro, um Fiesta 2006, consome outra parte da renda. O carro foi comprado em 60 vezes. O sonho é se formar para poder ganhar mais e comprar um imóvel.

Informalidade

Embora todas as classes sociais sejam afetadas, em maior ou menor grau, pela inadimplência, alguns fatores tornam a situação da classe D mais complicada. “A diferença é que os mais pobres não têm poupança”, afirma Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular. De acordo com ele, o aperto no fim do mês é reflexo de dois fatores. Primeiro, a renda dessa faixa da população ainda é muito baixa. Segundo, que entre os mais pobres é comum parte da renda vir do trabalho informal. “O volume de pessoas que não têm carteira assinada é maior entre as classes D e E, que complementam a renda com bicos e trabalhos temporários. E esse tipo de atividade têm grande oscilação”, afirma Meirelles.

As contas de água, luz e telefone são as principais despesas para essa faixa da população. O aluguel e a alimentação vêm em segundo e terceiro lugar. “A percepção geral é de que as despesas como luz e telefone são mais altas porque esses custos não são fixos. As famílias estão comprando mais eletrodomésticos, mais telefones e estão acessando a internet, e com isso as contas de energia e de telefone também crescem”, afirma Oliveira, da Paraná Pesquisas.

Educação

Um dado que chama a atenção é que entre os mais pobres o número de famílias que dizem que gastam muito com educação é menor do que nas classes A e B. Famílias que estão no topo da pirâmide gastam mais em escolas e cursos particulares, o que faz com que esse tipo de gasto seja o principal para 11,39% dos entrevistados dessa faixa de renda. Entre os de menor renda, apenas 5,16% disseram que esse é o principal gasto. Na hora de comprar, a classe D prefere parcelar as suas compras no cartão da loja e no carnê.



Classe D muda a cara do mercado

G1

Com R$ 381,2 bilhões para gastar no ano, só atrás da cifra da classe C, que deve torrar R$ 427,6 bilhões até dezembro, as famílias brasileiras com renda entre R$ 768 e R$ 1.114 deixaram de ser personagens secundários no universo do consumo.

Maior que o montante disponível para compras na classe A (R$ 216,1 bilhões) e na classe B (R$ 329,5 bilhões), a grana da classe D, formada por 64 milhões de pessoas, passou a ser cobiçada por empresas de segmentos diversos, de companhias aéreas a colégios, de planos de saúde a fabricantes de PCs.

Empresários que não flertam com a base da pirâmide social devem rever seus conceitos, alertam especialistas. Os emergentes, apostam, irão liderar o desenvolvimento dos negócios e da economia brasileira no futuro bem próximo.

- A classe D já é a segunda do país em massa de renda. E assumiu a liderança na intenção de compras de bens como carros, geladeiras, desktops, entre outros - afirma Renato Meirelles, sócio-diretor da Data Popular, instituto de pesquisa pioneiro no estudo do mercado de baixa renda no Brasil.

Segundo ele, em 2010, esta parcela da população será responsável por 33% das aquisições de computadores, 24% das compras de automóveis, 40% das geladeiras, mesma porcentagem de motos e quase 17% das viagens de avião.

- Além disso, 25% do total de novos alunos em escola particular pertencem a esta classe social.

Fenômeno

O fenômeno popular, conforme aponta, é resultado de uma transformação no país. Com mais emprego, renda - só o aumento do salário mínimo colocou R$ 27 bilhões a mais no bolso das famílias da classe D -, acesso ao crédito e a prazos esticados de financiamento, nos últimos três anos, quase 20 milhões de brasileiros deixaram a linha da pobreza e passaram a integrar a camada emergente.

- Tudo isso fez com que esta classe, de maior mobilidade do país e principal impactada pelos projetos de distribuição de renda, conquistasse um enorme poder de consumo.

Fatores e cifras combinados, não é exagero dizer que a classe da quarta letra do alfabeto seja a nova "galinha dos ovos de ouro".

- Quem pensa em investir em novos serviços voltados para a classe B está errado. O consumidor com mais poder aquisitivo é complicado, pois quer produto de classe A com preço de classe D. O novo foco deve ser a baixa renda - comenta a consultora Patrícia Santos, graduada em Marketing pela ESPM e pós-graduada em Administração pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Segundo ela, famílias com renda de até R$ 1.114 formam um público consumista, que não hesita na hora de comprar um produto mais caro e de qualidade, já que pode quitá-lo em "suaves" prestações.

- Até há pouco tempo, esta turma não tinha poder de compra ou acesso a financiamentos. Cartão de crédito, por exemplo, era coisa para rico. Hoje, está em todas as bolsas. Então, no momento de levar uma TV nova para a estante, este consumidor não acha R$ 1.800 um preço exorbitante, uma vez que pode pagar dez parcelas de R$ 180, uma quantia que não compromete o orçamento.



Resistir ao impulso de se endividar é possível, mas exige disciplina

Vinicius Albuquerque, do R7

Consumidor precisa ter autocrítica para que endividamento não se torne armadilha


Chega um ponto em que a pessoa vai ao banco, vê o saldo e leva um susto: está no limite do cheque especial. Ou então, tenta pagar uma conta com o cartão no supermercado e não consegue porque esgotou o crédito. E muitas vezes nem se lembra do que comprou. O pior é que para controlar esse impulso de gastar é preciso ter muita disciplina, segundo especialistas ouvidos pelo R7.

A psicanalista e representante no Brasil da Iarep (Associação Internacional para Pesquisa em Psicologia Econômica, na sigla em inglês), Vera Rita de Mello Ferreira, diz que as pessoas vivem perto do limite de endividamento porque “não querem se dar conta" dele.

- Elas pensam nas prestações que cabem no orçamento, e isso prossegue até que se deem conta de que estão encrencadas. Todo mundo tem que ter o celular da moda, o sapato do momento. O crédito promete isso, e como é difícil para o indivíduo se manter isolado, qualquer coisa que se prometa vai encontrar um público que a queira.

Para a professora, o estilo de vida “menos é mais” não exerce um apelo por si só porque “gostamos do que não tem limites, gostamos da fartura”. Ela diz que, do ponto de vista da psicanálise, “todo mundo sente uma atração pelo que não tem e por se arriscar nos limites: ninguém gosta de ter limites para o próprio vigor, a própria saúde, beleza, e aí tentamos compensar isso com as compras".

Ela lembra que o importante no momento é debater se o objetivo das classes C e D é mesmo o de consumir mais e acrescenta que resistir ao impulso para gastar não é impossível: com outras fontes de satisfação que não apenas as compras é mais fácil evitar gastos compulsivos.

Vontade de gastar

Na última semana, a CNC (Confederação Nacional do Comércio) divulgou uma pesquisa na qual mostra que a intenção de consumo das famílias brasileiras cresceu 0,6% neste mês, marcando o quinto avanço seguido; e que essa disposição para gastar é maior entre as famílias mais pobres (alta de 0,8% em setembro).

O crescimento forte da renda nos últimos meses, a grande oferta de crédito e a moderação nas taxas de juros fazem com que as pessoas consumam mais, segundo o economista da CNC Bruno Fernandes.

O estudo revela que 59,2% das famílias brasileiras estão endividadas, e a média no terceiro trimestre foi de 58,7%, superior à do segundo trimestre, que foi de 56,9%. O cartão de crédito é o grande vilão: 71,5% das famílias que não conseguem pagar suas contas têm aí seu maior problema. Outras formas de dívidas são os carnês (24,6%) e o crédito pessoal (10,7%). Apesar do alto índice de endividamento, segundo a pesquisa, apenas 9% das famílias não conseguirão pagar as dívidas e ficarão inadimplentes.

Como não cair na armadilha do consumo

Para o professor de finanças da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) Luiz Jurandir, só a autocrítica do consumidor é que pode fazer com que esse endividamento não se torne uma armadilha. Antes de gastar, o consumidor precisa avaliar que necessidade ele tem de um determinado produto.

Ele lembra o efeito da indução sobre o consumidor: as empresas precisam induzir a pessoa a fazer compras, já que esse é o mecanismo segundo o qual a economia funciona.

- A grande massa age induzida por mecanismos montados para fazer a economia funcionar. Mas, para a vida do indivíduo, essa ação [de comprar] tem de vir antecedida por uma análise crítica, ele tem de se perguntar se isso tem sentido na realidade orçamentária dele.

O professor diz que não dá para esperar paternalização por parte das empresas - cujo papel é vender, e não zelar pelo orçamento doméstico das pessoas. O consumidor é que precisa ter autocrítica.

- A resposta disciplinadora é interior, tem de vir de cada um, e não do outro - ou seja, de quem quer vender.

 
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