segunda-feira, 10 de junho de 2013

Monetarismo e mais arrocho a vista: DELFIM QUER VER DILMA GARANTINDO DÉFICIT ZERO

Conselheiro informal do governo desde os tempos de Lula na Presidência, ex-ministro diz que presidente Dilma Rousseff precisa "vir a público garantir que o déficit do governo ficará em zero em três anos"; para Delfim Netto, o mercado "tem uma percepção, a meu ver exagerada, de que a política fiscal é uma esculhambação"; ele acredita que, sem apoio fiscal, "(Alexandre) Tombini terá de elevar os juros a dois dígitos"; na Bolsa Mercantil & Futuros já contratos de juros sem fechados a uma taxa de 10% ao ano
O ex-ministro Delfim Netto aconselhou na manhã desta sexta-feira 7, em entrevista à Agência Estado, a presidente Dilma Rousseff sair a público para garantir ao mercado que, em três anos, o governo federal estará com as contas alinhadas, gastando tão somente o que arrecada, com um déficit nominal zero.
- A presidente Dilma tem credibilidade. Se vier a público garantir que o déficit nominal do governo vai ser de zero em três anos, isso causará efeitos positivos na economia, com mais investimentos e redução dos juros futuros.
Delfim, no entanto, previu um cenário ruim, com juros de "dois dígitos", caso o Banco Central não conduza o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) para o centro da meta de inflação. Advertiu que isso só será possível com apoio de uma política fiscal austera, na qual o governo não estoure em gastos o que arrecada. Usou, para ilustrar sua percepção, uma palavra forte: esculhambação.
- Só austeridde fiscal resgatará a credibilidade do govervo", definiu Delfim. Hoje, o mercado tem a percepção, a meu ver exagerada, de que situação fiscal no Brasil é uma esculhambação."
Num momento em que se avolumam as críticas ao aparente desentrosamento entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, Delfim manifestou preocupação:
- Só o IPC na meta em 2014 pode acabar com o desgaste de expectativa. Mas sem ajuda fiscal, (Alexandre) Tombini terá de levar os juros para dois dígitos.
Ontem, na tribuna do Senado, o senador Cristóvam Buarque vocalizou rumores que tem circulado no mercado financeiro, segundo os quais a situação do ministro Mantega não é confortável dentro do governo. No pregão da Bolsa Mercantil & Futuros, já há contratos de juros futuros que apontam para uma taxa Selic de 10%. (247)

Maduro lança operação anticorrupção na Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse ter dado início a uma operação anticorrupção nas primeiras horas de ontem (9). Por intermédio da rede social Twitter, ele disse que a ação envolve o Instituto de Defesa de Pessoas e o Acesso aos Bens de Serviço (cuja sigla em espanhol é Indepabis). Maduro lembrou que a corrupção é uma doença que deve ser enfrentada por todos e pediu à população que o ajude.

“Hoje [ontem, 9] de madrugada, começamos uma operação anticorrupção no Indepabis contra o grupo e vamos fundo contra a corrupção”, ressaltou. Na mensagem seguinte, o presidente agradeceu à população por suas denúncias e disse que a corrupção é uma enfermidade estimulada pelo antivalores do capitalismo. “Vamos todos enfrentá-la”.

Maduro prometeu enfrentar todos os que transgredirem a lei e as regras da democracia. Desde que assumiu o governo, em maio, o presidente venezuelano lançou como meta a luta contra a impunidade e a corrupção. (EBC)

Lá vem o Brasil "da Dilma" descendo a ladeira?



A última pesquisa feita pelo Datafolha acusou uma queda de 8% na popularidade da presidenta Dilma, que caiu de 65% para 57%, o que ainda é um ótimo nível de aprovação.  Mais que rapidamente os arautos do governo saíram a campo dizendo que “a oscilação foi normal”, tal qual afirmou o ministro Mercadante. Agora resta esperar para ver se a queda foi uma tendência a um maior isolamento do governo federal ou não.

 Muitos números preocupam, e entre eles podemos citar que o endividamento dos brasileiros com o sistema financeiro nacional bateu novo recorde ao final do primeiro trimestre de 2013. Segundo o Banco Central, as dívidas das famílias correspondiam, em março, a 43,99% da renda anual. Em fevereiro, recorde anterior, o índice estava em 43,79%. No fim do primeiro trimestre de 2012, era de 42,37%. E isto tende a se agravar.

Quando estourou a forte onda da grave crise financeira internacional, cujo principal exemplo se deu com a “bolha imobiliária” nos EUA, por aqui o ex-presidente Lula, irresponsavelmente, discursou que a mesma no Brasil seria apenas uma “marolinha”.

 Com a crise nos atingindo, o que não era nenhuma novidade que viesse a ocorrer, já que somos uma economia dependente, onde o povo assalariado não tem poupança acumulada por causa da baixa agregação de valores aos nossos produtos primários pelo baixo nível de industrialização, e isto gera baixos salários, a medida eleitoreira e artificial de tentar manter a produção em alta, com o fornecimento de crédito para quem não tinha nenhuma condição de se endividar, fez aumentar a inadimplência, e isto faz aumentar as taxas de juros e os cortes no consumo, e consequentemente o aumento acumulativo de desemprego. A taxa de desemprego em abril, de 5,8%, aumentou ligeiramente com relação aos 5,7% registrado em março, e mais de um ponto percentual com relação aos 4,6% de dezembro de 2012, seu menor nível histórico.

Graças ao fim da capacidade de endividamento a  venda a prazo, normalmente de itens de maior valor, ficou estagnada no primeiro trimestre, apesar do esforço do varejo para desovar os estoques de eletrodomésticos, TVs e telefones celulares por ocasião do Dia das Mães, a melhor data para o comércio depois do Natal. Uma parcela crescente de inadimplentes acumulam dívidas não pagas superiores a R$ 500, o que é dramático em um país onde a maior parte dos assalariados ganham em média dois salários mínimos. Em abril, mais da metade dos consumidores inadimplentes (50,49%) tinha dívida acima de R$ 500. Em janeiro e fevereiro, essa fatia girava em torno de 30%, aponta um recorte do índice mensal de inadimplência apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), com base no cadastro nacional de inadimplentes.

Os consumidores em geral, mesmo os que ainda possuem crédito, estão ficando cautelosos para não ampliarem ainda mais o endividamento, que cresceu rapidamente nos últimos meses. Está postura cautelosa com o tempo poderá fazer diminuir ainda mais o consumo, e isto, caso ocorra, irá desacelerar ainda mais a produção industrial, fator que gerará mais desemprego. Consumo menor, menor produção e maior desemprego.

Pesquisa sobre o perfil do inadimplente, terminada pela Boa Vista Serviços no fim do ano passado, mostrou que 28% das pessoas declararam ter alguma restrição causada por compra feita com cartão de crédito. Em seguida, aparece carnê / boleto (26%), cheque sem fundos (18%), empréstimo pessoal (16%), cartão de loja (8%) e cheque especial (4%). A Boa Vista, que administra o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), realizou o levantamento do quatro trimestre junto a 1.110 consumidores.

Para 21% dos entrevistados, uma das dívidas não pagas se originou com a aquisição de móveis, eletrodomésticos e eletrônicos. Já 16% citaram a compra de produtos ou serviços relacionados à alimentação como os causadores das dívidas. Também 16% mencionaram a compra de vestuário e calçados. Para 10%, a origem foi do não pagamento de contas de concessionárias de serviços públicos.

O desemprego, segundo os entrevistados, é a maior fator de inadimplência, representando 36% dos casos no quarto trimestre. O descontrole financeiro ficou em 26%. Em terceiro lugar aparece o empréstimo do nome a terceiros (9%). O desemprego é a causa mais preponderante nas faixas de renda familiar de até três salários mínimos (45%) e para as faixas entre três e dez salários mínimos (32%). Para as faixas acima de dez salários mínimos, o descontrole financeiro aparece como a principal causa (27%).

A maioria (32%) das dívidas não pagas está abaixo de R$ 500, mas 17% possuem dívidas abertas acima de R$ 5 mil.

Um em cada cinco brasileiros inadimplentes têm alguma fatura não paga no cartão de crédito, mostra um estudo encomendado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) sobre o perfil e o planejamento das finanças pessoais.

Segundo a pesquisa, 38% dos entrevistados com contas atrasadas possuem alguma fatura não liquidada no cartão de crédito, sendo que 82% deles afirmam que essas contas estão atrasadas há mais de 90 dias, o que cheira a grande grau insolvência individual para mais de 30% da população.

Entre os inadimplentes, 85% pagam somente uma parte da fatura cobrada pelo cartão de crédito e admitem não ter conhecimento sobre a taxa de juros cobrada por esse tipo de financiamento. Com o tempo e a economia entrando em crise estas dívidas acabam ficando impagáveis. Como os bancos não fazem caridade muitos bens serão retomados, e os juros tenderão a subir, pois outros acabarão por pagarem indiretamente estas contas.

Segundo a fonte a pesquisa sobre o perfil dos inadimplentes foi realizada em todas as capitais brasileiras com 1.277 entrevistados, e tem margem de erro de até 4% e intervalo de confiança de 95%.

Querer deixar de lado o importante fator que é a crise econômica e suas sequelas na análise da queda crescente de popularidade é um erro, ou é um engodo.

Além dos fatores econômicos, que são os mais sensíveis ao afetarem o bolso dos cidadãos comuns, também existe a crise política, e está nasce na ruptura do governo do PT com o discurso histórico do partido, onde não havia espaço para a defesa de teorias monetaristas neoliberais, tal qual a manutenção do modelo econômico e social, herdados dos governos passados e ampliados com a nova onda de privatizações (portos, aeroportos, áreas de exploração de petróleo, etc.), como pelas reformas agrária, agrícola, urbana, etc., como também a demarcação das terras indígenas, não saírem do papel.

Outro fato que também está incomodando grande parcela da população mais esclarecida são os altos gastos com as obras da Copa, em um país onde as estruturas de Saúde e Educação vivem um colapso.

No meio deste tiroteio não só midiático, mas real, o ministro Mercadante afirmou que o Brasil terá “um excelente segundo semestre”, graças ao pacote de investimentos do governo federal com o leilão de extração da camada pré-sal do Campo de Libra, a abertura de portos no Nordeste (após aprovação da Medida Provisória dos Portos) e também as novas concessões para exploração da iniciativa privada de estradas, ferrovias e aeroportos. Segundo ele, apenas no Campo de Libra, serão nove plataformas, cada uma injetando R$ 1,3 bilhão na economia.

Para eles do governo, que já vivem em clima da agenda pré-eleitoral, pelo jeito “a única saída” para artificialmente equilibrar a economia, e assim vender uma falsa imagem de estabilidade econômica, é acabar de entregar o patrimônio público a sanha do grande capital, nacional e internacional. E quando não tiver mais nada para privatizar, o que farão?

Outro fator que afeta profundamente o futuro da nossa economia é o fato de estarmos totalmente dependentes da exportação de commodities, principalmente para a China, EUA e Europa. A Europa e os EUA estão  mergulhados em uma forte crise, e a China começa a apresentar indícios de desaceleração econômica. Os fatores que sustentavam o crescimento rápido da China já não são mais sustentáveis.

Os analistas internacionais analisando a desaceleração da economia chinesa se preocupam com  mais longa sequência de trimestres, nos últimos 20 anos, em que a China cresce abaixo de 8%. Esse desempenho envia uma mensagem a fornecedores e investidores de todo mundo, que devem se adequar a uma realidade de crescimento menor do gigante asiático.

Especialistas afirmam que os dados da atividade econômica da China confirmam que o país deve registrar uma expansão menor este ano. O Royal Bank of Scotland e o JP Morgan revisaram para baixo as previsões para o crescimento do PIB chinês neste ano. A nova projeção de ambos é de expansão de 7,8%, ante estimativas anteriores de 8,4% e 8,2%, respectivamente, tendência que pode perdurar por muito tempo, causada pela forte crise internacional, que leva a diminuição das importações de produtos chineses por outros países, como a diminuição de importação pela China de commodities dos países dependentes, e de máquinas industriais da Europa e dos EUA.

No mercado interno a China está tomando medidas para reduzir a abundância de crédito e evitar uma onda de inadimplência e concordatas, e isto ameaça ainda mais a desaceleração no crescimento da segunda maior economia do mundo.

O total de financiamento social, medida mais abrangente do crédito na China, caiu cerca de 33%, para 1,19 trilhão de yuans (US$ 194 bilhões) em maio em relação à abril, no segundo mês de declínio substancial, informou ontem o Banco Popular da China, o banco central chinês.

Novos empréstimos bancários, um subgrupo do financiamento social, também caíram muito nos dois últimos meses. E na sexta-feira, o BC alertou que empréstimos não convencionais estavam criando riscos cada vez maiores para o sistema financeiro.


Mas colocar um freio nos riscos de crédito cria, por sua vez, o risco de reduzir ainda mais o ritmo do crescimento da China ao dificultar o financiamento de empresas, de projetos governamentais de infraestrutura e do desenvolvimento imobiliário. Uma leva de dados no mês de maio já indicava que o trimestre corrente talvez venha a ser o segundo seguido de crescimento decepcionante, e muitos economistas vêm diminuindo suas projeções de expansão para o ano todo. Se a crise atingir fortemente a economia chinesa como ficará a nossa, que é totalmente dependente da exportação de produtos primários para aquele gigante?

Segundo o FMI os países exportadores de matérias-primas, como é o caso do Brasil, devem se preparar para um período de vacas magras no mercado de commodities.

O alerta do Fundo Monetário Internacional (FMI) reacendeu o debate sobre os impactos da desaceleração econômica mundial neste mercado.

Em um capítulo especial sobre commodities no relatório Panorama da Economia Mundial, o FMI indica que a "era de ouro" das matérias-primas chegou ao fim.

"Nos próximos anos, os preços das commodities não devem crescer no forte ritmo da década passada", diz o relatório. Para 2013 o fundo prevê queda de 10,3% e 2,1%, respectivamente, o cálculo é para um grupo de commodities, excluindo combustíveis.
Em linhas gerais, três fatores justificam essa avaliação. O primeiro é a incerteza que ronda o crescimento mundial no curto prazo. Como a produção industrial afeta a demanda por commodities, o nível de atividade tem impacto direto nos preços.
O risco, porém, é diferente para cada tipo de commoditie. Os preços dos metais e de energia, destaca a instituição, são mais sensíveis à desaceleração econômica.

O segundo fator é a desaceleração econômica acima do esperado nos países emergentes, especialmente a China, onde o alto nível dos estoques também preocupa. A China possui grandes reservas de matérias primas estocadas, e pode, com o acirramento da crise internacional levando os países industrializados a menores procuras por insumos, impor os seus preços para a compra no mercado internacional. É a velha lei da oferta e da procura impondo os valores.

Por fim, o crescimento da oferta de algumas matérias-primas, incentivada pela alta dos preços nos últimos anos, compõe a terceira influência de baixa para os preços. Com a provável futura queda do preços dos produtos primários o que acontecerá com  a nossa balança de pagamentos?

(Fonte dos dados: Institutos e Agências)

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | belt buckles