quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A Caravana da Anistia virá a Curitiba dias 25 e 26 de outubro de 2012


A Caravana da Anistia virá a Curitiba dias 25 e 26 de outubro de 2012 para participar de diversos eventos e realização de sessão de julgamento de processos de pedido de anistia política. Veja programação completa no portal www.forumverdade.ufpr.br.

Parceria com o Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça, no primeiro dia (25) será realizada passeata com inauguração diversos marcos de memória denominado “Caminhos da Resistência”. Importantes locais de memória, de resistênc
ia e repressão, durante o Regime Militar serão demarcados num roteiro que ajudará a conhecer um pouco da história daquele período.
Lançamento de livros e de documentário inédito no Paraná encerram o primeiro dia de atividades.

No segundo dia (26) ocorrerá a sessão pública de julgamento de diversos processos de pedido de anistia política, principalmente de casos do Paraná.

Será um momento marcante para o nosso estado no processo de efetivação da justiça e no resgate da verdade e da memória da luta do povo brasileiro.

Venha e participe das ativides programadas! Traga sua entidade, suas bandeiras, suas cores e sua história. Temos todos um compromisso com o futuro que não pode ignorar ou negar as lutas de seu passado.

Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça

Dubiedade de Moraes & Moraes?

Poucos dias depois de terem declarado que com Ratinho Junior "a conversa foi boa" a dupla Moraes & Moraes agora declara apoio a Gustavo Fruet.


Ratinho Junior X Roseli Isidoro


Ratinho reagiu a crítica de Roseli Isidoro:


Ratinho diz que não é “algoz” do PT

Ratinho Junior reagiu às críticas do PT, expressas em nota oficial assinada pela presidente municipal do partido, Roseli Isidoro, e garantiu que “não irá receber a alcunha de algoz do PT”. Também em nota, o candidato do PSC afirmou que foi ele, não Gustavo Fruet, “o candidato que mais defendeu o governo Lula e Dilma no primeiro turno e continuará fazendo isso nesta outra etapa da campanha”.
Ratinho destacou que no próprio plano de governo defende parcerias com o governo federal e seus programas e que, como deputado, sempre defendeu, na Câmara Federal, programas como PAC, Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, Pré-Sal, entre outros.
Ratinho Junior afirmou que sempre respeitou a militância petista e , inclusive, tem entre seus coordenadores de campanha filados do partido.
--Minha crítica é voltada à aliança que o PT em fez em Curitiba. Justamente, aí sim, com um algoz de Lula, Dilma e tantos outros. Critico o PT de gravata e não a militância. E minha crítica se faz no sentido da incoerência e oportunismo das lideranças petistas locais que prefeririam alguém que nomeou Lula de corrupto, justamente o presidente que tantas mudanças positivas garantiu a milhares de brasileiros, provocou Ratinho.
O candidato do PSC bateu em seu adversário, Gustavo Fruet, dizendo que o candidato do PDT, “atualmente apoiado pela cúpula petista chamou o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento - de estelionato eleitoral, e agora fala de forma oportunista que usará os programas”.
-- Desta forma, o que eu condenei foi o oportunismo e o chegar ao poder a qualquer custo. A minha candidatura e o meu projeto continuam independentes. Construí minhas alianças e minha candidatura sem padrinhos políticos e sem vender minha consciência. E, principalmente, sem trocar apoios por cargos. As pessoas que aderiram ao nosso projeto foi porque acreditam que ele é o melhor e o mais comprometido com a população de Curitiba. Ao contrário do projeto do concorrente que foi construído para servir como trampolim político para 2014, cutucou. (Roseli Abrão)

A crítica de Roseli Isidoro:

Nota oficial do PT

“Ratinho Júnior (PSC) passou o primeiro turno dizendo que tinha apoio da maioria dos filiados do PT, que ficaria orgulhoso de receber apoio do partido, que é da base de apoio ao governo da Presidenta Dilma e que é amigo do Lula. Surpreendido com a passagem de Gustavo Fruet (PDT) para o segundo turno, mudou totalmente o discurso e, agora, é anti-PT.
Curitiba quer um prefeito capaz de administrar para todos e que tenha só uma cara. Esse comportamento vai prejudicar o próprio candidato Ratinho, que tentou emplacar imagem de bom moço e que, agora, resolveu virar vilão”.
Roseli Isidoro
Presidenta do PT de Curitiba



Comissão da Verdade culpa o regime militar por extermínio de 2 mil indígenas durante ditadura


O indigenista Egydio Schwade é um dos que denunciou o genocídio

O Comitê Estadual da Verdade, Memória e Justiça no Amazonas vai protocolar hoje, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Manaus, Adrianópolis, Zona Centro-Sul, o relatório que responsabiliza a ditadura militar pelo crime de genocídio de 2 mil índios waimiri-atroari, entre os anos de 1972 e 1975.
 O documento será entregue ao representante da Comissão Nacional da Verdade, Gilney Viana. De acordo com fontes históricas, pesquisas e relatos de pessoas, contidos no 'relatório-denúncia', o massacre aos indígenas ocorreu durante a construção da BR-174 (Manaus/Boa Vista) e a exploração das riquezas minerais no município de Presidente Figueiredo, a 107 quilômetros de Manaus.
Na observação do indigenista e ex-missionário Egydio Schwade, 77, os indígenas foram os povos mais duramente atingidos em toda a região amazônica pelos projetos políticos e econômicos da ditadura militar.
O ex-missionário destacou ainda que os crimes cometidos durante as ‘correrias’ - expedições de matança de índios que ocorreram até o final da década de 1970, especialmente no Sul do Amazonas e no Acre, estavam ocultos.
De acordo com Egydio Schwade, entre os povos mais duramente atacados em ‘correrias’ citam-se os kaxinawa e os madiha no Acre e os juma no Sul do Amazonas.
 Agentes públicos
Ele ressaltou que muitos dos episódios de ‘correrias’ tiveram a participação direta de agentes públicos. “Os crimes contra os povos indígenas não devem ser esquecidos, embora desencadeados desde antes do governo militar, se acirraram durante o mesmo devido à negligência, acobertamento e incentivos fiscais concedidos a latifundiários interessados na morte dos índios”, pontuou o ex-missionário.
Questionado quanto à possível punição de culpados no episódio que envolveu os wamiri-atroari, Egydio Schwade disse que a comissão fez o dever de casa e espera que medidas cabíveis sejam tomadas.
 “Chegou o momento de a sociedade tomar providências pela memória de um povo que sempre lutou pela liberdade, agora as providências cabem à Justiça”, completou.
Projeto
 O projeto de construção da BR-174, que era defendido pelo governador do Amazonas, Danilo Aerosa, começou em 1968. A obra passaria por dentro do território dos indígenas, que não foram consultados e se opuseram aos empreendimentos.
Nos anos 80, após a repercussão internacional das mobilizações contra os impactos causados pela Hidrelétrica de Balbina, o Banco Mundial condicionou o financiamento da obra, que alagou terras dos waimiri-atroari, à criação de um programa de mitigação da sua população.
 O programa começou a ser implementado em 1988, com duração de 25 anos, sob a gestão da Eletronorte. O prazo expira em 2013. Após a implantação, o povo waimiri-atroari voltou a crescer.
Documentos
O Relatório à Comissão Nacional da Verdade, Memória e Justiça, contém documentos sobre as táticas de guerra, instrumentos utilizados e a ocultação dos fatos ligados ao extermínio do povo waimiri-Atroari.
Denúncias
O indigenista e ex-missionário Egydio Schwade, desde 2011, passou a divulgar artigos em seu blog, o http://urubui.blogspot.com.br, sobre os episódios que envolveram a violenta ocupação das terras indígenas no Estado.
Silêncio
A reportagem de A CRÍTICA entrou em contato com o Exército, por meio da 12ª Região Militar (RM), para que os militares pudessem comentar o caso, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

VOTO-DESALENTO

A indicação de que cresceu a proporção de votos nulos nessas eleições propõe, mais uma vez, a questão da compreensão do significado do antivoto ou do abandono do título eleitoral para expressar omissão e desinteresse político por uma eleição. Essas variantes do desalento político do eleitorado constituem, provavelmente, a mais interessante revelação da manifestação eleitoral recente, até mais que o rearranjo de posições partidárias que a votação válida indicou. O cansaço do eleitor está indicando, em suas diferentes formas de manifestação, o declínio do homem político e da própria política.

Abstenção, voto em branco e voto nulo parecem indicar uma gradação do desalento dos eleitores, começando daqueles que recusam desde a eleição propriamente dita, passando pelos que recusam os candidatos e partidos disponíveis e chegando àqueles que não só não se identificam com as alternativas oferecidas como se punem, anulando-se como eleitores ao anularem seu voto. Aqui, não é a recusa da cidadania nem a recusa de partidos e candidatos: é a recusa da política propriamente dita através de um gesto que será interpretado corretamente se interpretado como gesto político dos que não encontram abrigo nos canais partidários de expressão política.

É evidente que no interior da categoria dos aproximadamente 15% que se abstiveram nos colégios eleitorais mais importantes do País há desde os que, por idade, estão liberados de comparecer às urnas, como se diz, até os que, tendo mudado de município de residência, não providenciaram a mudança do domicílio eleitoral. Nos dois casos o eleitor preserva seus direitos eleitorais, embora não os exerça. Pode mudar de ideia e votar, como pode, se quiser, providenciar a transferência do título em tempo hábil, processo simples e fácil. Portanto, quem anula o voto não está distante dos que votam em branco nem propriamente discrepa dos que se abstêm.

O voto em branco é um voto cidadão e é por isso voto válido. O eleitor cumpre seu dever, mas nega seu voto aos candidatos disponíveis. O voto nulo já é mais complicado e nem por isso deixa de ser legítima manifestação do eleitor, ainda que deplorável porque expressa uma vontade política que não se materializa em nenhuma mensagem compreensível. O caso recente de sucedâneo do voto nulo foi o da acachapante votação do palhaço Tiririca, que se ofereceu explicitamente como candidato do deboche a deputado federal e foi eleito: "Vote em Tiririca que pior não fica". O eleitorado enviou à Câmara dos Deputados um representante que relembraria a seus pares, diariamente, o que deles pensa o eleitor.

Mesmo submetido à assepsia limitante da urna eletrônica, que impede os insultos e palavrões, o voto nulo é uma luz que fica muito mais vermelha numa eleição como essa se o somarmos aos votos em branco e às abstenções. Na cidade de São Paulo, os eleitores desalentados, 2.490.513, superaram em muito os dois primeiros colocados da votação válida: José Serra (PSDB) teve 1.884.849 votos e Fernando Haddad (PT) teve 1.776.317 votos. No Rio de Janeiro, a vitória em primeiro turno de Eduardo Paes (PMDB/PT), com 64,6% dos votos válidos, fica muito menos significativa se levarmos em conta que o segundo colocado foi o eleitor desalentado, que não votou em ninguém: 1.472.537 eleitores, uma vez e meia votação do colocado seguinte, Marcelo Freixo, do PSOL. Em Belo Horizonte, o fenômeno se repetiu. Márcio Lacerda (PSB/PSDB) teve 676.215 votos e foi eleito com 52,6% da votação válida. Patrus Ananias, do PT, teve 523.645 votos, enquanto os eleitores desalentados foram 576.673, segundo colocados. Em Recife houve um fenômeno parecido. Geraldo Julio, do PSB, foi eleito em primeiro turno com 51,1% dos votos. Mas o segundo colocado, Daniel Coelho, do PSDB (245.120 votos) e Humberto Costa, do PT (154.460 votos), tiveram individualmente menos votos do que o número de eleitores desalentados, 283.279, que nesse caso ficaram em segundo lugar. Em Salvador, os desalentados foram 589.437 eleitores, mais numerosos que os votos do primeiro colocado, ACM Neto, do DEM, que teve 518.976 votos, e Pelegrino, do PSB/PCdoB, com 513.350 votos. O mesmo fenômeno ocorreu em Fortaleza, onde Elmano, do PT, teve 318.262 votos, Roberto Cláudio, do PTB, teve 291.740 votos e Moroni, do DEM, teve 172.002 votos. Ali os eleitores desalentados foram 361.211, bem mais do que o primeiro colocado. Em Porto Alegre, em que Fortunati, do PDT, foi eleito em primeiro turno com 517.969 votos, a segunda colocada, Manuela d"Avila, do PCdoB, teve os votos equivalentes à metade dos eleitores desalentados, que somaram 282.048.

O fenômeno se repetiu, ou quase, em diversas outras capitais e em outros municípios emblemáticos. O que sugere uma crise da representação política e mesmo o declínio dos partidos. Uma parcela ponderável dos brasileiros está tendo seus direitos políticos cassados por falta de um sistema partidário que dê efetivamente conta do que a representação política deveria ser.

JOSÉ DE SOUZA MARTINS é sociólogo, professor emérito da Faculdade de Filosofia da USP, autor, entre outros, de A Política do Brasil Lúmpen e Místico (Contexto)

 
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