sĂ¡bado, 9 de abril de 2011

Neofascistas tentam fazer manifestaĂ§Ă£o prĂ³-Bolsonaro e sĂ£o impedidos por manifestantes do Movimento Estudantil e sindicalistas

Manifestantes contra o ato neofascista prĂ³-Bolsonaro

Manifestantes neofascistas e neonazistas

Neste sĂ¡bado, 9, um grupo de neofascistas se reuniu na Avenida Paulista para se manifestar em defesa do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), apĂ³s suas declarações polĂªmicas em entrevista ao programa CQC da TV Bandeirantes. Cinquenta pessoas participaram da tentativa de solidazarem com o ultradireitista Bolsonaro. O ato foi organizado por grupos de extrema direita conhecidos como "Ultra Defesa", "UniĂ£o Nacionalista" e "Carecas do ABC".

Cerca de 100 ativistas dos Movimentos, Negro, Gay, estudantil e do Sindicato dos Trabalhadores da USP tentou impedir a manifestaĂ§Ă£o A polĂ­cia formou fileiras entre os dois grupos para evitar confrontos.

De acordo com a PolĂ­cia Militar, seis pessoas foram detidas e levadas para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de IntolerĂ¢ncia (Decradi), suspeitas de envolvimento em vĂ¡rios crimes.

A grande parte dos detidos foi levadas para a delegacia apĂ³s uma anĂ¡lise dos documentos que indicaram que alguns deles jĂ¡ haviam sido fichados no arquivo da Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de IntolerĂ¢ncia). Cerca de cem policiais foram deslocados para a regiĂ£o para controlar a manifestaĂ§Ă£o e impedir que houvesse confronto direto.

Atirador sofreu bullying, diz irmĂ£o

Desajeitado e arredio, o atirador Wellington Menezes de Oliveira era alvo de chacotas de colegas da Escola Municipal Tasso da Silveira, palco do massacre. Na adolescĂªncia, foi rejeitado pelas meninas. "Desde pequeno ele tinha distĂºrbio mental e sofria isso que chamam de bullying", diz A., seu irmĂ£o adotivo de 44 anos.

Sob compromisso de nĂ£o ser identificado - a Secretaria de Segurança do Rio lhe alertou que pode sofrer retaliaĂ§Ă£o -, A. contou ao Estado que, ainda criança, Wellington recebeu diagnĂ³stico de esquizofrenia. Ele foi adotado pela tia, DicĂ©ia de Oliveira, mĂ£e de A. "Lembro do dia em que ela chegou com aquela criança assustada no colo. Ele tinha de 6 a 7 anos quando começou a tomar remĂ©dios controlados."

Por volta dos 13 ou 14 - idade das vĂ­timas -, Wellington abandonou os remĂ©dios. "Desde entĂ£o sua esquisitice sĂ³ piorou. Ele tinha obsessĂ£o pelo Velho Testamento da BĂ­blia", relatou A., negando que o irmĂ£o tivesse ligaĂ§Ă£o com o Islamismo, como se especulou apĂ³s a chacina.

A preocupaĂ§Ă£o da famĂ­lia cresceu quando DicĂ©ia percebeu que Wellington, jĂ¡ entĂ£o viciado em internet, passou a ler manuais de fabricaĂ§Ă£o de explosivos e manuseio de armas, alĂ©m de pesquisar atentados terroristas, com predileĂ§Ă£o por homens-bomba do Oriente MĂ©dio. Segundo A., Wellington tinha preferĂªncia mĂ³rbida por cenas violentas e foi censurado pela famĂ­lia por comentar com empolgaĂ§Ă£o o atentado contra Nova York, em 2001.

Os problemas se agravaram com a morte do pai adotivo, hĂ¡ cinco anos. E Wellington se isolou de vez apĂ³s a morte de DicĂ©ia, hĂ¡ dois, quando foi morar em Sepetiba, na casa deixada pelo pai. Especula-se que a partir daĂ­ passou a planejar o massacre. "Fiquei perplexo, como todo mundo, quando vi na TV a habilidade com que ele usava armas", diz A. Para ele, Wellington aprendeu tudo na internet.

NicĂ©ia teve cinco filhos biolĂ³gicos - trĂªs vivem no Distrito Federal. Taxista por mais de 20 anos, quase todo o tempo morando em Realengo, A. divorciou-se hĂ¡ trĂªs e mudou para o Entorno do Distrito Federal, onde vive hĂ¡ mais de 15 anos seu irmĂ£o mais velho, P., de 59. Uma irmĂ£ Ă© dona de casa e vive com o marido, professor, hĂ¡ dez anos em BrasĂ­lia. Outros dois irmĂ£os ainda moram no Rio, um no Realengo.

Os Oliveira Alves, irmĂ£os adotivos de Wellington, conheciam a maioria das famĂ­lias de adolescentes atacados. "Sou pai e avĂ´ e posso sentir o tamanho da dor dessas famĂ­lias. A Ăºnica coisa que podemos fazer Ă© lamentar do fundo do coraĂ§Ă£o."

RetaliaĂ§Ă£o. A vida da famĂ­lia estĂ¡ destruĂ­da. Ontem A. foi avisado pela empresa que estĂ¡ compulsoriamente de fĂ©rias e deve aguardar em casa. Hipertenso e doente renal, P. teve ontem de ser internado. Pai de santo, ele comanda a Casa Afro-Cultural e Assistencial SĂ£o Jorge, entidade filantrĂ³pica com registro ativo no governo federal, que recebe dinheiro pĂºblico para atividades assistenciais. Por determinaĂ§Ă£o policial, que considera elevado o risco de atentados, ele fechou o local por tempo indeterminado. (AE)


Ao fim de 100 dias, Dilma começa a imprimir sua marca

A presidenta Dilma Rousseff fez uma solicitaĂ§Ă£o expressa aos seus assessores e ministros nas Ăºltimas semanas: ninguĂ©m deve se manifestar com avaliações sobre seus primeiros 100 dias de PresidĂªncia, que se completam no domingo. A tese por trĂ¡s da ordem Ă© de que seu governo Ă© de continuidade em relaĂ§Ă£o ao do antecessor Luiz InĂ¡cio Lula da Silva, e nĂ£o de ruptura. Na prĂ¡tica, entretanto, a presidenta jĂ¡ começa a imprimir sua marca no novo governo, seja no estilo administrativo ou nas decisões de impacto internacional. De quebra, jĂ¡ lida com seus prĂ³prios fantasmas no comando do mais alto cargo do Executivo.

Embora o pragmatismo de Dilma ainda nĂ£o tenha sido posto Ă  prova, suas nuances pessoais jĂ¡ se traduzem em mudanças na rotina do governo. A chefe durona da Casa Civil, que distribuĂ­a broncas pelos corredores do PalĂ¡cio do Planalto, começa a dar lugar a uma presidenta mais discreta, rĂ­gida e exigente, que delega aos auxiliares de sua confiança a tarefa de cobrar resultados. Claramente orientados sobre o estilo que passou a pautar o dia-a-dia do governo, todos os 37 integrantes da Esplanada conseguiram manter seus cargos atĂ© agora. Dentro da equipe, entretanto, os primeiros meses de governo deram margem para altos e baixos, na medida em que Dilma foi abandonando a postura de colega de Esplanada para se transformar na “chefa”.
Para os que enxergam o governo do lado de fora, o estilo da Dilma tambĂ©m jĂ¡ Ă© visĂ­vel. Seu histĂ³rico de perseguiĂ§Ă£o polĂ­tica vem se traduzindo em uma diplomacia mais alinhada Ă  defesa dos direitos humanos do que Ă  temĂ¡tica social. JĂ¡ sua visĂ£o econĂ´mica, de maior intervencionismo estatal, resultou em decisões como a saĂ­da do presidente da maior companhia privada do PaĂ­s, a Vale. Demonstra ainda a disposiĂ§Ă£o de tomar medidas rĂ­gidas como a elevaĂ§Ă£o da tributaĂ§Ă£o sobre operações financeiras diante da preocupaĂ§Ă£o com o risco inflacionĂ¡rio, principal desafio a rondar o novo governo. Ainda assim, Dilma tem sido capaz de surpreender ao empresariado.

Ao desafio de manter a coesĂ£o no Congresso, soma-se a tarefa de garantir a satisfaĂ§Ă£o dos partidos aliados tambĂ©m nos Estados. Dentro de sua prĂ³pria legenda, o PT, nomes como o governador da Bahia, Jaques Wagner, jĂ¡ depositam na presidenta as esperanças que antes lançavam sobre Lula para garantir seu futuro polĂ­tico. HĂ¡ ainda nomes como Tarso Genro, que tenta replicar o modelo do ex-presidente no Rio Grande do Sul, mas jĂ¡ enfrenta as primeiras resistĂªncias.

No Mato Grosso, o governador Silval Barbosa (PMDB) trilha um caminho parecido com o da presidenta enquanto estĂ¡ empenhado em se livrar da sombra do antecessor Blairo Maggi, que o elegeu. Enquanto isso, Roseana Sarney (PMDB) tenta cumprir no MaranhĂ£o as promessas que fez ao longo da campanha.

No aliado PSB, Dilma assiste ao empenho do governador do CearĂ¡, Cid Gomes, de contornar os altos e baixos neste inĂ­cio de segundo mandato e consolidar as conquistas feitas durante os primeiros quatro anos de governo. E deixa o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, Ă  espera de uma visita, enquanto acompanha nos bastidores sua movimentaĂ§Ă£o por uma candidatura futura ao PalĂ¡cio do Planalto.

Em outros Estados, por outro lado, as atenções se voltaram a outra direĂ§Ă£o. É o caso do governador de SĂ£o Paulo, Geraldo Alckmin, que chega ao cabo de pouco mais de trĂªs meses no cargo empenhado em se livrar da marca do antecessor JosĂ© Serra na administraĂ§Ă£o do maior colĂ©gio eleitoral do PaĂ­s. Ou ainda do tambĂ©m tucano Beto Richa mostra nos primeiros meses de sua administraĂ§Ă£o uma linha de aĂ§Ă£o semelhante Ă  do antecessor Roberto RequiĂ£o (PMDB), seu inimigo polĂ­tico. (iG)

CaĂ­to Quintana, lĂ­der do PMDB na ALEP, defendendo uma direĂ§Ă£o independente no partido, diz nĂ£o ao RequiĂ£o e ao Pessuti

O lĂ­der do PMDB na Assembleia, deputado CaĂ­to Quintana, defende uma direĂ§Ă£o independente para o comando do PMDB do ParanĂ¡. A avaliaĂ§Ă£o do parlamentar Ă© que o partido nĂ£o deve ficar atrelado a nenhum dos grupos liderados pelo ex-governador Orlando Pessuti ou do senador Roberto RequiĂ£o.“NĂ³s precisamos de um comando partidĂ¡rio. NĂ£o podemos ficar entre o grupo do Pessuti, o grupo do RequiĂ£o. Precisamos de um comando que pense no fortalecimento do partido, ou o racha vai se aprofundar”, disse o deputado CaĂ­to Quintana, em entrevista Ă  jornalista Elizabete Castro, de O Estado do ParanĂ¡.

Para o lĂ­der do PMDB, um comando independente serĂ¡ fundamental para o partido na apresentaĂ§Ă£o de quadros para as eleições municipais de 2012. “Em vĂ¡rias cidades, nĂ£o temos nomes. E a eleiĂ§Ă£o para a prefeitura Ă© uma prĂ©via da eleiĂ§Ă£o para governador. Se nĂ£o resolvermos essa situaĂ§Ă£o logo, com uma boa reestruturaĂ§Ă£o, na eleiĂ§Ă£o para o governo, estaremos mais fragilizados do que agora”, concluiu. (PolĂ­tica em Debate)

Se depender do grupo do RequiĂ£o o Rafael Greca serĂ¡ o candidato do PMDB para prefeito de Curitiba, mas falta combinar com o grupo majoritĂ¡rio


Em nome do grupo do RequiĂ£o o Rafael Greca se coloca como prĂ©-candidato do PMDB para prefeito nas eleições municipais de 2012 em Curitiba. No PMDB ele Ă© apoiado somente pelo nepotista clĂ£ do ex-governador e demais apaniguados saudosos e ansiosos pelo retorno ao poder.

Na esvaziada reuniĂ£o partidĂ¡ria do DiretĂ³rio Municipal de Curitiba ocorrida sĂ¡bado o PMDB, que Ă© como sem ter a maioria se intitula o grupo RequiĂ£o/DoĂ¡tico, se reuniu para confirmar o nome de Greca, mas sem combinar com a totalidade do partido, o que transforma este ato de apenas um grupo em nada.

A maior parte dos caciques do PMDB nĂ£o compareceram a reuniĂ£o, inclusive o prĂ³prio presidente estadual Valdir Pugliese,como tambĂ©m a forte ala partidĂ¡ria de deputados peemedebistas que apĂ³iam o governador Beto Richa, como por exemplo Luiz Claudio Romanelli, que Ă© SecretĂ¡rio Estadual do Trabalho no atual governo. TambĂ©m nĂ£o compareceu a pouco representativa e significativa reuniĂ£o o forte grupo municipal encabeçado por Milton Buabssi, Renato Adur, Hasiel Pereira, entre tantos outros militantes histĂ³ricos do PMDB, que hoje se encontram na trincheira de oposiĂ§Ă£o a atual presidĂªncia do partido em Curitiba, sendo que estĂ¡ Ă© diretamente submissa aos interesses do RequiĂ£o.

Juiz decreta prisĂ£o preventiva do ex-coordenador do Pronasci


O juiz federal SĂ©rgio Moro, da 2.ª Vara Federal de Curitiba, decretou ontem a prisĂ£o preventiva de Francisco Narbal Alves Rodrigues, ex-coordenador nacional do Programa Nacional de Segurança PĂºblica com Cidadania (Pronasci), do MinistĂ©rio da Justiça, preso nesta semana pela PolĂ­cia Federal. A PF requereu a prisĂ£o preventiva Ă  Justiça depois que descobriu que Rodrigues recebeu dinheiro da Adesobras – Oscip (ONG com tĂ­tulo de interesse pĂºblico) suspeita de desviar dinheiro pĂºblico.

A PF ainda levou em conta o cargo que Rodrigues ocupava no MinistĂ©rio da Justiça, tendo contato com pessoas do alto escalĂ£o da pasta, e que por isso ele poderia atrapalhar o curso da investigaĂ§Ă£o. Os argumentos foram acolhidos por Moro. Rodrigues estĂ¡ preso em BrasĂ­lia e deve ser transferido para a sede da PF no ParanĂ¡ nos prĂ³ximos dias, onde deve ser ouvido pelo delegado federal Fabiano Bordignon, responsĂ¡vel pela investigaĂ§Ă£o.

O ex-coordenador nacional do Pronasci prestou depoimento na sede da PF em BrasĂ­lia no dia em que foi preso. A reportagem apurou que Rodrigues teria admitido que, a pedido dele, o filho e o enteado foram empregados nas ONGs que, segundo a PF, teriam desviado mais de R$ 16 milhões. Rodrigues ainda estĂ¡ sendo acusado de tentar prorrogar um contrato da Ade­­­sobras que jĂ¡ estava vencido e de ter corrigido relatĂ³rios da ONG que foram encaminhados ao MinistĂ©rio da Justiça.

Defesa

Ontem, o advogado criminalista Luis Maximiliano Telesca, que representa Rodrigues, esteve em Curitiba e disse Ă  Gazeta do Povo que preferia comentar as acusações somente depois de ler todo o processo e que jĂ¡ entrou com um pedido na Justiça para revogar a prisĂ£o do cliente. O advogado adiantou que esteve com o ex-coordenador do Pronasci e que o cliente rechaça todas as acusações feitas pela PF. “O juiz e o delegado estĂ£o, especialmente o delegado [da PF], dando uma conotaĂ§Ă£o mais grave do que de fato aconteceu. O Francisco [Rodrigues] estĂ¡ doente. Ele recentemente fez uma operaĂ§Ă£o e nĂ£o pode ficar na cadeia”, alegou o advogado.

Sobre o fato de o filho e de o enteado de Rodrigues serem funcionĂ¡rios das ONGs suspeitas de desviar dinheiro, Telesca falou que o cliente admite a contrataĂ§Ă£o dos parentes, mas que nĂ£o considera isso como um ato de corrupĂ§Ă£o.

A investigaĂ§Ă£o da PF aponta para o fato de que os salĂ¡rios do filho e do enteado de Rodrigues seriam pagos com verba pĂºblica. O dinheiro era parte do montante destinado pelo MinistĂ©rio da Justiça para a implementaĂ§Ă£o do Pronasci no ParanĂ¡. O contrato entre a Adesobras e MinistĂ©rio da Justiça para a ONG realizar este serviço era de R$ 3,3 milhões.

OperaĂ§Ă£o

O ex-coordenador e outras 15 pessoas foram presos no inĂ­cio desta semana durante a OperaĂ§Ă£o Dejavu II, deflagrada pela PF no ParanĂ¡ e em outros quatro estados. A aĂ§Ă£o da polĂ­cia desarticulou um esquema de desvio de dinheiro por meio de contratos envolvendo o Pronasci, pelo menos 20 prefeituras – sendo 13 do ParanĂ¡ – e as duas ONGs: Adesobras e Ibidec. Juntas, as duas ONGs receberam cerca de R$ 100 milhões, sendo que R$ 16 milhões comprovadamente desviados, segundo a PolĂ­cia Federal.

Das 16 pessoas presas, apenas cinco tiveram a prisĂ£o preventiva decretada pela Justiça Federal. AlĂ©m de Francisco Rodrigues, os dirigentes das ONGs, Lilian Oliveira Lisboa e o libanĂªs Robert Bedros Fer­­nezlian, que sĂ£o casados, uma filha do casal e o presidente de uma ONG em CuiabĂ¡, no Mato Grosso.

O funcionĂ¡rio do MinistĂ©rio da Justiça Aberson Carvalho de Souza, que tambĂ©m foi detido na operaĂ§Ă£o policial, deve sair da prisĂ£o hoje – quando vence a prisĂ£o temporĂ¡ria. Souza, segundo a PF, era uma espĂ©cie de ajudante de Rodrigues. A PF entendeu que nĂ£o hĂ¡ motivos para pedir a prisĂ£o preventiva de Souza. ApĂ³s saber da prisĂ£o do funcionĂ¡rio, o ministro da Justiça, JosĂ© Eduardo Cardozo, determinou a abertura de um processo de desligamento do servidor e de uma sindicĂ¢ncia para apurar os fatos.(GP)


HistĂ³rico:

OperaĂ§Ă£o Dejavu II prende 11 em Curitiba

A PolĂ­cia Federal deflagrou hoje a operaĂ§Ă£o "DejaVu II" em Mato Grosso, ParanĂ¡, Santa Catarina, Acre e Distrito Federal. SĂ£o 16 mandados de prisĂ£o e 33 de busca e apreensĂ£o, que serĂ£o cumpridos em conjunto com a Controladoria-Geral da UniĂ£o e a Receita Federal do Brasil.

A investigaĂ§Ă£o Ă© sobre desvio de recursos pĂºblicos por meio de organizações da sociedade civil de interesse pĂºblico, as Oscip's, espĂ©cie de ONG com qualificaĂ§Ă£o especial que lhes permite receber verbas pĂºblicas para a realizaĂ§Ă£o de programas e execuĂ§Ă£o de projetos nas Ă¡reas de saĂºde, educaĂ§Ă£o e segurança, o que fazem por meio de termos de parceria com municĂ­pios e ministĂ©rios do governo federal.

As fraudes investigadas ocorriam em torno de duas organizações - Adesobras e Ibidec - sendo que os recursos pĂºblicos recebidos seriam, em parte, desviados em favor dos dirigentes e empregados das Oscip's , alĂ©m de beneficiar terceiros.

O principal meio utilizado para o desvio dos recursos pĂºblicos seria a simulaĂ§Ă£o de contratos de prestaĂ§Ă£o de serviços com empresas de consultoria, com igual simulaĂ§Ă£o dos serviços prestados, de forma a gerar despesas fictĂ­cias para serem suportadas pelos recursos pĂºblicos (emissĂ£o de notas fiscais "frias" para falsas consultorias).

As empresas de consultoria seriam controladas por parentes dos dirigentes ou dos empregados ou ainda por pessoas interpostas. Para implementar os crimes eram falsificados contratos, notas fiscais, relatĂ³rios de serviços e ainda os prĂ³prios relatĂ³rios dos auditores independentes.

AlĂ©m da simulaĂ§Ă£o de contratos (criaĂ§Ă£o de despesas falsas), foi constatado superfaturamento de serviços mĂ©dicos, cobrança de valores excessivos a tĂ­tulo de taxa de administraĂ§Ă£o (atĂ© 22%) e utilizaĂ§Ă£o de recursos pĂºblicos para despesas e aquisiĂ§Ă£o de material permanente na sede das OSCIP´s.

Os danos causados aos cofres pĂºblicos sĂ£o altos e ainda estimados. A fiscalizaĂ§Ă£o da CGU, que participou das investigações desde o inĂ­cio, centrou-se antes da deflagraĂ§Ă£o apenas sobre as parcerias celebradas entre uma das Oscip's e o MinistĂ©rio da Justiça e entre a primeira e o MunicĂ­pio de ItaipulĂ¢ndia. Ainda assim, as parcerias em questĂ£o envolvem valores significativos, de R$ 3 milhões a R$ 44 milhões, respectivamente. Parte dos valores foi comprovadamente desviado pela quadrilha.

Uma das Oscip's investigadas firmou contratos, entre 2006 e 2009, com os municĂ­pios de AraucĂ¡ria, CafelĂ¢ndia, Campo Largo, Cascavel, CĂ©u Azul, Colombo, Curitiba, ItaipulĂ¢ndia, Lapa, Missal, Pinhais, Piraquara e SĂ£o JosĂ© dos Pinhais, que correspondem ao valor aproximado de 22 milhões de reais.

Uma segunda Oscip, mantida pela mesma quadrilha, entre 2003 e 2006, firmou contratos com os municĂ­pios de Curitiba, ItaipulĂ¢ndia, Mercedes, Ouro Verde do Oeste, Palotina, Pato Bragado, Santa Helena, Santa Terezinha do Itaipu, SĂ£o JosĂ© dos Pinhais, SĂ£o Miguel do Iguaçu e SĂ£o Pedro do Iguaçu, os quais correspondem a aproximadamente R$ 65 milhões.

Os fatos configuram crimes de peculato, de advocacia administrativa, contra disposições da Lei de Licitações e associaĂ§Ă£o criminosa, alĂ©m de lavagem de dinheiro. (Assessoria da PolĂ­cia Federal)

SecretĂ¡rio garante reajuste de servidores pĂºblicos a partir de maio

Em audiĂªncia com o FĂ³rum das Entidades Sindicais (FES), realizada na tarde desta sexta-feira (8), o secretĂ¡rio de AdministraĂ§Ă£o e PrevidĂªncia, Luiz Eduardo Sebastiani, garantiu que o governo pagarĂ¡ o reajuste jĂ¡ sobre o salĂ¡rio de maio, data-base do funcionalismo pĂºblico estadual.

Por volta das 17h, a reuniĂ£o ainda estava sendo realizada no PalĂ¡cio das AraucĂ¡rias, mas o secretĂ¡rio jĂ¡ adiantou aos sindicalistas que nĂ£o se comprometerĂ¡ com nenhum porcentual. As entidades pedem reposiĂ§Ă£o da inflaĂ§Ă£o e aumento real, o que equivale a um aumento de mais de 6%, segundo cĂ¡lculos do Departamento Intersindical de EstatĂ­sticas e Estudos SocioeconĂ´micos (Dieese).

A expectativa Ă© que o governador divulgue o porcentual do reajuste apĂ³s o dia 14, quando ele receberĂ¡ da Secretaria da Fazenda a conclusĂ£o dos estudos que estĂ£o sendo feitos a respeito do reajuste do funcionalismo. Na sequĂªncia, ele deve encaminhar uma mensagem sobre o reajuste Ă  Assembleia Legislativa. Na conversa com os sindicalistas, Sebastiani disse que a reposiĂ§Ă£o da inflaĂ§Ă£o estaria garantida. O fĂ³rum agrega 14 sindicatos e representa cerca de 200 mil servidores estaduais.

A pauta de reivindicações inclui ainda a realizaĂ§Ă£o de concurso pĂºblico, melhorias no ParanĂ¡PrevidĂªncia e no Sistema de AssistĂªncia Ă  SaĂºde (SAS) do servidor, ampliaĂ§Ă£o dos benefĂ­cios sociais, e incorporaĂ§Ă£o de gratificações, entre outros itens. (GP)

Ibama encontra centenas de araucĂ¡rias mortas em Bituruna


Uma equipe de fiscalizaĂ§Ă£o do Ibama encontrou centenas de araucĂ¡rias mortas em uma fazenda no municĂ­pio de Bituruna, no Sul do ParanĂ¡. A descoberta faz parta da OperaĂ§Ă£o Pinus Pirata, que estĂ¡ sendo realizada na regiĂ£o Centro-Sul do estado.

As Ă¡rvores foram mortas por anelamento do caule – corte transversal que impede o fluxo de nutrientes. De acordo com informações do Ibama, o proprietĂ¡rio da Ă¡rea de 87 hectares foi multado em R$ 650 mil, por danificar vegetaĂ§Ă£o nativa em Ă¡rea de Mata AtlĂ¢ntica. A araucĂ¡ria Ă© considerada ameaçada de extinĂ§Ă£o pelo MinistĂ©rio do Meio Ambiente.

Segundo nota divulgada pelo Ibama, a intenĂ§Ă£o de matar as Ă¡rvores jovens era impedir o aumento do nĂºmero de araucĂ¡rias na Ă¡rea, utilizada para a pecuĂ¡ria, para impedir a reduĂ§Ă£o da Ă¡rea de pastagem. O corte de araucĂ¡ria nativa Ă© proibido e a Ă¡rvore sĂ³ pode ser aproveitada economicamente em caso de floresta plantada para tal finalidade.

O proprietĂ¡rio da Ă¡rea teria alegado que cavalos comeram cascas das Ă¡rvores e acabaram morrendo. “Esta estratĂ©gia visa burlar a fiscalizaĂ§Ă£o provocando a morte das Ă¡rvores de espĂ©cies de corte proibido, seja para utilizaĂ§Ă£o da madeira seja para o uso da Ă¡rea para o plantio de culturas exĂ³ticas ou atividades pecuĂ¡rias”, afirma a chefe da fiscalizaĂ§Ă£o do Ibama no ParanĂ¡, Maria Luiza Gonçalves. (GP)

O sobrinho do RequiĂ£o, o deputado JoĂ£o Arruda, assume que o grupo RequiĂ£o nĂ£o fala mais em nome da totalidade do fortemente dividido PMDB de Curitiba

“Esta Ă© uma reuniĂ£o do diretĂ³rio municipal. NĂ£o Ă© contra A ou B. É um encontro para fortalecer o partido. NĂ£o existe o grupo do RequiĂ£o. Existe o grupo do PMDB”

“Um fala que o Gustavo Ă© a redenĂ§Ă£o. Outro que precisa tirar o DoĂ¡tico. Cada um fala o que quer. NĂ£o existe um interlocutor que fale por todos. E nĂ³s precisamos ter uma posiĂ§Ă£o partidĂ¡ria. Temos que construir uma candidatura no PMDB”,

Acusados de morte de casal apĂ³s festa neonazista dizem que tiros foram acidentais


Segundo o promotor OtacĂ­lio Sacerdote Filho, Jairo Maciel Fischer, Rodrigo Motta e JoĂ£o Guilherme Correa informaram que o economista paulista Ricardo Barollo foi o mandante dos crimes. Barollo e o advogado de defesa negam

Quatro acusados de terem participado do assassinato de um casal de namorados em Quatro Barras, em 2009, na saĂ­da de uma festa neonazista, prestam depoimento nesta sexta-feira (8), no FĂ³rum de Campina Grande do Sul, na regiĂ£o metropolitana de Curitiba. De acordo com o promotor OtacĂ­lio Sacerdote Filho, os depoimentos reforçaram a acusaĂ§Ă£o do economista paulista Ricardo Barollo como mandante do crime, mas os autores dos disparos garantem que os tiros foram acidentais. JĂ¡ o advogado de defesa de Barollo, Adriano Bretas, garantiu que deixou a audiĂªncia com a convicĂ§Ă£o de que o economista Ă© inocente.

A audiĂªncia teve inĂ­cio por volta das 13h40 e terminou Ă s 20h, segundo informações do fĂ³rum. AlĂ©m de Barollo, prestaram depoimento Jairo Maciel Fischer, Rodrigo Motta e JoĂ£o Guilherme Correa. Outros dois rĂ©us foram ouvidos na terça-feira (5). Rosana Almeida e Gustavo Wendler negaram, segundo o promotor Sacerdote Filho, participaĂ§Ă£o na morte de Bernardo Dayrell Pedroso, 24 anos, e a namorada dele, Renata Waechter, 21 anos, em 2009.

Nesta sexta-feira, Fischer, Motta e Correa teriam confirmado que Barollo foi o mandante do crime, segundo o promotor. “O Barollo negou, justificou dizendo que jĂ¡ havia uma intriga entre o Gustavo e o Bernardo e ele [Barollo] falou pra nĂ£o fazerem nada contra o Bernardo”, diz Sacerdote. Mesmo assim, o promotor confirmou que os trĂªs informaram que foram movidos pelo idealismo do economista.

Para Sacerdote, Barollo Ă© um lĂ­der nato, bem articulado, que consegue convencer as pessoas. Por esse motivo ele teria motivado os jovens a impedir o crescimento do grupo com ideais polĂ­ticos que estava sendo articulado por Bernardo. Ele ainda informou que Fischer disse ter atirado contra Bernardo, enquanto Correa admitiu ter acertado Renata, mas ambos informaram que os tiros foram acidentais.

JĂ¡ para Bretas, que defende Barollo, “a audiĂªncia foi absolutamente favorĂ¡vel para a defesa”. Segundo ele, das mais de 20 testemunhas ouvidas, apenas uma afirmou ter recebido de Barollo ordem para o crime. “Curiosamente e convenientemente, a Ăºnica pessoa que acusou Barollo de ser o mentor foi o executor [Fischer]”, conta. Ele ainda informou que o economista estĂ¡ tranquilo e foi convincente, seguro e persuasivo no depoimento.

Agora, os advogados de acusaĂ§Ă£o devem fazer as alegações finais. Depois Ă© a vez de cada uma das defesas. Segundo Sacerdote, o prazo para as alegações das defesas termina no dia 6 de maio. SĂ³ entĂ£o a juĂ­za vai definir se os rĂ©us vĂ£o a jĂºri e, se condenados, qual a pena vĂ£o cumprir.

Depoimentos de terça

Segundo o promotor, Rosana afirmou que nunca teve contato com Barollo. JĂ¡ Wendler admitiu que esteve no local do crime, mas desceu do carro para urinar, caiu em uma ribanceira e apenas ouviu os tiros que mataram Bernardo e a namorada Renata Waechter. Ainda segundo Wendler, a intenĂ§Ă£o era assustar Pedroso, mas nĂ£o matĂ¡-lo.

De acordo com o inquĂ©rito, Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Waechter foram mortos em 2009, na saĂ­da de uma comemoraĂ§Ă£o em homenagem aos 120 anos de nascimento do lĂ­der nazista Adolf Hitler. Para a polĂ­cia, a disputa pela liderança de um grupo de orientaĂ§Ă£o neonazista foi a motivaĂ§Ă£o para os crimes.

Crime

O assassinato ocorreu em Quatro Barras, na regiĂ£o metropolitana de Curitiba, no dia 21 de abril de 2009. AlĂ©m de Barollo, acusado de determinar o assassinato, outras cinco pessoas sĂ£o acusadas de participaĂ§Ă£o no crime: Rosana Almeida, 22 anos, Jairo Maciel Fischer, 21, Gustavo Wendler, 21, Rodrigo Motta, 19, JoĂ£o Guilherme Correa, 18.

Segundo as investigações, os dois universitĂ¡rios foram atraĂ­dos para uma emboscada por Rosana, que afirmou que estava passando mal e pediu carona para voltar para Curitiba. Correa, Motta e Fischer teriam seguido o casal em outro veĂ­culo. E quando jĂ¡ estavam retornando para a festa, Wendler (que tambĂ©m estava no carro junto com o casal) pediu que parassem no acostamento e Bernardo e Renata foram obrigados a descer do carro.

Os dois universitĂ¡rios foram assassinados com tiros na cabeça por Correa e Fischer –que seguiam no veĂ­culo de trĂ¡s. Logo apĂ³s o crime, os acusados teriam ligado para Barollo, que estava em SĂ£o Paulo, afirmando que a “missĂ£o” havia sido cumprida e pedindo que um advogado fosse contratado, caso a autoria do assassinato fosse descoberta.

A polĂ­cia apreendeu material de ideologia neonazista com os acusados, em maio de 2009, em SĂ£o Paulo, Joinville (SC), Laguna (SC) e TeotĂ´nia (RS). Foram apreendidos computadores, fotos, pendrives, bandeiras, publicações, e tambĂ©m documentos relativos Ă  criaĂ§Ă£o de um paĂ­s independente, com constituiĂ§Ă£o e legislaĂ§Ă£o baseada na doutrina nazista. (GP)

Presos dois suspeitos de vender arma a atirador no Rio

A dupla foi encontrada por policiais militares do 21º BPM.

Negociações para compra da arma teriam começado hĂ¡ cerca de 4 meses.

A DivisĂ£o de HomicĂ­dios (DH) informou, neste sĂ¡bado (9), que estĂ£o presos os dois suspeitos de negociar e vender uma das duas armas para Wellington Menezes de Oliveira, o homem que matou 12 crianças em uma escola em Realengo, na Zona Oeste.
A DH fez o pedido de prisĂ£o preventiva no plantĂ£o do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro na madrugada deste sĂ¡bado.
Os dois foram ouvidos na noite de sexta-feira (8) na DH, na Barra da Tijuca. Eles foram encontrados por policiais militares do serviço reservado do 21º BPM (SĂ£o JoĂ£o de Meriti). De acordo com o comandante do batalhĂ£o, Ricardo Arlem, um chaveiro, vizinho de Wellington, teria sido quem intermediou a compra do revĂ³lver calibre 32, uma das armas utilizadas no massacre.

O comandante explicou que Wellington teria procurado o chaveiro, por saber que ele tinha contatos de pessoas que vendiam armas clandestinamente. Ainda segundo a PolĂ­cia Militar, as negociações para a compra da arma teriam começado hĂ¡ cerca de quatro meses.

Um amigo do chaveiro teria vendido a arma para o atirador. Segundo a PM, o suposto vendedor tem passagens pela polĂ­cia pelos crimes de porte ilegal de arma, uso de documento falso e estupro.

De acordo com o comandante Ricardo Arlem, assim que os homens foram abordados pelos PMs, eles negaram a venda, mas depois confirmaram e trocaram acusações.

"Sheik"

Segundo a PM, o chaveiro revelou que Wellington era conhecido na regiĂ£o onde morava em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio, pelo apelido de "Sheik", devido Ă  barba longa que cultivou atĂ© dias antes do crime. Na carta que deixou na escola, Wellington nĂ£o deu indicações de que seria muçulmano.

“NĂ³s descobrimos esses dois homens porque um PM Ă  paisana ouviu o vendedor comentar ao chaveiro, tĂ¡ vendo aquela arma que te vendi, tĂ¡ vendo como ela tava afiadinha?, olha o estrago que ela fez”, reproduziu o comandante.

O comandante contou ainda que os homens negaram vender as munições utilizadas por Wellington. A DivisĂ£o de HomicĂ­dios, que investiga o caso, tenta esclarecer se os dois homens tĂªm realmente ligaĂ§Ă£o com a venda do armamento. (G1)

COMO OCORREU O MASSACRE:

CIA treina mercenĂ¡rios nos EUA contra Kadafi hĂ¡ mais de 20 anos


O "lĂ­der militar rebelde" da LĂ­bia Ă© um agente da CIA que viveu nos Ăºltimos 20 anos na VirgĂ­nia, bem prĂ³ximo da sede central da AgĂªncia e encabeça uma gang de mercenĂ¡rios prĂ³-EUA desde 1988

"O chefe militar rebelde" da LĂ­bia Ă© um agente da CIA de longa data - admitiram jornais dos EUA e Inglaterra - e viveu nos Ăºltimos 20 anos nos EUA, no estado da VirgĂ­nia, nĂ£o muito longe da sede da AgĂªncia. A ficha corrida do coronel Kalifa Haftar apareceu em despachos da Reuters, apĂ³s a FundaĂ§Ă£o Jamestown publicar estudo registrando que o colaboracionista encabeça desde 1988 uma organizaĂ§Ă£o de mercenĂ¡rios prĂ³-EUA, mantida e treinada pela CIA, o assim chamado "ExĂ©rcito Nacional LĂ­bio" (LNA, na sigla em inglĂªs). Na semana passada, a CIA foi ao Congresso jurar que estava enviando pessoal de campo, para descobrir "quem sĂ£o" os rebeldes.

Assim, Haftar jĂ¡ estava a serviço da CIA dois anos apĂ³s a tentativa do governo Reagan de assassinar o lĂ­der Muamar Kadafi no bombardeio a sua casa. A deserĂ§Ă£o se deu depois de suposto e mal contado episĂ³dio, em que teria sido "abandonado" no vizinho Chad – Ă  Ă©poca, sob o governo de Hissene Habre, e peĂ£o da França e EUA para provocações contra a LĂ­bia. Quando Habre foi derrubado em 1990, a CIA retirou, de aviĂ£o, Haftar e mais 300 mercenĂ¡rios, em um pĂ©riplo que seguiu pela NigĂ©ria, o entĂ£o Zaire, o QuĂªnia, e finalmente, os EUA, estado de Virginia. O estudo da Jamestown – que Ă© elogioso a Haftar -, cita, ainda, entrevista de 1991 com o mercenĂ¡rio, realizada num campo de treinamento na VirgĂ­nia.

Foi Haftar que, como assinalou a CNN, chegou em 14 de março a Benghazi "para assumir o comando da caĂ³tica campanha militar dos rebeldes". Mas Haftar nĂ£o Ă© o Ăºnico "homem dos americanos". O "Wall Street Journal" fornece alentada informaĂ§Ă£o a respeito dos integrantes do "Conselho Interino" que as gangs formaram. Mahmud Jabril, que Ă© o relações pĂºblicas externo – dizer chanceler seria demais -, Ă© PHD em "planejamento externo" da Universidade de Pittsburg, e viveu dĂ©cadas nos EUA. Fatih Al Bahja: "professor de ciĂªncia polĂ­tica educado nos EUA". NĂ£o faltam monarquistas saudosos, como o descendente do Ăºltimo rei, e ex-preso, Zubeir Ahmed Sherif; Al Abdar, "empresĂ¡rio Ă  frente de uma empresa de importaĂ§Ă£o de alimentos" com "laços histĂ³ricos" com a realeza; e Selway Dughaily, advogada, de "uma proeminente famĂ­lia da LĂ­bia oriental". E os advogados Abdullah al Meihoub, Abdel Hafeez Goga e Fatih Terbil – este, apresentado como "representante da juventude".

Quem "preside" o Conselho Interino Ă© o ex-ministro da Justiça, MustafĂ¡ Abdel Jalil, a quem Kadafi delegara negociar uma soluĂ§Ă£o e trocou de lado. Jalil apelou pela "ajuda ocidental" e asseverou "que as companhias internacionais na LĂ­bia, as companhias de petrĂ³leo, todas elas estĂ£o seguras". Outra figura de peso no conselho Ă© o ex-ministro do comĂ©rcio e diplomata Ali al Issawi, que fora cortejado por multinacionais interessadas em especulaĂ§Ă£o imobiliĂ¡ria na LĂ­bia. "Ao porem Jabril e Issawi na lista, eles estĂ£o enviando uma mensagem Ă s companhias estrangeiras de que o futuro governo da LĂ­bia estĂ¡ interessado em investimento externo e privatizaĂ§Ă£o", assinalou Jason Pack, um especialista em LĂ­bia da Universidade de Oxford, e que tem prestado consultoria Ă s multinacionais sobre o paĂ­s Ă¡rabe. Completando a lista e – no caso – em disputa com o coronel Haftar, o general da reserva Omar Hariri, que organizou em 1975 um golpe de estado, fracassou e foi em cana.

AlĂ©m dessas figuras, hĂ¡ ainda aqueles sobre quem, segundo o vice-secretĂ¡rio de Estado James Steinberg "sĂ³ Ă© possĂ­vel falar a portas fechadas". Indagado por um deputado democrata, assim ele se referiu a Abdel Hakim al Hasady, tido como operativo do LIFG – Grupo LĂ­bio de Combate IslĂ¢mico, organizaĂ§Ă£o sobre a qual hĂ¡ denĂºncias de ligações com a Al Qaeda. Segundo o ex-agente do serviço secreto inglĂªs MI5, David Shayler, o LIFG foi usado em 1995 por Londres e pela CIA na tentativa de derrubar o regime de Kadafi, o que causou dezenas de mortos em Benghazi, e tambĂ©m em 1996, com novo intento de assassinato do lĂ­der lĂ­bio.

MADE IN OTAN

Com tudo isso, Ă© possĂ­vel que tenham achado que a LĂ­bia ia ser uma presa fĂ¡cil, ou que poderiam, sĂ³ no grito, transformar a revoluĂ§Ă£o anti-EUA que agita as nações Ă¡rabes, no seu contrĂ¡rio, uma contrarrevoluĂ§Ă£o made in Otan "para defender os civis", saquear o petrĂ³leo e dar uma sobrevida a protetorados medievais.

As "manifestações" desta segunda-feira em Benghazi pelas "bombas da Otan" no lombo dos lĂ­bios sĂ£o bem tĂ­picas dessa gente. NĂ£o Ă© a primeira vez que os "combatentes da liberdade" que a CIA arruma fedem aos esgotos de onde saĂ­ram, vide a BaĂ­a dos Porcos, mas a performance das gangs que tentam assaltar o poder na LĂ­bia, sob o guarda-chuva da Otan, tem chamado a atenĂ§Ă£o. Uma agĂªncia de notĂ­cias descreveu a patĂ©tica cena em que, apĂ³s pesado bombardeio da Otan e recuo das forças legalistas, a trupe de bandoleiros em picapes se lançou ao ataque, esbravejando e posando para os jornalistas, para, ainda mais rĂ¡pido, sair corrida a tiros. Parece "tipos saĂ­dos do filme Mad Max", comparou um jornal inglĂªs, sobre os pupilos do coronel Haftar. (HP)

 
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