domingo, 12 de junho de 2011

Canadá 2010, pós-Vietnã: segunda geração de resistência contra a guerra

(TORONTO) Patrick Hart mudou-se para cá em 2005, porque decidiu que não aceitaria ser mandado pela segunda vez para o Iraque. Sargento do Exército dos EUA, com quase dez anos de serviço ativo, decidiu que preferia viver o resto da vida no Canadá, a voltar para uma guerra que, para ele, é guerra errada.

Hart, 36, sabe que muitos o consideram traidor, mas não se arrepende. “Já lutei pelo meu país, suei, fui ferido. Passei noites chorando pelo meu país – o que é mais do que muitos dos que me julgam jamais fizeram”, diz ele. “Prefiro ser preso a voltar ao Iraque”.

Deportação, corte marcial e prisão são riscos reais para Hart e outros cerca de 200 soldados dos EUA que buscaram santuário no Canadá. Apesar de serem soldados que prestaram serviço militar voluntário, alguns se opõem tão decididamente à guerra no Iraque que decidiram deixar os EUA – como fez uma geração anterior de soldados que também cruzaram a fronteira do Canadá nos anos 60s e 70s para não lutar no Vietnã, muitos dos quais construíram a vida aqui.

Alguns daqueles primeiros resistentes contra a guerra do Vietnã, muitos dos quais são hoje grisalhos cidadãos canadenses, têm ajudado os soldados que chegam, nas batalhas jurídicas que têm de enfrentar, a conseguir emprego e a encontrar moradia.

“Eles sabem o que estamos vivendo”, diz Hart.

No Canadá hoje, o clima político e as políticas de imigração são menos acolhedoras para os novos desertores do que foram durante os anos do Vietnã. O governo conservador do primeiro-ministro Stephen Harper recusa-se a dar asilo político ou status de refugiados aos soldados dos EUA que procuram santuário no Canadá, embora, esteja sendo votada no Parlamento uma lei que os autorizará a permanecer no país.

Charlie Diamond tinha 23 anos quando saiu de Connecticut, em 1968, e viajou para o Canadá para não ser mandado para o Vietnã. Naqueles anos, a guerra era impopular nos dois países. Os norte-americanos ocupavam as ruas em protestos; milhares de jovens queimavam os cartões de alistamento.

Hoje, já cidadão canadense e aos 64 anos, Diamond tenta oferecer aos recém-chegados o mesmo tipo de acolhimento que recebeu.

“Quero que meu novo país seja outra vez abrigo para todos que resistem ao militarismo”, diz Diamond – como outros que se recusaram a lutar no Vietnã, ele prefere o termo “resistentes” e trabalha na Campanha de Apoio aos Resistentes contra a Guerra (ing. War Resisters Support Campaign, emhttp://www.resisters.ca/).

O Canadá não apoiou a invasão do Iraque pelos EUA, e pesquisas mostram que, também para muitos norte-americanos, aquela é guerra errada. Os que hoje são resistentes alistaram-se “em boa consciência, certos de que defenderiam os EUA. Hoje sabemos que, de fato, toda essa guerra é e sempre foi uma grande mentira.”

Os jovens que deixaram os EUA para não ter de lutar no Vietnã foram amplamente acolhidos pelos canadenses e por uma rede de outros resistentes que os ajudaram a encontrar moradia e trabalho. Agora, sob o governo de Harper, o Canadá implantou políticas mais duras de imigração, e todos os desertores da guerra do Iraque que solicitam status de refugiado têm tido seus pedidos negados. O ministro da Imigração Jason Kenney diz que “ser desertor de serviço militar voluntário numa democracia não corresponde, de modo algum (...), à definição de refugiado.”

Em março, Kenney propôs limites ainda mais estreitos: pedidos de imigração de pessoas vindas de países com bom histórico de respeito aos Direitos Humanos só serão ouvidos em Corte Federal – o que acaba com as chances dos desertores, de terem seus pedidos aceitos nas cortes inferiores; e os que não forem atendidos serão deportados no prazo máximo de um ano, não mais de quatro anos como atualmente.

A maioria dos desertores da guerra do Iraque vivem clandestinamente no Canadá, diz Michelle Robidoux, porta-voz da Campanha de Apoio aos Resistentes contra a Guerra. O grupo está em contato direto com mais de 40. Dois foram deportados, julgados e condenados e estão presos nos EUA. Alguns retornaram voluntariamente.

Mais de 50 mil norte-americanos, em idade de prestar serviço militar ativo vieram para o Canadá para não serem mandados lutar no Vietnã, diz John Hagan, professor de sociologia e direito na Northwestern University, também ele desertor, e que, em 2001, publicou Northern Passages, sobre aquele êxodo. Metade deles permanecem até hoje no Canadá, apesar da anistia oferecida pelo presidente Carter em 1977, que se aplicava aos que fugiam do alistamento, mas não a soldados desertores. (...)

Desde o início da guerra do Iraque, em 2003, o Exército condenou 693 soldados por deserção e 2.657 por “ausência sem autorização”. De 2003 a 2008, houve 6.448 desertores na Marinha; de 2003 a 29/3/2010, 260 desertaram da Força Aérea; e de 2003 até o final de março, 9.869 pessoas desertaram do Exército.

A Campanha de Apoio aos Resistentes contra a Guerra – que começou a organizar-se quando Jeremy Hinzman desertou do Exército em 2004 e chegou ao Canadá – arrecada fundos para pagar advogados e custos processuais para os norte-americanos, organiza manifestações públicas e colhe assinaturas de apoio por todo o país. É causa profundamente pessoal para muitos dos que se recusaram a lutar no Vietnã. “Trabalhar com os que desertaram da guerra do Iraque é sempre um sofrimento intenso” diz Bill King, 63, músico e produtor musical que chegou ao Canadá em 1968, para não ser mandado ao Vietnã. “É como reviver a própria vida, na idade deles.”

Jeffry House, advogado que defende os desertores do Iraque na Corte Suprema, chegou ao Canadá em 1970, depois de recrutado para lutar no Vietnã. Crê profundamente no argumento que usa no tribunal: “Nenhum soldado é obrigado a participar de guerra ilegal, inclusive soldado que se tenha alistado voluntariamente.”

Na primeira reunião, conta House, Hinzman disse que se alistara porque queria defender seu país. “Mas a guerra do Iraque é falsa guerra, é enganação”. “Disse exatamente essa palavra”, House recorda. “Comecei a pensar... e, quer saber? Ele tinha razão.”

Gerard Kennedy, deputado, é autor do projeto de lei segundo o qual a cidadania canadense poderá ser concedida a soldados dos EUA “que declarem ter passado por crise de consciência no Iraque”. “Há aí uma questão moral básica, de natureza humana”, diz Kennedy. “Queremos que, em todas as circunstâncias, nossos militares apenas cumpram ordens? Ou reconhecemos que eles também têm alguns direitos?”

Para Kennedy, a maioria dos canadenses pensa como ele. Em 2008 e 2009, o parlamento aprovou várias resoluções, ainda sem peso de lei, que autorizavam a permanência no Canadá de desertores norte-americanos. Pesquisa de 2008 mostrava que 64% eram favoráveis a dar aos desertores o direito de residir permanentemente no Canadá.

Alyssa Manning é advogada em Toronto e defende cerca de 20 soldados norte-americanos. Para ela, os juízes são sensíveis à evidência de que os soldados que vêm para o Canadá expõem-se a punições muito severas pelo Exército dos EUA quando voltam. Mas o governo de Harper, diz ela, é “empedernida e ativamente contrário à ideia de que pessoas que resistem contra a guerra sejam autorizadas a permanecer no Canadá.”

É péssima notícia para Phil McDowell. Phil alistou-se em 2001, depois dos ataques terroristas de 11/9 e serviu no Iraque durante um ano. Poucas semanas depois de receber baixa, em 2006, foi notificado de que seria reenviado ao Iraque, por efeito de uma política do Exército de “reduzir baixas”, que tornava obrigatória uma prorrogação no seu tempo de serviço ativo. Chegou a reincorporar-se à sua unidade, mas não conseguiu embarcar outra vez para o Iraque. Em vez disso, embarcou para o Canadá.

Foi decisão dificílima, escolha que McDowell, 29, sempre considerara “um escândalo, uma vergonha, coisa que não se faz”. Mas já estivera no Iraque. Já sabia que lá não havia armas de destruição em massa, como dissera o governo Bush; e McDowell vira também o modo como os iraquianos médios são tratados pelos soldados da coalizão; já sabia também a verdade sobre os prisioneiros iraquianos na prisão de Abu Ghraib. “Para mim, acontecesse o que acontecesse, em nenhum caso eu voltaria ao Iraque”.

McDowell descobriu na Internet a Campanha de Apoio aos Resistentes contra a Guerra e procurou-os logo que chegou. Lamenta estar ausente nos casamentos e funerais da família, mas ganha a vida num bom emprego de instalação de painéis solares e diz que gostaria de ficar aqui para sempre, mesmo que isso signifique nunca mais voltar a Rhode Island.

Diz também que está “absolutamente” preparado para a deportação e a prisão. Para McDowell, os que vieram para o Canadá para não ir para o Vietnã são garantia de que “alguma coisa acabará dando certo. A vida sempre segue adiante e eles são bom exemplo.”

Kimberly Rivera sente o mesmo. Ela viajou para o Iraque com sua unidade em 2006. Três meses depois, em casa, durante uma licença, decidiu que não conseguiria voltar para lá. Em 2007, viajou para o Canadá. Rivera, 27, natural de Mesquite, Texas, vive com o marido, Mario, e três filhos. Já recebeu duas ordens de deportação, que estão sendo contestadas judicialmente.

Rivera diz que é difícil conviver com a ideia de que muitos a veem como covarde. Vir para o Canadá “foi muito, muito difícil. Não só porque tive de deixar tudo que amo e conheço – tudo –, mas também porque é possível que nunca mais consiga voltar.”

Se for deportada, diz ela, “estou preparada mentalmente para qualquer punição que tenha de enfrentar.”

Diferentes momentos, as mesmas escolhas

Dennis James jamais voltou aos EUA. Foi recrutado em 1969 e mudou-se para o Canadá quando recebeu ordens para deixar o serviço médico onde servia e iniciar treinamento de tiro, última etapa antes de ser mandado para o Vietnã. Se tiver de voltar, mesmo agora, diz ele, tanto tempo depois, terá de apresentar-se ao exército e cumprir pena por deserção.

Como muitos norte-americanos que ficaram no Canadá depois do Vietnã, James, 64, diz que “a atmosfera no Canadá é de acolhimento e respeito pelas pessoas” e que se sente em casa.

James é diretor clínico do programa para dependentes no Toronto's Centre for Addiction and Mental Health e não tem vida política ativa. Mesmo assim, diz que sente simpatia e solidariedade com os ex-soldados norte-americanos que estão chegando ao Canadá para fugir da guerra do Iraque.

Outros, dos anos Vietnã, auxiliam os desertores do Iraque. Tom Riley, 63, de Baltimore, vive em Toronto desde que recebeu ordem de convocação em 1970. Recusou-se a apresentar-se para ser incorporado à tropa.

Hoje, trabalhador social há muitos anos, sente-se na obrigação de ajudar soldados que se recusem a combater no Iraque, e eles gostam de ouvi-lo falar. “É interessante para eles saber que uma geração antes deles já fizemos as mesmas escolhas”, diz Riley.

Carolyn Egan, 60, presidente do Toronto Steelworkers Area Council, chegou à cidade em 1970, com um companheiro que havia sido convocado e não se apresentou. Para ela, homens e mulheres que se recusam a lutar no Iraque “têm a coragem de dizer não” a uma guerra injustificável.

Diamond, Quaker que trabalha com os sem-teto de Toronto, espera que seu país adotivo “tenha coragem de fazer o que, historicamente, nós já fizemos (...). Vejo todos os dias o que guerra e violência fazem às pessoas. A guerra e a violência converteram os
EUA em país muito feio. Não quero que o Canadá siga o mesmo caminho.”

Se o Canadá aceitar mais essa geração de desertores, será resultado do trabalho de Diamond e outros que se recusaram a guerrear no Vietnã, diz Jesse McLaren, 31, médico que trabalha também na Campanha de Apoio aos Resistentes contra a Guerra.

“Os ativistas da primeira geração”, diz ele, “dão força história e moral à nossa campanha.”

28/5/2010, Judy Keen, USA Today http://www.usatoday.com/news/world/2010-05-23-war-resisters_N.htm

Finalizadas todas as filmagens de "A SAGA", produção independente realizada no Paraná


Logo poderemos assistir o filme épico de Manaoos Aristides, "A SAGA".

Finalizadas todas as filmagens da série-filme "A SAGA", em Piraí do Sul, Imbituva, Porto União e União da Vitória. Atualmente o filme está em fase de edição e sonorização.

Sinopse:

Em 1542 o explorador espanhol Don Alvar Nuñes Cabeza de Vaca desembarca na Ilha de Santa Catarina, descobriu também que outros marinheiros do barco Buenos Aires, retirou-se pelo rio Paraguai e fundaram uma nova cidade com o nome de
Assunção no (Paraguai). Imediatamente, determinou que seu navio fosse socorrer o barco Buenos Aires, enquanto seus 250 homens tentariam alcançar assunção por terra, através do caminho conhecido como PEABIRU. Enquanto esteve em Santa Catarina, Cabeza de Vaca soube que havia sido descoberto ouro num império que ficava próximo ao uma montanha gelada (os Andes). Mais que do isso soubera que nesse império, havia cidades e minas de Prata e Ouro. Essa notícia mudava completamente a percepção que Cabeza de Vaca tinha do novo mundo: havia riqueza. Detalhe: O caminho de PEABIRU cortava o atual Estado do Paraná no sentido Leste-Oeste, e era utilizado pelos índios que iam ao mar buscar sal. Assim acreditam os antropólogos. Cabeza de Vaca dirigiu-se por terra a Assunção, com duzentos e cinqüenta homens e vinte e seis cavalos. Subiu a serra do mar, alcançou o primeiro planalto e vagou pelo território paranaense, só descendo ao sul na altura dos rios Ivai e Piquiri. Assim, encontrou o Rio Iguaçu que acompanhou até descobrir as cataratas. Nessa caminhada, Cabeza de Vaca, tomou posse das terras que hoje constituem o Estado do Paraná, em nome do rei da Espanha Carlos I, batizando as novas terras como PROVÍNCIA DE VERA. Depois de quatro meses, percorrendo quase 1600 quilômetros, Cabeza de Vaca chegou a Assunção, onde encontrou Martinez de Irala, lugar-tenente de Ayolas, ocupando o posto de "todo poderoso mandatário da província do rio da prata", sediada em Assunção.
A nossa "Saga de Foz do Iguaçu" começa em 1888, quando o Capitão Belarmino Augusto Mendonça Lobo nomeou o Tenente José Joaquim Firmino para desbravar o extremo oeste paranaense, instalando a Colônia Militar de Foz do Iguaçu na fronteira entre Paraguai e Argentina. O Tenente Firmino partiu de Guarapuava no dia 25 de novembro do mesmo ano, levando aproximadamente oito meses para concluir sua jornada e chegar em Foz do Iguaçu e quando estavam 100 quilômetros distantes da fronteira, depararam-se com os comissiones, uma comitiva de paraguaios e argentinos que trabalhavam na colheita de erva-mate das matas regionais. O Tenente Firmino impediu que os estrangeiros continuassem na função do extrativismo, ordenando que cada qual voltasse ao seu país de origem e, proibindo a partir de então, que estrangeiros se beneficiassem deste recurso, retirando erva-mate ilegalmente das terras brasileiras. Chegando em Foz do Iguaçu, encontrou uma população constituída de 324 indivíduos estrangeiros, sendo 212 paraguaios, 95 argentinos, 9 brasileiros, 5 franceses, 2 espanhóis e 1 inglês. Começava assim a difícil tarefa de colonização dos brasileiros na fronteira, que embora fosse minoria, lutariam para obter o poder que ainda se mantinha nas mãos dos argentinos, que continuavam numa situação de clandestinidade, executando a retirada de madeira e erva-mate. Era J. T. Allica, o nome do grande negociante que detinha postos em vários pontos da fronteira, como em Salto Del Guairá e Porto Mendes. A população predominante ainda era os argentinos e paraguaios, e os anos passavam com os conflitos de fronteiras e os novos colonos que aqui chegavam, vinham de Curitiba através das picadas na mata, e os argentinos que partiam de Pousadas e seguiam o rio. Ângelo Antonio Hernandes tinha exatamente 10 anos em 1910, quando sua família: mãe e pai resolveram subir através do rio Paraná, rumo às terras das cataratas do Iguaçu. Ângelo e sua irmã Martha, e também seus primos: Juarez (um rapaz de 13 anos que tinha perdido os pais num surto de doença) e um irmãozinho de apenas dois meses, um garotinho loiro de olhos claros, que nascera também na Argentina. O pai de Ângelo era o argentino; Ortega Hernandes, sua mãe brasileira, Maria das Dores, ambos estavam a procura da terra prometida, e havia noticia das terras das cataratas, que era um lugar onde viviam em paz, vários estrangeiros. Na viagem, encontraram um grupo de Árabes que vinham também de Pousadas e com destino às terras do Mato Grosso. O pai de Ângelo, Seu Ortega era um homem de mais de 60 anos e sua mãe uma jovem de 25 anos, muito bonita. Durante a viagem pela mata, a família é atacada por cinco ladrões pistoleiros, que acabam matando seu pai e roubando o seu relógio de prata. Sua mãe se entrega aos jagunços, para dar tempo de fuga aos jovens. Os três fogem e se escondem no mato com o bebê, Ângelo tira do pescoço um cordão c/ uma medalhinha e põe no menino. Coloca-o numa canoa e solta rio abaixo. Mesmo machucada Maria das Dores resiste a toda violência e sobrevive. Os jovens voltam para onde estava sua mãe, que antes de morrer, pede ao filho para proteger a irmã e lutar pela vida. Depois de enterrar o corpo da mãe e do pai, percebem a chegada dos comissiones (homens que viviam em busca de pessoas para o trabalho na extração de erva-mate. Esse trabalho era muitas vezes de semi-escravidão). Os comissiones eram homens cruéis, e com a desculpa da mata estar cheia de pistoleiros, os próprios usurpavam os viajantes. Os comissiones levam os jovens p/ uma cabana e lá os obriga a trabalhar na extração de erva mate. Ângelo é pequeno, porém com um forte espírito de liderança. Martha e Juarez demonstram um grande afeto um pelo outro, mas ainda jovens, precisam escapar das mazelas dos comissiones. A cabana que era simples começa então a ser o centro de grande movimento de coleta de erva-mate e muitos outros homens também eram presos nas artimanhas do comissiones recrutados para o trabalho escravo. Para isso, os Comissiones usavam mulheres de uma outra cabana que existia no meio da mata, exatamente p/ armar as festas com prostitutas e que deixaria os homens bêbados, cada vez mais devedores de dinheiro para a empresa. Para pagar, tinham que trabalhar de sol a sol, e a dívida nunca acabava. A empresa fazia o pagamento do trabalho em mercadorias como: sal, querosene, açúcar, etc. Um jovem mulato de apelido "Jambo" se envolve com as prostitutas e acaba devendo muito dinheiro. Por causa da dívida, ele era tratado como escravo, sem nenhuma esperança de sair dali. Um dia, conversando com Ângelo, promete roubar uma canoa e ajudar na fuga dos meninos. Num descuido dos comissiones, os meninos conseguem fugir, porém Jambo é torturado. Arrancam sua língua e furam um olho. A canoa chega a uma região de fronteira da Colônia de Foz com terras paraguaias, bem próxima à casa de um casal de suíços: Bertoni e Eugênia. Ela o chamava de Dr. Bertoni, e ele por sua vez, a chamava de Professora Eugênia. O casal recebe os garotos, dando-lhes comida e roupas. Os jovens ficam trabalhando na escola que Bertoni havia construído. Sua esposa era a professora. Sociável, Bertoni gostava de receber os intelectuais que visitava a região, usava um bom perfume que ele mesmo fabricava, como fabricava também talco para as filhas e as mulheres. Traje de gala para receber amigos, gostava de jogar cartas. Quando morreu a primeira filha, Bertoni entrou em choque e pensou em regressar à Suíça, abandonando tudo: pesquisas, estudos e descobertas. Dr. Moises Bertoni e sua esposa, a Professora Dona Eugenia, costumavam dizer em defesa de seu trabalho: - "Só quem registra, guarda a verdadeira "historia". Quando chegou nessa região, a primeira coisa que o suíço fez foi entrar em contato com a tribo M´bya-garany e junto com os nativos, começa a identificar as plantas da região dando nomes científicos a elas. Sua primeira façanha foi à descoberta do adoçante "Stevia-rebaldania-bertoni" (nome científico). Fez cadastro de plantas nativas e medicinais, num total de 1500 espécies. Começou também a pesquisa sobre a malária, que já havia contagiado vários madeireiros na extração da Erva-Mate, na época batizada de Ouro Verde. Catalogava as reações dos doentes e suas conseqüências. O calabouço da casa servia de refúgio quando seus cálculos não davam certos. Quando exausto do trabalho estafante, seguia para o calabouço e ficava em pé durante o tempo que achava necessário para recuperar a energia. Algum tempo depois, Ângelo vai trabalhar nas terras de um argentino, Don Jesus Val, que era dono dos lotes onde estavam as cataratas e que geralmente, fechava as trilhas que levavam as pessoas para o melhor lugar de visão das quedas das cataratas, cobrando delas uma espécie de pedágio para poderem observar aquela beleza natural. Ângelo, já um rapaz, era prestativo e sempre ajudava o Sr. Frederico Engel Rios que era gerente do Hotel Brasil, a fazer alguns consertos e reparos no pequeno hotel que era de propriedade do então prefeito da cidade, Sr. Jorge Schimmelpfeng.
Frederico Engel Rios cuidada também de um barracão que recebia hospedes nos saltos, próximo as quedas do rio Iguaçu, era pai de uma moça de 16 anos muito bonita, Elfrida Engel Nunes Rios. No mês de abril de 1916, o Hotel recebe um hospede muito importante: Alberto Santos Dumond, que fica sabendo da existência do Dr. Bertoni em terras paraguaias, e na visita ao cientista, troca informações científicas com ele. Bertoni fala então de sua descoberta: a Stévia. De volta ao hotel, Dumont acaba por fazer amizade com Ângelo e passa vários dias em sua companhia visitando as cataratas. Numa dessas excursões quase cai numa das quedas da cachoeira e acaba derrubando uma medalha de ouro na água. Na sua despedida, o Prefeito Jorge Schimmelpfeng oferece uma festa em homenagem ao ilustre visitante, com um grande baile, convidando toda a população. Ângelo, Martha e o seu primo Juarez participam do baile juntamente com o Dr. Moisés Bertoni e a professora Eugenia. A noite é de confraternização, e Ângelo conhece a italianinha Bianca, filha de um colono que acabara de chegar à cidade para montar uma pensão. Criou-se um mal estar entre os convidados quando Santos Dumont, questionou que a terra das cataratas deveria pertencer ao estado e não a particulares, ainda mais sendo o proprietário um argentino. Santos Dumont suspende sua viajem de navio p/ Buenos Aires e parte rumo a Curitiba, seguindo a cavalo e com audiência já marcada com o Governado Dr. Afonso Alves de Camargo. O inventor passa em uma vila com pequenas casas de madeira, num lugar chamado Encruzilhada da Cascavel. Juarez e Martha continuam trabalhando com Dr. Bertoni, e Ângelo vai então trabalhar com o Sr. Frederico Engel Rios no pequeno barracão hotel próximo das cataratas, que começa a receber turistas estrangeiros.
No inicio de 1924 , com o clima quente na política nacional, o Presidente Arthur Bernardes é questionado com vários levantes em todo o Brasil. De São Paulo, surge o movimento tenentista e do sul o movimento sul-rio-grandense. Em Foz do Iguaçu, Jorge Schimmelpfeng entrega a prefeitura para Jorge Samways, um inglês que tinha uma banda musical e que o povo chamava de "Charanga do Inglês". A maioria da população estava vivendo um clima de terror com os boatos de que os Revolucionários estavam chegando para fuzilar toda a população. Juarez e Martha se casam e se despedem de todos, indo morar na Argentina. Ângelo já com 25 anos, casa-se com Bianca e começa a trabalhar no pequeno hotel do sogro de nome - Hotel da Fronteira. Numa viajem para Guarapuava, quando de seu regresso, Ângelo encontra os homens de João Cabanas, e é preso. Num confronto com os índios caingangues, os paulistas acabam matando alguns índios e outros conseguem fugir. Os homens conseguem prender um garoto de 15 anos, índio caingangue na sua essência, porém com uma grande diferença: o garoto índio é branco, loiro e possui os olhos claros, o menino é amarrado junto com o Ângelo, e à noite um dos homens que prendera o indiozinho, o estupra. Ângelo amarrado e amordaçado não pode fazer nada. No dia seguinte chegam outros homens vindos de Catanduva; tenentes do grupo de João Cabanas, e que discutem entre si sobre o que teria acontecido aos índios e percebem que o garoto índio, fora violentado. Um dos tenentes, que já conhecia o homem que costumava cometer esse tipo de agressão, acaba colocando o garoto índio frente a frente com o estrupador, numa ação rápida o indiozinho se solta das amarras e se arma de uma faca, atingindo o agressor na barriga e no rosto. Um dos soldados dispara contra o menino atingindo-o nas costas. Ângelo, ainda com as mãos amarradas tenta estancar o sangue do ferimento, mas é inútil... Só então descobre uma medalhinha no pescoço do indiozinho, percebendo então que o menino era o seu primo, que havia sido colocado em uma canoa rio a baixo, quando ainda era bebê. Um dos tenentes que chefiava a tropa, não deixa que os outros prestem socorro ao homem atingido pelo indiozinho, alegando que se o infeliz não morresse com os ferimentos, ele mesmo a fuzilaria, pois o homem já tinha feito isso em outra ocasião. Os homens de Cabanas aguardam seu chefe e no dia seguinte continuam a viajem para a Colônia de Foz do Iguaçu. Os alarmes falsos da chegada dos rebeldes eram constantes. A população já não acreditava mais na chegada dos revolucionários. Porém no dia 15 de setembro de 1924, chegam os homens de Carlos Prestes. Jorge Samways o prefeito, juntamente com toda a sociedade assistiam a uma peça teatral, cujos atores eram os moradores da cidade. O prefeito Jorge Schimmelpfeng fazia o papel de um padre e Harry Schinke o fotógrafo, fazia o papel de um delegado. Com a aproximação dos revolucionários, a população foge para a Argentina, permanecendo alguns poucos habitantes. No mato, ainda rumo a Colônia de Foz, os homens de João Cabanas encontram-se com o pessoal da Coluna Sul-Rio-grandense. Carlos Prestes ordena que desamarrem o rapaz Ângelo. Harry Schinke faz amizade com Carlos Prestes e passa a fotografá-lo em varias situações. Carlos Prestes resolve um caso delicado. Os homens da coluna paulista que haviam chegado antes fuzilaram o tabelião Frankelin Sá Ribeiro e o sargento Hartmann integrante do regimento do coronel Dilermando de Assis e mais seis empregados da Companhia Mate Laranjeiras. A Coluna Sul-rio-grandense chega de maneira organizada, e junto com ela, um garoto de 12 anos Adelar Ramos que era chamado por Prestes e pelos homens de "Jaguncinho", bem como várias mulheres chamadas de vivandeiras. Eram mulheres experientes e muitas delas, viúvas da guerra do "contestado". Essas mulheres acompanhavam a coluna dos gaúchos porem não era aceitas como participantes. As mulheres, entre tantas outras tarefas, faziam o serviço de cozinha e cuidavam dos feridos. Durante os combates, elas e os meninos se escondiam no mato. Existiam entre elas as mais valentes, que apareciam por vezes sob pseudônimos que omitiam suas verdadeiras identidades, como a Hermínia - brava no trato com os cavalos, a Onça - uma mulata dançarina de maxixe, muito respeitada por haver salvo uma tropa inteira durante um combate; a Santa Rosa, que teve um filho e vinte minutos após estava no lombo do cavalo acompanhando a tropa, a Cara de Macaca, que se vestia somente com roupas de couro, a Alzira, a Tia Maria, a Chininha e a Albertina, entre outras personagens. Siqueira Campos não as tolerava e por essa razão, não as aceitava na tropa. Por esse motivo, recebeu o apelido de "olhos de gato" e "barba de arame". Em marcha, quando a tropa entrava em confronto com os governistas ou contra quem se opunha à coluna, eram feitos alguns prisioneiro e era às "vivandeiras" que cabia dar fim ao inimigo preso. Mas antes de o matarem, essas mulheres faziam um sorteio para saber quem seria a mulher a ficar com o prisioneiro naquela noite aproveitando para fazer sexo e depois mata-lo a golpe de faca. Na Colônia de Foz, Carlos Prestes passa a organizar a cidade e a traçar algumas ruas, enquanto os homens que não estavam combatendo ajudavam os colonos a fazerem suas casas e a orientar sobre como deveriam ser as construções. Junto deles, havia um mulato com um tapa olho, a quem todos chamavam "Meia Vista". Esse homem não conversava com ninguém, e vivia bêbado, sempre lustrando sua arma. Era um homem misterioso, cabeludo e vivia sujo. Prestes e os comandantes das outras colunas, sofrem com a derrota dos homens de João Cabanas que estão em Catanduvas, e lá mesmo em Foz do Iguaçu, recebem um folheto, no qual os governistas dizem estar ganhando a guerra, e estão espalhando pela região com avião que parte de Ponta Grossa. Em meio a tudo isso, esta o senhor Harry Schinke e sua esposa Marieta Schinke, que acabam fazendo amizade com o Carlos Prestes. Estão também Ângelo e Bianca, bem como Hermam e Ottília Friedrich, que por sinal acabam doando para as tropas de Prestes, algumas vacas leiteiras. Outros moradores também doaram alguns bens como animais, cavalos, vacas, cabras, ovelhas, etc. Prestes está sempre trocando idéias com Moises Bertoni. Um alemão de Heidelberg, senhor Henrich Fucks, ficou muito bravo com os revoltosos que haviam tirado algumas vacas e cavalos de seu sítio. Um dos homens de Carlos Prestes, assinou uma espécie de recibo, prometendo pagar assim que a revolução fosse vitoriosa, mas mesmo assim o alemão não se conformava e sempre que encontrava os revolucionários, os tratava com xingamentos e ofensas. Nas conversas com Carlos Prestes, Harry Schinke e sua esposa Marieta, defendem o senhor Jorge Schimemelpfeng que esta refugiado na Argentina. Prestes se reuni com os comandantes na conferência da Grande Marcha: o General Bernardo Padilha, Miguel Costa, o Coronel Estilac Leal e o Marechal Isidoro Dias Lopes. Assim, os soldados e chefes da divisão de São Paulo e da Coluna Sul-Rio-grandense aproveitam a ocasião para discutir a necessidade de providenciarem fardamento, roupas em geral e sapatos para suas tropas, que se encontravam praticamente em estado de seminudez. O tenente João Cabanas rende o Dr. Natel de Camargo e Alípio Leal, obrigando-os a assinar um cheque de 100 contos de reis para descontar no Banco de Buenos Aires. Essa nota promissória seria entregue ao Coronel Padilha. Alguns dias mais tarde, todas as Colunas se encontram na Colônia de Foz, para a avaliação do Movimento. Quando no encerramento da conferência, Prestes diz que teria a maior honra em comandar a ação, com lealdade e dedicação à causa, e assim, no documento oficial redigido e assinado pelo Marechal Isidoro Lopes, é então nomeado Comandante da Coluna. Isidoro declarou que só havia uma alternativa para aquele momento, atravessar o Rio Paraná e solicitar asilo político. O Coronel Miguel Costa e Luiz Carlos Prestes, não concordam com esta posição. No final da reunião Prestes pergunta: -"General Isidoro, se conseguirmos entrar no Mato Grosso, de qualquer forma e qualquer jeito, o Estado Maior apoiará a nossa ação?" Depois de refletir por um instante, o general responde que sim. A maioria dos oficiais considerou o plano de Miguel Costa e de Prestes como indefensável, mas ninguém quis se opor, pois o comandante Prestes, juntamente com Miguel Costa, tinha o controle sobre a tropa e assim, ficou decidido que:
1° - Invadiriam o Mato Grosso e perseguiriam a revolução com o apoio do Estado Maior.
2° - Isidoro e Assis Brasil não acompanhariam a tropa, passando a exercer sua liderança no exílio.
3° - Os oficiais que não quisessem seguir com eles, seriam destituídos com honra por motivo de saúde.
4° - Agrupariam numa divisão as duas brigadas, criando o novo comando que ficaria sob as ordens de Miguel Costa.
5° - A Brigada paulista seria oferecida ao Tenente João Cabanas, que mais tarde, alegou problemas de saúde, sendo substituído por Juarez Távora.
6° - A Brigada Sul-rio-grandense ficaria sob o comando de Luiz Carlos Prestes. Ele já não tinha condições de retomar Guairá, e ordenou então, que João Cabanas atacasse as tropas do Capitão Mello. Nesta ação, depois de um grande avanço estratégico e sempre acuando o inimigo, Cabanas solicitou à Prestes, mais homens e cavalos para o reforço de suas tropas, a fim de eliminar definitivamente seus oponentes governistas. Prestes não concordou, dizendo que o importante era salvar os revolucionários e não perseguir os governistas. Cabanas fica então enfurecido com esta declaração e volta com sua Coluna para o acampamento, onde no encontro com Prestes, cobriu-se de propósitos indecorosos contra seu superior e foi apostolado de covarde e poltrão. Prestes ainda o ameaçou de prisão e fuzilamento. No dia 28 de abril, João Alberto Lemes e Barros atravessam o rio Paraná com 150 homens a bordo do vapor Assis Brasil. No dia seguinte, os governistas ocupam Porto Mendes e Artaza. O Marechal Isidoro e o general Padilha insistiram em prosseguir com os seus companheiros, mas pelo peso da idade acabaram caindo numa emboscada e foram presos e derrotados pelos governistas. Isidoro, Cabanas e Padilha foram entrincheirados juntos, em Catanduvas, pelo Coronel Rondon, Dilermando Assis e Eurico Gaspar Dutra. A história da Coluna Prestes começa no Paraná, ao mesmo tempo em que uma parte do povo de Foz, lamenta a sua partida. Carlos Prestes pede para Ângelo e Bianca para ficarem com um garoto de 12 anos de apelido "Jaguncinho" de nome Adelar Ramos, que estava acompanhando a tropa desde do Rio Grande do Sul. Carlos Prestes se despede dos amigos da Colônia de Foz do Iguaçu e parte rumo ao mato Grosso, entre os amigos está Harry e Marieta Schinke, Hermam e Ottília Friedrich e mais alguns moradores da vila. A população, que está refugiada na Argentina, retorna fazendo uma grande festa com queima de fogos e tiros para o alto. Uma faísca, dos fogos de artifício, cai sobre a pequena igreja incendiando-a. No meio da festa Ângelo em conversa com Harry Schinke lamenta a partida de Prestes e diz que a Colônia de Foz estava perdendo um grande homem. O alemão Henrich Fucks, tinha três filhos adolescentes e duas moças, e nesse dia soube que alguns revolucionários queriam ir à desforra com o Alemão que era briguento, pois sempre que os revoltosos queriam alguma coisa e usavam a força, o senhor Henrich os enfrentava. Naquela noite, eles mandaram um recado ao alemão: no boteco próximo a sua casa, iriam dar-lhe uma lição. Henrich tinha uma casa grande de madeira, com saída pelos quatro lados. Reuniu os filhos ainda garotos e se armaram para receber os revoltosos, onde houve um grande tiroteio e só um ferido de morte, um dos homens das tropas da coluna sul-rio-grandense. O transito era livre entre terras brasileiras e paraguaias, isso era uma grande característica da localidade, o que facilitava muito as coisas para o cientista suisso Moises Bertoni, que tinha uma vida social muito ativa, mas nunca saía de casa sem avisar a esposa. Os Bertonis eram pobres, mas criativos. Quando começou a pesquisar as doenças regionais, parecia ter certeza que um dia o mosquito da malaria iria picá-lo. Ironia do destino ou visão apurada de cientista, o fato é que morreu dessa doença. Eugênia tinha insuficiência respiratória por causa da umidade do lugar. Moisés levou-a para Encarnación a fim de tratá-la e retornou sendo internado em seguida por causa da malária. Morre Eugênia e, 13 dias depois, ele vem a falecer sem saber que ela já havia morrido. A informação foi ocultada pelos filhos, devido ao seu estado de saúde. Em 1929, seu corpo foi transportado através do Rio Paraná até o Parque Bertoni e o funeral foi rezado por Monsenhor Guilherme. Dona Laís - amiga de Bertoni - ouviu sua última frase: "Eu estou feliz" em espanhol. Audálio casa com Laura num Lugarejo chamado Pouso Alegre em Larajeiras do Sul, e parte com a noiva em um carroção rumo a Colônia de Foz, juntamente com um casal de amigos Jorge e Madalena Rossini. Madalena era a cafetina das mulheres de Clevelândia e agora estava casada com um italiano e tinha uma bela filha de 12 anos de nome Mafalda, estão indo morar na Colônia de Foz do Iguaçu. Já em Foz visitam as cachoeiras e ficam no Hotel dos Saltos. Audálio encontra o Senhor José Neves Formiguieri que esta construindo a estrada das cataratas, trecho que ligaria a vila às Cataratas, trabalhando com vários homens no calçamento da estrada, o que só conseguiu realizar até o rio Tamanduá, pois depois do rio não foi possível fazer o calçamento; sobre o rio havia uma ponte de madeira que não suportaria o rolo compressor. A construção do Hotel das Cataratas foi iniciada em 1939. Em conversa com Audálio, José Neves fala da Vila da Encruzilhada e que lamenta muito a situação e a presença dos Jagunços, mas que mesmo assim depois e fazer a estrada pretende morar naquela vila próximo ao Rio Cascavel. No lugarejo de Pouso Alegre, Audálio e Laura, já com um filho, vão para a Colônia de Foz. Logo ao chegar vão se hospedar na casa dos amigos Jorge e Madalena Rossini. Audálio conhece Ângelo e se tornam grandes amigos. Num dia de sol os dois, acompanhados das esposas, vão a cavalo até as cataratas do Rio Iguaçu, e lá Laura encontra uma medalha de ouro que foi perdida por Santos Dumont. Audálio recebe um recado do Nho Jeca, que precisa dele na região de Cadanduvas, uma pequena vila. Audálio e Laura se despedem dos novos amigos e vão p/ a Vila da Encruzilhada da Cascavel. Ângelo e Bianca têm o primeiro filho, e resolvem se mudar para a vila de Criciúma, (onde hoje é Santa Teresinha do Itaipu) próximo da Colônia de Foz. Estão sendo loteadas várias terras pela Colonizadora Criciúma Ltda, e os corretores, que vendiam as terras, salientavam a sua qualidade para o plantio de café sombreado, ou seja, uma espécie de café que foi "inventada", apenas para facilitar a venda das terras. É lógico que a plantação de café não vingou em função do clima da região. Ângelo encontra-se com as famílias de: Silvino Dal Bó, Irio Manganelli, Mario Venson, Walmir Serafim e por fim Vitorassi. Grandes conflitos de terras ocorreram e as colonizadoras contratavam os Jagunços para expulsar os colonos das terras, que eram ocupada pelos posseiros que também possuíam uma escritura. Numa tarde vários meninos de 7 a 10 anos, estavam com latas na mão, caçando grilos para um homem que se encontrava na porta de uma colonizadora de nome Martins & Terra. Os grilos eram para colocar na gaveta dos armários onde guardavam as falsas escrituras de terras feitas muito recentemente. Os grilos serviam para deixar os papeis com aspecto de "antigos"... Era esse o expediente que fazia uma terra ser "grilada", e não havia dispositivo nas Leis para contestar uma ação assim preparada. O dono da Colonizadora chamava-se Martilione e costumava, ele mesmo, justificar a posse da escritura com os verdadeiros donos da terra. A Colonizadora Lageana adquirira terras desmembradas das glebas iniciais, compradas pela companhia Pinho & Terras. Moises Lupion começou a entregar as terras para as colonizadoras, inclusive dando títulos. Emitia título estadual, em cima de terra federal. Leonardo Wichoski, um colono dono de terras, junto com outros colonos, passou a ser pressionados para comprar as próprias terras, pois a Colonizadoras também tinha os títulos dos seus lotes. Queriam cobrar a renda da ocupação das terras, pois diziam que seus ocupantes eram considerados posseiros. Começou então uma terrível demanda. A colonizadora chegou querendo tirar o povo das terras. Vieram os empregados com espingardas, revólveres e carabinas, prontos para matar os "bandidos", como eles diziam. Leonardo Wichoski e outros colonos, fizeram uma reunião com os chefes da Colonizadora Lageana. Leonardo queria cem alqueires, mas concordaria com quarenta ou cinqüenta. Por último, só ficou com vinte alqueires, que ainda pagou em seis parcelas. Havia sessenta posseiros. A Colonizadora Lageana botou para fora das terras, cinqüenta e nove deles. Só sobrou o Leonardo Wichoski. O Bernardino Velho, um ex-sargento do Exército que trabalhou na abertura da Estrada Estratégica e que tinha por lá uma posse com autorização do chefe da Colônia Militar, acabou sendo expulso. Botaram-no para fora das terras e queimaram a casa onde morava. Questionava-se a validade das escrituras griladas e as negociações para os colonos sairem das terras. Termos que usavam entre os pistoleiros (jagunços) - "limpar a área", "quebrar o milho"- fazer o despejo, significava tirar as famílias de suas posse, por bem ou a força. Numa festa na igreja, um dos diretores da Colonizadora Criciúma, perguntou a um morador, se ele tinha sido padrinho da igreja Matriz Santa Maria Goretti? O colono respondeu que sim, mas que a santa, não era Santa Maria Goretti e sim, Santa Terezinha. Houve uma pequena discussão sobre o nome correto, mas ficou sendo mesmo: Santa Terezinha. Em 1946 a Colonizadora Maripá mantinha uma gleba próxima do rio Lopei, na Fazenda Britânia, que era administrada pelos irmãos Zulmiro e Alfredo Paschoal Ruaro, seu diretor e sócio proprietário. No início, a demanda de mão de obra, trouxe homens de Caxias do Sul, São Marcos e Farroupilha, que chegavam em caminhões lotados de gente e material de cozinha, numa viagem que durou 31 dias até a Encruzilhada (hoje Cascavel). De lá para a Fazenda Britânia, a apenas 45 quilômetros, foram mais 30 dias de percurso. Um dia, Alfredo Paschoal Ruaro encontra-se com o padre italiano Antonio Patui, e o convida para a nova vila. Quando o padre chegou no vilarejo, foi recebido por cerca de 70 homens com panos na cabeça, e que pareciam rudes, mas que surpreenderam o padre com sua fé. Na hora da missa, todos cantaram com força e confiança "doce Jesus, doce Maria". O diretor da Maripá trouxe consigo 70 pioneiros e mais 200 homens para trabalharem, mas com o passar do tempo, quase todos foram embora, fugiram, restando apenas sete. Toledo surgiu nas margens do rio Toledo, que assim foi batizado devido ao nome de um antigo morador da região. A fazenda Britânia também começaria a tomar ar de cidade, com o padre Antonio Patui liderando a construção de 32 casas de madeira. Alfredo Ruaro deixa o cargo e vai morar em Céu Azul. Um novo diretor - Willy Barth -, de descendência germânica assume seu lugar. Barth trouxe novos elementos e novas idéias. Fez a triagem de novos colonos, dando preferência aos italianos e poloneses que vinham do sul, e por último aos alemães. Como Barth mantinha as serrarias e a colonizadora, usou um expediente para desenvolver um núcleo de Marechal Candido Rondon. Para os colonos alemães que comprassem lotes nessa localidade, ele doava parte da madeira necessária para as construções. Para criar concorrência entre o novo lugar (Rondon) e Toledo, dizia que Rondon seria um grande centro urbano de origem alemã, com característica evangélica luterana. Quando alguém de origem germânica chegava em Toledo para investir no comércio, Barth oferecia o núcleo próximo a Porto Mendes que começou a ser chamado de Vila de Rondon, alegando que a empresa Maripá iria investir muito dinheiro naquele distrito. Dizia: - "Vá para Rondon, eu dou dois terrenos e mais 20 dúzias de tabuas." Ângelo e Bianca, voltam a morar em Foz do Iguaçu e já com filhos, uma menina e um garoto, monta o seu primeiro negocio um hotel para turistas, com a finalidade de mostrar as cataratas do Rio Iguaçu. E ao receber um hospede, descobre ser ele o assassino de seu pai, porque o mesmo na hora de pagar a conta confessa que esta sem dinheiro e entrega um relógio de bolso de prata, onde está gravado: Ortega. Ângelo pergunta se o nome dele é Ortega, e a resposta é negativa. Ele dizia ter ganhado o relógio num jogo, e que pertencia a um velho argentino que vivia com uma brasileira novinha. O homem, cara a cara com Ângelo, não sabe que o homem de quem roubou o relógio era o pai do dono do hotel. Ângelo abre a gaveta e saca um revólver. Aparece na porta o "Meia Vista", e mesmo sem falar nada, atira nas costas do homem que cai morto. Ângelo não entende a atitude do negro e pergunta o motivo de ele ter atirado... Diante dos gestos dele, Ângelo reconhece o mulato, que vivia preso pelos comissiones. Jambo estava ali por um único motivo: vingança! Aquele homem que acabava de ser morto, era o carrasco que tinha lhe tirado uma das vistas. Jambo, faz sinal para ele esconder o revólver e sai resmungando. Jorge e Madalena Rossini, casam a única filha: Mafalda, com um jovem de Canoinhas-Sc, um rapaz de nome Genésio, e estão preocupados com a viajem que os jovens irão fazer para Cascavel, pois os pais do rapaz foram assassinados por um jagunço daquela vila e o genro mais a filha, iria para Cascavel, colocar as terras à venda. Em Cascavel ficam hospedados na casa de Dona Laura e de Audálio, pois os mesmo são seus amigos. Audálio e Laura estiveram na Colônia de Foz quando se casaram. Mas num domingo vão a igreja e são assassinados na rua. Na Colônia de Foz, os pais de Mafalda recebem a notícia através de telegrama e Madalena e Jorge sofrem muito com a perda da única filha. Jorge Rossini cai de cama e morre de desgosto. Madalena, agora sozinha, volta para a antiga profissão e monta uma casa de prostituição na Rua Lamarque e adota o codinome de Mariazinha, sempre aliciando moças de família para trabalhar no prostíbulo. Ângelo e Bianca montam um restaurante e começam a atender todos os estrangeiros que vêm à cidade para visitar as cataratas, e a conversa é uma só, o turismo será o progresso da cidade. Seu amigo Audálio, perde a eleição de Cascavel porque esqueceu de votar. O entusiasmo de Ângelo, era justamente levar os turistas para visitarem as cataratas. Num dia aparece um casal doente e com dois filhos bem maltratados. Entram no hotel e um empregado diz que o Ângelo e Bianca não estão, e que não podem ficar ali esperando. O casal sai triste e anda pelas ruas empoeiradas da cidade, quando passa Ângelo num Jipe e reconhece a irmã e o cunhado. Ele desce correndo do Jipe e abraça os dois. Juarez e Martha choram. O casal senta-se à mesa com os filhos e uma ceia de natal, Ângelo dá a mão para a irmã e para o primo/cunhado, e os filhos pequenos e todos fazem uma oração... A mesma se funde com a oração do explorador Alvar Nunes Cabeza de Vaca.


Térmicas movidas a gás natural e energia eólica entrarão com força no próximo leilão, diz Tolmasquim


Na avaliação do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, as usinas termelétricas movida a gás natural e as eólicas (movidas pelos ventos) entrarão em ótimas condições de competitividade nos próximos leilões de energia A-3 e de reserva, que serão realizados pelo governo em julho - o dia ainda não está definido.

No leilão A-3 os empreendedores terão que fornecer o suprimento da energia a ser contratado a partir de 1º de janeiro de 2014, enquanto o leilão de reserva deverá ter a energia disponibilizada a partir de 1º de julho do mesmo ano.

Em entrevista à Agência Brasil, Tolmasquim disse acreditar na competitividade das duas fontes, uma vez que o aumento da oferta de gás natural e a queda nos preços devem atrair os investidores para este tipo de empreendimento, enquanto a maior oferta de equipamentos a preços mais competitivos deve favorecer os empreendimentos que usam a energia eólica.

“Com a contribuição desses fatores, certamente as fontes com o maior peso são as eólicas e as térmicas a gás, praticamente empatadas. Acho que essa será a grande disputa do leilão, embora haja espaço também para outras fontes."

Para o leilão a ser realizado no próximo mês, o presidente da EPE lembra que a empresa contabilizou 30 projetos de geração a gás natural, totalizando 10.871 megawatts (MW) de capacidade instalada.

O volume de empreendimentos com geração a partir do gás natural empata com a capacidade de energia eólica, que, embora tenha levado ao cadastramento de 429 projetos, viabilizará uma capacidade instalada semelhante a das térmicas a gás: 10.935 MW.

Para os dois leilões foram contabilizados 582 empreendimentos cadastrados, entre usinas hidrelétricas, inclusive as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), centrais eólicas e térmicas movidas a gás natural e a biomassa - principalmente bagaço da cana-de-açúcar.

A oferta total dos projetos habilitados será de 27.561 MW de potência instalada, volume que, segundo a EPE, “extrapolou todas as expectativas anteriores ao início do prazo de cadastramento”. (AB)

Sessenta mil jovens cumprem medidas socioeducativas; 70% são reincidentes

Dos 345 mil brasileiros que cumprem algum tipo de pena, 17,4% são crianças e adolescentes com menos de 18 anos, distribuídos em 350 unidades de internação. Os dados são da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH).

De um total de 60 mil adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, pelo menos 14 mil estão em regime fechado e os demais em regime aberto. São internados os adolescentes que cometem crimes mais graves como homícidio, latrocínio (roubo seguido de morte) ou assalto à mão armada.

Segundo a Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da SDH, cerca de 70% desses jovens tornam-se reincidentes - voltam a praticar crimes quando deixam as unidades de internação.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) visitou praticamente todas as unidades socioeducativas do país. Só faltam as de São Paulo, que serão avaliadas em agosto.

Para o juiz do CNJ, José Dantas, que acompanhou as visitas, os resultados apresentados até agora na maioria dos estados vão de encontro ao que está previsto no Estatudo da Criança e do Adolescente (ECA), em vigor há quase 21 anos.

"As unidades de internação de jovens em conflito com a lei no Brasil estão totalmente ultrapassadas, tanto na questão material, como estrutura física, quanto nos recursos humanos", disse o juiz. Segundo Dantas, as pessoas que trabalham nestas unidades não foram preparadas para lidar com adolescentes em conflito com a lei.

A equipe do CNJ flagrou adolescentes cumprindo medidas socioeducativas em delegacias de polícia. "Nós vimos centros de internação funcionando dentro de quartéis de polícia, improvisados para receber jovens em conflitos com a lei", afirmou.

Outra irregularidade comum na maioria das unidades visitadas é a superlotação. "Unidades pequenas, construídas para abrigar até 50 adolescentes, foram flagradas por nós com 150 internos amontoados dentro de um espaço totalmente inadequado à convivência de qualquer ser humano", afirmou José Dantas.

A equipe do CNJ foi integrada também por psicólogos e outros profissionais da área social. Segundo Dantas, os resultados do levantamento vão ajudar na definição de políticas públicas dos estados e municípios e na atuação dos magistrados.

Outras informações estão disponíveis no site do Conselho Nacional de Justiça.

Falta de domínio tecnológico atrasa lançamento de novos satélites brasileiros

O Brasil ainda não lançou o satélite de observação Amazônia 1, previsto inicialmente para abril de 2010, por falta de domínio tecnológico. De acordo com Marco Antônio Chamon, coordenador de Gestão Tecnológica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), “a adaptação da indústria nacional aos padrões espaciais foi mais demorada do que se imaginava inicialmente. As indústrias penaram para aprender como fazer”. O satélite, de 550 quilos, é totalmente brasileiro, feito sem parceria, e está em construção utilizando principalmente componentes criados por 15 empresas nacionais.

“Tem uma curva de aprendizagem que não se consegue acelerar mais do que a um certo ritmo, independente da quantidade de pessoas ou do dinheiro que se coloque. Aprender a fazer tecnologia é mais complicado”, explica Chamon ao ressaltar que o projeto do satélite também tem como objetivo desenvolver tecnologia local.

Segundo ele, a dificuldade principal está nos componentes eletrônicos. “Em toda a parte de mecânica já temos maior segurança”. Algumas peças produzidas não resistem às câmaras que simulam a variação de temperatura, vácuo e de impacto. “Às vezes, quebra. Volta para a bancada, daí se refaz e estuda. É um problema de aprendizado”.

Para a consultora legislativa da área de ciência e tecnologia da Câmara dos Deputados, Elizabeth Veloso, a industria espacial nacional tem dificuldade de se desenvolver por “falta de continuidade” do Programa Espacial Brasileiro. “Não há fluxo de compra", afirma, acrescentando que não “há prioridade”, “faltam recursos” e “não há compromisso com o atendimento de metas”.

Em sua opinião, o mau desempenho do programa deixa o país “à mercê das grandes potências” e “totalmente dependente” para monitorar por satélite a ocupação de terras e o desmatamento florestal, vigiar fronteiras, prestar serviços de previsão do tempo e prevenção de catástrofes (como enxurradas e grandes estiagens), descobrir riquezas mineiras e atender às demandas de telecomunicações, como a ampliação da banda larga.

Para o empresário Célio Costa Vaz, diretor da Orbital Engenharia Ltda, o programa espacial “encontra-se em espiral descendente”, conforme escreveu em artigo publicado na última semana na internet, na página da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) (http://www.sae.gov.br/site/wp-content/uploads/espacial_site.pdf). “As empresas brasileiras dificilmente conseguem sobreviver apenas como fornecedoras do programa espacial e encontram dificuldades para se qualificar e competir no mercado internacional”, acrescenta.

A Orbital acabou de entregar para o Inpe o modelo de voo do gerador solar para o satélite Cbers 3, que o Brasil desenvolve com a China e pretende lançar em setembro de 2012 - interrompendo um apagão de satélites próprios desde abril do ano passado, quando terminou a vida útil do Cbers 2b. Conforme o empresário, a industria espacial brasileira sofre com a falta de “encomendas tecnológicas” e “maior volume e regularidade nas contratações realizadas para os projetos operacionais”.

Além do Amazônia 1, há atrasos também e indefinições no cronograma do satélite do Programa Internacional de Medidas de Precipitação (em parceria com os Estados Unidos), do Satélite de Sensoriamento Remoto com o Imageador Radar (Mapsar, parceria com a Alemanha), e do Satélite Lattes (para experiências científicas). (AB)

Até 2014, Brasil quer retirar do trabalho infantil 1,2 milhão de crianças

O Brasil quer retirar do trabalho infantil 1,2 milhão de crianças até 2014, por meio da ampliação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), informou a secretária nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Denise Colin, em entrevista à Agência Brasil. Essa ampliação está dentro do Programa Brasil sem Miséria, lançado este mês pela presidenta Dilma Rousseff.

Denise Colin disse que hoje o programa atende mais de 800 mil crianças em todo o país. Elas foram encontradas em situação de trabalho no campo, de trabalho doméstico, exploração sexual, entre outros. Segundo a secretária, quando é feita a identificação de trabalho infantil, as crianças são inseridas no Programa Bolsa Família e é anotada na inscrição do programa a situação de trabalho infantil.

“As famílias recebem o benefício do Programa Bolsa Família. Essa criança tem a oportunidade de ser atendida em serviços que possam retirá-la da situação de exploração no trabalho”, disse.

A secretária acrescentou que “os pais são encaminhados a vários serviços, como de qualificação profissional, de documentação, de intermediação de mão de obra. Isso é feito pela política do trabalho e os técnicos orientam essas pessoas, mantêm contato com a equipe do Ministério do Trabalho e fazem toda essa mediação para encaminhamento”.

A secretaria disse ainda desde que o Peti foi integrado ao Bolsa Família, em 2006, houve maior garantia da transferência de renda, o que ajuda a família a manter as crianças longe do trabalho. “Foi um grande avanço a integração do Peti com o Programa Bolsa Família porque possibilitou a garantia da transferência de renda para a família, o que passou a não justificar o uso das crianças nessas situações”.

No Piauí, um dos estados onde há o maior número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, a coordenadora da Gerência de Enfrentamento ao Trabalho Infantil, Rosângela Lucena, informou à Agência Brasil que mais de 34 mil que estavam em situação de trabalho infantil são atendidas hoje pelos núcleos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do Sistema Único de Assistência Social (Suas). Esses núcleos recebem recursos do Peti.

De acordo com Rosângela, a maioria dessas crianças estava trabalhando com os pais na agricultura familiar. Hoje, o estado está priorizando a questão do trabalho infantil escravo, que registra alto índice no Piauí.

“Queremos fazer um estudo sobre o trabalho infantil escravo no estado e, para isso, estamos contratando faculdades para nos ajudar. Há 34 mil menores atendidos que estavam em situação de trabalho infantil, tanto que o Piauí está na lista dos estados brasileiros com os mais altos índices de crianças nesse tipo de atividade”, informou. A intenção é que o diagnóstico esteja concluído no próximo ano. (AB)

Hoje é o aniversário de 90 anos de José Ghignone


Livreiro dos mais importantes e grande intelectual, que a tantos ajudou formando várias gerações de intelectuais, José Ghignone é um dos que fazem a diferença na constução de um Paraná cada vez melhor.

Na época da luta contra a ditadura, onde as entidades civis democráticas lutavam com todas as dificuldades para se reorganizar, entre elas a financeira. O Sr. José, homem de mente aberta e democrata militante, cedia em consignação os livros da sua empresa para que estas montassem bancas para a comercialização dos mesmos e assim pudessem alavancar as suas atividades de finanças. Sem dinheiro era impossível alugar sedes, pagar o telefone, confeccionar panfletos, etc..

Em todas as atividades de massa eram montadas as banquinhas onde se podia encontrar a preços justos os livros da Ghignone ,desde os autores clássicos aos que formataram o pensamento contemporâneo de resistência a ditadura e em defesa da democracia e da soberania nacional, o que era um estímulo a leitura e com ela a formação de quadros mais preparados para o movimento.

Neste período intelectualmente quase morto, pois a censura se fazia presente, na Ghignone podíamos encontrar verdadeiras raridades em suas prateleiras, pois o Sr. José, que não se sujeitava as pressões do aparato de repressão em vigor, fazia de sua livraria uma verdadeira luz brilhante no meio de toda aquela escuridão.

Parabéns Sr. José e um muito obrigado por tudo o que representou e continua representando na vida de todos nós!

Como dizíamos na época em que as bancas e livrarias eram ameaçadas de atentados:

BOMBAS NÃO EXPLODEM IDÉIAS!


Processo do molho de tomate envolvendo Palocci volta a andar

Um dos processos polêmicos que em 2002 desgastaram a imagem do ex-prefeito de Ribeirão Preto Antonio Palocci (PT), recém-demitido da chefia da Casa Civil, volta a andar após três anos praticamente parado.

O caso do molho de tomate com ervilha para cestas básicas da Prefeitura de Ribeirão --uma licitação suspeita de irregularidades-- avançou esta semana no Judiciário local e foi remetido para manifestação do Ministério Público, autor da denúncia.

Os envolvidos negam a irregularidade. Em entrevistas anteriores à Folha, Palocci negou ter havido direcionamento da licitação --ele admitiu, porém, nunca ter visto em supermercado molho de tomate com ervilha.

Inocentado da parte criminal pelo STF (Superior Tribunal Federal), em 2003, quando era ministro da Fazenda, Palocci ainda tem de responder ao processo civil, de 2007

Na última quinta-feira, dia 9, os 45 volumes que compõem a ação civil por improbidade administrativa retornaram à Promotoria porque a Justiça conseguiu juntar as contestações das duas empresas citadas no processo.

De acordo com informação do 2º Cartório da Fazenda Pública de Ribeirão, faltava incluir nos autos os dados da Gesa Comércio e Representações de Alimentos, o que só aconteceu recentemente devido a dificuldades para notificar a empresa.

Ao lado da Gesa, a Sustentare Produtos Alimentícios forneceu produtos para a cesta básica de Palocci e também foi citada no processo.

Agora, todas as contestações apresentadas serão analisadas pelo Ministério Público, que pode optar por acrescentar mais provas à denúncia ou apenas devolver o processo ao juiz para que seja, enfim, julgado em primeira instância.

O promotor da Cidadania Sebastião Sérgio da Silveira foi um dos que assinaram a ação de 2007. Ele disse que não teve tempo de analisar todo o conteúdo e deve fazê-lo nos próximos dias. "Esse é um caso muito complexo e também antigo. Será preciso revê-lo com cuidado", disso o promotor à Folha, nesta sexta.

TEMPERO

Toda polêmica sobre o molho de tomate com ervilhas nasceu na Câmara Municipal. Em seu primeiro mandato como vereador, Nicanor Lopes (PSDB) levantou a suspeita de direcionamento da licitação.

A ação popular do tucano chegou a ser rejeitada pela Justiça de Ribeirão, mas ele recorreu ao TJ (Tribunal de Justiça). O ex-deputado federal Fernando Chiarelli (PDT) era vereador na época e entrou com ação popular.

Na época, comprovou-se que apenas a Oderich, do Rio Grande do Sul, comercializava o molho. Ela não chegou a participar da licitação, mas tinha contrato de exclusividade com a paulista Cathita, ligada à Gesa.

A concorrência que rendeu toda essa polêmica ao final da segunda passagem de Palocci pela prefeitura era para comprar 41.787 cestas básicas ao custo estimado de R$ 1,25 milhão.

Oficialmente, o andamento no caso não tem nenhuma relação com a queda de Palocci da Casa Civil.

ENTENDA O CASO

2002
Palocci ainda era prefeito em Ribeirão e licitou a compra de 41.787 cestas básicas por R$ 1,25 milhão; a concorrência exigia fornecimento de molho de tomate com ervilhas.

O fato gerou abertura de processo criminal contra o ex-prefeito, após denúncias do Ministério Público e da Câmara Municipal; a exigência das ervilhas levantava a suspeita de direcionamento da licitação.

2003
Já ministro da Fazenda de Lula, Palocci foi inocentado pelo STF no processo criminal; a decisão ocorreu depois que a Procuradoria-Geral da República já havia arquivado 12 processos contra o ex-ministro no mesmo ano.

2007
O Ministério Público de Ribeirão denuncia Palocci à Justiça sobre o mesmo caso, mas agora em ação civil pública de improbidade administrativa por suposto direcionamento da concorrência.

2011
Na quinta-feira, após mais de três anos da abertura do processo civil e quase uma década após a licitação suspeita, a Justiça de Ribeirão remeteu os autos para que a Promotoria se manifeste a respeito das alegações apresentadas pelos envolvidos.


Empresa afirma que nunca fabricou molho de tomate com ervilhas


DE RIBEIRÃO PRETO

A Sustentare Produtos Alimentícios afirmou nesta sexta que não fabrica e nunca comercializou molho de tomate com ervilhas. A Folha não conseguiu localizar representantes da Gesa e nem o ex-prefeito Antonio Palocci (PT) para comentar o caso.

De acordo com o departamento jurídico da Sustentare, o processo licitatório de 2002 ocorreu na modalidade carta-convite e a empresa não incluiu o molho com ervilhas na proposta comercial oferecida à prefeitura.

Ainda de acordo com advogado da Sustentare, a empresa chegou a fornecer ao município apenas uma parte dos produtos quem compunham a cesta básica licitada por Palocci.

O restante das mercadorias era fornecido por outra empresa que participou do processo, ainda de acordo com a Sustentare.

A reportagem tentou entrar em contato com o ex-prefeito por meio dos diretórios estadual e nacional do PT. Os correligionários de Palocci afirmaram não ter contatos atualizados dele ou de seus assessores.

Em entrevistas anteriores à Folha, Palocci negou ter havido direcionamento da licitação, mas admitiu que nunca havia visto em supermercado molho de tomate com ervilha.

A Folha procurou a Gesa Comércio e Representações de Alimentos, que é de São Caetano do Sul, pelos telefones e correio eletrônico disponíveis em listas de contatos na internet.

Por nenhuma das alternativas foram encontrados representantes ou funcionários que pudessem falar em nome da empresa.

A reportagem não conseguiu autorização da Promotoria para acessar o processo e verificar a alegação da Gesa.

Com prisão decretada, primeira-dama de Campinas está foragida


A primeira-dama de Campinas (93 km de São Paulo), Rosely Nassim Santos, e o vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), estão sendo procurados pela Justiça. Eles tiveram a prisão preventiva decretada na noite de ontem (9), assim como outros cinco acusados de envolvimento em um suposto esquema de corrupção na Prefeitura de Campinas.

Nesta manhã, já foram presos o ex-secretário de Segurança Pública, Carlos Henrique Pinto, e o ex-diretor comercial Sanasa (empresa mista de tratamento de água e esgoto da cidade), Marcelo de Figueiredo. Os demais também são considerados foragidos.

A Corregedoria da Polícia Civil e os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) seguem em operação à procura dos outros acusados. As prisões foram decretadas pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Campinas, Nelson Bernardes.

Dos envolvidos, seis já constavam na lista de 20 mandados de prisão temporária decretados em 20 de maio, quando 11 pessoas foram presas. Na ocasião, os promotores informaram à Justiça que apenas não pediam a prisão temporária de Nassim porque ela e o prefeito Hélio de Oliveira Santos, o dr. Hélio (PDT), haviam conseguido, no início de maio, uma liminar com habeas corpus preventivo.

Na última semana, no entanto, o desembargador do Tribunal de Justiça Amado de Faria publicou um novo entendimento sobre a liminar dos dois, afirmando que ela impediria que o juiz de primeira instância determinasse medidas coercitivas que envolvessem o casal (como quebra de sigilo bancário de uma conta conjunta), já que o prefeito só pode sofrer determinações do Tribunal de Justiça. O privilégio de função, no entanto, não valeria para pedidos que se referissem única e exclusivamente à primeira-dama.

A investigação do Ministério Público teve início em 2009, mas contou com um novo desdobramento em janeiro deste ano, quando o ex-presidente da Sanasa Luiz Augusto Castrillon de Aquino, optou pela delação premiada e revelou detalhes do esquema de corrupção em troca de proteção judicial.

Segundo Aquino, Nassim chefiava um esquema de arrecadação clandestina na prefeitura, cobrando propina de empresas para que vencessem licitações, em sua maioria de obras e serviços prestados à Sanasa. As fraudes incluíam agentes públicos que recebiam parte da verba ou eram responsáveis por cobrar o dinheiro das empresas.

A defesa da primeira-dama tem negado a participação dela no suposto esquema de corrupção. O vice-prefeito, que já havia sido preso temporariamente no final de maio, também negou ligação com pagamento de propinas. Ele foi solto no dia seguinte por determinação da Justiça.

Depoimento De Aluízio Palmar - Amor & Revolução

Chimpanzés alcançam comida cuspindo água em recipiente

Cientistas alemães fizeram uma experiência que revelou que os chimpanzés são capazes de ter um raciocínio elaborado.

Um amendoim foi colocado dentro de um tubo estreito, e por isso eles não conseguiam usar suas mãos para pegar o alimento. Famintos, os chimpanzés passaram a encher com água o tubo, para que o amendoim boiasse até o seu alcance.

Um dos macacos, que estava faminto, chegou a encher o tubo de urina para pegar o amendoim. Um teste semelhante foi feito também com gorilas, mas eles não conseguiram bolar a mesma solução encontrada pelos chimpanzés.

O testo foi feito com chimpanzés na ilha de Ngamba, em Uganda, e no zoológico de Leipzig, na Alemanha. Dos 43 chimpanzés, sete conseguiram pegar o amendoim. Outros sete não conseguiram, mas perceberam que poderiam usar água para fazer o alimento boiar.

O pesquisador Daniel Hanus, que conduziu o experimento, disse que os chimpanzés conseguiram alcançar o alimento graças à inteligência dos animais.

"Não foi por tentativa e erro. Eles não estavam simplesmente cuspindo água pela jaula até molharem o tubo por acidente", diz Hanus.

"Em vez disso, eles estavam se debruçando sob o problema, tentando encontrar uma solução - primeiro tentando usar seus dedos ou quebrando o tubo."

Uma experiência semelhante foi feita com crianças de quatro anos de idade, que receberam recipientes para transportar a água. Segundo os cientistas, apenas duas em 24 crianças conseguiu solucionar o problema.

Crianças mais velhas conseguiram resultados melhores. Dez crianças de seis anos conseguiram alcançar o amendoim usando o método; entre as de oito anos, 14 completaram a tarefa. (BBC)

Cientistas testam e comparam inteligência de corvos e papagaios


Pesquisadores das universidades de Viena e Oxford testaram pássaros de algumas das espécies consideradas as mais inteligentes do planeta e comprovaram a habilidade dos animais em resolver complexos problemas.

Corvos-da-nova-caledônia e papagaios da Nova Zelândia foram submetidos a uma bateria de testes em que precisaram vencer desafios para ter acesso a comida.

Entre as situações criadas pelos cientistas estavam puxar um barbante para alcançar a recompensa, usar bolinhas de gude para empurrar a comida para fora de uma caixa e um gancho para abrir uma janela.

Corvos selvagens normalmente utilizam objetos para resolver tarefas do dia-a-dia, segundo cientistas.

Para os corvos, o mais difícil foi abrir a janela puxando um gancho.

Os pesquisadores afirmaram que isso não foi devido à dificuldade em entender que precisava puxá-lo, mas sim ao medo natural dos corvos de tocarem objetos desconhecidos.

Pelo mesmo motivo, o pássaro preferiu usar um objeto para empurrar a comida do que enfiar a cabeça na caixa.

O papagaio da Nova Zelândia também resolveu todos os problemas, apesar da espécie não costumar usar ferramentas na natureza.

A única tarefa em que teve dificuldades foi usar um graveto como ferramenta.

Cientistas dizem que isso se deve ao formado curvo do bico da ave.

Mesmo assim, o animal foi capaz de desenvolver uma técnica complexa, na qual usou a abertura na caixa, as patas e o bico para finalmente ter acesso à comida.

Os cientistas afirmam que a comparação entre a capacidade de resolver problemas destas aves revela como a evolução de diferenças de inteligência depende de cada espécie. (BBC)

Corpos são encontrados em vala comum em cidade síria

"Uma vala comum foi descoberta em Jisr al Shughour com os corpos de agentes do quartel-general da Segurança local", afirmou a TV.Os corpos de integrantes das forças de segurança da Síria foram descobertos em uma vala comum em Jisr al Shughour, onde o exército realiza desde sexta-feira uma grande ofensiva, informou a TV estatal.

"Os grupos armados mutilaram os corpos, que já foram retirados da vala comum", acrescentou a TV.

No último dia 6, as autoridades afirmaram que 120 militares foram mortos em Jisr al Shughour por "grupos armados", sendo que 82 em um ataque contra o QG da Segurança.

Os opositores, testemunhas e desertores contestaram a versão oficial e afirmaram que os policiais foram mortos num motim.

INVASÃO

O exército sírio invadiu, neste domingo, a cidade de Jisr al Shughour, em meio a enfrentamentos entre as tropas e grupos armados que deixaram ao menos dois mortos, informou a rede de TV estatal da Síria.

Os dois mortos são membros dos grupos armados acusados pelas autoridades sírias da morte de 120 pessoas em 6 de junho.

A mídia estatal a atribuiu as 120 mortes a homens armados não identificados, mas ativistas pró-democracia disseram que soldados fizeram um motim, recusando-se a disparar contra manifestantes desarmados.

Segundo os rebeldes, os militares desertores foram mortos por seus próprios companheiros.

A invasão a esta cidade começou na sexta-feira, coincidindo com uma nova jornada de repressão dos protestos contra o regime do presidente Bashar al-Assad.

Na sexta-feira, quando o governo enviou tanques para Jisr al Shughour, cidade de maioria muçulmana sunita da qual a maioria dos 50 mil habitantes havia fugido, a causa do derramamento de sangue do último fim de semana ainda estava em disputa.

A matança sugere que ou existem divisões entre as forças de segurança do ditador Bashar al Assad, ou está ocorrendo o início de uma revolta armada --ou alguma combinação das duas coisas.

As tropas entraram na cidade após desativar explosivos de dinamite que tinham sido instalados por grupos armados em pontes e estradas. (AN)

Exploração de áreas protegidas renderia R$ 10 bilhões por ano

As áreas naturais protegidas do Brasil poderiam render a nada desprezível quantia de R$ 9,8 bilhões por ano se fossem administradas com mais afinco, de acordo com levantamento divulgado na terça-feira em Brasília.

A conta inclui apenas possíveis lucros com visitação de turistas, extração sustentável de recursos (como madeira e borracha) e estoques de carbono, que tendem a se tornar cada vez mais valorizados no mercado internacional com o aquecimento global.

O estudo recebeu a chancela do Pnuma, principal órgão ambiental da ONU, e foi coordenado por Rodrigo Medeiros, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Carlos Eduardo Frickmann Young, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e Fabio França Silva Araújo, do Ministério do Meio Ambiente.

No trabalho, os especialistas levam em conta o fato de que a diversidade das unidades de conservação no Brasil permite, em muitos casos, um uso criterioso da mata, o chamado manejo florestal.

Seguindo critérios como tamanho mínimo de árvores abatidas, tempo de crescimento das espécies e impacto do corte sobre o resto da mata, é possível realizar uma exploração madeireira de baixo impacto.

A lei já permite concessões para esse tipo de atividade em unidades de conservação como as Flonas (florestas nacionais), embora a ideia ainda esteja engatinhando.

CÁLCULO

E foi com base na Flona do Jamari (RO) que os pesquisadores calcularam o potencial desse mercado para todas as florestas nacionais e estaduais da Amazônia: até R$ 2,2 bilhões anuais -- mais do que todo o mercado atual de madeira nativa do Brasil.

Atividades extrativistas de baixo impacto, como obtenção de castanha-do-pará e borracha, somam mais de R$ 50 milhões a esse número.

Outro potencial inexplorado, segundo a pesquisa, é o dos parques nacionais --de 67 existentes hoje, apenas 18 cobram ingresso dos visitantes e monitoram seu fluxo.

Usando dados de locais bem conhecidos, como o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ), e estimativas do aumento do turismo nos próximos anos por conta de eventos como as Olimpíadas de 2016, os pesquisadores afirmam que seria possível obter até R$ 2 bilhões por ano.

A principal aposta para o futuro, no entanto, envolve a emissão evitada de gás carbônico, principal causador do aquecimento global. (Uol)

Bombeiros fazem passeata na orla de Copacabana nesta manhã


Centenas de pessoas, entre militares e civis, deram início, pouco depois das 10h da manhã deste domingo, 12, na orla de Copacabana, na zona sul do Rio, à passeata em favor dos bombeiros do Estado. O movimento acontece um dia após a libertação dos mais de 400 militares presos no quartel de Charitas, em Niterói.

A passeata é acompanhada por muitos moradores da cidade, vestidos de vermelho, e conta com a forte presença de idosos e crianças. A ONG Rio de Paz colocou na areia da praia de Copacabana 439 balões de gás vermelhos com uma cruz branca, representando cada um dos bombeiros presos. Os balões serão soltos pelos próprios militares ao lado de parentes.

O presidente da organização, Antonio Costa, afirmou que os bombeiros foram atraídos pra uma cilada do governo do Estado e que conseguirão extinguir o processo contra os militares que participaram da invasão ao Quartel General da corporação, há uma semana.

A aposentada Carmelita Souza, de 76 anos, é uma das civis que acordou cedo neste domingo para apoiar o movimento. Vestida com camisa vermelha de bolinhas pretas, ao lado de seu cão poodle, Carmelita defendeu que os bombeiros deveriam ter recebido um melhor tratamento pelo Estado. "Vim prestigiar. Quando tem uma ventania na minha rua, é o bombeiro que vem a qualquer hora, 900 reais não é um salário digno. Eu choro cada vez que abro os jornais", disse.


 
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