domingo, 12 de junho de 2011

Finalizadas todas as filmagens de "A SAGA", produção independente realizada no Paraná


Logo poderemos assistir o filme épico de Manaoos Aristides, "A SAGA".

Finalizadas todas as filmagens da série-filme "A SAGA", em Piraí do Sul, Imbituva, Porto União e União da Vitória. Atualmente o filme está em fase de edição e sonorização.

Sinopse:

Em 1542 o explorador espanhol Don Alvar Nuñes Cabeza de Vaca desembarca na Ilha de Santa Catarina, descobriu também que outros marinheiros do barco Buenos Aires, retirou-se pelo rio Paraguai e fundaram uma nova cidade com o nome de
Assunção no (Paraguai). Imediatamente, determinou que seu navio fosse socorrer o barco Buenos Aires, enquanto seus 250 homens tentariam alcançar assunção por terra, através do caminho conhecido como PEABIRU. Enquanto esteve em Santa Catarina, Cabeza de Vaca soube que havia sido descoberto ouro num império que ficava próximo ao uma montanha gelada (os Andes). Mais que do isso soubera que nesse império, havia cidades e minas de Prata e Ouro. Essa notícia mudava completamente a percepção que Cabeza de Vaca tinha do novo mundo: havia riqueza. Detalhe: O caminho de PEABIRU cortava o atual Estado do Paraná no sentido Leste-Oeste, e era utilizado pelos índios que iam ao mar buscar sal. Assim acreditam os antropólogos. Cabeza de Vaca dirigiu-se por terra a Assunção, com duzentos e cinqüenta homens e vinte e seis cavalos. Subiu a serra do mar, alcançou o primeiro planalto e vagou pelo território paranaense, só descendo ao sul na altura dos rios Ivai e Piquiri. Assim, encontrou o Rio Iguaçu que acompanhou até descobrir as cataratas. Nessa caminhada, Cabeza de Vaca, tomou posse das terras que hoje constituem o Estado do Paraná, em nome do rei da Espanha Carlos I, batizando as novas terras como PROVÍNCIA DE VERA. Depois de quatro meses, percorrendo quase 1600 quilômetros, Cabeza de Vaca chegou a Assunção, onde encontrou Martinez de Irala, lugar-tenente de Ayolas, ocupando o posto de "todo poderoso mandatário da província do rio da prata", sediada em Assunção.
A nossa "Saga de Foz do Iguaçu" começa em 1888, quando o Capitão Belarmino Augusto Mendonça Lobo nomeou o Tenente José Joaquim Firmino para desbravar o extremo oeste paranaense, instalando a Colônia Militar de Foz do Iguaçu na fronteira entre Paraguai e Argentina. O Tenente Firmino partiu de Guarapuava no dia 25 de novembro do mesmo ano, levando aproximadamente oito meses para concluir sua jornada e chegar em Foz do Iguaçu e quando estavam 100 quilômetros distantes da fronteira, depararam-se com os comissiones, uma comitiva de paraguaios e argentinos que trabalhavam na colheita de erva-mate das matas regionais. O Tenente Firmino impediu que os estrangeiros continuassem na função do extrativismo, ordenando que cada qual voltasse ao seu país de origem e, proibindo a partir de então, que estrangeiros se beneficiassem deste recurso, retirando erva-mate ilegalmente das terras brasileiras. Chegando em Foz do Iguaçu, encontrou uma população constituída de 324 indivíduos estrangeiros, sendo 212 paraguaios, 95 argentinos, 9 brasileiros, 5 franceses, 2 espanhóis e 1 inglês. Começava assim a difícil tarefa de colonização dos brasileiros na fronteira, que embora fosse minoria, lutariam para obter o poder que ainda se mantinha nas mãos dos argentinos, que continuavam numa situação de clandestinidade, executando a retirada de madeira e erva-mate. Era J. T. Allica, o nome do grande negociante que detinha postos em vários pontos da fronteira, como em Salto Del Guairá e Porto Mendes. A população predominante ainda era os argentinos e paraguaios, e os anos passavam com os conflitos de fronteiras e os novos colonos que aqui chegavam, vinham de Curitiba através das picadas na mata, e os argentinos que partiam de Pousadas e seguiam o rio. Ângelo Antonio Hernandes tinha exatamente 10 anos em 1910, quando sua família: mãe e pai resolveram subir através do rio Paraná, rumo às terras das cataratas do Iguaçu. Ângelo e sua irmã Martha, e também seus primos: Juarez (um rapaz de 13 anos que tinha perdido os pais num surto de doença) e um irmãozinho de apenas dois meses, um garotinho loiro de olhos claros, que nascera também na Argentina. O pai de Ângelo era o argentino; Ortega Hernandes, sua mãe brasileira, Maria das Dores, ambos estavam a procura da terra prometida, e havia noticia das terras das cataratas, que era um lugar onde viviam em paz, vários estrangeiros. Na viagem, encontraram um grupo de Árabes que vinham também de Pousadas e com destino às terras do Mato Grosso. O pai de Ângelo, Seu Ortega era um homem de mais de 60 anos e sua mãe uma jovem de 25 anos, muito bonita. Durante a viagem pela mata, a família é atacada por cinco ladrões pistoleiros, que acabam matando seu pai e roubando o seu relógio de prata. Sua mãe se entrega aos jagunços, para dar tempo de fuga aos jovens. Os três fogem e se escondem no mato com o bebê, Ângelo tira do pescoço um cordão c/ uma medalhinha e põe no menino. Coloca-o numa canoa e solta rio abaixo. Mesmo machucada Maria das Dores resiste a toda violência e sobrevive. Os jovens voltam para onde estava sua mãe, que antes de morrer, pede ao filho para proteger a irmã e lutar pela vida. Depois de enterrar o corpo da mãe e do pai, percebem a chegada dos comissiones (homens que viviam em busca de pessoas para o trabalho na extração de erva-mate. Esse trabalho era muitas vezes de semi-escravidão). Os comissiones eram homens cruéis, e com a desculpa da mata estar cheia de pistoleiros, os próprios usurpavam os viajantes. Os comissiones levam os jovens p/ uma cabana e lá os obriga a trabalhar na extração de erva mate. Ângelo é pequeno, porém com um forte espírito de liderança. Martha e Juarez demonstram um grande afeto um pelo outro, mas ainda jovens, precisam escapar das mazelas dos comissiones. A cabana que era simples começa então a ser o centro de grande movimento de coleta de erva-mate e muitos outros homens também eram presos nas artimanhas do comissiones recrutados para o trabalho escravo. Para isso, os Comissiones usavam mulheres de uma outra cabana que existia no meio da mata, exatamente p/ armar as festas com prostitutas e que deixaria os homens bêbados, cada vez mais devedores de dinheiro para a empresa. Para pagar, tinham que trabalhar de sol a sol, e a dívida nunca acabava. A empresa fazia o pagamento do trabalho em mercadorias como: sal, querosene, açúcar, etc. Um jovem mulato de apelido "Jambo" se envolve com as prostitutas e acaba devendo muito dinheiro. Por causa da dívida, ele era tratado como escravo, sem nenhuma esperança de sair dali. Um dia, conversando com Ângelo, promete roubar uma canoa e ajudar na fuga dos meninos. Num descuido dos comissiones, os meninos conseguem fugir, porém Jambo é torturado. Arrancam sua língua e furam um olho. A canoa chega a uma região de fronteira da Colônia de Foz com terras paraguaias, bem próxima à casa de um casal de suíços: Bertoni e Eugênia. Ela o chamava de Dr. Bertoni, e ele por sua vez, a chamava de Professora Eugênia. O casal recebe os garotos, dando-lhes comida e roupas. Os jovens ficam trabalhando na escola que Bertoni havia construído. Sua esposa era a professora. Sociável, Bertoni gostava de receber os intelectuais que visitava a região, usava um bom perfume que ele mesmo fabricava, como fabricava também talco para as filhas e as mulheres. Traje de gala para receber amigos, gostava de jogar cartas. Quando morreu a primeira filha, Bertoni entrou em choque e pensou em regressar à Suíça, abandonando tudo: pesquisas, estudos e descobertas. Dr. Moises Bertoni e sua esposa, a Professora Dona Eugenia, costumavam dizer em defesa de seu trabalho: - "Só quem registra, guarda a verdadeira "historia". Quando chegou nessa região, a primeira coisa que o suíço fez foi entrar em contato com a tribo M´bya-garany e junto com os nativos, começa a identificar as plantas da região dando nomes científicos a elas. Sua primeira façanha foi à descoberta do adoçante "Stevia-rebaldania-bertoni" (nome científico). Fez cadastro de plantas nativas e medicinais, num total de 1500 espécies. Começou também a pesquisa sobre a malária, que já havia contagiado vários madeireiros na extração da Erva-Mate, na época batizada de Ouro Verde. Catalogava as reações dos doentes e suas conseqüências. O calabouço da casa servia de refúgio quando seus cálculos não davam certos. Quando exausto do trabalho estafante, seguia para o calabouço e ficava em pé durante o tempo que achava necessário para recuperar a energia. Algum tempo depois, Ângelo vai trabalhar nas terras de um argentino, Don Jesus Val, que era dono dos lotes onde estavam as cataratas e que geralmente, fechava as trilhas que levavam as pessoas para o melhor lugar de visão das quedas das cataratas, cobrando delas uma espécie de pedágio para poderem observar aquela beleza natural. Ângelo, já um rapaz, era prestativo e sempre ajudava o Sr. Frederico Engel Rios que era gerente do Hotel Brasil, a fazer alguns consertos e reparos no pequeno hotel que era de propriedade do então prefeito da cidade, Sr. Jorge Schimmelpfeng.
Frederico Engel Rios cuidada também de um barracão que recebia hospedes nos saltos, próximo as quedas do rio Iguaçu, era pai de uma moça de 16 anos muito bonita, Elfrida Engel Nunes Rios. No mês de abril de 1916, o Hotel recebe um hospede muito importante: Alberto Santos Dumond, que fica sabendo da existência do Dr. Bertoni em terras paraguaias, e na visita ao cientista, troca informações científicas com ele. Bertoni fala então de sua descoberta: a Stévia. De volta ao hotel, Dumont acaba por fazer amizade com Ângelo e passa vários dias em sua companhia visitando as cataratas. Numa dessas excursões quase cai numa das quedas da cachoeira e acaba derrubando uma medalha de ouro na água. Na sua despedida, o Prefeito Jorge Schimmelpfeng oferece uma festa em homenagem ao ilustre visitante, com um grande baile, convidando toda a população. Ângelo, Martha e o seu primo Juarez participam do baile juntamente com o Dr. Moisés Bertoni e a professora Eugenia. A noite é de confraternização, e Ângelo conhece a italianinha Bianca, filha de um colono que acabara de chegar à cidade para montar uma pensão. Criou-se um mal estar entre os convidados quando Santos Dumont, questionou que a terra das cataratas deveria pertencer ao estado e não a particulares, ainda mais sendo o proprietário um argentino. Santos Dumont suspende sua viajem de navio p/ Buenos Aires e parte rumo a Curitiba, seguindo a cavalo e com audiência já marcada com o Governado Dr. Afonso Alves de Camargo. O inventor passa em uma vila com pequenas casas de madeira, num lugar chamado Encruzilhada da Cascavel. Juarez e Martha continuam trabalhando com Dr. Bertoni, e Ângelo vai então trabalhar com o Sr. Frederico Engel Rios no pequeno barracão hotel próximo das cataratas, que começa a receber turistas estrangeiros.
No inicio de 1924 , com o clima quente na política nacional, o Presidente Arthur Bernardes é questionado com vários levantes em todo o Brasil. De São Paulo, surge o movimento tenentista e do sul o movimento sul-rio-grandense. Em Foz do Iguaçu, Jorge Schimmelpfeng entrega a prefeitura para Jorge Samways, um inglês que tinha uma banda musical e que o povo chamava de "Charanga do Inglês". A maioria da população estava vivendo um clima de terror com os boatos de que os Revolucionários estavam chegando para fuzilar toda a população. Juarez e Martha se casam e se despedem de todos, indo morar na Argentina. Ângelo já com 25 anos, casa-se com Bianca e começa a trabalhar no pequeno hotel do sogro de nome - Hotel da Fronteira. Numa viajem para Guarapuava, quando de seu regresso, Ângelo encontra os homens de João Cabanas, e é preso. Num confronto com os índios caingangues, os paulistas acabam matando alguns índios e outros conseguem fugir. Os homens conseguem prender um garoto de 15 anos, índio caingangue na sua essência, porém com uma grande diferença: o garoto índio é branco, loiro e possui os olhos claros, o menino é amarrado junto com o Ângelo, e à noite um dos homens que prendera o indiozinho, o estupra. Ângelo amarrado e amordaçado não pode fazer nada. No dia seguinte chegam outros homens vindos de Catanduva; tenentes do grupo de João Cabanas, e que discutem entre si sobre o que teria acontecido aos índios e percebem que o garoto índio, fora violentado. Um dos tenentes, que já conhecia o homem que costumava cometer esse tipo de agressão, acaba colocando o garoto índio frente a frente com o estrupador, numa ação rápida o indiozinho se solta das amarras e se arma de uma faca, atingindo o agressor na barriga e no rosto. Um dos soldados dispara contra o menino atingindo-o nas costas. Ângelo, ainda com as mãos amarradas tenta estancar o sangue do ferimento, mas é inútil... Só então descobre uma medalhinha no pescoço do indiozinho, percebendo então que o menino era o seu primo, que havia sido colocado em uma canoa rio a baixo, quando ainda era bebê. Um dos tenentes que chefiava a tropa, não deixa que os outros prestem socorro ao homem atingido pelo indiozinho, alegando que se o infeliz não morresse com os ferimentos, ele mesmo a fuzilaria, pois o homem já tinha feito isso em outra ocasião. Os homens de Cabanas aguardam seu chefe e no dia seguinte continuam a viajem para a Colônia de Foz do Iguaçu. Os alarmes falsos da chegada dos rebeldes eram constantes. A população já não acreditava mais na chegada dos revolucionários. Porém no dia 15 de setembro de 1924, chegam os homens de Carlos Prestes. Jorge Samways o prefeito, juntamente com toda a sociedade assistiam a uma peça teatral, cujos atores eram os moradores da cidade. O prefeito Jorge Schimmelpfeng fazia o papel de um padre e Harry Schinke o fotógrafo, fazia o papel de um delegado. Com a aproximação dos revolucionários, a população foge para a Argentina, permanecendo alguns poucos habitantes. No mato, ainda rumo a Colônia de Foz, os homens de João Cabanas encontram-se com o pessoal da Coluna Sul-Rio-grandense. Carlos Prestes ordena que desamarrem o rapaz Ângelo. Harry Schinke faz amizade com Carlos Prestes e passa a fotografá-lo em varias situações. Carlos Prestes resolve um caso delicado. Os homens da coluna paulista que haviam chegado antes fuzilaram o tabelião Frankelin Sá Ribeiro e o sargento Hartmann integrante do regimento do coronel Dilermando de Assis e mais seis empregados da Companhia Mate Laranjeiras. A Coluna Sul-rio-grandense chega de maneira organizada, e junto com ela, um garoto de 12 anos Adelar Ramos que era chamado por Prestes e pelos homens de "Jaguncinho", bem como várias mulheres chamadas de vivandeiras. Eram mulheres experientes e muitas delas, viúvas da guerra do "contestado". Essas mulheres acompanhavam a coluna dos gaúchos porem não era aceitas como participantes. As mulheres, entre tantas outras tarefas, faziam o serviço de cozinha e cuidavam dos feridos. Durante os combates, elas e os meninos se escondiam no mato. Existiam entre elas as mais valentes, que apareciam por vezes sob pseudônimos que omitiam suas verdadeiras identidades, como a Hermínia - brava no trato com os cavalos, a Onça - uma mulata dançarina de maxixe, muito respeitada por haver salvo uma tropa inteira durante um combate; a Santa Rosa, que teve um filho e vinte minutos após estava no lombo do cavalo acompanhando a tropa, a Cara de Macaca, que se vestia somente com roupas de couro, a Alzira, a Tia Maria, a Chininha e a Albertina, entre outras personagens. Siqueira Campos não as tolerava e por essa razão, não as aceitava na tropa. Por esse motivo, recebeu o apelido de "olhos de gato" e "barba de arame". Em marcha, quando a tropa entrava em confronto com os governistas ou contra quem se opunha à coluna, eram feitos alguns prisioneiro e era às "vivandeiras" que cabia dar fim ao inimigo preso. Mas antes de o matarem, essas mulheres faziam um sorteio para saber quem seria a mulher a ficar com o prisioneiro naquela noite aproveitando para fazer sexo e depois mata-lo a golpe de faca. Na Colônia de Foz, Carlos Prestes passa a organizar a cidade e a traçar algumas ruas, enquanto os homens que não estavam combatendo ajudavam os colonos a fazerem suas casas e a orientar sobre como deveriam ser as construções. Junto deles, havia um mulato com um tapa olho, a quem todos chamavam "Meia Vista". Esse homem não conversava com ninguém, e vivia bêbado, sempre lustrando sua arma. Era um homem misterioso, cabeludo e vivia sujo. Prestes e os comandantes das outras colunas, sofrem com a derrota dos homens de João Cabanas que estão em Catanduvas, e lá mesmo em Foz do Iguaçu, recebem um folheto, no qual os governistas dizem estar ganhando a guerra, e estão espalhando pela região com avião que parte de Ponta Grossa. Em meio a tudo isso, esta o senhor Harry Schinke e sua esposa Marieta Schinke, que acabam fazendo amizade com o Carlos Prestes. Estão também Ângelo e Bianca, bem como Hermam e Ottília Friedrich, que por sinal acabam doando para as tropas de Prestes, algumas vacas leiteiras. Outros moradores também doaram alguns bens como animais, cavalos, vacas, cabras, ovelhas, etc. Prestes está sempre trocando idéias com Moises Bertoni. Um alemão de Heidelberg, senhor Henrich Fucks, ficou muito bravo com os revoltosos que haviam tirado algumas vacas e cavalos de seu sítio. Um dos homens de Carlos Prestes, assinou uma espécie de recibo, prometendo pagar assim que a revolução fosse vitoriosa, mas mesmo assim o alemão não se conformava e sempre que encontrava os revolucionários, os tratava com xingamentos e ofensas. Nas conversas com Carlos Prestes, Harry Schinke e sua esposa Marieta, defendem o senhor Jorge Schimemelpfeng que esta refugiado na Argentina. Prestes se reuni com os comandantes na conferência da Grande Marcha: o General Bernardo Padilha, Miguel Costa, o Coronel Estilac Leal e o Marechal Isidoro Dias Lopes. Assim, os soldados e chefes da divisão de São Paulo e da Coluna Sul-Rio-grandense aproveitam a ocasião para discutir a necessidade de providenciarem fardamento, roupas em geral e sapatos para suas tropas, que se encontravam praticamente em estado de seminudez. O tenente João Cabanas rende o Dr. Natel de Camargo e Alípio Leal, obrigando-os a assinar um cheque de 100 contos de reis para descontar no Banco de Buenos Aires. Essa nota promissória seria entregue ao Coronel Padilha. Alguns dias mais tarde, todas as Colunas se encontram na Colônia de Foz, para a avaliação do Movimento. Quando no encerramento da conferência, Prestes diz que teria a maior honra em comandar a ação, com lealdade e dedicação à causa, e assim, no documento oficial redigido e assinado pelo Marechal Isidoro Lopes, é então nomeado Comandante da Coluna. Isidoro declarou que só havia uma alternativa para aquele momento, atravessar o Rio Paraná e solicitar asilo político. O Coronel Miguel Costa e Luiz Carlos Prestes, não concordam com esta posição. No final da reunião Prestes pergunta: -"General Isidoro, se conseguirmos entrar no Mato Grosso, de qualquer forma e qualquer jeito, o Estado Maior apoiará a nossa ação?" Depois de refletir por um instante, o general responde que sim. A maioria dos oficiais considerou o plano de Miguel Costa e de Prestes como indefensável, mas ninguém quis se opor, pois o comandante Prestes, juntamente com Miguel Costa, tinha o controle sobre a tropa e assim, ficou decidido que:
1° - Invadiriam o Mato Grosso e perseguiriam a revolução com o apoio do Estado Maior.
2° - Isidoro e Assis Brasil não acompanhariam a tropa, passando a exercer sua liderança no exílio.
3° - Os oficiais que não quisessem seguir com eles, seriam destituídos com honra por motivo de saúde.
4° - Agrupariam numa divisão as duas brigadas, criando o novo comando que ficaria sob as ordens de Miguel Costa.
5° - A Brigada paulista seria oferecida ao Tenente João Cabanas, que mais tarde, alegou problemas de saúde, sendo substituído por Juarez Távora.
6° - A Brigada Sul-rio-grandense ficaria sob o comando de Luiz Carlos Prestes. Ele já não tinha condições de retomar Guairá, e ordenou então, que João Cabanas atacasse as tropas do Capitão Mello. Nesta ação, depois de um grande avanço estratégico e sempre acuando o inimigo, Cabanas solicitou à Prestes, mais homens e cavalos para o reforço de suas tropas, a fim de eliminar definitivamente seus oponentes governistas. Prestes não concordou, dizendo que o importante era salvar os revolucionários e não perseguir os governistas. Cabanas fica então enfurecido com esta declaração e volta com sua Coluna para o acampamento, onde no encontro com Prestes, cobriu-se de propósitos indecorosos contra seu superior e foi apostolado de covarde e poltrão. Prestes ainda o ameaçou de prisão e fuzilamento. No dia 28 de abril, João Alberto Lemes e Barros atravessam o rio Paraná com 150 homens a bordo do vapor Assis Brasil. No dia seguinte, os governistas ocupam Porto Mendes e Artaza. O Marechal Isidoro e o general Padilha insistiram em prosseguir com os seus companheiros, mas pelo peso da idade acabaram caindo numa emboscada e foram presos e derrotados pelos governistas. Isidoro, Cabanas e Padilha foram entrincheirados juntos, em Catanduvas, pelo Coronel Rondon, Dilermando Assis e Eurico Gaspar Dutra. A história da Coluna Prestes começa no Paraná, ao mesmo tempo em que uma parte do povo de Foz, lamenta a sua partida. Carlos Prestes pede para Ângelo e Bianca para ficarem com um garoto de 12 anos de apelido "Jaguncinho" de nome Adelar Ramos, que estava acompanhando a tropa desde do Rio Grande do Sul. Carlos Prestes se despede dos amigos da Colônia de Foz do Iguaçu e parte rumo ao mato Grosso, entre os amigos está Harry e Marieta Schinke, Hermam e Ottília Friedrich e mais alguns moradores da vila. A população, que está refugiada na Argentina, retorna fazendo uma grande festa com queima de fogos e tiros para o alto. Uma faísca, dos fogos de artifício, cai sobre a pequena igreja incendiando-a. No meio da festa Ângelo em conversa com Harry Schinke lamenta a partida de Prestes e diz que a Colônia de Foz estava perdendo um grande homem. O alemão Henrich Fucks, tinha três filhos adolescentes e duas moças, e nesse dia soube que alguns revolucionários queriam ir à desforra com o Alemão que era briguento, pois sempre que os revoltosos queriam alguma coisa e usavam a força, o senhor Henrich os enfrentava. Naquela noite, eles mandaram um recado ao alemão: no boteco próximo a sua casa, iriam dar-lhe uma lição. Henrich tinha uma casa grande de madeira, com saída pelos quatro lados. Reuniu os filhos ainda garotos e se armaram para receber os revoltosos, onde houve um grande tiroteio e só um ferido de morte, um dos homens das tropas da coluna sul-rio-grandense. O transito era livre entre terras brasileiras e paraguaias, isso era uma grande característica da localidade, o que facilitava muito as coisas para o cientista suisso Moises Bertoni, que tinha uma vida social muito ativa, mas nunca saía de casa sem avisar a esposa. Os Bertonis eram pobres, mas criativos. Quando começou a pesquisar as doenças regionais, parecia ter certeza que um dia o mosquito da malaria iria picá-lo. Ironia do destino ou visão apurada de cientista, o fato é que morreu dessa doença. Eugênia tinha insuficiência respiratória por causa da umidade do lugar. Moisés levou-a para Encarnación a fim de tratá-la e retornou sendo internado em seguida por causa da malária. Morre Eugênia e, 13 dias depois, ele vem a falecer sem saber que ela já havia morrido. A informação foi ocultada pelos filhos, devido ao seu estado de saúde. Em 1929, seu corpo foi transportado através do Rio Paraná até o Parque Bertoni e o funeral foi rezado por Monsenhor Guilherme. Dona Laís - amiga de Bertoni - ouviu sua última frase: "Eu estou feliz" em espanhol. Audálio casa com Laura num Lugarejo chamado Pouso Alegre em Larajeiras do Sul, e parte com a noiva em um carroção rumo a Colônia de Foz, juntamente com um casal de amigos Jorge e Madalena Rossini. Madalena era a cafetina das mulheres de Clevelândia e agora estava casada com um italiano e tinha uma bela filha de 12 anos de nome Mafalda, estão indo morar na Colônia de Foz do Iguaçu. Já em Foz visitam as cachoeiras e ficam no Hotel dos Saltos. Audálio encontra o Senhor José Neves Formiguieri que esta construindo a estrada das cataratas, trecho que ligaria a vila às Cataratas, trabalhando com vários homens no calçamento da estrada, o que só conseguiu realizar até o rio Tamanduá, pois depois do rio não foi possível fazer o calçamento; sobre o rio havia uma ponte de madeira que não suportaria o rolo compressor. A construção do Hotel das Cataratas foi iniciada em 1939. Em conversa com Audálio, José Neves fala da Vila da Encruzilhada e que lamenta muito a situação e a presença dos Jagunços, mas que mesmo assim depois e fazer a estrada pretende morar naquela vila próximo ao Rio Cascavel. No lugarejo de Pouso Alegre, Audálio e Laura, já com um filho, vão para a Colônia de Foz. Logo ao chegar vão se hospedar na casa dos amigos Jorge e Madalena Rossini. Audálio conhece Ângelo e se tornam grandes amigos. Num dia de sol os dois, acompanhados das esposas, vão a cavalo até as cataratas do Rio Iguaçu, e lá Laura encontra uma medalha de ouro que foi perdida por Santos Dumont. Audálio recebe um recado do Nho Jeca, que precisa dele na região de Cadanduvas, uma pequena vila. Audálio e Laura se despedem dos novos amigos e vão p/ a Vila da Encruzilhada da Cascavel. Ângelo e Bianca têm o primeiro filho, e resolvem se mudar para a vila de Criciúma, (onde hoje é Santa Teresinha do Itaipu) próximo da Colônia de Foz. Estão sendo loteadas várias terras pela Colonizadora Criciúma Ltda, e os corretores, que vendiam as terras, salientavam a sua qualidade para o plantio de café sombreado, ou seja, uma espécie de café que foi "inventada", apenas para facilitar a venda das terras. É lógico que a plantação de café não vingou em função do clima da região. Ângelo encontra-se com as famílias de: Silvino Dal Bó, Irio Manganelli, Mario Venson, Walmir Serafim e por fim Vitorassi. Grandes conflitos de terras ocorreram e as colonizadoras contratavam os Jagunços para expulsar os colonos das terras, que eram ocupada pelos posseiros que também possuíam uma escritura. Numa tarde vários meninos de 7 a 10 anos, estavam com latas na mão, caçando grilos para um homem que se encontrava na porta de uma colonizadora de nome Martins & Terra. Os grilos eram para colocar na gaveta dos armários onde guardavam as falsas escrituras de terras feitas muito recentemente. Os grilos serviam para deixar os papeis com aspecto de "antigos"... Era esse o expediente que fazia uma terra ser "grilada", e não havia dispositivo nas Leis para contestar uma ação assim preparada. O dono da Colonizadora chamava-se Martilione e costumava, ele mesmo, justificar a posse da escritura com os verdadeiros donos da terra. A Colonizadora Lageana adquirira terras desmembradas das glebas iniciais, compradas pela companhia Pinho & Terras. Moises Lupion começou a entregar as terras para as colonizadoras, inclusive dando títulos. Emitia título estadual, em cima de terra federal. Leonardo Wichoski, um colono dono de terras, junto com outros colonos, passou a ser pressionados para comprar as próprias terras, pois a Colonizadoras também tinha os títulos dos seus lotes. Queriam cobrar a renda da ocupação das terras, pois diziam que seus ocupantes eram considerados posseiros. Começou então uma terrível demanda. A colonizadora chegou querendo tirar o povo das terras. Vieram os empregados com espingardas, revólveres e carabinas, prontos para matar os "bandidos", como eles diziam. Leonardo Wichoski e outros colonos, fizeram uma reunião com os chefes da Colonizadora Lageana. Leonardo queria cem alqueires, mas concordaria com quarenta ou cinqüenta. Por último, só ficou com vinte alqueires, que ainda pagou em seis parcelas. Havia sessenta posseiros. A Colonizadora Lageana botou para fora das terras, cinqüenta e nove deles. Só sobrou o Leonardo Wichoski. O Bernardino Velho, um ex-sargento do Exército que trabalhou na abertura da Estrada Estratégica e que tinha por lá uma posse com autorização do chefe da Colônia Militar, acabou sendo expulso. Botaram-no para fora das terras e queimaram a casa onde morava. Questionava-se a validade das escrituras griladas e as negociações para os colonos sairem das terras. Termos que usavam entre os pistoleiros (jagunços) - "limpar a área", "quebrar o milho"- fazer o despejo, significava tirar as famílias de suas posse, por bem ou a força. Numa festa na igreja, um dos diretores da Colonizadora Criciúma, perguntou a um morador, se ele tinha sido padrinho da igreja Matriz Santa Maria Goretti? O colono respondeu que sim, mas que a santa, não era Santa Maria Goretti e sim, Santa Terezinha. Houve uma pequena discussão sobre o nome correto, mas ficou sendo mesmo: Santa Terezinha. Em 1946 a Colonizadora Maripá mantinha uma gleba próxima do rio Lopei, na Fazenda Britânia, que era administrada pelos irmãos Zulmiro e Alfredo Paschoal Ruaro, seu diretor e sócio proprietário. No início, a demanda de mão de obra, trouxe homens de Caxias do Sul, São Marcos e Farroupilha, que chegavam em caminhões lotados de gente e material de cozinha, numa viagem que durou 31 dias até a Encruzilhada (hoje Cascavel). De lá para a Fazenda Britânia, a apenas 45 quilômetros, foram mais 30 dias de percurso. Um dia, Alfredo Paschoal Ruaro encontra-se com o padre italiano Antonio Patui, e o convida para a nova vila. Quando o padre chegou no vilarejo, foi recebido por cerca de 70 homens com panos na cabeça, e que pareciam rudes, mas que surpreenderam o padre com sua fé. Na hora da missa, todos cantaram com força e confiança "doce Jesus, doce Maria". O diretor da Maripá trouxe consigo 70 pioneiros e mais 200 homens para trabalharem, mas com o passar do tempo, quase todos foram embora, fugiram, restando apenas sete. Toledo surgiu nas margens do rio Toledo, que assim foi batizado devido ao nome de um antigo morador da região. A fazenda Britânia também começaria a tomar ar de cidade, com o padre Antonio Patui liderando a construção de 32 casas de madeira. Alfredo Ruaro deixa o cargo e vai morar em Céu Azul. Um novo diretor - Willy Barth -, de descendência germânica assume seu lugar. Barth trouxe novos elementos e novas idéias. Fez a triagem de novos colonos, dando preferência aos italianos e poloneses que vinham do sul, e por último aos alemães. Como Barth mantinha as serrarias e a colonizadora, usou um expediente para desenvolver um núcleo de Marechal Candido Rondon. Para os colonos alemães que comprassem lotes nessa localidade, ele doava parte da madeira necessária para as construções. Para criar concorrência entre o novo lugar (Rondon) e Toledo, dizia que Rondon seria um grande centro urbano de origem alemã, com característica evangélica luterana. Quando alguém de origem germânica chegava em Toledo para investir no comércio, Barth oferecia o núcleo próximo a Porto Mendes que começou a ser chamado de Vila de Rondon, alegando que a empresa Maripá iria investir muito dinheiro naquele distrito. Dizia: - "Vá para Rondon, eu dou dois terrenos e mais 20 dúzias de tabuas." Ângelo e Bianca, voltam a morar em Foz do Iguaçu e já com filhos, uma menina e um garoto, monta o seu primeiro negocio um hotel para turistas, com a finalidade de mostrar as cataratas do Rio Iguaçu. E ao receber um hospede, descobre ser ele o assassino de seu pai, porque o mesmo na hora de pagar a conta confessa que esta sem dinheiro e entrega um relógio de bolso de prata, onde está gravado: Ortega. Ângelo pergunta se o nome dele é Ortega, e a resposta é negativa. Ele dizia ter ganhado o relógio num jogo, e que pertencia a um velho argentino que vivia com uma brasileira novinha. O homem, cara a cara com Ângelo, não sabe que o homem de quem roubou o relógio era o pai do dono do hotel. Ângelo abre a gaveta e saca um revólver. Aparece na porta o "Meia Vista", e mesmo sem falar nada, atira nas costas do homem que cai morto. Ângelo não entende a atitude do negro e pergunta o motivo de ele ter atirado... Diante dos gestos dele, Ângelo reconhece o mulato, que vivia preso pelos comissiones. Jambo estava ali por um único motivo: vingança! Aquele homem que acabava de ser morto, era o carrasco que tinha lhe tirado uma das vistas. Jambo, faz sinal para ele esconder o revólver e sai resmungando. Jorge e Madalena Rossini, casam a única filha: Mafalda, com um jovem de Canoinhas-Sc, um rapaz de nome Genésio, e estão preocupados com a viajem que os jovens irão fazer para Cascavel, pois os pais do rapaz foram assassinados por um jagunço daquela vila e o genro mais a filha, iria para Cascavel, colocar as terras à venda. Em Cascavel ficam hospedados na casa de Dona Laura e de Audálio, pois os mesmo são seus amigos. Audálio e Laura estiveram na Colônia de Foz quando se casaram. Mas num domingo vão a igreja e são assassinados na rua. Na Colônia de Foz, os pais de Mafalda recebem a notícia através de telegrama e Madalena e Jorge sofrem muito com a perda da única filha. Jorge Rossini cai de cama e morre de desgosto. Madalena, agora sozinha, volta para a antiga profissão e monta uma casa de prostituição na Rua Lamarque e adota o codinome de Mariazinha, sempre aliciando moças de família para trabalhar no prostíbulo. Ângelo e Bianca montam um restaurante e começam a atender todos os estrangeiros que vêm à cidade para visitar as cataratas, e a conversa é uma só, o turismo será o progresso da cidade. Seu amigo Audálio, perde a eleição de Cascavel porque esqueceu de votar. O entusiasmo de Ângelo, era justamente levar os turistas para visitarem as cataratas. Num dia aparece um casal doente e com dois filhos bem maltratados. Entram no hotel e um empregado diz que o Ângelo e Bianca não estão, e que não podem ficar ali esperando. O casal sai triste e anda pelas ruas empoeiradas da cidade, quando passa Ângelo num Jipe e reconhece a irmã e o cunhado. Ele desce correndo do Jipe e abraça os dois. Juarez e Martha choram. O casal senta-se à mesa com os filhos e uma ceia de natal, Ângelo dá a mão para a irmã e para o primo/cunhado, e os filhos pequenos e todos fazem uma oração... A mesma se funde com a oração do explorador Alvar Nunes Cabeza de Vaca.


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