segunda-feira, 28 de março de 2011

Preço do etanol sobe 6,69% nos postos do Paraná

Os preços do etanol hidratado praticados nos postos brasileiros subiram em 24 estados e no Distrito Federal (DF), e caíram em apenas dois, de acordo com dados coletados pela Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na semana terminada em 26 de março de 2011. Os preços caíram no Acre e em Roraima.

A maior alta foi registrada no DF, de 9,2%, seguido por Paraná, com 6,69%, Santa Catarina com 6,62% e São Paulo com 6,43%. A maior queda foi verificada no Acre, com 1,03%. O preço médio em São Paulo ficou em R$ 2,118 por litro ante R$ 1,99 na semana anterior. No Paraná, o preço médio ficou em R$ 2,166 (R$ 2,030 na semana anterior).

Na média de preços do Brasil, a gasolina segue mais competitiva que o etanol. Segundo a ANP, na média do Brasil, o preço do etanol ficou em R$ 2,194 na semana, ante R$ 2,066 registrada na semana anterior. Em relação à média do preço da gasolina no País, que foi de R$ 2,677 por litro, o preço do etanol é competitivo até R$ 1,8739 por litro, o que confere maior competitividade à gasolina.

No Brasil, o preço mínimo registrado para o etanol foi de R$ 1,899 por litro, nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe. O preço máximo foi de R$ 2,899 por litro registrado no Rio Grande do Sul. Na média de preços, o menor preço médio foi R$ 2,012 por litro, registrado em Pernambuco, e o maior preço médio foi registrado no Acre, a R$ 2,464 por litro. (AE)

Chuvas que atingiram Rio Grande do Sul devem chegar fortes no Paraná

As enxurradas do último fim de semana deixaram uma morte no estado gaúcho. Litoral paranaense pode sofrer com alagamentos nos próximos dias

As fortes chuvas que atingiram Rio Grande do Sul neste último fim de semana, ocasionando alagamentos no estado, devem chegar ao Paraná nos próximos dias. De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, o tempo deve ficar instável nesta semana no Paraná. As fortes precipitações devem atingir principalmente a região Sul e Leste do estado.

Neste sábado (26), as fortes chuvas no Rio Grande do Sul ocasionaram a morte de uma pessoa e fecharam quatro rodovias. O empresário Mateus Costela, de 28 anos, foi arrastado pela correnteza, em Veranópolis. Costela estava atravessando uma área inundada a bordo de um jipe quando saiu do veículo sendo levado pela correnteza.
Segundo a meteorologista do Simepar, Ana Beatriz Porto, o Litoral paranaense pode sofrer com alagamentos nos próximos dias. Nesta segunda-feira (28), o Norte Pioneiro e a região Oeste do estado registraram chuvas fortes com descargas elétricas e rajadas de vento. “Temos contato com a Defesa Civil do Litoral para avisar quanto a fortes precipitações na localidade”, explicou a meteorologista. (GP) - Foto Denis Ferreira

UEM exonera chefe do Restaurante Universitário após protestos

Depois dos protestos da comunidade acadêmica, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) exonerou o chefe do Restaurante Universitário (RU) e nomeou interinamente a pró-reitora de Recursos Humanos e Assuntos Comunitários para o cargo. A reivindicação do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar) era quanto à falta de estrutura do restaurante, das condições de trabalho e dos salários dos funcionários. A reitoria deve anunciar um novo chefe para o restaurante nos próximos dias.

O anúncio da exoneração e da nomeação interina ocorreu por volta das 17h30 desta segunda-feira (28), segundo assessoria de imprensa. Antes disso, no período da manhã, funcionários do RU, representantes do DCE e integrantes do Conselho Universitário (COU) se reuniram na tentativa de se chegar a um acordo. Ainda nesta segunda (28), o RU não ofereceria almoço e jantar para cerca de 3,5 mil alunos. No sábado (26), houve protesto, quando os funcionários serviram almoço de graça.

Para o Sinteemar, o problema está no fato de que a universidade cresceu, mas o restaurante não. “Temos grandes filas, falta de estrutura interna e falta condições de trabalho e equipamentos. Paralelamente a isso, falta funcionários porque não houve contratação nos últimos anos. No decorrer das últimas conversas que tivemos com a reitoria, não houve negociação. Por isso, decidimos protestar junto com os alunos que também sofrem com esses problemas”, contou Eder Rossato, presidente do Sinteemar. (GM)

Supremo terá pauta social no primeiro semestre

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai privilegiar temas sociais na pauta de julgamentos até o final do primeiro semestre deste ano. Entre os processos prontos para análise do plenário estão os que tratam de uniões homoafetivas, sistemas de cotas em universidades, demarcação de terras para quilombolas e o aborto de fetos sem cérebro.

De acordo com a assessoria da presidência do tribunal, pelo menos seis temas de grande repercussão social serão julgados até o recesso de julho. Muitos desses temas já tramitam no Supremo há mais de cinco anos, como as ações sobre terras quilombolas e a anencefalia.

O processo que trata da extradição do ex-ativista de esquerda italiano Cesare Battisti ainda não está entre 800 processos prontos para entrar na pauta do plenário do STF, segundo a assessoria. O relator do caso, reaberto em janeiro deste ano, é o ministro Gilmar Mendes.

Em 2009, o STF decidiu pela extradição do italiano, mas deixou a palavra final para o presidente da República. No dia 31 de dezembro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o ex-ativista não fosse extraditado. O plenário do Supremo vai analisar agora se a decisão do ex-presidente Lula feriu o acordo de extradição celebrado entre Brasil e Itália. Battisti está preso no Brasil desde 2007.

Anencefalia

Proposta em 2004, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Saúde (CNTS), a ação que trata da anencefalia em fetos pretende corrigir a violação de um direito fundamental. A entidade argumenta que a dignidade da mãe seria ofendida pelo fato de ser obrigada a gerar um feto que não sobreviverá após o parto.

A anencefalia é uma malformação congênita que atinge cerca de um em cada mil bebês e leva ao nascimento da criança sem o cérebro. Geralmente, o recém-nascido resiste por no máximo poucos dias.

Cotas

O STF deve julgar ainda neste semestre também duas ações que contestam as política de cotas raciais da Universidade de Brasília (UnB) e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em Brasília, uma comissão decide por foto ou entrevista quem pode ser classificado como negro, pardo ou branco. Na UFRGS, são combinados dois critérios: os alunos que estudaram em escolas públicas e a cota racial. Esses dois processos não foram liberados ainda pelos relatores, mas devem ser julgados neste semestre, de acordo com a assessoria do tribunal.

Quilombos

Na ação, o DEM contesta as regras do governo para a ocupação de terras de quilombolas. De acordo com o partido, definições sobre propriedade dos remanescentes das comunidades de quilombos deveriam ser estabelecidas por lei e não por decerto, pois suas determinações implicam em aumento de despesa. A decisão do STF poderá afetar diretamente cerca de três mil comunidades formadas por pessoas remanescentes de quilombos no Brasil. (G1)

Juízes federais marcam paralisação para 27 de abril

Juízes federais marcaram uma paralisação nacional para o dia 27 de abril. Um dos principais objetivos do movimento é forçar a aprovação de um reajuste de 14,79% para os magistrados que, segundo eles, tem base na Constituição Federal. Paralelamente a isso, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) protocolou uma ação no STF pedindo que o tribunal reconheça a suposta omissão do Congresso ao não aprovar o reajuste e determine a revisão.

Segundo o presidente da Ajufe, Gabriel Wedy, há setores do STF que entendem que o próprio Supremo pode conceder o reajuste diante de uma omissão do Congresso. Se o aumento for concedido nos moldes do que foi pedido ao Congresso, o salário dos ministros do STF, que é o teto do funcionalismo, passará dos atuais R$ R$ 26.723 para R$ 30.675. Como a remuneração dos juízes é toda escalonada com base no teto, um reajuste do salário do STF representará imediato aumento para toda a categoria.

Não é a primeira vez que a entidade recorre ao Supremo para aumentar os contracheques dos juízes. Em 2000, às vésperas de um anunciado movimento grevista de magistrados, o STF concedeu uma liminar garantindo auxílio-moradia para a categoria, o que representou aumento na remuneração e acabou com o risco de greve.

Chefe do Judiciário, o presidente do Supremo, Cezar Peluso, não quis comentar hoje a decisão dos juízes federais de paralisar as atividades no próximo dia 27. Em agosto, seis meses após o Judiciário ter recebido a segunda parcela de uma revisão salarial, Peluso encaminhou ao Congresso o projeto de lei propondo o reajuste de 14,79%. No entanto, a proposta ainda não foi votada pelo Legislativo e a Ajufe sustenta que o Congresso está em dívida.

Wedy garantiu hoje que no dia da paralisação o Judiciário decidirá casos de emergência. "A população pode ficar tranquila. Vamos atender os pedidos de urgência", afirmou, citando pedidos para concessão de medicamentos e leitos hospitalares e processos envolvendo habeas corpus e prisões. A paralisação de um dia foi aprovada por 74% dos 767 juízes que participaram de uma assembleia realizada na semana passada. Se o movimento não sensibilizar o Legislativo, uma nova assembleia poderá ser marcada para avaliar a necessidade ou não de uma greve. (AE)

Depois de duas semanas, estudantes voltam às aulas no Litoral

As escolas estaduais das cidades do Litoral do Paraná que interromperam as atividades em razão dos estragos causados pelas chuvas na região retomaram as aulas nesta segunda-feira (28). Cerca de 30 mil alunos da rede estadual haviam ficado sem aula por duas semanas.

Em Paranaguá, todas as escolas estaduais retomaram as atividades. Segundo o Núcleo Regional de Educação de Paranaguá, responsável pelas escolas da região, o abastecimento de água está sendo feito de forma parcial e há orientações para o uso consciente da água.

Em Antonina, as cinco escolas estaduais receberam os alunos normalmente. Das duas escolas estaduais de Morretes, cerca de 160 alunos que estudam no período noturno do Colégio Estadual Vereador Osny David Fraga não voltaram às aulas porque ainda há desabrigados na escola, que devem ser realocados esta semana.

Em Guaratuba, Pontal do Paraná, Guarequeçaba e Matinhos as aulas seguem normalmente.

Reposição

Uma reunião para definir o novo calendário escolar, entre o núcleo regional de educação e os diretores dos colégios que estavam sem aulas, deve ocorrer na quinta-feira. A proposta é de que o conteúdo seja reposto em dez sábados consecutivos. (GP)

PPS expulsa dois prefeitos, quatro vices e 31 vereadores do quadro no Paraná


O diretório do Partido Popular Socialista (PPS) no Paraná expulsou no fim de semana 37 mandatários alegando infidelidade partidária. De acordo com o PPS-PR, dois prefeitos, quatro vice-prefeitos e 31 vereadores do estado teriam apoiado candidatos de outras legendas nas últimas eleições.

Os dois prefeitos expulsos são Jose Alves de Almeida, de Santo Antonio do Caiuá, no Noroeste, e Ivanor Luiz Muller, de Teixeira Soares, nos Campos Gerais. Segundo o partido, esse foi apenas o primeiro julgamento realizado no país e outros diretórios devem realizar procedimento semelhante na reestruturação do partido.

Em nota, o presidente do PPS no Paraná, deputado federal Rubens Bueno, informou que o julgamento do Conselho de Ética foi o primeiro passo na preparação do partido para as eleições municipais de 2012. Bueno disse que não interessa ao PPS manter no quadro pessoas “que não tem compromisso com o projeto do partido".

Em todo o Paraná, o partido avaliou 171 processos de quatro filiados sem mandato, 14 vice-prefeitos, 11 prefeitos e 142 vereadores. De acordo com o PPS, o Conselho de Ética sugeriu 49 arquivamentos, seis adiamentos, 69 penas médias (advertência interna) e 47 expulsões, sendo que 37 foram confirmadas.

O partido alega que os candidatos não obedeceram a Resolução Eleitoral do PPS que estabelece que os candidatos devem apoiar “exclusivamente candidatos a presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual apoiados oficialmente pelo partido".

Ainda segundo nota, o presidente do Conselho de Ética do PPS-PR, Ivo Ericsson Camargo de Lima, declarou que a avaliação de alguns pareceres foi adiada em função de particularidades de alguns mandatários. Os processos devem ser retomados na reunião semanal do partido. (GP)

Confira abaixo o nome dos mandatários expulsos e diretório divididos por cargos:

Prefeitos:
Jose Alves de Almeida - Santo Antonio do Caiuá
Ivanor Luiz Muller - Teixeira Soares

Vice-prefeitos:
Valter Alves - Nova Aliança do Ivaí
Paulo Rodrigues Bessani - Nova Aurora
João Claudio Guilherme - Perobal
Ivo Battisti – Salgado Filho

Vereadores:
José Soares Nogueira Filho – Abatiá
Jose Luiz Voltarelli - Alvorada do Sul
Rafael Beckhauser – Atalaia
Sidnei Demicio – Bandeirantes
João Maria Carvalho de Freitas – Barracão
Luiz Rogério Moacir – Cidade Gaúcha
Laércio Casagrande da Cruz – Coronel Domingos Soares
Douglas Domingues da Costa – Francisco Alves
José Carlos Cardoso – Guaporema
Manoel Pereira de Medeiros – Maria Helena
Laura Tambra Alves - Nova Aliança do Ivaí
Everaldo Vieira de Oliveira – Perobal
Pablo Vanzelli Moreira – Pinhalão
José Mascarenhas de Oliveira - Presidente Castelo Branco
Edson Cappelin - Salgado Filho
Raimundo Delmar Mazotti - Salgado Filho
Volmar Duarte - Salgado Filho
Cristiane Estela Bonim - Santa Cecília do Pavão
Antonio Claudio Mendes - Santana do Itararé
Jackson Vitoriano Piva - Santo Antonio do Caiuá
João Antal - Santo Antonio do Caiuá
Onofre Jackson Veiga - Santo Antonio do Paraíso
Juarez de Jesus Pinheiro de Mello - São Jerônimo da Serra
Marcelo Loreto - São Jerônimo da Serra
Edson Luiz Ribeiro dos Santos - São Jorge do Oeste
Marcelino Vitorino - São José da Boa Vista
Orlando Leopoldino de Sousa - São José da Boa Vista
Benedito Pereira da Silva – Sapopema
Paulo Roberto Sanita – Tamboara
Helio Targino Ribeiro – Tomazina
Claudiovani Correa - Vitorino

EUA: aumento da radioatividade na chuva após acidente nuclear japonês


Traços de radioatividade provenientes da usina nuclear de Fukushima foram detectados na água da chuva no nordeste dos Estados Unidos, informou a Agência Americana do Meio Ambiente, que assegurou que tais traços não representam perigo para a saúde humana.
Os traços de radioatividade, procedentes dos reatores japoneses danificados após o terremoto seguido de tsunami que assolou a ilha, foram detectados nos estados da Pensilvânia e de Massachusets, indicou a Agência Americana do Meio Ambiente (EPA, siglas em inglês).

A agência assegurou ter reforçado seu sistema de controle de água da chuva e de água potável em todo o país.

"Após o acidente da central de Fukushima, vários detectores de ar da EPA registraram materiais com níveis muito baixos de radioatividade nos Estados Unidos, que correspondem aos dados dos reatores danificados" no Japão, explicou a agência em um comunicado.

"Essas observações não são uma surpresa, e os níveis registrados estão muito abaixo do que poderia ser perigoso à saúde", indicou a mesma fonte.

Os níveis de radioatividade detectados na água da chuva na Pensilvânia e em Massachusetts "estão sendo estudados pela EPA", explicou a agência governamental, indicando que "esses níveis são superiores à média histórica dessas regiões".

A agência assegurou que continuará a analisar as águas da chuva e potável do país mesmo que "esses aumentos (de radioatividade) a curto prazo não representem perigo algum para a saúde".

CPI do Álcool arquivada: indústrias produtoras de bebidas agradecem

O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), indeferiu nesta semana a instalação da CPI do Alcoolismo no Congresso. A comissão parlamentar de inquérito, proposta pelo deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) e assinada por 194 deputados, se propunha a investigar as causas e consequências do consumo abusivo de bebidas alcoólicas no Brasil. Segundo o presidente, a CPI não apresentava um fato específico para ser criada. Essa decisão agradou a indústria de bebidas.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a bebida alcoólica está relacionada a 80% da violência doméstica, a 50% das mortes no trânsito e a 30% dos casos de violência contra a mulher no Brasil. Em relatório divulgado em fevereiro deste ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que o álcool mata mais do que a AIDS, a violência e a tuberculose no mundo. Segundo a OMS, o consumo abusivo de álcool tem provocado 2,5 milhões de mortes por ano. (Veja a íntegra do relatório – em inglês)

Em seu parecer, Marco Maia avalia que a comissão de inquérito proposta não tem um fato determinado para investigar e, portanto, uma CPI não seria o instrumento adequado para tratar do assunto. Ele justifica que os dados e pesquisas sobre o crescente consumo abusivo de álcool no país, descritos no requerimento da CPI, “apenas confirmam a amplitude do problema social, mas não são bastantes para a caracterização do fato determinado passível de apuração em um inquérito parlamentar”.

“O requerimento não ostenta fato determinado que desafie a instauração de um inquérito parlamentar, isso porque é vago no tocante ao escopo da investigação – causas e conseqüências do consumo abusivo de álcool, e aumento exponencial do consumo nos últimos cinco anos –, problema social de reconhecida relevância, mas que, pela sua amplitude, não permite delinear os limites da atuação da comissão que se pretende ver constituir”, justificou Marco Maia.

Indústria do álcool

A decisão do presidente da Câmara agradou os representantes do setor de bebidas alcoólicas. Para o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), Gilmar Viana, a CPI não seria o melhor instrumento para dialogar sobre o tema com o setor. Segundo Viana, em encontros com o presidente Marco Maia, representantes da indústria do álcool mostraram que a CPI proposta não apresentava um fato específico para investigar e que, portanto, não deveria ser criada.

“A CPI não seria um lócus interessante para se discutir esse tema, porque vira um caráter meio policialesco. Além disso, esse pedido de criação estava muito genérico. Se tivesse um caso específico, como o presidente muito bem assinalou, ficaria até mais fácil, mas do jeito que estava propiciava fazer qualquer tipo de discussão sem qualquer controle”, defendeu Gilmar Viana.

O Sindicerv representa 80% da produção de cerveja no Brasil. Fazem parte do sindicato empresas como a AmBev, Heineken e Cerpa. Segundo Viana, os representantes da indústria estão dispostos a debater o tema no Congresso, mas querem que o diálogo seja feito em um seminário ou espaço semelhante. De acordo com a assessoria de imprensa do presidente da Câmara, Marco Maia sugeriu a criação de uma comissão especial para debater o problema do alcoolismo no Brasil.

“Epidemia”

Autor do pedido de CPI, Vanderlei Macris discorda dos argumentos. “O Brasil está sofrendo com o consumo abusivo do álcool. Pesquisas mostram que jovens estão, cada vez mais, se excedendo, e isso é muito sério, pois pode criar um país doente no futuro”, afirma o deputado Vanderlei Macris. “A questão do alcoolismo é uma doença, uma epidemia que precisa ser curada. O Estado dá muita atenção às drogas ilícitas, mas drogas lícitas, como a bebida, passam ao largo. No Brasil, não há, por exemplo, nenhum tipo de constrangimento em vender bebida alcoólica para menor. Em qualquer país do mundo que se preze, isso é coisa séria”, disse.

De acordo com pesquisa do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod), da Secretaria de Saúde de São Paulo, 40% dos jovens viciados em álcool começaram a beber antes dos 11 anos. Segundo o levantamento, os jovens começam a beber geralmente em casa ou na presença de familiares. Em 39% dos casos, o pai bebia abusivamente; em 19%, a mãe; e em 11%, o padrasto. A pesquisa foi feita a partir da análise de 684 pacientes adultos e outros 138 adolescentes. Todos eram viciados que procuraram o Cratod nos últimos dois anos.

Para Macris, se não houver um instrumento mais forte, como uma CPI, para tratar do problema do alcoolismo e temas relacionados, a sociedade brasileira não conseguirá enfrentar os males decorrentes do consumo abusivo de álcool. Com o indeferimento de seu pedido de criação da comissão de inquérito, Macris afirma que pretende buscar alternativas.

“Se nós não tivermos algo mais forte como uma CPI, nós não vamos enfrentar esse problema de frente. Se fizer um belo de seminário, fala, fala, fala, daí depois nada mais se faz. Uma CPI como essa não quer ser policialesca, mas sim uma CPI de contribuição para o país. No Brasil, não há nada que centralize a discussão nacional sobre a questão do consumo excessivo de bebidas. Com uma CPI podemos viabilizar um grande banco de dados e levantar o problema”, disse.

Frota curitibana terá até julho 544 novos ônibus Modernos, mais confortáveis e seguros

Curitiba vai ganhar nos próximos quatro meses 544 ônibus zero quilômetro, o que representa 29% dos 1.915 veículos da frota operante da Rede Integrada de Transporte. Os primeiros 97 ônibus novos serão entregues pelo prefeito Luciano Ducci nesta terça-feira (29), dia em que a cidade completará 318 anos.

Modernos, seguros e confortáveis, os novos ônibus fazem parte de um projeto de melhorias do transporte coletivo iniciadas no ano passado, quando a cidade ganhou o Ligeirão Boqueirão, nova bilhetagem eletrônica, dois novos pontos de integração do sistema e a entrada em operação de 40 articulados na frota do Inter 2 linha que excluindo o Expresso, é a mais carregada do sistema, com 77 mil passageiros por dia.

A Rede Integrada de Transporte atende Curitiba e 13 municípios da Região e registra, por dia 2,3 milhões de passageiros em 350 linhas com 1.915 ônibus. No total, são 81 quilômetros de canaletas, 30 terminais (21 urbanos e nove metropolitanos) e 364 estações tubo. Somados, os ônibus percorrem por dia 490 mil quilômetros em 21 mil viagens.

Confira abaixo algumas das melhorias do transporte coletivo:

Ligeirão Boqueirão – Linha Direta Expressa entrou em operação em março, reduzindo em 15 minutos o tempo de viagem entre o bairro e o centro.

Integração Temporal – Integração feita com o cartão transporte nas estações São Pedro, da Linha Verde; e Santa Quitéria, no bairro do mesmo nome. A novidade permite que o usuário desembarque do ônibus de um lado da rua e entre na estação no outro lado, sem pagar nova passagem.

Ônibus novos – No ano passado Curitiba ganhou 189 ônibus zero quilômetro, uma renovação de quase 10% da frota operante, o que contribui com o meio ambiente, porque os novos ônibus têm motores menos poluentes. A idade média da frota atualmente está em 4,6 anos.

Inter 2 – Os 77 mil passageiros desta que é uma das linhas mais conhecidas da cidade foram beneficiados com aumento da oferta de lugares em 20%. É que 40 dos 70 ônibus da frota do Inter 2 passaram a ser articulados. As 28 estações do Inter 2 foram ampliadas em 50%, passando a ter três portas.

Crédito fácil – Desde agosto, quem usa cartão transporte já não precisa procurar os antigos carregadores de crédito. Agora, a carga é automática, feita no próprio validador que libera a catraca do ônibus, estação ou terminal. Mais rápido, mais fácil e mais seguro.

Biocombustível – Iniciado em agosto de 2009, com seis ônibus que percorriam 15 mil quilômetros com 20 mil litros de combustível por mês o projeto foi ampliado passando a 60 mil quilômetros. Agora, será ampliado novamente, passando a ser usado por 30 ônibus que vão percorrer 220 mil quilômetros e usar cerca de 200 mil litros de combustível por mês. A redução na emissão de poluentes é de 50% em relação aos ônibus convencionais.

Hibribus – Curitiba foi a cidade brasileira escolhida para o teste do primeiro ônibus híbrido da Volvo, movido com motor elétrico e a diesel/biodiesel, com economia de combustível de 54,68% na média km/l. A projeção anual é de redução de 32 toneladas na emissão de monóxido de carbono; 473 kg de óxido de nitrogênio; e 11,2 kg de material particulado.

Municípios Poderão Ficar sem os Repasses do Bolsa Família por Falta de Prestação de Contas


Apenas 33% dos municípios prestaram contas ao Conselho de Assistência Social sobre o uso dos recursos do Índice de Gestão Descentralizada Municipal (IGD-M) até 17 de março. Os 61% restantes têm prazo até 31 de março para apresentar contas em relação ao montante aplicado em 2009, sob pena de perder o dinheiro deste ano a partir de abril.

No Brasil, Das 5.565 cidades, 1.852 prestaram contas, mas somente 701 foram aprovadas pelos Conselhos até 17 de março.

A prestação e aprovação de contas pelo Conselho Municipal de Assistência Social são obrigatórias para as prefeituras receberem o repasse do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em 2011. O montante mensal, que se aproxima de R$ 24 milhões, é destinado às ações administrativas do Programa Bolsa Família. Essa determinação, prevista na Portaria nº 754, começa a valer para a prestação de contas do exercício de 2009.

O prazo, tanto para a apresentação de contas de 2009 no aplicativo do Suasweb (http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/redesuas/suasweb), quanto para a aprovação total pelo conselho, termina no dia 31 de março. Se o conselho não apreciar as contas, ou aprová-las parcialmente, o município ficará impedido de receber o IGD-M e só voltará a receber o recurso quando o problema for resolvido.

Caberá ao gestor do Fundo Municipal de Assistência Social registrar a apresentação de contas no sistema informatizado do MDS e ao conselho indicar a sua aprovação. Por esse motivo, o ministério orienta que ações de planejamento e de comprovação de gastos do IGD-M sejam realizadas de maneira articulada e integrada entre os gestores do Bolsa Família, do fundo e com a participação da instância de controle social do programa e do Conselho Municipal de Assistência Social. A prestação de contas é anual e os gestores precisam ficar atentos ao prazo para o exercício de 2010.

Ascensão chinesa 'preocupa EUA e Europa mas é bem vista na África'

"Não há dúvida de que a ascensão da China, junto com um sentimento de estagnação e paralisação entre os países ocidentais, é psicologicamente perturbador".
Tom Friedman, articulista do 'New York Times'


Uma pesquisa feita em 27 países a pedido do Serviço Mundial da BBC revelou que a ascensão econômica e militar da China gera preocupações nos países ricos, mas que a potência asiática é bem vista pelas nações emergentes.

O levantamento ouviu quase 27 mil pessoas. No Brasil, onde as opiniões negativas da China diminuíram em relação à primeira edição da pesquisa, foram feitas 800 entrevistas em nove capitais do país.

Em média, 50% das pessoas ouvidas mundialmente disseram ter uma visão positiva da ascensão econômica chinesa, enquanto 33% disseram ter uma visão negativa.

Comparada com 2005, a visão negativa aumentou nos Estados Unidos, México e Canadá, e nos países mais avançados da Europa (França, Canadá, Alemanha, Itália).

"Atingidos em cheio pela depressão econômica, os cidadãos dos países do G7 (o grupo das nações mais industrializadas do planeta) estão menos seguros de como competir com a China, tão presente hoje nas suas vidas", explicou o presidente da empresa responsável pela pesquisa, GlobeScan.

"Não há dúvida de que a ascensão da China, junto com um sentimento de estagnação e paralisação entre os países ocidentais, é psicologicamente perturbador", afirmou à BBC o premiado articulista do jornal The New York Times Tom Friedman.

Mas esse ponto de vista é contrabalançado pela visão amplamente positiva da ascensão chinesa em países africanos que têm se beneficiado de investimentos chineses em infraestrutura e recursos naturais, como Nigéria, Quênia e Gana (82%, 77% e 62% de visão positiva, respectivamente).

Também no Brasil a China goza de uma imagem melhor: de 2005 para cá, as opiniões negativas do crescimento chinês caíram nove pontos, para 26%. As visões positivas somaram 44%.

Na América do Sul, a visão da China também é majoritariamente positiva no Peru (65%).

Potência militar

Já a ascensão militar da China é vista com mais reservas pelos entrevistados na pesquisa. O Japão foi o país onde a visão negativa superou com mais folga a positiva (88%, contra menos de 1% de visão positiva).

Na Coreia do Sul e na Austrália a visão negativa foi 76% e nos EUA, 79%.

As divergências voltaram a se repetir entre os países da Europa ocidental (que veem o poderio militar chinês com cada vez mais reservas) e os africanos e emergentes asiáticos, para quem o crescimento militar de Pequim preocupa menos.

No Brasil, a visão negativa superou a positiva (46% - 29%), assim como no México (53% - 17%).

O analista de Economia da BBC, Andrew Walker, disse que a visão da China é reforçada pelas diferentes percepções das relações econômicas chinesas no mundo.

Os respondentes que consideraram "injustas" as relações comerciais da China estão majoritariamente nos países da Europa ocidental, nos EUA e em seus parceiros econômicos, no Japão e na Coreia do Sul.

Walker lembra que a China é acusada, nos meios empresariais e políticos, de manter seu câmbio artificialmente desvalorizado – o que aumenta a competitividade dos produtos chineses no exterior.

Já na África, nos emergentes asiáticos, e no Chile e no Peru a percepção é de que a China atua corretamente. A questão não foi colocada para os brasileiros. (BBC)

Servidores do Hospital de Clínicas, UFPR e UTFPR entram em greve


Os servidores do Hospital de Clínicas (HC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) decidiram em assembleia na manhã desta segunda-feira (28) decretar greve por tempo indeterminado.

Devem cruzar os braços cerca de 3,5 mil servidores técnico-administrativos e funcionários dos três órgãos, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest).

Segundo o sindicato, por ser um serviço essencial, o Hospital de Clínicas irá manter o atendimento mínimo de 30% em todos os setores durante a greve.

O sindicato informou que uma reunião será realizada hoje à tarde para definir as próximas ações da greve e de mobilização da categoria. A última greve realizada pelos servidores das entidades ocorreu em 2007 e durou mais de cem dias.

Reivindicações

A pauta de reivindicações considerada prioritária pelo Sindicato é o combate à Medida Provisória 520, que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – entidade privada que ficaria responsável por administrar os hospitais públicos universitários.

De acordo com a diretora de Imprensa do Sinditest, Carla Cobalchini, a criação da empresa é entendida pela categoria como privatização. Com a transferência dos processos de ensino, pesquisa, extensão e assistência para iniciativa privada, a categoria teme prejuízos aos trabalhadores, como demissões e a abertura para atendimento a convênios e particulares.

A categoria luta ainda pelo reajuste do piso salário para três salários mínimos, passando de R$ 1.035,00 para R$ 1.635,00, que refletiria sobre todos os outros salários das carreiras. “O nosso salário é o menor do serviço público federal. Há lugares em que o profissional de nível auxiliar recebe mais do que o profissional de nível superior”, disse o diretor de Formação Sindical do sindicato, Bernardo Pilotto.

A categoria luta ainda por melhorias no Plano de Carreira, a realização de um concurso público e o combate à terceirização dos serviços. (Paraná online)

IML-Pr terá 25 rabecões para transporte dos corpos


O governador Beto Richa disse, ontem, que o Instituto Médico Legal (IML) do Paraná contará com 25 rabecões para o transporte dos corpos. Segundo Richa essa é uma das providências que estão sendo tomadas para reverter o caos instalado no IML da capital. “Estamos priorizando solucionar essas situações emergenciais de precariedade e descaso que afetam diretamente a população”, disse o governador, durante a festa em comemoração ao aniversário de 318 anos de Curitiba, que serão completados amanhã. O governador também assegurou que a situação dos corpos abandonados no IML de Curitiba já está sendo resolvida. “As pessoas vão conseguir cumprir os rituais de passagem para seus entes queridos”, garantiu Richa. (Paraná online)

Dilma lança sua versão do "Mãe curitibana"

A presidenta Dilma Rousseff lança hoje (28), em Belo Horizonte, o programa Rede Cegonha, que pretende intensificar a assistência a gestantes e bebês na rede pública de saúde. Em seu programa semanal de rádio, Dilma afirmou que o governo federal investirá R$ 9 bilhões até 2014 no atendimento integral à gestante. Com esses recursos, segundo ela, o governo espera garantir atendimento desde o início da gravidez até o segundo ano de vida do bebê.

“Um país só pode ser medido pela atenção que dá a suas mães e a suas crianças. O Rede Cegonha é um programa que vai dar atendimento à mulher do início da gravidez até o segundo ano de vida do bebê. Vamos agir bem cedo, porque o futuro de uma criança começa muito antes do seu nascimento, começa na qualidade da vida da mãe, nas condições da gravidez e nas condições do parto”, declarou.

Dilma afirmou que a gestante brasileira passará a ser atendida por uma “corrente de cuidados especiais”. “No momento em que uma mulher chegar a uma unidade de saúde informando que está grávida ou suspeitando de gravidez, ela entrará imediatamente em uma corrente de cuidados especiais. A gestação será confirmada ali mesmo, com um teste rápido, sem perda de tempo, para começar o pré-natal no primeiro contato com a gestante", declarou.

Não dá para esquecer de que este programa, mas com outro nome, a muito foi implantado aqui em Curitiba por Michele Caputo, hoje secretário estadual da Saúde, que na época da implantação era o secretário municipal da Saúde de Curitiba. O Mãe Curitibana completou 12 anos na sexta-feira, 25, com 200 mil mães e bebês atendidos.

O aniversário do Mãe Curitiba reuniu na capital paranaense as coordenadoras do Mãe Coruja (Pernambuco), Primeira Infância Melhor (Rio Grande do Sul) e Mãe Paulistana (São Paulo) e homenageou a primeira geração de mães e filhos atendidos pelo programa.

Em Curitiba, o prefeito Luciano Ducci destacou que o programa trouxe excelentes resultados e aponta a redução sistemática da mortalidade infantil e materna na última década. De 1998 para 2009 a mortalidade infantil caiu de 16,64 por 1000 nascidos vivos para 8,97/1000. O dado de 2010 é idêntico ao do ano anterior e coloca Curitiba na posição de cidade com o menor indicador entre as capitais.

A redução da mortalidade materna também merece destaque. De 60,5 por 100 mil nascidos vivos entre 1994 a 1999 e de 43,9 por 100 mil entre 2000 e 2005, o indicador desceu para 38,6 por 100 mil nos últimos 5 anos.

“O Mãe Curitibana construiu essa referência porque colocou um ponto final naquela história triste da mulher, já com as dores do parto, sair de casa sem saber onde ia ter o nenê. E correndo o risco de ter até o seu parto feito por um taxista ou policial”, resume Ducci, criador do programa e pediatra do quadro de carreira da Secretaria de Saúde de Curitiba.

'Rogério é predestinado', diz Carpegiani após gol 100


Líder, capitão e ídolo são-paulino, o goleiro Rogério Ceni viveu mais um momento inesquecível na carreira no último domingo, na Arena Barueri. Na vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, em partida válida pelo Campeonato Paulista, ele marcou seu 100º gol na carreira. Sempre elogiado por seus companheiros, ele dividiu a festa com os jogadores e o técnico Paulo César Carpegiani.

"Fico muito satisfeito de ver o Rogério marcar o centésimo sob meu comando aqui no São Paulo. Um gol diante de um grande rival como o Corinthians. Rogério é predestinado", disse o treinador.

Com a marca, Rogério se isola ainda mais como o maior goleiro artilheiro da história. Com seus 56 gols de falta e 44 de pênalti, ele tem larga vantagem sobre o segundo colocado, o paraguaio Chilavert, que marcou 62 gols ao longo da carreira.

Para Carpegiani, a marca de Rogério dificilmente será alcançada por outro goleiro. "Acho impossível. Dificilmente alguém vai conseguir este feito. Ficou para a história. Uma marca excepcional", afirmou.

Ainda no vestiário após o clássico, o goleiro são-paulino recebeu os cumprimentos de seus companheiros. O volante Rodrigo Souto chegou a dizer que se sente parte da marca alcançada por Rogério. "Foi como se cada um de nós tivesse feito este gol. Ele é uma pessoal sensacional e tem um caráter incrível", declarou.

Retrospectiva

Como toda marca histórica, o centésimo gol de Rogério Ceni vem acompanhado de uma grande retrospectiva de sua carreira. Após marcar contra o Corinthians e decidir o clássico na Arena Barueri, o goleiro do São Paulo relembrou as primeiras cobranças, os momentos difíceis e as boas recordações que os cem gols lhe trazem.

"A primeira vez que pensei em bater faltas foi em 1996. Comecei a treinar e bati 15 mil faltas naquele ano. Lembro que a primeira cobrança foi contra o Fluminense, depois contra o Flamengo, no Maracanã. Aí, logo depois saiu o primeiro gol. Se não tivesse saído aquele gol, talvez eu não teria dado sequência", revelou o goleiro, lembrando gol inicial em fevereiro de 97, contra o União São João.

Rogério Ceni destaca a importância que teve, no início de sua carreira no São Paulo, a influência de Muricy Ramalho, inicialmente assistente de Telê Santana e depois treinador da equipe, ainda em 1996. "Ele me via treinando todos os dias. Para qualquer coisa na vida tem sempre alguém te olhando. A imprensa dizia que era um absurdo o goleiro bater faltas, tinha um preconceito. O Roberto Rojas, que era meu preparador na época, também me ajudou bastante. Na época não tinha esta riqueza de informações que tem hoje. Não existia internet. Nunca tinha visto o Chilavert bater", contou.

Se Muricy incentivou, Mário Sérgio, que treinou o São Paulo em 1998, proibiu as cobranças de falta de Rogério Ceni. Mas o goleiro não guarda rancor do treinador. "Eu gosto muito dele, mas ele chegou com esta ideia fixa na cabeça. Foi um ponto importante na minha carreira, a reprovação de alguém. Poderia me abalar naquele momento, mas para mim foi bom", revelou.

Os cem gols só foram possíveis porque cem faltas ou pênaltis foram sofridos pelos jogadores de linha do São Paulo. Entre tantos que ajudaram nessa contagem, Rogério Ceni destaca um: o atacante Aloísio. "Foi meu maior parceiro de gols. Ele gostava muito do contato físico. Provavelmente foi o cara que mais sofreu faltas para esta contagem. Sou muito grato a ele", admitiu.

Dos cem gols, o mais importante continua sendo o primeiro. "Não sabia comemorar nem para onde correr. Foi uma grande novidade naquele momento. Poucos esperavam que eu fosse bater, tampouco fazer. E um gol que eu vibrei muito foi contra o River Plate, na Libertadores de 2005, no Morumbi", lembrou.

Mesmo artilheiro, Rogério continua sendo um goleiro. E, para ele, o jogo mais importante de sua carreira foi um em que ele não somou gols para a contagem, mas converteu um pênalti, defendeu dois e classificou o São Paulo às quartas de final da Libertadores de 2004. "Um estádio lotado. Depois de dez anos nós voltamos para a Libertadores. Aquele dia eu vi as pessoas chorando, em lágrimas. Eu faço minha parte nesta hora. É um orgulho ir para casa, deitar e ver que venci mais um dia na minha vida. É muito legal ver as pessoas felizes. O futebol propicia as maiores emoções."

Rogério Ceni sabe que está marcado na história do São Paulo, mas prefere não comentar sobre o fato de ser considerado por muitos o maior ídolo do clube. "Meu nome será lembrado para sempre. Mas o mais importante do clube? Isso é uma coisa que o tempo vai dizer. Cada década surge novos ídolos que vão fazer sua história. Mas tenho certeza de que as pessoas vão sempre se lembrar do atleta, do nome Rogério Ceni. O São Paulo é minha vida e espero fazer parte da vida de muitos torcedores são-paulinos", finalizou o goleiro. (Isto É)

Criminosamente o governo do Japão se nega a ampliar área de exclusão perto de usina


A agência de segurança nuclear do Japão rejeitou um pedido da Greenpeace para estender a zona de exclusão ao redor da usina nuclear de Fukushima, danificada pelo terremoto e tsunami de 11 de março.

Segundo uma autoridade da agência, as medidas indicando altos níveis de radiação, que o grupo diz ter encontrado a 40 km da instalação, não podem ser consideradas confiáveis. Ele acrescentou que a maioria dos moradores da área delimitada haviam saído e praticamente ninguém estava morando mais no local.

O grupo ambiental disse anteriormente que confirmou índices de radiação de até 10 microsieverts por hora na vila de Iitate, 40 km a noroeste da usina nuclear.

Autoridades japonesas retiraram a população de um raio de 20 quilômetros ao redor da usina danificada de Fukushima, onde engenheiros estão trabalhando para controlar os reatores após o terremoto e tsunami.

As autoridades instruíram à população que está entre 20 e 30 km da usina a permanecerem dentro de suas casas. (Reuters)

Presidente da Cohapar promove debate com prefeitos da Amepar


O presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Mounir Chaowiche, promoveu debate com os prefeitos Associação dos Municípios do Médio Parananema (Amepar) para esclarecer dúvidas sobre a política habitacional do Estado.

Mounir informou que serão edificadas casas nas áreas urbanas e rurais, será feito um programa de regularização fundiária e melhorias habitacionais. “A Caixa Econômica Federal confirmou a reserva do orçamento para os projetos”, afirmou.

“Estaremos em Brasília, na próxima semana, pleiteando mais recursos para habitação rural. O homem do campo deve se manter no campo. E cabe ao Governo garantir a sua manutenção”, anunciou Mounir.

O secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, citou que as economias do Estado estão muito frágeis. Mas agora, segundo o secretário, com o apoio dos deputados e dos prefeitos o Paraná volta a se reerguer. “São necessárias parcerias e debates. Este é o jeito de governador Beto Richa”. Para o prefeito de Jaguapitã, Luiz Augusto Vieira, encontros como esse integram dos municípios.

45 mil pessoas na festa de aniversário da cidade, no Barigui


O prefeito Luciano Ducci e o governador Beto Richa cortaram o bolo gigante do aniversário de 318 anos de Curitiba na tarde deste domingo (27), numa grande festa no parque Barigui, que reuniu 45 mil pessoas. A festa foi marcada pela apresentação do novo ônibus Ligeirão, da cor azul, o maior biarticulado do mundo, que faz a linha Boqueirão-Centro.

"É um momento de muita alegria, um dia para comemorarmos os avanços de Curitiba, novas equipamentos, obras que iniciamos e o novo Ligeirão, que entregamos hoje. Quem está ganhando é a família curitibana", disse o prefeito.

"Os curitibanos são os verdadeiros responsáveis por fazer de Curitiba uma cidade modelo no mundo", disse o governador Beto Richa. "E hoje a cidade sai na frente mais uma vez, com o novo Ligeirão azul", acrescentou.

O prefeito lembrou que as comemorações do aniversário da cidade começaram no início do mês, com entrega de novos equipamentos, início de obras e lançamento de programas, como o de despoluição de rios e criação de dois parques.

Entre as obras entregues, moradias, creches, asfalto, Espaços Saúde e novos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS). Nesta semana, o prefeito entregará o Restaurante Popular do Pinheiro, novas creches, mais casas e novos ônibus.

Durante todo o domingo, diversas atividades culturais, educativas, recreativas e esportivas divertiram os curitibanos que foram comemorar o aniversário da cidade no parque Barigui, entre apresentação de música e dança, jogos gigantes, cama elástica, oficinas e brinquedos infláveis.

A Banda Lyra e a bateria da escola de samba Mocidade Azul, campeã do carnaval de Curitiba, animaram a festa no Barigui. As comemorações dos 318 anos da capital também acontecerão nas Regionais da Prefeitura no sábado (26) e no domingo (27).

Participaram da festa no Barigui a presidente da Fundação de Ação Social (FAS), Marry Ducci, a secretária estadual da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, secretários municipais, o presidente da Urbs, Marcos Isfer, e o presidente da Câmara Municipal, João Cláudio Derosso.

Também estiveram presentes os vereadores Felipe Bragas Cortes, Odilon Volkman, João do Suco (líder do governo na Câmara), Jair Cezar, Tico Kuzma, Serginho do Posto e Celso Torquato, o deputado federal Fernando Francischini e lideranças comunitárias.

Parabéns - O bolo gigante, com 318 quilos, foi oferecido pelo Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Paraná e Moinhos Anaconda e distribuído gratuitamente para os participantes da festa, acompanhado de um copo de refrigerante, patrocinado pela indústria Spaipa.

Vinte profissionais trabalharam para preparar o bolo gigante, feito com 100 quilos de farinha de trigo, 90 quilos de açúcar e 2.040 ovos, entre outros ingredientes.

O primeiro pedaço do bolo de aniversário foi entregue pelo prefeito Luciano Ducci ao aposentado Bernardo Vielgosz, de 77 anos. "Me sinto um jovem, hoje, aqui na festa e comendo bolo", disse.

Assessor para Assuntos Fundiários participa da implantação de assentamento em Londrina


O assessor para Assuntos Fundiários do Paraná, Hamilton Serighelli, participou nesta sexta-feira (25), do ato de implantação do assentamento Eli Vive, no Distrito Rural de Lerroville, em Londrina. A área de 7.300 hectares pertencia às fazendas Guairacá e Pininga e foi adquirida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para receber entre 540 e 600 famílias de agricultores. Durante o evento foi inaugurada uma escola itinerante do Núcleo Regional da Secretaria da Educação, que irá atender aproximadamente 450 crianças.

O assentamento está em um dos locais mais férteis do Paraná, com ótimo potencial produtivo, de acordo com técnicos do Incra.

“Esse primeiro assentamento que acontece no governo Beto Richa demonstra que com diálogo é possível evitar os conflitos e as ocupações. Mostra que os governos estadual e federal e os movimentos sociais estão trabalhando pela aquisição de novas áreas para reforma agrária”, afirma Serighelli. Ele disse que existe solução para a questão da reforma agrária, mas o processo exige paciência de todas as partes.

O novo assentamento é Eli Vive, em homenagem a Eli Dallemole, camponês morto em conflito de terras em 2008. O Incra informou que a área é um dos lugares mais férteis do Paraná, avaliadas por técnicos do instituto como de ótimo potencial produtivo. Os projetos de assentamento serão chamados Eli Vive 1 e 2 e têm origem nos 7.313,06 hectares ocupados pelas fazendas Guairacá (com 5.826,52 hectares) e Pininga (com 1.486,54 hectares).

Com a criação dos assentamentos, os trabalhadores terão direito a crédito, energia elétrica, abastecimento de água, habitação e apoio à instalação, além de acesso à linhas de crédito e custeio do PRONAF para a reforma agrária. Nesta sexta-feira, as famílias começaram a debater o Plano de Desenvolvimento do Assentamento (PDA), que vai definir a área de cada lote, as diretrizes de tecnologia para produção, preservação ambiental e de educação no assentamento.

Na área adquirida pelo Incra serão assentadas principalmente famílias que estavam acampadas em situação precária em municípios como Cascavel, Rio Branco do Ivaí e Ortigueira.

Governo debate melhorias para tornar Paraná mais competitivo

Com o foco na solução imediata de problemas na logística e infraestrutura, o Governo do Estado iniciou nesta sexta-feira (25) as atividades da Câmara de Infraestrutura do programa Paraná Competitivo, que busca aumentar a atração de investimentos empresariais no Estado em relação a mercados nacionais e internacionais.

De acordo com o secretário da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, a câmara tem o objetivo de buscar soluções de curto prazo para diversos problemas causados pela falta de eficiência em alguns setores da infraestrutura paranaense.

“Os investidores não esperam a execução de grandes obras para decidir para onde vai o empreendimento. Temos que trabalhar em conjunto, otimizando esforços para tornar o Estado eficiente com a infraestrutura que temos”, afirmou.

Hoje cerca de 60 grupos empresariais estão analisando o Paraná como possível destino dos investimentos. “Temos a obrigação de criar um bom ambiente para atrair o máximo desses empreendimentos”, acrescentou Ricardo Barros.

O secretário da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, afirmou que o Governo possui o levantamento das obras necessárias em todos os modais de transporte e trabalha na busca de recursos federais e estaduais para a execução das obras. “Mas enquanto essas obras não saem no papel é essencial trabalharmos para aumentar a eficiência da infraestrutura existente no Paraná”, salientou.

O encontro reuniu mais de 40 representantes dos poderes públicos estadual, federal e municipal; de federações, associações e sindicatos; do setor privado - entre eles concessionárias de pedágio, empresas de telefonia; usuários e outras entidades ligadas ao tema.

Entre os assuntos discutidos estão as filas no Porto de Paranaguá, os problemas de excesso de peso, a falta de união e comunicação entre órgãos, problemas aduaneiros, licenças ambientais, entraves nos aeroportos e portos e dificuldade no transporte ferroviário.

“Iniciamos um bom debate. Agora vamos aprofundar e detalhar os temas nos próximos encontros para buscarmos soluções inteligentes que corrijam em curto prazo diversos problemas e entraves que encarem o custo do setor produtivo paranaense e tornam o estado menos competitivo no âmbito nacional e internacional”, destacou Ricardo Barros.

Também participaram da reunião o secretário de Meio Ambiente, Jonel Iurk, o deputado estadual Professor Lemos.

PARANÁ COMPETITIVO - A Câmara de Infraestrutura é a terceira linha de ação do programa Paraná Competitivo. Ao todo são cinco vertentes, a primeira, concluída recentemente, foi a parte fiscal que modernizou e flexibilizou a política fiscal para atração de ampliação de investimentos empresariais no Estrado.

A Câmara de Internacionalização, que foca no aumento da representatividade do Paraná nos mercados internacionais, deve ser concluída em breve com a criação da Agência de Internacionalização do Paraná.

Há também mais duas linhas do programa que devem iniciar em breve: a de Mão-de-obra, para qualificar melhor os trabalhadores, e a de Desburocratização, que vai trabalhar na agilidade dos trâmites legais para as empresas instaladas no Estado.

Governo articula movimento para antecipar construção da terceira pista no Afonso Pena


O Governo do Paraná está iniciando uma mobilização para que o governo federal libere recursos que garantam a construção da terceira pista do Aeroporto Internacional Afonso Pena antes da Copa do Mundo 2014, da qual Curitiba será uma das sedes. Nesta sexta-feira (15), secretários de Estado participaram de uma reunião técnica com o prefeito de São José dos Pinhais, Ivan Rodrigues, com o superintendente da Infraero, Antonio Pallu, e com parlamentares federais para discutir o assunto.

O evento, organizado pelo secretário para Assuntos da Copa do Mundo, Mário Celso Cunha, teve a intenção de mobilizar lideranças políticas e autoridades aeroportuárias na defesa da construção da nova pista. A obra está orçada em R$ 360 milhões.

A reunião – da qual também participaram deputados federais, a senadora Gleisi Hoffmann e autoridades municipais de Curitiba – foi idealizada após a coordenação executiva do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) anunciar que o repasse da verba para a Infraero será realizado apenas em 2018, não sendo a nova pista incluída no programa para a Copa do Mundo.

“Precisamos dessa nova pista para o desenvolvimento turístico e econômico do Paraná. Curitiba vai sediar um evento mundial e precisa do investimento”, afirmou o secretário da Copa. Ele destacou ainda a necessidade do grupo se reunir com a coordenação do PAC em Brasília.

O governo federal liberou ao Afonso Pena R$ 72,8 milhões para serem investidos na infraestrutura do aeroporto para a Copa do Mundo de 2014. Entre as obras previstas estão a ampliação do sistema de pátio e pista de táxi e a ampliação do terminal de passageiros. Mario Celso citou exemplos de outras cidades-sede da Copa do Mundo que receberão valores bem superiores. É o caso do aeroporto de São Paulo/Guarulhos, que receberá R$ 1.219,4 bilhão, e o de Porto Alegre, que tem uma demanda parecida com o Afonso Pena, e irá receber aproximadamente R$ 345 milhões.

O prefeito de São José dos Pinhais, Ivan Rodrigues, afirmou que a reunião é um marco na história do município. “Considero que a representatividade aqui foi bastante positiva. Vamos trabalhar em conjunto para que a obra saia logo e atenda toda a demanda industrial e turística do Estado”, disse.

O projeto prevê a construção de uma pista com 1.500 metros que irá atender aeronaves cargueiras e de grande capacidade de passageiros. O prefeito destacou que uma dos maiores problemas é a desapropriação das 300 residências próximas do aeroporto.

O secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, afirmou que a construção da nova pista é prioridade do Governo do Estado. Durante a reunião, ele disse que tem disponíveis R$ 10 milhões para iniciar as desapropriações e decretar a área como utilidade pública. “É um processo demorado, que exige conversar com todos. Vamos ampliar o diálogo para que essa obra fundamental saia do papel. Pela primeira vez o Estado está empenhado para transformar isso em realidade”, disse o secretário.

Para o superintendente da Infraero, Antonio Pallu, o Aeroporto Internacional Afonso Pena foi projetado para operar com aproximadamente 3,5 milhões de passageiros por ano. No entanto, ele garante que atende quase o dobro de passageiros. “Entendemos que o apoio mútuo dos governantes favorece a execução da obra. A Infraero trabalha em outras paralelas no aeroporto, mas essa é fundamental para termos um aeroporto melhor e maior”, afirmou Pallu.

O coordenador do grupo Pró-pista Afonso Pena, Valmor Weiss, disse que a reunião sinaliza uma possibilidade real de integrar todos os setores para facilitar o andamento da obra. “O governo anterior não queria a obra e não se preocupava com o aeroporto. Temos um evento grande no nosso Estado e as portas para o mundo são os aeroportos”, disse Weiss. Ele lembrou que faz 20 anos que a pista está para ser construída, mas por falta de vontade política a obra não progride.

Para quem o Congresso Nacional trabalha?




Com uma agenda própria, alheias aos embates das legendas e indiferentes às cores partidárias, pelo menos 17 grandes bancadas informais exercem hoje enorme influência no Congresso, orientam a atuação parlamentar e revelam o grande poder dos lobbies em Brasília. Por trás desses grupos de pressão organizados, encontram-se verdadeiros conglomerados corporativos, associações, confederações, empresas e movimentos da sociedade civil. Garantindo a coesão dessas frentes pluripartidárias, é corriqueiro encontrar poderosos financiadores de campanhas, que trabalham diuturnamente para ver seus interesses atendidos no Legislativo. Ao contrário das bancadas dos partidos, não é o tamanho dos blocos temáticos que determina suas forças. Importante, no caso, tem sido a capacidade de mobilização. Um exemplo disso é a chamada bancada da saúde. Em número de integrantes, ela é a sétima do Congresso – menos robusta que a ruralista ou sindical (leia quadro na pág. 45). Reunindo 50 parlamentares, a bancada divide-se em pelo menos três grupos: o dos que defendem a saúde pública, estatal e gratuita; o grupo que dá voz aos interesses privados, com fins lucrativos, entre eles os planos de saúde; e, por fim, a turma favorável às Santas Casas, que fazem filantropia e recebem recursos públicos. Os parlamentares da bancada da saúde, no entanto, costumam quintuplicar os apoios quando estão em jogo os interesses das entidades que representam.

“Deputado que defende terra, defende a sua própria terra. A saúde é uma questão coletiva. Os apelos são outros, o que torna muito maior nossa capacidade de organização”, reconhece o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), um dos principais líderes da bancada da saúde. Em fevereiro, um poderoso lobby da indústria farmacêutica desembarcou em Brasília na tentativa de reverter a proibição dos moderadores de apetite pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Com pelo menos um deputado ou senador da bancada da saúde a tiracolo, lobistas de laboratórios multinacionais ocuparam gabinetes importantes na Esplanada dos Ministérios. Havia políticos de todos os partidos servindo de cicerones aos empresários do setor. A pressão deu certo. A Anvisa prometeu analisar os argumentos contrários ao veto às substâncias emagrecedoras como a sibutramina, a anfepramona, o femproporex e o mazindol. Não foi estabelecido um prazo para a decisão final. Ou seja, o assunto, por ora, está em suspenso.

Tal como a frente da saúde, a bancada da bola é pequena no tamanho, mas efetiva nas ações. Com apenas nove integrantes, já conseguiu marcar um tento na atual legislatura, favorecendo o lobby da cartolagem dos gramados. Pressionada por dirigentes de clubes e confederações, a bancada da bola aprovou uma emenda que alterou a chamada Lei da Moralização do Futebol. Com isso, a partir de agora, os cartolas não mais serão responsabilizados caso endividem os clubes que dirigem. Até então, eles corriam o risco de ver penhorados seus respectivos patrimônios. A emenda é de autoria do deputado José Rocha (PR-BA), que desde de 2002 figura na lista de doações de campanhas da CBF. Nos registros do TSE, constam doações de pelo menos R$ 150 mil para o deputado baiano.

O time da bola no Congresso também foi reforçado, este ano, com a eleição de Ciro Nogueira (PP-PI) para o Senado e de Romário (PSB-RJ) para a Câmara. O Baixinho, no entanto, não esclarece de que lado está, se dos dirigentes ou dos atletas e torcedores. “Ainda estou me familiarizando com essa nova situação”, limita-se a afirmar o ex-jogador.

Como ficou evidente nas movimentações futebolísticas, em geral o esforço de parlamentares em favor de determinados setores reflete, além de ideologia comum, uma boa dose de retribuição a financiadores de campanha. É o caso das empresas ligadas ao agronegócio, pecuária e ao ramo de papel e celulose, que abriram ainda mais seus cofres na última campanha eleitoral. Doaram pelo menos R$ 100 milhões para deputados e senadores da área. O deputado ruralista Alex Canziani (PTB-PR) recebeu R$ 360 mil do Grupo JBS-Friboi. Os deputados do DEM paranaense Abelardo Lupion e Eduardo Sciarra receberam ­R$ 80 mil cada um da Bunge Fertilizantes. Já o deputado Marcos Montes (DEM-MG) arrecadou cerca de R$ 1 milhão só de pecuaristas, usineiros e exportadores de papel. Como resultado, as empresas conseguiram aumentar a bancada ruralista, uma das mais atuantes da Casa, que saltou de 56 para 160 parlamentares.

O principal objetivo do lobby do agronegócio, este ano, é a aprovação do substitutivo do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que altera o Código Florestal Brasileiro. “A proposta consolida as áreas já ocupadas pelos produtores e restabelece o quadro de segurança no campo”, defende o presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Eduardo Riedel. A preocupação é garantir a aprovação do código até 12 de junho, quando entra em vigor o Decreto 7029/2009, prevendo que todos os imóveis rurais deverão estar com suas reservas legais averbadas. Isso poderá deixar na ilegalidade 90% das propriedades rurais brasileiras. A tarefa, porém, não será fácil. Do outro lado da trincheira estão os ambientalistas, para quem o projeto de Rebelo irá anistiar desmatadores, reduzir as áreas de preservação permanente e permitir a ocupação de encostas e topos de morros. Embora formem uma bancada de apenas 15 parlamentares, da qual fazem parte os deputados Sarney Filho (PV-MA), Alfredo Sirkis, fundador do PV, e José Luiz Penna (PV-SP), presidente do partido, os ambientalistas, apoiados por ONGs “verdes”, reverberam com muita força no Congresso. “Os quase 20 milhões de votos da ex-senadora Marina Silva na disputa presidencial motivam a bancada e mostram a nossa força no Parlamento”, afirma o coordenador de políticas públicas do Greenpeace, Nilo D’Ávila.

A relação direta entre doações e empenho parlamentar também se evidenciou no episódio da derrubada da proibição dos inibidores de apetite. A maioria dos deputados que esteve ao lado dos laboratórios recebeu doações da indústria dos remédios durante a campanha do ano passado. Entre os beneficiários aparecem os deputados Saraiva Felipe (PMDB-MG) e Osmar Terra (PMDB-RS). Por intermédio da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), os dois receberam R$ 150 mil de laboratórios multinacionais. Outro parlamentar pertencente à bancada da saúde, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), foi contemplado com R$ 50 mil. No total, a Interfarma doou R$ 1,8 milhão para 20 candidatos. Desses, 13 se elegeram.

Os planos de saúde, lançando mão da mesma prática, investiram R$ 12 milhões em doações nas eleições de 2010. Elegeram 38 parlamentares, dez a mais do que em 2006. As empresas do setor esperam que seus parlamentares agraciados derrubem, este ano, o projeto que obriga as operadoras a justificar por escrito eventual recusa em realizar exames e internações. O deputado mais beneficiado com recursos dessas fontes foi Doutor Ubiali (PSB-SP), que recebeu R$ 285 mil da Federação das Unimeds de São Paulo. O parlamentar, que, em 2010, relatou e conseguiu aprovar projetos do agrado do setor, é um dos críticos mais ferozes dos procedimentos adotados pelo SUS. “O ressarcimento ao SUS pelo atendimento de quem possui plano de saúde é exagerado”, diz ele.

Há fortes grupos de interesse do Congresso que estarão em lados opostos durante as discussões de projetos este ano. A bancada sindicalista congrega 73 parlamentares e promete brigar pela aprovação do projeto que prevê redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. O presidente da Força Sindical e deputado reeleito, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), acredita que há espaço para fazer uma articulação “a fim de garantir um bloco de cerca de 200 parlamentares a favor das causas trabalhistas”. Na última semana, a CUT recebeu parlamentares, no aeroporto de Brasília, com uma pauta que inclui, além da redução da jornada, o fim do fator previdenciário. O corpo a corpo foi intenso. Cada deputado que desembarcava era logo abordado por um sindicalista com um folheto em mãos. “Às vezes a gente fica meio sem jeito. Diz que vai votar a favor só para se livrar do cara”, confidenciou um deputado do PSDB que pediu para não ser identificado. O lobby do movimento sindical rivalizará com os defensores dos interesses dos empresários, que representam a maior bancada da Casa, com 273 integrantes. O ponto fraco do segmento empresarial é ser muito heterogêneo. Em alguns casos, se confunde com outros grupos de parlamentares, como os ruralistas. Conhecido como rei da soja, o senador Blairo Maggi (PR-MT) é um dos políticos que pertencem simultaneamente às duas bancadas. “Tradicionalmente, os parlamentares empresários não atuam de modo articulado”, afirma o cientista político Rubens Figueiredo, diretor do Centro de Pesquisas e Análises de Comunicação (Cepac).

Um dos grupos de lobistas da área empresarial mais atuantes no Congresso é a Associação das Empresas Cerealistas do Paraná (Acepar), que trabalha na Câmara pela redução da carga tributária. A ação em Brasília rendeu frutos. Por intermédio de parlamentares da bancada dos empresários, a Acepar ampliou seu espaço no mercado. Assíduo frequentador dos corredores da Câmara e do Senado, o vice-presidente da associação, Arney Antonio Frassan, sócio-diretor da AB Comércio de Insumos, foi recompensado. Conquistou, no ano passado, um assento na Câmara de Logística do Ministério da Agricultura. As indústrias são outra vertente da bancada dos empresários com voz ativa no Parlamento. O lobby industrial tem uma atuação sistemática no Congresso, bradando sua Agenda Legislativa da Indústria, um documento elaborado anualmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), cujo lançamento sempre ocorre em cerimônia pública. A agenda lista projetos em tramitação no Congresso que são de interesse do setor. “A CNI faz uma espécie de lobby transparente porque nossa posição está claramente indicada nesta agenda, que é pública”, diz o ex-presidente da CNI, o deputado Armando Monteiro Neto, eleito senador (PTB-PE).

Um dos crescimentos mais notáveis dessas frentes parlamentares foi o da bancada evangélica. Ela, que tinha 45 parlamentares, conseguiu eleger 66. Agora medirá forças com os estreantes na Casa que representam o movimento GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). Os pontos de discórdia são os projetos em favor da descriminalização do aborto e do casamento civil gay. “Vamos nos opor a todos os projetos que não se identificam com princípios bíblicos”, diz o deputado Erivelton Santana (PSC-BA), diácono da Assembleia de Deus. A lista dos evangélicos novatos inclui o ex-governador Anthony Garotinho (PR-RJ) e a cantora gospel Lauriete Rodrigues (PSC-ES). Os católicos são tão aguerridos nessa questão da união de pessoas do mesmo sexo quanto os evangélicos. Este ano, dois religiosos engrossarão as fileiras da bancada: Padre Zé (PP-CE) e Padre Ton (PT-RO). Apesar de estar em menor número, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), um dos líderes do segmento GLBT com cerca de dez parlamentares, partirá para a ofensiva. Na terça-feira 29, lança a Frente Parlamentar Mista pela Cidadania GLBT. “Queremos os mesmos direitos para todos”, repete Wyllys. No Senado, o movimento é representado por Marta Suplicy (PT-SP), que desarquivou projeto de lei que torna a homofobia crime. Depois de passar pela Comissão de Assuntos Sociais, o projeto ainda precisará passar pela Comissão de Constituição e Justiça antes de ser votado em plenário. Marta sabe das resistências que pode encontrar, mas revela otimismo. “Eu tenho a convicção de que poderemos, na legislatura que se inicia, retomá-lo e avançar para a aprovação. Não espero que seja fácil. Já vejo manifestações contrárias. Mas a renovação na Casa foi grande e tenho esperança em convencer os nossos senadores de sua importância não só para a comunidade GLBT, mas para o Brasil”, disse.


A disputa ferrenha entre as bancadas suprapartidárias e “grupos de pressão” por espaço e influência no Congresso mostra que o lobby, prática que cresceu no Brasil a partir da Constituinte de 1988, está cada vez mais transparente no País, embora não seja ainda regulamentada por lei, como nos EUA. Há pouco tempo, o lobby era quase sempre relacionado a atividades ilegais. Casos de tráfico de influência seguem sendo tratados como fruto do trabalho de lobistas, mas nos últimos 20 anos ganhou corpo uma categoria de profissionais que vem se pautando por uma atuação à luz do dia. Eles procuram contato com as autoridades com hora marcada na agenda, assunto previamente definido e nos próprios gabinetes de trabalho. É o caso da empresa Umbelino Lobo, que durante cinco anos atendeu o Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom). A empresa de consultoria, sediada em Brasília, foi responsável pela aprovação da emenda constitucional que instituiu a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), o chamado “imposto dos combustíveis”. “Mais do que um direito legítimo, é um dever do setor privado manter um canal permanente de interlocução com o Legislativo a fim de ajudar na formulação de políticas públicas”, prega Antônio Marcos Umbelino Lobo, diretor superintendente da empresa e no mercado há 32 anos. Mas há importantes companheiros de atividade de Lobo empenhados em evitar a regulamentação do setor. É que dentro ou fora do Congresso ainda pululam em Brasília as bancadas da sombra. (Isto É)

 
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