sábado, 6 de novembro de 2010

Paixão:

Família protesta após dois anos sem respostas


Tamy Antunes e Tiago Silva

Familiares e amigos de Rachel Genofre estão realizando uma passeata no Centro, protestando pelos dois anos de dor e falta de respostas, sobre o assassinato que chocou o país. Exatamente no dia 6 de novembro de 2008 a menina Rachel foi sepultada após ser executada de forma brutal. A passeata se inicia na Boca Maldita e termina na Praça Rui Barbosa, esse era o trecho que a vítima percorria todos os dias, da escola em que estudava – Instituto da Educação do Paraná - até a Biblioteca Pública do Paraná.

A mãe de Rachel, Maria Cristina Lobo conversou com a reportagem da Banda B e declarou que pode passar o tempo que for, a dor pela perda da filha continua a mesma. "Nós queremos cobrar justiça, esse caso não pode cair no esquecimento. A gente recebe muito apoio da população, ligações de força, mas o isso ainda não foi esclarecido, então a gente não consegue descansar", declarou.

Como a menina de apenas oito anos, foi violentada, a polícia conseguiu coletar e armazenar o DNA do agressor e assassino, mas para a família isso ainda não é o suficiente. "Eles tem o DNA mas pena que o DNA não mostra a altura, a idade as características do assassino, porque ainda tem que ficar esperando ele aparecer", desabafou Maria Cristina.

Enem 2010:MEC vai criar site para candidatos prejudicados por erro


Procuradora do MPF em São Paulo acha ser possível anular a prova em ação coletiva

O Ministério da Educação (MEC) confirmou na tarde deste sábado que houve um erro na impressão do cartão-resposta da prova distribuída hoje a 4,6 milhões de estudantes em todo o País. O órgão também afirmou que criará um "ambiente virtual" para os alunos prejudicados pelo problema.

A confusão foi no cabeçalho do cartão-resposta, onde os alunos anotaram o gabarito. No caderno de prova, os alunos tinham que responder, em primeiro lugar, as questões de ciências humanas, cujas questões vinham numeradas de 1 a 45. Depois, vinham as perguntas de ciências da natureza, entre os números 46 e 90. No cabeçalho do cartão-resposta, porém, a ordem estava invertida. Na parte correspondente às questões de número 1 a 45, estava escrito "ciências da natureza" no topo. E, em cima do espaço para marcar as respostas de 46 a 90, estava grafado "ciências humanas".

O erro, aparentemente simples, confundiu estudantes por todo o País. Alguns perceberam o problema até antes dos fiscais, que ao serem alertados procuraram o MEC. O MEC confirmou ter tido conhecimento do erro apenas no decorrer da prova e disse que orientou todos os fiscais a explicarem o problema aos alunos, pedindo que desconsiderassem o cabeçalho com a grafia trocada e respondessem as perguntas na ordem de 1a 90.

Em algumas cidades, como no Recife, pais de alunos decidiram procurar o Ministéro Público para se queixar. "Qualquer coisa que induza o aluno ao erro pode dar margem ao aluno para pedir anulação", diz. A procuradora da República Maria Luiza Grabner, do MPF em São Paulo, diz que "os alunos que se sentirem lesados, na segunda-feira, podem fazer representação no órgão".

Essa representação, segundo a procuradora, pode servir de base para uma ação coletiva contra o MEC, para anular a prova. Edson Bortolai, presidente da Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB-SP, diz que o estudante pode procurar o Procon ou mover uma ação de indenização individual.

Dilma deve tirar Meirelles do BC para reduzir juros logo no início do governo


Embora avalie que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi importante para sustentar a política de combate à inflação do governo Lula e certeiro nas medidas de contenção dos efeitos da crise econômica mundial de 2008 e 2009 no Brasil, a presidente eleita, Dilma Rousseff, tende a não aproveitá-lo no posto.

É certo que Dilma vai centralizar em torno de si todas as ações econômicas do início do governo, disse ao Estado um de seus mais importantes colaboradores. Pretende, com isso, alcançar dois objetivos: forçar a redução nas taxas de juros logo na primeira reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) e mostrar que, ao contrário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela terá o controle de todos os setores do governo, a começar pela economia. Tanto é assim que o primeiro bloco de auxiliares a ser anunciado será o da equipe econômica.

Com a centralização e a pressão explícita para que os juros baixem - o que Lula nunca exerceu em relação ao Banco Central -, Meirelles ficará numa posição desconfortável, pois sua política de combate à inflação tem sido sempre a de, por absoluta prevenção, manter os juros altos.

A própria Dilma se garante como avalista da estabilidade econômica. Em entrevista ao SBT, na terça-feira à noite, ela avisou que fará a centralização. "Não serão pessoas que serão responsáveis por isso", afirmou, referindo-se ao tripé formado por metas de inflação, câmbio flutuante e contas equilibradas. "Sou eu a responsável. E como responsável, eu asseguro: seja quem esteja à frente do cargo, eu assegurarei no País a questão da estabilidade econômica."

Embaixada

Uma solução para Meirelles - e ele já se mostrou simpático à ideia - seria nomeá-lo embaixador do Brasil em Washington. É um nome com muito trânsito nos meios financeiros e governamentais, atributos essenciais para a interlocução de um governo Dilma que ainda não tomou posse mas já faz coro e, ao lado de Lula, acusa os Estados Unidos de, junto com a China, promoverem uma "guerra cambial" no mundo.

O PMDB, ao qual Meirelles é filiado, ainda tem esperanças de emplacá-lo no Ministério da Fazenda ou no dos Transportes. Mas Dilma tem sido aconselhada a manter Guido Mantega, decisão que contaria com a simpatia de Lula. E o Ministério dos Transportes é um feudo do PR, embora o PMDB esteja, numa espécie de escambo político, tentando trocá-lo pela Agricultura.

Conforme um integrante do governo muito próximo de Dilma, ela quer lotar o setor econômico na Esplanada dos Ministérios com "defensores de ações desenvolvimentistas" - como ela. A presidente eleita acredita que, assim como ocorreu na gestão Lula, principalmente depois da crise econômica mundial, o governo tem entre os seus papéis fundamentais fazer a indução para o desenvolvimento e o crescimento econômico.

Na visão de Dilma, exposta ao longo de conversas mantidas na campanha, será preciso reduzir os juros para "contaminar o setor privado" e incentivá-lo a investir cada vez mais. O plano estratégico prevê alcançar a meta de taxa real de 2% de juros (descontada a inflação) em 2014. Ela defende ainda a desoneração da folha de pagamentos e investimentos muito fortes nas micro e pequenas empresas.

Para tanto, Dilma pretende elevar o limite de enquadramento de empresas no Simples Nacional. "Esse foi um dos melhores modelos: aumentamos a arrecadação, o grau de formalização da economia", disse ela na entrevista ao SBT. "Pretendo aumentar o limite de enquadramento." Dessa forma, explicou, mais empresas poderão se beneficiar do sistema tributário simplificado. Ela, porém, não revelou qual seria o novo limite.

Atualmente, são consideradas microempresas passíveis de inscrição no Simples aquelas que têm faturamento bruto de até R$ 240 mil ao ano. O programa também admite empresas de médio porte com faturamento de até R$ 2,4 milhões. Hoje, há cerca de 3,9 milhões de pessoas jurídicas inscritas no programa. Também está em análise a elevação do limite de enquadramento dos microempreendedores individuais (MEI), hoje em R$ 36 mil ao ano.

Pasta

Dilma revelou durante a campanha ter "vontade" de criar um ministério específico para as micro, pequenas e médias empresas. O nome mais cotado para essa nova pasta é o de Alessandro Teixeira, atual presidente da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), um dos coordenadores da sua campanha presidencial.

Ela acredita que será possível fundir ministérios, fazendo com que a estrutura de governo fique do tamanho da atual, com 35 ministros. O ideal seria reduzir, mas Dilma não vê como atender à base partidária governista - que tem uma dezena de legendas - promovendo uma lipoaspiração na Esplanada.

Enem 2010: Caderno amarelo é o que tem mais problemas, afirmam estudantes


Segundo os estudantes que estão entrando em contato com o Vestibular da Gazeta do Povo, a prova amarela deste primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio foi a que mais apresentou problemas de impressão.

Segundo a estudante Franciele Iurk, 18 anos, que fez o Enem na Unibrasil, em Curitiba, o caderno amarelo tinha folhas do caderno branco e questões repetidas. “A numeração estava fora de ordem, teve erro no gabarito, havia muitas questões iguais. A fiscal reconheceu que mais da metade da prova estava igual. Ela entrou em contato com a coordenação, que ligou para os responsáveis pela prova. E eles não fizeram nada, deram continuidade na prova normalmente”, diz ela.

Segundo estudantes que estavam na Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), um bate-boca entre estudante, por causa dos erros de impressão, chegou a envolver a polícia

Confira mais reclamações de internautas:

“Fizemos a prova no município de Pinhão, no Colégio Mario Evaldo Morsk. O formulário de prova cor amarela, tinham muitos erros de impressão, duas questões 23, faltou a 31 e 32, mesmas questões em números diferentes. Isso é uma falta de respeito com os alunos e com o próprio Enem, que vem há muitos anos beneficiando pessoas carentes no ingresso a faculdade.” Mauricio José Rocha

“Fiz a prova do Enem na unidade da Opet Getúlio Vargas, lá tiveram vários candidatos com a prova da cor amarela faltando questões, questões duplicadas, os fiscais não sabiam o que fazer e muitos já tinham preenchido no gabarito a cor da prova e foram orientados para mudar a cor, tudo anotado na ata, na sala 305.” Vilmar

“Na minha sala a prova de cor "amarela" estava faltando 3 questões, alem das repetidas...” Victor Vidal

“Acabei de fazer a prova do Enem em Curitiba (Prédio da Reitoria) e não foi apenas esse o erro de impressão na prova. No meu caderno (amarelo) estavam faltando questões. E se não bastasse isso, várias questões estavam repetidas, ora com a mesma numeração, ora com outro numero. A mesma questão com duas numerações diferentes. No meio de toda discussão, completei o cartão de respostas de qualquer maneira, exigi o caderno de resposta, o que me foi negado, e fui embora indignado sem nenhuma certeza.” Marcio Bellé

“A prova amarela do Enem está totalmente bagunçada. Não pude respondê-la, pois, entre as questões da prova amarelas, há questões da prova branca, o que impedirá que o gabarito seja respondido de forma correta. Essa prova foi um fracasso, e eu sinto que eu e muitas outras pessoas perdemos oportunidades. Estou muito desapontada e triste.”
Débora


Falhas na impressão

O primeiro problema detectado pelos estudantes foi na inversão da numeração do gabarito. No caderno de provas as questões 1 a 45 correspondem à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias, enquanto as questões 46 a 90 são de Ciências da Natureza. Ocorre, porém, que no gabarito consta o inverso: as questões 1 a 45 representam a prova de Ciências da Natureza e a 46 a 90 à prova de Ciências Humanas.

Até que o problema fosse resolvido, os estudantes estavam impedidos de preencher o gabarito. Procurada, a assessoria do Ministério da Educação informou que o problema não se restringe às provas de Curitiba e que os fiscais de prova foram avisados. Eles, então, passaram a orientar os estudantes a preencher o gabarito respeitando a numeração da prova, ignorando o cabeçalho errado.

Além das questões invertidas no caderno de questões e no cartão de respostas foram encontrados outros problemas na prova. Segundo ele o funcionário público Silvano Andrade, 35 anos, alguns exercícios aparecem mais de uma vez, com numerações diferentes. "Estou tentando identificar outros problemas, mas existe pelo menos meia dúzia de erros. Isso está me cheirando a sabotagem política", afirma ele, que faz as provas na faculdade Opet, em Curitiba.

Andrade conversou por telefone com a reportagem enquanto aguardava providências na sala de coordenação. "Eu respondi a 23 questões e comecei a identificar os erros. Então chamei o fiscal, saí da sala e vim à coordenação para ver o que seria feito para que eu não fosse prejudicado", diz.

O candidato afirma que não deixará o local antes das 17 horas, para que possa sair com a prova. Os estudantes só podem levar o caderno de questões se deixarem a sala depois de quatro horas após o início do exame, que começou às 13h.

Andrade pretende usar a nota do Enem na disputa por uma vaga no curso de História da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Este ano a UFPR vai destinar cerca de 10% das vagas em cada curso para o Sisu, sistema eletrônico que seleciona candidatos a universidades públicas exclusivamente pela nota do Enem.

Aroeira:

Presidente do Banco do Vaticano é investigado por lavagem de dinheiro


Ettore Gotti Tedeschi

O presidente do Banco do Vaticano, Ettore Gotti Tedeschi, e outro funcionário de alto escalão da instituição estão sendo investigados como parte de uma um inquérito sobre lavagem de dinheiro, informaram nesta terça-feira fontes da polícia em Roma.

Segundo o correspondente da BBC em Roma, David Willey, o inquérito foi aberto depois que duas transações suspeitas, envolvendo o banco e duas outras instituições italianas, foram descobertas pela unidade de inteligência financeira do Banco da Itália, que informou no ano passado o achado à polícia.

Como parte das investigações, a polícia apreendeu cerca de 23 milhões de euros que o Banco do Vaticano depositou em um pequeno banco chamado Credito Atigianato.

Em um comunicado, a Santa Sé afirmou que está “perplexa” diante da abertura da investigação e que tem confiança total em Tedeschi.

O banco, conhecido oficialmente como Instituto para Trabalhos Religiosos, administra contas bancárias de ordens religiosas católicas, cardeais, bispos e outros sacerdotes. Ele só tem uma agência, que fica dentro do Vaticano.

A instituição já foi pivô de um escândalo de lavagem de dinheiro em 1982, quando esteve envolvida no colapso do Banco Ambrosiano, que na época era o maior branco privado italiano.

Assédio sexual em empresa gera condenação




A 6ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul reconheceu o direito à reparação civil por dano moral de uma ex-funcionária da Transportes Waldemar Ltda. O colegiado condenou a empresa a indenizar em R$ 10 mil reais a autora da ação por sofrer assédio sexual de um colega que trabalhava com ela.

A Turma reformou a decisão inicial que indeferiu, por falta de provas, a solicitação da reclamante, levando-a a recorrer da sentença. O acórdão se baseou na testemunha da reclamante que relatou em juízo ter visto situações insinuantes e constrangedoras, por parte do acusado, contra a autora.

Para a Relatora, a Juíza Convocada Maria Madalena Telesca, "o ônus da prova em situações como esta, deve ser revertido ao empregador para que se prestigie o princípio da não discriminação no trabalho".

Amazônia tem uma nova espécie descoberta a cada 3 dias


A organização ambientalista internacional WWF (World Wide Fund for Nature) lançou um relatório que faz uma extensa compilação das mais de 1.200 novas espécies de animais e vegetais descobertas na Amazônia na última década.

Segundo o estudo, intitulado "Amazon Alive!" uma nova espécie foi descoberta a cada três dias na região entre 1999 e 2009.

Os números comprovam que a Amazônia é dos lugares de maior biodiversidade da Terra: foram catalogados 637 novas plantas, 257 peixes, 216 anfíbios, 55 répteis, 39 mamíferos e 16 pássaros.

"O volume de descobertas de novas espécies é incrível - e isso sem incluir o grupo dos insetos, onde as descobertas também são muitas", afirma a coordenadora da WWF no Brasil Sarah Hutchison.

"Esse relatório mostra a incrível diversidade da vida na Amazônia e por isso precisamos de ações urgentes para que essas espécies sobrevivam."

Elefantes são 'engenheiros' que ajudam na biodiversidade, diz estudo

Mark Kinver/BBC

Áreas destruídas por elefantes abrigam mais anfíbios e répteis

Um estudo de cientistas americanos afirma que áreas destruídas por elefantes abrigam mais espécies de anfíbios e répteis do que aquelas que ficam intocadas, o que faz dos paquidermes verdadeiros "engenheiros ecológicos".

Os pesquisadores encontraram 18 espécies de animais em locais altamente danificados pelos elefantes, enquanto as áreas intactas tinham apenas oito. As descobertas foram publicadas na revista African Journal of Ecology.

"Elefantes, junto de algumas outras espécies, são considerados engenheiros ecológicos porque as suas atividades modificam o habitat de uma maneira que afeta muitas outras espécies", explica Bruce Schulte, da Universidade Western Kentucky (EUA).

"Eles fazem de tudo, desde cavar com suas patas dianteiras, puxar grama e derrubar grandes árvores. Assim, realmente mudam a paisagem."

O cientista afirma que o sistema digestivo dos elefantes, por não processar muito bem todas as sementes que eles comem, também ajuda na modificação do habitat.

"Como as fezes são também um ótimo fertilizante, os elefantes são capazes de rejuvenescer a paisagem ao transportar sementes para diferentes lugares", disse Schulte à BBC.

A equipe da Universidade Georgia Southern (EUA) realizou o estudo entre agosto de 2007 e fevereiro de 2008 no rancho Ndarakwai, uma área de 4,3 mil hectares no nordeste da Tanzânia.

Os cientistas identificaram áreas com grandes, médios e baixos danos causados por elefantes criados livremente, em comparação com uma área de 250 hectares que foi isolada de grandes herbívoros, como elefantes, girafas e zebras.

Ao buscar amostras de espécies, os pesquisadores encontraram "uma tendência de maior riqueza em áreas com danos causados por elefantes do que na vegetação florestal."

Melhores amigos dos sapos

No artigo, os cientistas concluem que a diferença na riqueza animal nas áreas danificadas era provavelmente resultado da "engenharia" dos elefantes, gerando novos habitats para uma diversidade de espécies de sapos.

"As crateras e destroços de madeira formados por árvores quebradas e arrancadas pela raiz (aumentaram) o número de refúgios contra predadores", diz o estudo.

Os cientistas afirmam ainda que os locais também favoreceram insetos, que se tornaram uma importante fonte de comida para anfíbios e répteis.

Schulte afirma que a descoberta traz implicações para estratégias de manutenção do habitat e da vida selvagem.

"Se estamos administrando o habitat, então claramente temos que saber para que o estamos administrando", diz.

"O que este estudo aponta é que, embora algumas coisas não pareçam particularmente boas para o olho humano, isto não significa necessariamente que isto é prejudicial para toda a vida que está ali."

Maioria dos candidatos do Enem já terminou o ensino médio


Agência Brasil

Os candidatos que vão comparecer aos 16 mil locais de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir deste sábado (6/11) têm um perfil diferente daqueles que participaram das primeiras edições da avaliação. Mais da metade dos inscritos (58%) já concluíram a educação básica em anos anteriores e boa parte não está mais na faixa etária dos alunos do ensino médio – 1,5 milhão tem entre 21 e 30 anos e 691 mil são maiores de 30.

A participação dos chamados egressos aumenta a cada ano: em 2008, eram 38% e em 2009, 55%. O interesse desse público pela prova pode ser explicado pelas novas possibilidades de acesso ao ensino superior que o Enem oferece.

Alunos de baixa renda que cursaram o ensino médio em escola pública podem participar do Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas de estudo em faculdades particulares. Outra possibilidade é utilizar a nota do exame para disputar uma vaga em uma das 83 universidades públicas que trocaram seus vestibulares pelo Enem.

Uma dessas candidatas é Eliana Pereira, 28 anos, que decidiu participar do Enem para tentar uma bolsa do ProUni. Onze anos depois de terminar o ensino médio, ela quer estudar jornalismo. Na época em que concluiu a educação básica, deixou de lado a vontade de fazer um curso superior para trabalhar.

“Antigamente não tinha tantas oportunidades, aqui em Brasília mesmo era só a UnB [Universidade de Brasília]. A gente vê no Enem mais uma porta de entrada para o ensino superior”, afirma. Eliana está estudando para o Enem em casa e refazendo edições antigas da prova.

Apesar de ter saído da escola há algum tempo, ela acredita que tem as mesmas chances de se sair bem do que um candidato que está concluindo o ensino médio agora. “A exigência do Enem aumentou, eu percebo isso pelas provas mais antigas que refiz. Mas estou bastante confiante”, afirma.

As provas do Enem serão aplicadas neste fim de semana (6 e 7 de novembro) para 4,6 milhões de inscritos. No sábado (6), as provas serão de ciências da natureza e humanas, cada uma com 45 questões. No domingo (7), os candidatos serão avaliados em matemática e linguagens, cada uma com 45 questões, além da redação. O exame começa às 13h (horário de Brasília).

PF prende sete acusados de desviar recursos das obras da BR-101 no RN

Folha

A Polícia Federal realizou na manhã desta sexta-feira (05) a Operação Via Ápia no Rio Grande do Norte. Sete pessoas foram presas sob a acusação de participar de um esquema que teria desviado R$ 2 milhões das obras de duplicação da BR-101 no Estado.

Entre os detidos estão o superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Fernando Rocha, e o diretor-adjunto do órgão, o engenheiro Gledson Maia, sobrinho do deputado federal reeleito João Maia (PR-RN) e do deputado distrital eleito Agaciel Maia (PTC-DF).

Gledson Maia foi o primeiro a ser preso, ainda ontem. O engenheiro almoçava em um restaurante de Natal com um empresário, que também foi preso, quando foi abordado por agentes da PF. A prisão foi em flagrante, no momento em que, segundo a PF, o diretor do Dnit recebia R$ 50 mil de propina. Seu advogado nega.

Os demais presos são funcionários do Dnit e representantes de um consórcio contratado pelo órgão para a execução de obras no Estado. Segundo a PF, os presos podem responder por peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, formação de quadrilha e por violação a lei das licitações. A pena pode chegar a 12 nos de reclusão.

Segundo o superintendente da PF no Rio Grande do Norte, Marcelo Mosele, o esquema atuava voltado para superfaturar e desviar recursos de obras públicas, além de realizar o pagamento indevido em projetos de infraestrutura rodoviária que deveriam ser feitos pelo Dnit.

"Nos unimos para investigar o desvio de verbas de um trecho da obra de duplicação da BR-101. As provas indicam que funcionários públicos do Dnit estavam se corrompendo a favor de determinadas construtoras envolvidas nesta obra", disse Mosele.

O trecho superfaturado, segundo a PF, é o percurso entre o município de Arêz (RN) e o limite com o Estado da Paraíba, o equivalente a 60 quilômetros de rodovia. A obra faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal.

Mosele afirmou ainda que a propina paga a Gledson Maia ontem não tem relação com os crimes investigados pela Operação Via Ápia. Segundo ele, os R$ 50 mil pagos a ele eram referentes a um acordo feito para que uma dispensa de licitação favorecesse determinada empresa na reparação da ponte do rio Açu.

Apesar de a estimativa apontar para um prejuízo aproximado de R$ 2 milhões aos cofres públicos, o desvio de dinheiro causado pelo esquema pode ser ainda maior, o que será calculado após análise das provas recolhidas hoje.

Ao todo foram cumpridos nove mandatos de busca, sendo oito no RN e um em PE.

Em corte, iraquianos denunciam torturas em "Abu Ghraib britânica"

BBC/BRASIL

Militares britânicos teriam torturado prisioneiros iraquianos sob seu poder, no que está sendo descrito como a "Abu Ghraib britânica" --referência à prisão comandada por americanos e que chocou o mundo com fotos e relatos de tortura física e psicológica.

Segundo relata o jornal "The Guardian", 200 ex-presos de um centro de interrogatório secreto do Reino Unido trouxeram evidências a uma alta corte do país de que passaram fome, foram proibidos de dormir e ameaçados de morte. Tudo teria ocorrido no centro em Basra, no Iraque, operado pela Joint Forces Interrogation Team (JFIT) --equipe conjunta de interrogação, em tradução livre.

A corte ouviu, ainda segundo o "Guardian", relatos de que os prisioneiros da JFIT apanharam, foram forçados a se ajoelhar em posições desconfortáveis por mais de 30 horas seguidas e alguns até mesmo submetidos a choques. Alguns dos prisioneiros relatam ainda que foram submetidos à humilhação sexual de soldados mulheres e outros, que passaram dias em celas de um metro quadrado.

O grupo de advogados que representa os ex-prisioneiros quer levar a denúncia a um inquérito público para buscar culpados. Nesta sexta-feira, eles participaram de uma primeira audiência que vai determinar se há provas para seguir adiante --o procedimento deve durar três dias. Para isso, contudo, enfrentarão a oposição do Ministério de Defesa, que já defendeu que o caso deve ser investigado internamente.

O jornal destaca ainda dois vídeos apresentados como evidência e nos quais um suposto insurgente, preso em abril de 2007, é questionado sobre um ataque contra uma base britânica.

As imagens, feitas pelos próprios interrogadores, mostram militares gritando ofensas e ameaçando o iraquiano de morte. Eles aparentemente ignoram os relatos do prisioneiro de que está sendo proibido de dormir e forçado a jejuar há dois dias. No fim das seções, ele é arrastado pelos dedões ao longo do corredor.

O advogado do prisioneiro alega ainda que golpes contra seu cliente, assim como seus gritos de dor, podem ser ouvidos ao fundo no fim do vídeo.

Enem 2010 vai definir 83 mil vagas em instituições federais

Folha.com

Com 4,6 milhões de inscritos, o Enem 2010 será realizado neste final de semana --dias 6 e 7 de novembro.

A previsão do MEC (Ministério da Educação) é que os inscritos no exame concorram a 83 mil vagas em 83 instituições federais de ensino, por meio do Sisu (sistema que destina vagas em instituições federais apenas com base na nota do Enem).

O número é 76% maior em relação ao ano passado, quando o exame foi reformulado. Em 2009, 47 mil vagas foram oferecidas pelo sistema integrado de vagas.

A prova deste ano deve seguir o modelo consolidado no ano passado, com uma novidade: a aplicação de questões de língua estrangeira. As perguntas, inseridas na prova de linguagens, códigos e suas tecnologias, serão de inglês ou espanhol, conforme escolha do estudante.

"As questões de língua estrangeira não vão poder exigir muito", aposta Francisco Achcar, coordenador do curso e colégio Objetivo.

Segundo o professor, uma das preocupações do Enem é não realçar o "abismo" educacional do Brasil. "E língua estrangeira é um dos pontos em que a diferença é maior."

Achcar acredita que as questões que cobrem conhecimentos de inglês ou espanhol venham com partes em português. "Não acho que vão cobrar longos textos, todo feito em outra língua."

Outra novidade é a proibição do uso de lápis na resolução das questões. Segundo o Inep, responsável pela elaboração e aplicação da prova, o leitor ótico só faz a leitura das questões respondidas com caneta esferográfica preta.

Nos anos anteriores, alguns alunos usavam o lápis permitido para rascunho para anotar as respostas. "Agora, não podendo levar lápis, seguramente todos irão marcar o cartão e fazer a redação com caneta", disse o Inep, por meio de nota.

A prova deste ano também deve ter mais espaço para rascunhos. No ano passado, a falta de espaço para cálculos e anotações gerou reclamações entre os estudantes.

O Inep informou que o problema será corrigido, mas não detalhou qual será o tamanho desse espaço a mais.

O que não deve mudar na prova de 2010 é a preocupação com o tempo. "O Enem é sempre trabalhoso e longo.

Os nordestinos no Paraná


Laércio Souto Maior

Com uma virulência raramente vista, pipocaram na internet as mais violentas opiniões racistas contra o povo nordestino

Com metódica regularidade, de tempos em tempos ressurge implacável, para a vergonha da nacionalidade, o odioso preconceito antinordestino nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Dessa vez, o motivo da campanha racista foi a vitória da candidata Dilma Rousseff (PT) nos nove estados nordestinos, com mais de 10 milhões de votos de vantagem sobre o candidato oposicionista José Serra (PSDB), na eleição presidencial.

Com uma virulência raramente vista, pipocaram na internet via Twitter as mais violentas opiniões racistas contra o povo nordestino. Costumo falar quando me deparo com pessoas desinformadas que faltam luzes (no sentido de leitura e informação) a esses nossos compatriotas. Portanto, dirijo-me aos carentes de luzes quando o assunto é o Nordeste e os nordestinos na saga da sua diáspora pelo território continental do Brasil. Pois devem desconhecer a contribuição dos nordestinos na criação e construção do estado do Paraná, e da sua capital, a bela Curitiba.

Wilson Martins, crítico literário de renome internacional, exaltou a figura do estadista baiano Zacarias Góes de Vasconcelos, como o inventor da Província do Paraná libertando-a do jugo de São Paulo da qual fazia parte como a 5.ª Comarca. Como primeiro presidente da província, Zacarias Góes de Vasconcelos derrotou as pretensões de Paranaguá, na época a principal cidade paranaense, e também de Guarapuava e Castro que alegavam razões estratégicas e políticas para os seus pleitos de sediar a capital, escolhendo e assinando a lei que no dia 26 de julho de 1854, fixou em Curitiba a sede administrativa e política da mais nova província do Império do Brasil.

Zacarias Góes de Vasconcelos organizou a força policial do Paraná que teve como seu primeiro comandante, o capitão do exército Joaquim José Moreira de Mendonça, paraibano de boa cepa, lembrando também que o filho do estado do Ceará, o coronel do exército Joaquim Antonio de Moraes Sarmento, é o patrono da Polícia Militar do Estado do Paraná. A fecunda administração de Vasconcelos criou as cadeiras de Latim, Francês e Inglês no Liceu Paranaense; determinou a abertura da Estrada da Graciosa; decretou a obrigatoriedade do ensino primário; criou o cargo de Inspetor Geral da Instrução; fundou o Arquivo Público do Paraná, e o jornal Dezenove de Dezembro, mas vamos parando por aqui porque daria para encher mais de uma página enumerando as ações pioneiras na área administrativa desse baiano.

Saindo do campo intelectual, destaca-se a contribuição da força do trabalho braçal na construção do Paraná. A colonização do Norte do estado, a mais dinâmica região econômica do Paraná, aconteceu graças a um exército de 800 machadeiros “baianos”, liderados pelo pernambucano João Tenório Cavalcanti, que em 1939 puseram abaixo as matas do Norte paranaense, ensejando sua ocupação pelos milhões de imigrantes e migrantes de todas as partes do país e do mundo.

Para finalizar, vale relembrar os fundadores do jornal Gazeta do Povo, um dos mais importantes do Brasil. Os nordestinos Benjamin Lins e Oscar Joseph de Plácido e Silva são os fundadores e primeiros proprietários do grande jornal que enche de orgulho as tradicionais famílias paranaenses. A dupla fundou a empresa Plácido e Silva&Cia.Ltda., a primeira sociedade por cotas de responsabilidade limitada surgida no país, e estiveram envolvidos na fundação da primeira Universidade do Brasil (UFPR). O alagoano Plácido e Silva fundou também a Faculdade de Ciências Econômicas do Paraná (1937); a Faculdade de Direito de Curitiba, e foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Paraná. Essa é apenas uma síntese da contribuição do povo nordestino para a grandeza do Paraná.

Laércio Souto Maior é advogado, jornalista e escritor.

AS DORES DA TRANSIÇÃO


Fábio Campana/Revista Idéias

No dia 1º de janeiro a trupe do PMDB deixará o governo do Paraná e a contragosto o entregará a Beto Richa, tucano eleito em 3 de outubro para governar pelos próximos quatro anos. A equipe de transição criada por Richa concluirá o seu relatório sobre a situação do Estado até 15 de novembro.


Com quantas decepções se faz uma transição? As expectativas do futuro governador não são boas. Por isso mesmo Richa estabeleceu esse prazo curtíssimo para a conclusão do diagnóstico.

“Não podemos perder tempo. Vamos começar a trabalhar desde o primeiro momento e, para isso, precisamos ter em mãos, o quanto antes, esse diagnóstico”, diz Richa.

Na verdade, Beto Richa quer ter uma visão completa do Estado antes de a Assembleia Legislativa começar a discutir o orçamento de 2011. O projeto foi encaminhado no início da semana passada aos deputados, e o relator do Orçamento do Estado para 2011, deputado Nereu Moura, do PMDB, foi logo avisando que há pouca margem para novos investimentos na previsão que beira os R$ 26 bilhões.

A equipe de transição de Beto orienta os deputados aliados a barrar, em plenário, projetos que possam sobrecarregar o orçamento do próximo ano. Porém, a bancada de apoio a Beto Richa é absoluta minoria na Casa e, dificilmente, sem acordo, haverá possibilidades de emperrar os projetos.

O líder do governo na Assembleia Legislativa, Caito Quintana, do PMDB, disse que há projetos que já têm previsão orçamentária e que não comprometerão as finanças futuras. É o caso da regulamentação da Defensoria Pública. “A mensagem apenas regulamenta uma situação. Foi uma proposta aprovada por unanimidade. Ao novo governo caberá decidir em que prazo executar a proposta. Não há uma imposição de tempo”, afirmou Quintana.

Há outros projetos que o governo nem faz questão de votar este ano. Como a mensagem que cria a Secretaria da Mulher, que somente poderá ser preenchida pelo próximo governador. “Há projetos de suplementação de verbas em algumas áreas, que serão executados com recursos do orçamento em vigor”, citou o líder do governo.

E há a gastança no fim de feira. Todos os dias chegam informações no bunker de Beto Richa sobre novos gatos absolutamente desnecessários, com a compra de computadores para a Sanepar e para a Celepar, como o pagamento de precatório, inclusive no porto de Paranaguá.

FIM DE FEIRA

A preocupação é grande. As notícias correm e dão conta de que o fim de feira deste governo de Orlando Pessuti se faz com prodigalidades nos gastos públicos que podem deixar o governo entrante de Beto Richa em péssima situação.

Por conta disso, o deputado Ney Leprevost está fazendo uma série de pedidos de informação sobre possíveis gastos deste fim de Governo. Esta semana foi aprovado em plenário seu questionamento sobre precatórios.

Agora, Leprevost quer saber se procede a informação de que o Governo do Estado, através da Celepar, estaria iniciando o processo de compra de 40 milhões em equipamentos. Semana passada, Ney Leprevost protocolou este pedido de informações na Assembleia Legislativa.

“Não é possível que o Governo que está terminando fique criando gastos que o novo Governo terá que pagar. Qualquer tentativa de sangria dos cofres públicos deve ser estancada imediatamente”, afirma Leprevost.

Pois, pois, agora é esperar para ver como ficam as contas públicas depois que o PMDB deixar definitivamente o poder. Pelas preliminares, será um desastre. Aliás, sempre foi nesses oito anos que já vão longe.

Os compromissos assumidos durante a campanha eleitoral pelo governador eleito do Paraná, Beto Richa (PSDB), consumirão 9% do orçamento que o Estado deve ter em 2011. Com o orçamento estadual apertado para o início de seu mandato, Beto vai ter trabalho para incluir recursos para os novos investimentos, na casa dos R$ 2,34 bilhões. A equipe de transição do governador eleito aguarda até 15 de novembro para receber o diagnóstico da situação financeira do Estado. Até lá, pouco se fala sobre garantias dos investimentos. Os envolvidos na transição preferem esperar e ter informações concretas da situação atual. Mas é possível ter uma estimativa do que vai precisar ser investido a mais, pelo menos nos principais pontos levantados durante a campanha e que serão novidades no Estado.

CAIXA BAIXA

Beto Richa terá dificuldades para cumprir promessas de campanha, pelo menos no início do mandato. Segundo o relator Nereu Moura, será necessário o corte de gastos no início da nova administração. Moura explica que a arrecadação do Estado em 2010 tem sido menor do que o previsto. Além disso, uma série de novas despesas e aumento de gastos estão programados para o ano que vem, com impacto direto nas contas públicas.

O relator lembra que só o aumento do repasse para o Tribunal de Justiça e o Ministério Público vai custar R$ 300 milhões a mais no ano que vem ao Estado. Outros R$ 600 milhões serão necessários para implementar os aumentos de salário de policiais, e mais R$ 169 milhões para os fiscais da Receita Estadual. “Ele (Richa) vai ter que tomar medidas amargas no início. Corre o risco até de chegar a maio e não ter como pagar o reajuste do funcionalismo”, prevê o peemedebista, lembrando que o governador prometeu, na campanha, contratar cinco mil novos policiais, e aumentar em 26% os salários dos professores estaduais.

O governador Orlando Pessuti procura minimizar a crise. Ele jura que o seu governo vai chegar ao fim de dezembro sem pendências financeiras. “O governante que entra terá a certeza e a segurança que vai receber o Paraná com as suas contas em ordem e os seus compromissos devidamente ajustados”, afirmou.

Pessuti explicou que as arrecadações de 2009 e 2010 foram abaixo do previsto, atrasando o que havia sido planejado em obras e reajustes salariais. “O último ano ficou sobrecarregado. A situação é apertada, mas vamos terminar o ano pagando os salários e deixaremos também em dia os nossos fornecedores e os empreiteiros que executam as obras”, disse.

Pessuti também respondeu às recentes críticas do ex-governador Roberto Requião. O governador lembrou que foi companheiro político de Requião por 27 anos, mas que, infelizmente, o ex-governador “tem histórico de trair aliados”.

“Em 1985, o José Richa se licenciou para ajudá-lo a ser eleito e, depois, foi apunhalado pelo Roberto Requião. Em 1990, o Alvaro Dias permaneceu no governo para eleger o Roberto Requião e, depois, teve nele um dos seus principais adversários. Mário Pereira (vice de Requião) nem sequer assumiu o governo em substituição a ele em 94 e já se transformou em inimigo. Assim foi com todos aqueles que o sucederam”, citou Pessuti.

EXIGÊNCIAS ALTAS

Sem informações oficiais é difícil prever o impacto do reajuste de 26% aos professores prometido por Beto “como primeiro ato de governo à categoria”, em discurso ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato). Segundo a APP-Sindicato, embora o salário inicial de um professor que ingressa na rede pública seja de R$ 1.560 por 40 horas trabalhadas, o salário médio da categoria, que tem cerca de 65 mil profissionais, é de R$ 2.000. Tendo-se esse valor como base, o salário passaria a R$ 2.520, um impacto de mais R$ 439 milhões anuais.

Embora o futuro secretário estadual da Educação e vice-governador eleito, Flávio Arns, ainda não tenha o cálculo de quanto deve custar implantar a educação integral em 500 escolas em municípios com menor IDH, dois exemplos podem servir de referência. A Secretaria de Educação de Pernambuco tem, por escola, um custo de insumos (pessoal, alimentação, material de limpeza e outros) de R$ 2,47 milhões, o que no Paraná daria um total de R$ 1,23 bilhão, sem contar equipamentos e mobiliários. Outro tucano, candidato ao governo pelo Ceará, Marcos Cals, tinha proposta semelhante à de Beto e estimava R$ 250 milhões para 100 escolas.

A contratação de 5 mil policiais, que deve ocorrer de forma gradual, incrementa o orçamento em R$ 150 milhões ao ano, somente com o salário inicial pago a esses profissionais. Com o recente reajuste aprovado à categoria, um policial em início de carreira (soldado de primeira classe) vai receber R$ 2.289,57. Se o profissional tiver curso superior, o salário inicial sem adicional de tempo de serviço será de R$ 2.564,57. Contando com o 13º salário, o total fica em R$ 148.822.050, sem colocar na conta os recursos com os quais se deve capacitar os profissionais.

Uma mudança da gestão atual defendida por Beto Richa é que o Estado passe a cumprir a lei e invista 12% do orçamento na saúde. Desde que a emenda 29 foi aprovada, o Paraná jamais destinou o mínimo de 12% dos recursos próprios para a área, justificando que gastos com saneamento e programas sociais também entram na conta. Cálculos do Ministério Público do Paraná mostram que todo ano falta investir cerca de R$ 400 milhões na saúde, montante que Beto vai ter que incluir para cumprir o que prometeu.

Para o sistema de resgate aéreo prometido por Beto, dois helicópteros devem ser comprados, ao custo de R$ 12 milhões, já equipados para o serviço. Fora o custo de manutenção e hora voo de R$ 3 milhões ao ano para que os helicópteros funcionem quando necessário, em situações de urgência e emergência. Estão também previstos 22 novos Centros de Especialidades Médicas, em áreas onde há mais filas para consultas, como cardiologia, neurologia e oftalmologia. Em Minas Gerais, no ano passado, um novo centro custou R$ 5 milhões. Se a base for semelhante no Paraná, são mais R$ 110 milhões.

ROMBO NA PREVIDÊNCIA

Uma das informações mais desesperadoras recebidas por Beto Richa consta do Relatório da 1ª Inspetoria de Contas. Ele aponta nada mais, nada menos, que um passivo de R$ 3,2 bilhões na Paranaprevidência.

Estudo, elaborado pela 1ª Inspetoria de Controle Externo do Tribunal de Contas, recomenda ao governo estadual e à Paranaprevidência o cumprimento da norma relativa à amortização das contribuições financiadas; revisão do plano de custeio e elaboração de um plano de amortização do passivo referente às contribuições com outros ativos.

O Fundo Previdenciário dos servidores estaduais do Paraná necessita de medidas administrativas e financeiras que corrijam desequilíbrios e revertam passivo que, em 30 de junho último, chegou a R$ 3,204 bilhões.

A orientação consta de relatório elaborado pela 1ª Inspetoria de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). O documento será encaminhado à Paranaprevidência, administradora do Fundo e às equipes de transição do atual e do futuro governo estadual.

Ao final do texto, são apontadas três recomendações ao governo estadual e à Paranaprevidência: cumprimento da norma relativa à amortização das contribuições financiadas; revisão do plano de custeio e elaboração de um plano de amortização do passivo referente às contribuições com outros ativos.

Os estudos que deram origem ao relatório, assinado pelos servidores Augustinho Chezanoski, Francisco da Rocha Santos, Marcelo Evandro Johnsson, Mário Vítor dos Santos e Valter Luiz Demenech, tiveram a supervisão do inspetor Agileu Carlos Bittencourt, titular da 1ª ICE, sob o comando do conselheiro Nestor Baptista.

Do passivo de R$ 3,204 bilhões, R$ 2,174 bilhões – ou 68% do total – correspondem a “contribuições com outros ativos”. O termo designa a diferença entre as contribuições – estatais e funcionais – e o valor repassado pelo governo, em dinheiro, à Paranaprevidência.

Entre maio de 1999 e abril de 2000, os repasses em dinheiro não foram integralmente atendidos. A legislação permite que, havendo insuficiência de recursos em espécie, as transferências sejam feitas em outros ativos. O governo do Estado, no entanto, realizou esta operação uma única vez, em maio de 2000, com o repasse dos créditos referentes aos royalties de Itaipu.

Outro problema detectado pela equipe técnica do Tribunal de Contas diz respeito à rubrica “contribuições com financiamento”, que corresponde à diferença entre o montante que o Estado do Paraná deveria repassar, em dinheiro, ao Fundo Previdenciário, e os valores efetivamente repassados. Em primeiro lugar, tal financiamento não tem autorização legal. De acordo com o relatório, tampouco existe ato administrativo que formalize o procedimento.

DÉFICIT TÉCNICO

A inadimplência do governo estadual implica em perdas na outra ponta: caso os repasses mensais tivessem sido integralmente realizados e os recursos aplicados a taxas equivalentes ao histórico de rentabilidade do Fundo – 310%, em média, entre janeiro de 2001 e junho de 2010 – as reservas para pagamento de aposentadorias e pensões teriam acréscimo de R$ 161,2 milhões. A diferença, explicam os técnicos, “representa um montante decorrente de aplicações não realizadas, constituindo, salvo melhor juízo, uma perda para a Paranaprevidência”.

Ao final, o relatório do TCE constata que os recursos do Fundo são insuficientes para cobrir os compromissos do plano de custeio previdenciário. É o chamado “déficit técnico”, que surge quando o ativo líquido – recursos financeiros e imóveis menos despesas com benefícios – é menor que a chamada “reserva matemática” – valor determinado por cálculo atuarial para a manutenção do equilíbrio do Fundo. Pois em 2009, o déficit técnico atingiu a marca dos R$ 772 milhões.

Auditoria realizada nos números da Paranaprevidência, quando da elaboração do parecer prévio sobre as contas do Poder Executivo estadual relativas ao ano de 2009, já havia constatado problemas no Fundo Previdenciário. De acordo com o conselheiro Fernando Augusto Guimarães, relator das Contas do Governador – 2009 e presidente interino do TCE, o relatório da 1ª ICE “é extremamente relevante”.

Movimentação do PSDB acende luz de alerta no PT

AE

A articulação de partidos da base governista com PSDB de Aécio Neves (MG) é vista como perigosa por setores do PT. A possibilidade de o próprio PT chegar a apoiar o tucano para presidência do Senado em um acordo com o PSB para tirar a hegemonia do PMDB, mesmo informalmente e nos bastidores, pode ser um tiro no pé, nessa avaliação.

O PT vê com temor a hipótese de minar o maior partido no Senado - em 2011 serão 20 peemedebistas - e o segundo maior na Câmara, com 79 deputados. Na Câmara, setores do PT estão seduzidos com a ideia de se aproximar mais de outros partidos da base para garantir a presidência da Casa, caso o PMDB não aceite um petista no posto nos dois primeiros anos de mandato. Esse é um plano B aventado por petistas para pressionar o PMDB a um acordo.

O deputado José Genoino (PT-SP) reagiu para acalmar os afoitos. "Não se pode iniciar um governo tensionando a primeira bancada do Senado e a segunda da Câmara. Os desafios são muito grandes e, em política, a gente não sabe o dia de amanhã", alerta Genoino.

Dirigentes do PSB defendem a eleição de Aécio para a presidência do Senado para minar o poder do PMDB. Depois de eleger seis governadores e aumentar suas bancadas na Câmara e no Senado, o PSB quer se apresentar como uma alternativa. A ideia de se aliar a Aécio, antes restrita a conversas de bastidores, ficou pública depois da defesa do governador do Ceará, Cid Gomes, na reunião da Executiva do PSB.

Interlocutores de Aécio apostam que ele usará os dois primeiros anos de mandato para articulações e não deverá se apresentar como uma alternativa para a presidência da Casa. Nesse entendimento, o tucano deverá apoiar o PMDB para, até 2013, costurar uma aliança ampla que envolva os próprios peemedebistas em torno de sua candidatura para o comando do Senado.

Aécio assedia aliados de Lula e opera para conquistar presidência do Senado


Eugênio Sávio/Imprensa MG

Desafios. Aécio Neves, em Belo Horizonte: ex-governador tem apoio garantido dentro do PP e trânsito fácil no PSB, mas precisa conquistar partidos adversários

Na chamada "operação Aécio", bancada por PSDB e DEM e com o apoio informal de setores do PSB e do PP - podendo ter a adesão de PDT e PC do B, seria formada uma ampla aliança entre esses partidos. Isso garantiria ao grupo uma expressiva quantidade de votos na Câmara e no Senado, ameaçando a parceria entre PMDB e PT para controlar as duas Casas.

No Senado, a soma do bloco de oposição formado por PSDB, DEM e PPS garante 18 votos, total que pode subir para 21, com a adesão de senadores dissidentes do PMDB. É pouco para impor perigo à dupla PMDB-PT. Mas a costura de um acordo com PP (5 senadores), PDT (4 senadores) PSB (3 senadores) e PC do B (2 senadores) mudaria esse patamar para 32 senadores, o que garantiria uma largada forte nessa disputa contra outros 17 senadores do PMDB e 14 do PT. Assim, a decisão da questão se daria por meio da captura dos votos de partidos mais flutuantes, como PTB e PR, por exemplo.

Não se trata de uma equação fácil, muito menos de efeito garantido, já que o poder de fogo do governo federal é muito grande e pode fazer com que parlamentares da base governista desistam de embarcar no projeto de Aécio, sob pena de retaliação política. Dentro do Palácio do Planalto ainda não surgiu a ordem para explodir os planos tucanos. Mas apenas a existência dessa movimentação já preocupa o governo, que não deseja ver um adversário em potencial da próxima disputa presidencial comandando a pauta e a agenda do Senado e deve atuar para impedir sua vitória.

PMDB. A negociação de Aécio preocupa mais ainda ao PMDB, que sempre tem a Presidência de pelo menos uma das duas Casas e não quer abrir mão desse poder.

Quando conquistou a presidência da Câmara, em 2001, Aécio se movimentou de forma semelhante, atraindo apoio de partidos adversários, e derrotou, na época, o favorito Inocêncio Oliveira, então do PFL. Na ocasião, os tucanos também não tinham a maior bancada em nenhuma das duas Casas. Em compensação, tinham o controle do governo federal, com o presidente Fernando Henrique Cardoso, o que, certamente, facilitou a tarefa.

Agora, alinhado com a oposição à presidente eleita Dilma Rousseff, Aécio terá muito mais problemas para fazer a operação avançar. A seu favor, porém, conspiram vários fatores.

Primeiro, a disputa entre PT e PMDB para definir quem indicarão para presidir Câmara e Senado. Os partidos negociam um rodízio, mas a discussão está longe de apresentar um consenso. Uma má solução para esse acordo pode gerar espaço para o avanço do ex-governador mineiro.

Articulação. Outro ponto positivo é a forte capacidade de articulação de Aécio. Além de ser consensual entre a oposição, ele conta com apoio garantido dentro do PP, presidido pelo senador Francisco Dornelles (RJ), seu primo.

Com o PSB, seu trânsito também é forte. A parceria política com os socialistas é antiga e já rendeu, por exemplo, uma ampla aliança em Minas Gerais, com a eleição do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), com o apoio do então governador tucano.

A mesma parceria entre PSDB e PSB também produziu frutos no Paraná, onde Luciano Ducci (PSB) assumiu a Prefeitura de Curitiba depois que o tucano Beto Richa se desincompatibilizou do cargo para concorrer e ganhar o governo estadual.

O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), defendeu publicamente dentro de seu partido a candidatura de Aécio. Apesar de dizer oficialmente ser contra esse acordo, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, conversou nos últimos dias com pelo menos dois governadores tucanos, Beto Richa e Teotônio Vilella Filho (AL).

Cargos. A confirmação desses apoios passa por discussões mais complicadas dentro da Câmara. Partidos governistas de porte médio deverão formar blocos parlamentares para ampliar seu tamanho. Assim, conseguiriam cargos melhores na divisão do controle de postos nas Mesas Diretoras e no comando das comissões técnicas e relatorias da Casa.

O PSB estuda reeditar com PDT e PC do B o antigo bloquinho, aliança política reunindo os três partidos que garantiria uma bancada de 77 deputados na Câmara. PP, PR e PTB podem também se juntar e montar uma aliança com 103 deputados, superior ao PT, maior partido da Casa, que elegeu 88 deputados.

Aécio também poderia trazer para o Senado a imagem de renovação tão desejada, depois de um período de muitas crises, provocada pela descoberta do inchaço da estrutura da Casa e do pagamento de benefícios exagerados para parlamentares e funcionários por meio de atos secretos.

China vai erguer ‘muralha de fogo’ para impedir entrada de capital especulativo

Cláudia Trevisan/AE

O governo da China deve erguer uma "muralha de fogo" para evitar a entrada de capital especulativo na China, em resposta à decisão do governo americano de injetar US$ 600 bilhões na economia, afirmou na sexta-feira Xia Bin, integrante do Comitê de Política Monetária do banco central.

Classificando a estratégia de expansão monetária americana de "impressão desenfreada de dinheiro", Xia sugeriu durante seminário em Pequim que a China apresente na cúpula do G-20, em Seul, propostas que levem à estabilização das principais moedas.

A China tem controle de capitais e está mais bem preparada que outros emergentes para fechar as portas a recursos externos no país. Ainda assim, uma série de artifícios permite que as restrições sejam parcialmente contornadas, o que amplia a quantidade de capital estrangeiro no mercado local e dificulta o trabalho das autoridades monetárias de evitar a valorização do yuan em relação ao dólar.

Investigação realizada pelo organismo chinês responsável pela gestão do câmbio revelou a existência de 197 operações fraudulentas, que permitiram a entrada irregular de US$ 7,34 bilhões no país de janeiro a setembro de 2010 – o valor equivale ao total que o Brasil recebeu só no mês de outubro.

O forte fluxo de capital levou ao aumento recorde de US$ 194 bilhões nas reservas internacionais chinesas no terceiro trimestre, o que elevou o total a US$ 2,65 trilhões. Parte dessa expansão foi provocada por capitais especulativos, já que o superávit comercial no período foi de US$ 66 bilhões e os investimentos estrangeiros ficaram em US$ 23 bilhões. Também houve contribuição de efeitos contábeis.

Estados Unidos e China são os protagonistas do desequilíbrio que esteve na origem da crise global que explodiu em 2008. De um lado, o país asiático acumula sucessivos superávits em conta corrente, alimentados em grande parte por sua vantagem comercial com os demais países. Na outra ponta, os americanos apresentam imensos déficits, financiados principalmente pela sobra de dinheiro na China e outros países superavitários.

 
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