sexta-feira, 20 de abril de 2012

Parlamentares que não assinaram o requerimento de abertura da CPMI do Cachoeira

O Congresso Nacional divulgou nesta sexta-feira a lista com as assinaturas dos senadores e deputados que assinaram o requerimento para abertura da CPI que vai investigar as relações de Carlinhos Cachoeira com parlamentares e empresários. O GLOBO fez um levantamento dos nomes que não endossaram a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito.


De acordo com a lista, 117 parlamentares não apoiaram a CPI, entre eles, Jaqueline Roriz (PSD-DF), Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu e outros nomes envolvidos no escândalo do mensalão. Confira a lista completa abaixo:


1-Acelino Popó (PRB-BA)

2-Adrian (PMDB-RJ)

3-Aelton Freitas (PR-MG)

4-Alex Canziani (PTB-PR)

5-Anderson Ferreira (PR-PE)

6-Andre Zacharow (PMDB-PR)

7-Aníbal Gomes (PMDB-CE)

8-Antonia Lucia (PSC-AC)

9-Antonio Brito (PTB-BA)

10- Antonio Roberto (PV-MG)

11-Aracely de Paula (PR-MG)

12-Arlindo Chinaglia (PT-SP)

13-Arnon Bezerra (PTB-CE)

14-Aureo (PRTB-RJ)

15-Beto Mansur (PP-SP)

16-Bruna Furlan (PSDB-SP)

17-Carlos Magno (PP-RO)

18-Celia Rocha (PTB-AL)

19-Cida Borghetti (PP-PR)

20-Cleber Verde (PRB-MA)

21-Damião Feliciano (PDT-PB)

22-Davi Alves Silva Junior (PR-MA)

23-Dimas Fabiano (PP-MG)

24-Dr, Adilson Soares (PR-RJ)

25-Edivaldo Holanda Junior (PTC-MA)

26-Eduardo Azeredo (PSDB-MG)

27-Elcione Barbalho (PMDB- PA)

28-Eliene Lima (PSD-MT)

29-Eros Biondini (PTB-MG)

30-Eudes Xavier (PT-CE)

31-Fábio Faria (PSD-RN)

32-Felipe Bornier (PSD-RJ)

33-Francisco Floriano (PR-RJ)

34-Francisco Praciano (PT-AM)

35-Giacobo (PR-PR)

36-Gladson Cameli (PP-AC)

37-Guilherme Mussi (PSD-SP)

38-Heleno Silva (PRB-SE)

39-Hermes Parcianello (PMDB-PA)

40-Hugo Napoleão (PSD-PI)

41-Inocêncio Oliveira (PR-PE)

42-Janete Capiperibe (PSB-AP)

43-Jaqueline Roriz (PMN-DF)

44-Jefferson Campos (PSD-SP)

45-João Carlos Bacelar (PR-BA)

46-João Leão (PP-BA)

47-João Lyra (PSD-AL)

48-João Pizzolatti (PP_SC)

49-Joaquim Beltrão (PMDB-AL

50-Jorge Boeira (PSD-SC)

51-Jorge Corte Real (PTB-PE)

52-José Carlos Araujo (PSD-BA)

53-José Chaves (PTB-PE)

54-José Linhares (PP-CE)

55-José Otávio Germano (PP-RS)

56-José Priante (PMDB-PA)

57-José Rocha (PR-BA)

58-José Stédile (PSB-RS)

59-Josué Bengston (PT-PA)

60-Julio Cesar (PSD-PI)

61-Junji Abe (PSD-SP)

62-Lael Varella (DEM-MG)

63-Laercio Oliveira (PR-SE)

64-Lauriete (PSC-ES)

65-Luciano Castro (PR-RR)

66-Lucio Vale (PR-PA)

67-Luis Tibé (PTdoB-MG)

68-Luiz Carlos (PSDB-AP)

69-Luiz Nishimori (PSDB-PA)

70-Magda Mofatto (PTB-GO)

71-Mandetta (DEM-MS)

72-Manoel Junior (PMDB-PB)

73-Manoel Salviano (PSD-CE)

74-Marçal Filho (PMDB-MS)

75-Marcelo Aguiar (PSD-SP)

76-Marcio Reinaldo (PP-MG)

77-Marco Maia (PT-SP)

78-Mario de Oliveira (PSC-MG)

79-Mauro Benevides (PMMDB-CE)

80-Mauro Mariani (PMDB-SC)

81-Natan Donadon (PMDB-RO)

82-Nelson Marquezelli (PTB-SP)

83-Nelson Meurer (PP-PR)

84-Nice Lobão (PSD-MA)

85-Nilton Capixaba (PTB-RO)

86-Otoniel Lima (PTB-SP)

87-Paes Ladim (PTB-PI)

88-Paulo Magalhães (PSD-BA)

89-Paulo Maluf (PP-SP)

90-Pedro Henry (PP-MT)

91-Penna (PV-SP)

92-Rebecca Garcia (PP-AM)

93-Roberto Balestra (PP-GO)

94-Roberto Britto (PP_BA)

95-Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC)

96-Ronaldo Nogueira (PTB-RS)

97-Rosinha da Adefal (PTdoB-AL)

98-Sandro Alex (PPS-PR)

99-Saraiva Felipe (PMDB-MG)

100-Sebastião Bala Rocha (PDT-AP)

101-Sergio Moraes (PTB-RS)

102-Silas Câmara (PD-AM)

103-Simão Sessim (PP-RJ)

104- Taumaturgo Lima (PT-AC)

105- Toninho Pinheiro (PP-MG)

106-Valdemar Costa Neto (PR-SP)

107-Vicente Arruda (PR-CE)

108-Vilson Covatti (PP-RS)

109-Vinicius Gurgel (PR-AP)

110- Vitor Paulo (PRB-RJ)

111-Walter Tosta (PD-MG)

112 -Wellington Fagunes (PR-MT)

113-Wladimir Costa (PMDB-PA)

114-Zé Silva (PDT-MG)

115-Zé Vieira (PR-MA)

116-Zeca Dirceu (PT-PA)

117-Zequinha Marinho (PSC-PA)

Veja a lista de quantos deputados por partidos não assinaram o pedido de CPI:

PP-19

PR - 18

PSD-17

PMDB-15

PTB-14

PT- 6

PRB- 5

PSC-4

PSDB- 4

PDT- 3

PV -2

DEM - 2

PTdoB - 2

PSB- 2

PMN - 1

PPS- 1

PTC-1

PRTB- 1

Confira também a lista por partidos dos deputados que assinaram a lista:

PT- 79

PMDB- 63

PSDB- 49

PSD - 30

DEM - 25

PSB- 26

PDT - 23

PP - 20

PR -18

PCdoB -13

PSC -13

PPS -10

PV -8

PTB -6

PRB -5

PSOL - 3

PTdoB -1

PMN - 1

PHS -1

PRP - 1

PSL -1




Índio é baleado em área de conflito por terras na Bahia

Um índio da aldeia pataxó hã-hã-hãe, tribo que ocupa fazendas da região sul da Bahia desde o início do ano, foi baleado na perna, na tarde desta sexta-feira (20), em um dos terrenos invadidos pelos indígenas na região, no município de Pau Brasil.

O tiro causou uma fratura na perna do índio, que foi atendido no Hospital de Base de Itabuna. Ainda não foram identificados suspeitos do ataque, mas as lideranças indígenas afirmam que fazendeiros da região estão contratando pistoleiros para tentar expulsar os índios das áreas ocupadas.

Desde o início do ano, os pataxós invadiram 68 fazendas da região, 14 apenas na última semana. As propriedades estão instaladas dentro de uma área de 54,1 mil hectares, que abrange os municípios de Pau Brasil, Itaju do Colônia e Camacan, demarcados como Território Indígena Catarina Paraguaçu em 1936.

Apesar da regulamentação, a partir da década de 1940 as terras passaram a ser arrendadas pelo governo federal a fazendeiros que mais tarde, receberam títulos de posse dos terrenos do governo baiano. Em 1982, a Fundação Nacional do Índio (Funai) propôs uma ação cível ordinária ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a anulação de 400 títulos emitidos pelo governo baiano.

A ação tem relatoria da ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha e chegou a ter o julgamento agendado para 20 de outubro último, mas o governo do Estado pediu para que o tema fosse retirado da pauta pelo risco de "grave comoção pública e eventual desordem social" que a decisão poderia acarretar. Em 31 de março, a ministra entrou com pedido de urgência para a reinclusão do processo na pauta do STF.

Segundo as lideranças indígenas, os pataxós não pretendem deixar as fazendas ocupadas - de acordo com eles, os terrenos serão transformados em aldeias. Os fazendeiros reclamam de prejuízos diversos. De acordo com eles, a pecuária e a produção de cacau, principais atividades rurais da região, correm risco por causa das ocupações.

Existe o temor, na região, de que ocorra um conflito armado entre as partes. Na quarta-feira, cerca de mil pessoas, entre religiosos, estudantes e comerciantes, promoveram uma caminhada em Itaju do Colônia para pedir o fim dos conflitos entre indígenas e fazendeiros. A Polícia Militar monta barreiras nas estradas da região para impedir confrontos entre as partes. (AB)


Roriz, mensaleiros e filho de José Dirceu não assinaram CPI

A Mesa do Congresso Nacional divulgou nesta sexta-feira (20) a lista dos parlamentares que assinaram o requerimento de criação da CPI mista do Cachoeira. Foram 72 dos 81 senadores e 396 dos 513 deputados. Em uma investigação com tanto apoio, chama mais atenção quem não rubricou o requerimento. Nesse grupo que não respaldou o pedido de investigação estão alguns personagens de outros escândalos.

Dois réus no processo do mensalão em andamento no Supremo Tribunal Federal não assinaram o pedido: Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). O deputado paranaense Zeca Dirceu (PT-PR), filho de outro réu, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, foi outro que não assinou. O ex-ministro José Dirceu prestou consultoria à empresa Delta, uma das envolvidas no escândalo que levou à prisão do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Um parlamentar envolvido em outro escândalo, o mensalão mineiro, não rubricou o requerimento. O tucano Eduardo Azeredo (PSDB-MG) não deu sua assinatura. Réu em algumas ações no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-governador Paulo Maluf (PP-SP) também não apoiou a investigação.Recentemente salva pelos colegas, a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), foi outra a não apoiar a investigação. Ela foi absolvida em plenário mesmo depois da divulgação de um vídeo no qual aparecia recebendo um pacote de dinheiro de Durval Barbosa, o operador do chamado "mensalão do DEM".

Entre os que ficaram de fora da lista está ainda o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS). Ele ganhou fama ao dizer que "se lixa" para a opinião pública quando era relator do processo contra o ex-colega Edmar Moreira, o deputado do castelo que gastava recursos da Câmara com uma empresa de sua propriedade.

Parentes de ministros também não rubricaram: o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), pai do ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho; e o senador Lobão Filho(PMDB-MA) e a deputada Nice Lobão (PSD-MA), filho e esposa do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também não aderiram.

Na Câmara, o presidente Marco Maia (PT-RS) e o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), já tinham avisado que não assinariam o requerimento devido aos cargos que exercem. O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PSD-BA), e o presidente da CCJ do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), foram outros a não assinar.

Dos parlamentares citados no escândalo que levou à prisão de Carlinhos Cachoeira, apenas o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) não rubricou o requerimento. Os deputados Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Jovair Arantes (PTB-GO), Rubens Otoni (PT-GO), Sandes Júnior (PP-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ) apoiaram a abertura da investigação.

Na "bancada dos famosos", apenas o deputado Acelino Popó (PRB-BA) ficou de fora. Romário (PSB-RJ) e Tiririca (PR-SP) deram apoio à investigação. (AE)



'Peluso manipulou resultados de julgamentos', diz Joaquim Barbosa

Dois dias depois de ser chamado de inseguro e dono de "temperamento difícil" pelo ministro Cezar Peluso, o ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa respondeu em tom duro. Em entrevista ao GLOBO, Barbosa chamou o agora ex-presidente do STF de "ridículo", "brega", "caipira", "corportivo", "desleal", "tirano" e "pequeno".

Acusou Peluso de manipular resultados de julgamentos de acordo com seus interesses, e de praticar "supreme bullying" contra ele por conta dos problemas de saúde que o levaram a se afastar para tratamento. Barbosa é relator do mensalão e assumirá em sete meses a presidência do STF, sucedendo a Ayres Britto, empossado nesta quinta-feira. Para Barbosa, Peluso não deixa legado ao STF: "As pessoas guardarão a imagem de um presidente conservador e tirânico, que não hesitava em violar as normas quando se tratava de impor à força a sua vontade."

O GLOBO: Ao deixar o cargo, o ex-presidente do STF, ministro Cezar Peluso, deu entrevista na qual citou o senhor. Em um dos momentos, diz que o senhor não recusará a presidência do tribunal em circunstância alguma. É verdade?

JOAQUIM BARBOSA: Para mim, assumir a presidência do STF é uma obrigação. Tenho feito o possível e o impossível para me recuperar consistentemente e chegar bem em dezembro para assumir a presidência da Corte. Mas, para ser sincero, devo dizer que os obstáculos que tive até agora na busca desse objetivo, lamentavelmente, foram quase todos criados pelo senhor... Cezar Peluso. Foi ele quem, em 2010, quando me afastei por dois meses para tratamento intensivo em São Paulo, questionou a minha licença médica e, veja que ridículo, aventou a possibilidade de eu ser aposentado compulsoriamente. Foi ele quem, no segundo semestre do ano passado, após eu me submeter a uma cirurgia dificílima (de quadril), que me deixou vários meses sem poder andar, ignorava o fato e insistia em colocar processos meus na pauta de julgamento para forçar a minha ida ao plenário, pouco importando se a minha condição o permitia ou não.

O senhor tomou alguma providência?

BARBOSA: Um dia eu peguei os laudos descritivos dos meus problemas de saúde, assinados pelos médicos que então me assistiam, Dr. Lin Tse e Dr. Roberto Dantas, ambos de São Paulo, e os entreguei ao Peluso, abrindo mão assim do direito que tenho à confidencialidade no que diz respeito à questão de saúde. Desde então, aquilo que eu qualifiquei jocosamente com os meus assessores como "supreme bullying" vinha cessando. As fofocas sobre a minha condição de saúde desapareceram dos jornais.

Qual a opinião do senhor sobre a entrevista dada por Cezar Peluso?

BARBOSA: Eis que no penúltimo dia da sua desastrosa presidência, o senhor Peluso, numa demonstração de "désinvolture" brega, caipira, volta a expor a jornalistas detalhes constrangedores do meu problema de saúde, ainda por cima envolvendo o nome de médico de largo reconhecimento no campo da neurocirurgia que, infelizmente, não faz parte da equipe de médicos que me assistem. Meu Deus! Isto lá é postura de um presidente do Supremo Tribunal Federal?

O ministro Peluso disse na entrevista que o tribunal se apaziguou na gestão dele. O senhor concorda com essa avaliação?

BARBOSA: Peluso está equivocado. Ele não apaziguou o tribunal. Ao contrário, ele incendiou o Judiciário inteiro com a sua obsessão corporativista.

Na visão do senhor, qual o legado que o ministro Peluso deixa para o STF?

BARBOSA: Nenhum legado positivo. As pessoas guardarão na lembrança a imagem de um presidente do STF conservador, imperial, tirânico, que não hesitava em violar as normas quando se tratava de impor à força a sua vontade. Dou exemplos: Peluso inúmeras vezes manipulou ou tentou manipular resultados de julgamentos, criando falsas questões processuais simplesmente para tumultuar e não proclamar o resultado que era contrário ao seu pensamento. Lembre-se do impasse nos primeiros julgamentos da Ficha Limpa, que levou o tribunal a horas de discussões inúteis; não hesitou em votar duas vezes num mesmo caso, o que é absolutamente inconstitucional, ilegal, inaceitável (o ministro se refere ao julgamento que livrou Jader Barbalho da Lei da Ficha Limpa e garantiu a volta dele ao Senado, no qual o duplo voto de Peluso, garantido no Regimento Interno do STF, foi decisivo. Joaquim discorda desse instrumento); cometeu a barbaridade e a deslealdade de, numa curta viagem que fiz aos Estados Unidos para consulta médica, "invadir" a minha seara (eu era relator do caso), surrupiar-me o processo para poder ceder facilmente a pressões...

Quando o senhor assumir a presidência, pretende conduzir o tribunal de que forma? O senhor acha que terá problemas para lidar com a magistratura e com advogados?

BARBOSA: Nenhum problema. Tratarei todos com urbanidade, com equidade, sem preferências para A, B ou C.

O ministro Peluso também chamou o senhor de inseguro, e disse que, por conta disso, se ofenderia com qualquer coisa. Afirmou, inclusive, que o senhor tem reações violentas. O senhor concorda com essa avaliação?

BARBOSA: Ao dizer que sou inseguro, o ministro Peluso se esqueceu de notar algo muito importante. Pertencemos a mundos diferentes. O que às vezes ele pensa ser insegurança minha, na verdade é simplesmente ausência ou inapetência para conversar, por falta de assunto. Basta comparar nossos currículos, percursos de vida pessoal e profissional. Eu aposto o seguinte: Peluso nunca curtiu nem ouviu falar de The Ink Spots (grupo norte-americano de rock e blues da década de 1930/40)! Isso aí já diz tudo do mundo que existe a nos separar...

O senhor já protagonizou algumas discussões mais acaloradas em plenário, inclusive com o ministro Gilmar Mendes. Acha que isso ocorreu devido ao seu temperamento ou a outro fator?

BARBOSA: Alguns brasileiros não negros se acham no direito de tomar certas liberdades com negros. Você já percebeu que eu não permito isso, né? Foi o que aconteceu naquela ocasião.

O senhor tem medo de ser qualificado como arrogante, como o ministro Peluso disse? Tem receio de ser qualificado como alguém que foi para o STF não por méritos, mas pela cor, também conforme a declaração do ministro?

BARBOSA: Ao chegar ao STF, eu tinha uma escolaridade jurídica que pouquíssimos na história do tribunal tiveram o privilégio de ter. As pessoas racistas, em geral, fazem questão de esquecer esse detalhezinho do meu currículo. Insistem a todo momento na cor da minha pele. Peluso não seria uma exceção, não é mesmo? Aliás, permita-me relatar um episódio recente, que é bem ilustrativo da pequenez do Peluso: uma universidade francesa me convidou a participar de uma banca de doutorado em que se defenderia uma excelente tese sobre o Supremo Tribunal Federal e o seu papel na democracia brasileira. Peluso vetou que me fossem pagas diárias durante os três dias de afastamento, ao passo que me parecia evidente o interesse da Corte em se projetar internacionalmente, pois, afinal, era a sua obra que estava em discussão. Inseguro, eu?

O senhor considera que Peluso tratou seu problema de saúde de forma desrespeitosa?

BARBOSA: Sim.

O senhor sofre preconceito de cor por parte de seus colegas do STF? E por parte de outras pessoas?

BARBOSA: Tire as suas próprias conclusões. Tenho quase 40 anos de vida pública. Em todos os lugares em que trabalhei sempre houve um ou outro engraçadinho a tomar certas liberdades comigo, achando que a cor da minha pele o autorizava a tanto. Sempre a minha resposta veio na hora, dura. Mas isso não me impediu de ter centenas de amigos nos quatro cantos do mundo. (AG)

Descuido do governo Requião contra os bingos? Não!!! Com o pedágio e com o bicho foi a mesma enganação!!!

Paraná perde questão contra bingo por apresentar recurso errado


A 2ª Seção do Tribunal Regional Federal da 4ª Região rejeitou, nesta segunda-feira (14/6), o Mandado de Segurança impetrado pelo estado do Paraná contra a liminar que havia permitido a reabertura do bingo Monte Carlo Entretenimento, de Curitiba.

Quando a decisão for publicada, voltará a vigorar a medida que autoriza o funcionamento da casa, determinada pelo desembargador federal Edgard Lippmann Júnior, no final de maio. A liminar havia sido suspensa, no último dia 3, por despacho do juiz federal José Paulo Baltazar Junior, convocado para atuar no tribunal.

Contudo, a 2ª Seção concluiu, por maioria de votos, que não é juridicamente cabível impetrar Mandado de Segurança contra ato de um desembargador do próprio tribunal. Isso porque, nesses casos, o instrumento não é admitido pela jurisprudência do TRF-4, nem pelo Supremo Tribunal Federal.

Segundo informações do site do TRF-4, a lei prevê que o Agravo Regimental é o recurso cabível contra ato do relator da ação.

Histórico

No ano passado, a Monte Carlo Entretenimento ingressou com uma ação na Justiça Federal de Curitiba contra o Serviço de Loteria do estado do Paraná (Serlopar), o governo do estado, a União e a Caixa Econômica Federal (CEF), solicitando o direito de explorar os bingos. Como o pedido de liminar foi negado pela 6ª Vara Federal da capital, a empresa recorreu ao TRF-4 com Agravo de Instrumento.

Em novembro de 2003, Lippmann, relator do caso no tribunal, concedeu em parte a liminar à empresa, liberando o funcionamento do bingo. No entanto, com a edição da Medida Provisória 168, que proibiu os bingos no Brasil, o desembargador entendeu que o recurso tinha perdido o objeto e, no dia 9 de março, proferiu novo despacho, negando seguimento ao Agravo.

Com o arquivamento da MP 168, a questão voltou a ser discutida nos tribunais e ainda gera controvérsias em muitos estados. No TRF-4 não foi diferente: a Monte Carlo entrou com Embargos de Declaração, pedindo que fosse revigorada a liminar que permitia o funcionamento do bingo.

Ao analisar a solicitação, Lippmann considerou que não mais existia o fundamento usado para a decisão de negar seguimento ao Agravo. Assim, ele atendeu o pedido para que o Agravo de Instrumento retomasse “sua tramitação normal, inclusive quanto ao julgamento de seu mérito”.

Contra essa decisão, o governo do estado impetrou, em 3 de junho, o Mandado de Segurança que foi distribuído para Baltazar Junior. No mesmo dia, ele suspendeu a medida até que o mérito do Agravo de Instrumento fosse julgado.

Mas nesta segunda, ao analisar novo Agravo interposto pela Monte Carlo contra o despacho de Baltazar, a 2ª Seção concluiu que não é admissível o Mandado de Segurança nesses casos. (Conjur)


Depois de quatro anos no governo o cara de pau, pressionado pela matéria da RPC, deu a

entender que não sabia que o jogo do bicho estava mandando:


Requião o que "dançou com o diabo", mente: Ele teve encontros e negócios com Cachoeira por 16 meses

O ex-governador e atual senador Roberto Requião (PMDB-PR) manteve por 16 meses, entre 2003 e 2004, a participação da empresa Larami Diversões e Entretenimento com o Serviço de Loterias do Estado do Paraná (Serlopar) para a exploração de jogos de loteria.


A Larami tem como sócios Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que é investigado pela Polícia Federal e está preso em Brasília, e o argentino Roberto Coppola. A dupla, que terá suas atividades investigadas agora também pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada na última quinta-feira pelo Congresso Nacional, manteve negócios em diversos Estados do país.


A participação da Larami no governo Requião levou Cachoeira a um primeiro contato com o então governador logo após a sua posse, em janeiro de 2003, conforme registros da imprensa à época. Esse encontro teria servido para garantir a continuidade da parceria, o que de fato aconteceu -- o contrato só foi interrompido em abril de 2004, mas as razões não foram esclarecidas até hoje.


Oficialmente, Requião sustenta que mandou cancelar o contrato porque tinha detectado "irregularidades" na licitação que precedeu a contratação da Larami, no final de 2001.


Requião e Carlinhos Cachoeira teriam se encontrado ainda pelo menos em mais uma oportunidade, exatamente em março de 2004, para tratar da manutenção da parceria. Mas as diferenças teriam se acentuado muito, a ponto de causar a demissão do advogado Daniel Godoy, então lotado na Casa Civil do governo. Logo depois, em abril de 2004, o contrato com a Larami foi rescindido.


HISTÓRICO - O primeiro encontro foi registrado pelo jornal "O Estado do Paraná", que relatou ainda a presença do senador Maguito Vilela (PMDB-GO) entre as testemunhas da reunião no gabinete do então governador Roberto Requião.Ver:
http://www.parana-online.com.br/colunistas/14/14969/.


O texto “Jantando com o Diabo” faz o seguinte relato: “Em janeiro de 2003, pouco depois da posse, o governador [Requião] recebeu a visita do senador Maguito Vilela, seu colega de bancada e ex-governador de Goiás. A tiracolo de Maguito, ninguém menos que Carlos Cachoeira, sócio da empresa Larami, que administra jogos on-line, e bicheiro do caso Waldomiro Diniz, a mais nova estrela do PT. Para entender: o tal Cachoeira é goiano, tem o seu QG naquele Estado. E a Larami assinou contrato com a Lotopar no apagar das luzes do governo Lerner.”


DUBLÊ DE SECRETÁRIO - Nos encontros, Requião recebeu o contraventor Carlinhos Cachoeira acumulando a condição de governador com a de secretário de Segurança Pública. Em 3 de março de 2004, o deputado Valdir Rossoni (PSDB), então líder da oposição, apresentou o requerimento número 168, no plenário da Assembleia Legislativa, pedindo informações sobre a segunda reunião de Requião e Cachoeira, que teria acontecido no dia anterior. Rossoni indagava sobre o assunto tratado,mas o governo nunca respondeu ao pedido.


Além do encontro com Requião, Carlinhos Cachoeira teria se encontrado também com outros membros do governo, para tratar da exploração dos jogos mantidos pelo governo e de sua participação na Serlopar.


Em discurso no plenário, ainda no dia 3 de março, Rossoni afirmava: "Ontem o homem (Daniel Godoy) pediu demissão, lá no quarto andar. O cidadão que recebeu o Cachoeira lá no quarto andar, para discutir as questões dos bingos, para discutir as questões de loterias. Parece que de vergonha, pediu demissão". As informações estão registradas no Diário Oficial da Assembléia do dia 3 de março de 2004.


SOCIEDADE - A entrada dos sócios Roberto Copolla e Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, na Larami foi formalizada em 2 de setembro de 2001. Nesse dia, conforme registros da Junta Comercial do Paraná, a empresa também teve o seu capital social aumentado de R$ 5 mil para R$ 600 mil, para poder participar da concorrência que foi aberta para escolher um operador para a exploração das loterias do Serlopar.


O contrato só foi rompido em abril de 2004, quando curiosamente Requião deixou de acumular o cargo de secretário da Segurança Pública com o de governador. No período da parceria, as relações entre o governador e o contraventor foram harmoniosas, como demonstram a disponibilidade para jantares na sede do governo do Estado.


Depois da interrupção do contrato, no entanto, o clima mudou. O nome de Requião é citado em mensagens trocadas em 2010 entre Roberto Coppola e Adriano Aprigio de Souza, que são ligados a Cachoeira, segundo revelam os documentos da investigação sobre o contraventor feita pela Polícia Federal com a operação Monte Carlo. Eles registram que a loteria do Paraná foi extinta e seria difícil recriá-la. Coppola refere-se a Requião com palavrões e ofensas.


Em março do ano passado, uma interceptação de conversa telefônica entre outros dois integrantes do grupo do contraventor (o ex-araponga Dadá, da Abin - Agência Brasileira de Inteligência, e um sujeito identificado como Lenine), feita pela Polícia Federal, aponta que os dois admitem que no Paraná não haveria mais nenhum andamento para a retomada dos serviços de loteria.

 
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