domingo, 25 de março de 2012

Ouvidoria e Incra classificam triplo homicĂ­dio de sem-terra como 'execuĂ§Ă£o'

A Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos e o Incra (Instituto Nacional de ColonizaĂ§Ă£o e Reforma AgrĂ¡ria) classificaram o crime contra trĂªs sem-terra em Miraporanga, no TriĂ¢ngulo Mineiro, como "execuĂ§Ă£o".

Os Ă³rgĂ£os consideraram o caso grave e, por isso, o ouvidor nacional dos Direitos Humanos, Bruno Teixeira, informou neste domingo que vai acompanhar as apurações em Minas Gerais.

Na manhĂ£ deste sĂ¡bado, trĂªs pessoas ligadas Ă  coordenaĂ§Ă£o do MLST (Movimento de LibertaĂ§Ă£o dos Sem Terra) foram assassinadas em Miraporanga --distrito de UberlĂ¢ndia. Dois delas foram mortas com tiros na cabeça, segundo a PolĂ­cia Militar.

TrĂªs sem-terra sĂ£o mortos na regiĂ£o de UberlĂ¢ndia

PolĂ­cia estĂ¡ em diligĂªncia para apurar triplo homicĂ­dio de sem-terra

Desde ontem, o superintendente do Incra em Belo Horizonte, Carlos Alberto Calazans, estĂ¡ no TriĂ¢ngulo Mineiro e acompanha as investigações pessoalmente.

'PRIORIDADE ABSOLUTA'

Em nota, o governo mineiro informou que o SecretĂ¡rio de Estado de Defesa Social, RĂ´mulo Ferraz, determinou Ă  chefia da PolĂ­cia Civil "imediata apuraĂ§Ă£o, com prioridade absoluta" para o caso.

Segundo a nota, duas equipes da PolĂ­cia Civil cuidam do caso desde ontem: as das Delegacias de HomicĂ­dios de UberlĂ¢ndia e de Belo Horizonte. (Uol)

Serra vence prĂ©via e serĂ¡ candidato em SĂ£o Paulo

Com 52,1% dos votos, o ex-governador JosĂ© Serra venceu neste domingo (25) a prĂ©via do PSDB para a escolha do candidato do partido Ă  prefeitura de SĂ£o Paulo. É a quarta vez que o tucano disputa o cargo. Das outras, venceu uma (2004) e perdeu duas (1988 e 1996).

Participaram da votaĂ§Ă£o 6.229 dos cerca de 20 mil filiados ao partido na cidade. O secretĂ¡rio estadual JosĂ© AnĂ­bal ficou em segundo na prĂ©via, com 31,2 % dos votos. O deputado federalRicardo Tripoli foi o terceiro, com 15,7 %.

Serra deve se dedicar a partir de agora Ă  busca por alianças. Os apoios do PSD e do PP jĂ¡ estĂ£o garantido. O objetivo Ă© buscar tambĂ©m a aliança com o DEM, mas o partido tem exigido que, como contrapartida, os tucanos apĂ³iem a candidatura do deputado federal ACM Neto Ă  prefeitura de Salvador. O PV Ă© outro alvo. O PSDB tambĂ©m sonha com alianças com PDT, PPS e PR.Os aliados de Serra ficaram decepcionados com a votaĂ§Ă£o. Eles queriam que o ex-governador tivesse mais de 80% dos votos para nĂ£o passar a impressĂ£o de que o partido entra dividido na corrida eleitoral.

A escolha do vice de Serra depende dessas costuras polĂ­ticas. O prefeito de SĂ£o Paulo, Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, sugeriu os nomes de seus secretĂ¡rios municipais Alexandre Schneider (PSD) e Eduardo Jorge (PV) e da atual vice-prefeita da cidade, Alda Marco Antonio (PSD).

Serra sĂ³ anunciou a sua intenĂ§Ă£o de disputar a prĂ©via do PSDB no dia 27 de fevereiro, quando faltavam apenas seis dias para a realizaĂ§Ă£o da eleiĂ§Ă£o interna do partido. Assim que o ex-governador aceitou entrar na disputa, dois dos prĂ©-candidatos, os secretĂ¡rios estaduais Andrea Matarazzo e Bruno Covas, desistiram de concorrer para apoiĂ¡-lo. AnĂ­bal e Tripoli mantiveram as suas prĂ©-candidaturas. Por pressĂ£o dos aliados de Serra, a prĂ©via foi adiada por trĂªs semanas para que o ex-governador pudesse fazer campanha junto aos filiados tucanos. (AG)

Curitiba: Festa no zoo, show da bicharada

Separados por grades das milhares de pessoas que os visitam todos os meses, alguns preferem ignorar solenemente os olhares de estranhos e mantĂªm a rotina inalterada (como girafas e hipopĂ³tamos); jĂ¡ outros nĂ£o conseguem ficar apĂ¡ticos e parecem querer se comunicar com os visitantes – caso de alguns primatas.

Slideshow: divirta-se com as fofuras do ZoolĂ³gico

Estamos falando dos 1,8 mil animais que vivem no zoolĂ³gico de Curitiba, que estĂ¡ completando 30 anos nesta semana. Uma festa, com direito a bolo para convidados e atĂ© para os bichos, serĂ¡ realizada na prĂ³xima quarta-feira para marcar a data.

Criado para receber animais de grande porte que estavam mal acomodados no Passeio PĂºblico, o zoo foi crescendo ao longo dos anos e hoje reĂºne representantes da fauna de vĂ¡rias partes do globo terrestre. Em meio a tanta variedade, a biĂ³loga Maria LĂºcia Faria Gomes, gerente tĂ©cnica do Departamento de Pesquisa e ConservaĂ§Ă£o da Fauna da Secretaria de Meio Ambiente de Curitiba, conta que sĂ£o os mamĂ­feros de grande porte os que ganham a preferĂªncia da maioria do pĂºblico, em especial das crianças.

Maria LĂºcia começou a trabalhar no zoolĂ³gico em 1989, apenas sete anos apĂ³s a sua criaĂ§Ă£o. Durante todo esse perĂ­odo, aprendeu que os visitantes gostam mesmo Ă© de ver leões, tigres e ursos, mas tambĂ©m se encantam com os pesados hipopĂ³tamos e as esbeltas girafas. O zoolĂ³gico de Curitiba tem um leĂ£o, quatro leoas, dois ursos de Ă³culos, um casal de girafas, um tigre de bengala, uma onça pintada, um chimpanzĂ©, trĂªs hipopĂ³tamos, trĂªs jacarĂ©s, alĂ©m de macacos, aves e tartarugas, entre outros.

Mas hĂ¡ um animal que, mesmo apĂ³s 30 anos, o zoolĂ³gico de Curitiba ainda nĂ£o recebeu: o elefante. “AtĂ© existem elefantes disponĂ­veis no Brasil que poderiam vir para cĂ¡, mas para recebĂª-los Ă© preciso ter um recanto com uma estrutura de segurança muito grande, tanto para o animal quanto para os funcionĂ¡rios”, explica a biĂ³loga.

Segundo Maria LĂºcia, a maior parte dos animais nasceu ali mesmo. Somente uma parte veio transferida de outros zoos, como Ă© o caso do tigre de bengala, trazido de Santa Cata­rina. HĂ¡ animais que tambĂ©m sĂ£o levados ao zoo pelo Ibama (Instituto Brasileiros de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenovĂ¡veis). Um exemplo Ă© uma onça parda capturada em zona urbana.

Visitas

AlĂ©m das visitas livres, que podem ser feitas de terça a domingo, o zoolĂ³gico oferece visitações agendadas e programas especiais, como o acantonamento ecolĂ³gico e a zooterapia. No acantonamento, uma casa dentro do zoolĂ³gico pode receber atĂ© 40 crianças de 9 a 12 anos, para realizar atividades que incluem uma trilha interpretativa em meio Ă  mata nativa, pomar, horta e um minizoo de animais domĂ©sticos.

JĂ¡ a zooterapia Ă© realizada em hospitais e instituições assistenciais e atende crianças e idosos que nĂ£o podem ir atĂ© o zoolĂ³gico. Nesse caso, filhotes de animais silvestres e domĂ©sticos sĂ£o levados atĂ© esses grupos, que tĂªm a oportunidade de tocar os animais e aprender mais sobre eles. (GP)

Israel ama o IrĂ£ (no Facebook)

Minha pĂ¡gina no Facebook foi atingida esta semana por algo que sĂ³ pode ser descrito como “dilĂºvio de status”. Um a um, meus amigos em Israel começaram a compartilhar, “curtir” e postar uma mensagem: “Iranianos, nĂ³s nunca bombardearemos o seu paĂ­s, nĂ³s te amamos”. Fiquei tĂ£o comovida quanto surpresa: seria difĂ­cil encontrar um grupo mais sarcĂ¡stico do que meus companheiros israelenses. Mas ali estavam, meus amigos, e milhares de outros, espalhando a mensagem açucarada de paz em um tempo de crescentes hostilidades.

A campanha ‘Israel ama o IrĂ£’ Ă© fruto da mente de Ronny Edry, um designer grĂ¡fico de Tel Aviv que postou a mensagem na internet ao lado de uma foto dele com sua filha. “Eu nĂ£o pensei nela como uma campanha atĂ© que ela virou uma”, ele me disse. “A princĂ­pio, alguns amigos meus que a viram me perguntaram ‘vocĂª estĂ¡ louco?’ porque Ă© muito incomum para as pessoas no Oriente MĂ©dio falar de amor, especialmente sobre amar iranianos”. Mas depois de algumas horas, ele disse, começou a receber mensagens de pessoas lhe perguntando se poderiam adicionar a imagem a suas fotos do perfil.

Em 48 horas, iranianos viram o chamado israelense. Majid, um arquiteto paisagista de 34 anos do IrĂ£, lançou a campanha ‘IrĂ£ ama Israel’ que reciprocava a mensagem. “Nosso principal objetivo Ă© apresentar os iranianos aos israelenses e vice versa”, me escreveu Majid (que nĂ£o quis ser identificado por sobrenome por questões de segurança) por email. Perguntado sobre o que o levou a responder Ă  iniciativa israelense, ele respondeu que “enquanto os lĂ­deres ameaçam guerra e querem bombardear nossos paĂ­ses, nĂ³s (cidadĂ£os israelenses e iranianos) jĂ¡ estamos nos bombardeando — com amor e paz”.

Em uma declaraĂ§Ă£o publicada na pĂ¡gina do ‘IrĂ£ ama Israel’ no Facebook, Edry escreveu, “Ao povo iraniano, aos pais, mĂ£es, crianças, irmĂ£os e irmĂ£s. Para que haja uma guerra entre nĂ³s, primeiro precisamos temer um ao outro, nĂ³s precisamos odiar. Eu nĂ£o tenho medo de vocĂªs, eu nĂ£o os odeio”. Usando um tom leve, Edry continuou a escrever, “Eu nunca sequer conheci um iraniano…SĂ³ um em um museu em Paris. Um cara legal”. Ele terminou sua declaraĂ§Ă£o pedindo a pessoas que pensam como ele que compartilhem a mensagem de paz.

Solidariedade ou sarcasmo?

Apesar das palavras floridas, alguns na mĂ­dia foram bastante rĂ¡pidos em apontar que as duas campanhas nĂ£o estĂ£o no mesmo pĂ© de igualdade: a versĂ£o israelense atĂ© agora se tornou um fenĂ´meno cultural, com Edry aparecendo em todas as maiores redes de televisĂ£o e narrando um vĂ­deo no Youtube em inglĂªs que termina com um apelo por doações. No IrĂ£, o chamado por diĂ¡logo com Israel Ă© mais perigoso e portanto mais mudo, jĂ¡ que pessoas como Majid tĂªm medo de recriminaĂ§Ă£o de seu governo. E, enquanto muitos israelenses tĂªm espalhado o meme ‘Israel ama o IrĂ£’ por suas fotos sorridentes, o equivalente iraniano Ă© em geral sem rosto e parece na maior parte ser disseminado por iranianos vivendo no exterior. Previsivelmente, apĂ³s a primeira leva de respostas positivas veio a reaĂ§Ă£o de parĂ³dias (“Iraquianos, nĂ³s nunca vamos bombardear o seu paĂ­s, nĂ³s amamos vocĂªs” diz um meme sob uma foto de George W. Bush) e sugestões de que a campanha cheira a um tipo de ativismo preguiçoso sem ações prĂ¡ticas.

É fĂ¡cil enxergar os defeitos neste experimento de mĂ­dia social. O grupo Israel-IrĂ£, distante das fotos coloridas e slogans cativantes, realmente nĂ£o disse muito atĂ© agora; seus organizadores nĂ£o levaram adiante uma pauta coesa ou conseguiram fazer lobby com os governos israelense e iraniano para suavizar suas ameaças. No entanto, ignorar a campanha seria equivalente a nĂ£o entender o seu ponto principal: um novo movimento parece ter encontrado uma voz unificada no mais improvĂ¡vel dos lugares. (Uma grande demonstraĂ§Ă£o anti-guerra estĂ¡ planejada em Israel para sĂ¡bado, embora nĂ£o pelos organizadores da campanha). E, pelo menos em Israel, a campanha conseguiu explorar a desconexĂ£o entre o primeiro ministro Benjamin Netanyahu, que neste mĂªs sinalizou a disposiĂ§Ă£o de Israel em atacar o IrĂ£, e a maioria dos israelenses que diz ser contra este ataque. “Eu quero dizer Ă s pessoas pelo mundo, ‘Olhe para nĂ³s do IrĂ£ e de Israel’, nĂ³s nĂ£o queremos guerra”, Edry me disse. “Os Ăºnicos que nĂ£o responderam atĂ© agora sĂ£o os que vĂ£o apertar o botĂ£o. Essa campanha os força a nos ver”.

Durante um chat no Facebook, eu perguntei a Zohreh, uma mulher iraniana de 26 anos, por que ela decidiu compartilhar o slogan ‘IrĂ£ ama Israel’ no seu perfil do Facebook. “Guerra Ă© a Ăºltima coisa que quero ouvir”, ela respondeu. “Eu nĂ£o sinto Ă³dio pelos israelenses, e eu nĂ£o me lembro de que a histĂ³ria do meu paĂ­s teve um problema com judeus”. É difĂ­cil predizer o que se tornarĂ¡ essa campanha conjunta; ela ainda pode acabar como uma lamĂºria. Mas ela tambĂ©m pode ter um resultado surpreendente. O fato de que duas mulheres, uma iraniana (Zohreh) e uma israelense (eu), foram capazes de cruzar as barreiras colocadas por esses governos e falar uma com a outra, ainda que brevemente — me parece um bom começo. (ON)

CRISTO E OS VENDILHĂ•ES NO TEMPLO ....

As trapalhadas das "meninas meigas" da presidenta: 'Ao lado de Dilma, ministras poderosas nĂ£o ajudam a melhorar clima na base'

O momento de tensĂ£o que o governo federal vive com sua base aliada no Congresso se mostra cada vez mais longe de ser superado. NĂ£o sĂ³ pela prĂ³pria caracterĂ­stica da presidente Dilma Rousseff - , que nĂ£o tem paixĂ£o pela negociaĂ§Ă£o polĂ­tica - , como tambĂ©m pela falta de respaldo necessĂ¡rio para que suas principais auxiliares no PalĂ¡cio do Planalto amoleçam a relaĂ§Ă£o com os parlamentares.

Ao invĂ©s de atuar como bombeiros dessa relaĂ§Ă£o incendiĂ¡ria, tanto a coordenadora da Ă¡rea polĂ­tica, Ideli Salvatti, ministra da Secretaria de Relações Institucionais, quanto a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ajudam a refletir ainda mais o estilo da presidente. A atuaĂ§Ă£o das ministras na articulaĂ§Ă£o polĂ­tica segue a linha e o tom ditados por Dilma.

Ideli Salvatti, embora tenha sido considerada uma boa lĂ­der do governo Lula no Congresso, nunca foi conhecida por ser afĂ¡vel nas negociações polĂ­ticas. E recrudesceu esse temperamento agora no governo Dilma. Enquanto isso, Gleisi Hoffmann, estreante na polĂ­tica como senadora, incorporou a funĂ§Ă£o de gestora do governo e nĂ£o tem se envolvido nas articulações com a base aliada. Inicialmente, esperava-se esse papel, ainda que de forma mais discreta, equivalente Ă  atuaĂ§Ă£o que teve no Senado ao longo do ano passado. O mĂ¡ximo que a ministra Gleisi ousa Ă© receber governadores para tratar de assuntos administrativos.

Esse comportamento das duas ministras do nĂºcleo do PalĂ¡cio do Planalto tem contribuĂ­do para potencializar as insatisfações dos apoiadores do governo com o jeito Dilma de ser. (AG)

PT Curitiba: nĂ£o estando em dia com a contribuiĂ§Ă£o partidĂ¡ria nĂ£o poderĂ¡ votar no Encontro Municipal de TĂ¡tica Eleitoral e PolĂ­ticas de Aliança

No prĂ³ximo sĂ¡bado, 31, a sede do DiretĂ³rio Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) de Curitiba funcionarĂ¡ das 9h Ă s 20h para que os filiados possam regularizar sua situaĂ§Ă£o com o partido e se colocar em condições de participar das instĂ¢ncias decisivas na preparaĂ§Ă£o ao Encontro Municipal de TĂ¡tica Eleitoral e PolĂ­tica de Alianças – Eleições 2012, que acontecerĂ¡ nos dias 27 e 28 de abril. Nesse encontro o PT de Curitiba definirĂ¡, entre outras coisas, se caminharĂ¡ para o primeiro turno das eleições municipais deste ano com candidatura prĂ³pria ou se farĂ¡ aliança em torno de um nome de outro partido. Essas sĂ£o as duas principais teses que estarĂ£o em disputa no encontro municipal.


Em anos anteriores, o PT municipal abriu a possibilidade de pagamento da contribuiĂ§Ă£o partidĂ¡ria dos filiados no mesmo dia da votaĂ§Ă£o. Mas este ano, por deliberaĂ§Ă£o da executiva municipal, isso nĂ£o acontecerĂ¡. Os filiados tĂªm de ficar atentos para se regularizarem com o diretĂ³rio atĂ© o mutirĂ£o do dia 31. (Bem ParanĂ¡)

SUS do B: sem pagar nada, senadores usufrem de um sistema de saĂºde verdadeiramente Ăºnico


HĂ¡ seis dias, JosĂ© Sarney presidiu no Senado uma cerimĂ´nia de celebraĂ§Ă£o Ă  Campanha da Fraternidade da CNBB, batizada neste ano de ‘Fraternidade e SaĂºde PĂºblica’. Ao discursar, Sarney lamentou que os patrĂ­cios ainda tenham de lidar com um serviço de saĂºde doente.“A Campanha da Fraternidade tem razĂ£o quando diz que o SUS ainda nĂ£o conseguiu ser implantado em sua totalidade e ainda nĂ£o atende a contento, sobretudo os mais necessitados desse serviço. Infelizmente, nĂ³s lidamos com a ausĂªncia de recursos e os investimentos nĂ£o acontecem na escala necessĂ¡ria.”

O lamento de Sarney nĂ£o vale para o Senado, a Casa que preside pela quarta vez. Ali, funciona uma espĂ©cie de ‘SUS do B’, um sistema de saĂºde verdadeiramente Ăºnico e universal. Oferece todos os privilĂ©gios e regalias que o dinheiro do contribuinte pode pagar. No Brasil e no exterior.

O repĂ³rter Chico de Gois leva Ă s pĂ¡ginas notĂ­cia sobre esse SUS dos sonhos. Sem desembolsar um mĂ­sero centavo, os senadores e seus dependentes dispõem de assistĂªncia mĂ©dica pelo resto da vida. NĂ£o hĂ¡ carĂªncias nem limite de gastos. Basta apresentar a nota. Vale tudo, inclusive conta de dentista.

HĂ¡ casos em que os reembolsos ultrapassam a casa dos R$ 100 mil anuais. Desde 2007, os ressarcimentos sorveram das arcas do Tesouro R$ 17,9 milhões. Incluindo-se os ex-senadores, a conta Ă© engordada em R$ 72, bilhões. Salta, entĂ£o, para R$ 25,1 milhões.

Sim, acredite, o seu dinheiro custeia tambĂ©m as consultas e os exames dos ex-senadores. Para desfrutar do “direito” de desafiar a paciĂªncia alheia, os pacientes do Senado nem precisam passar pelo inconveniente das urnas. Um suplente sem votos escala o Éden depois de exercer o mandato por escassos seis meses.

Para os ex-senadores, o ‘SUS do B’ impõe um teto de despesas: generosos R$ 32.958,12. Mas esse limite Ă© frequentemente ultrapassado. Em 2008, o ex-senador MoisĂ©s AbrĂ£o Neto (PDC-TO) espetou na bolsa da ViĂºva despesas mĂ©dicas de R$ 109.267.

No ano anterior, 2007, o ex-senador Divaldo Suruagy (PMDB-AL), fora do Senado desde 1994, teve ressarcida uma conta do dentista: R$ 41.500. De volta a 2008, contribuinte pagou R$ 67 mil pelo tratamento dentĂ¡rio da mulher do ex-senador Levy Dias (DEM-MS).

HĂ¡ casos que, por inexplicĂ¡veis, dispensam explicações. Certos ex-senadores apresentam faturas mĂ©dicas que coincidem com o teto de R$ 32,958,12. Valor exato, cravado atĂ© nos centavos. Foi o que sucedeu com pelo menos trĂªs ex-senadores: LĂºdio Coelho (2009); Levy Dias, de novo ele (2010); Carlos Magno Barcelar (2011); e Antonio Lomanto JĂºnior (2011).

Afora os ressarcimentos de tratamentos privados, os senadores dispõem, no prĂ©dio do Senado, de um posto de saĂºde. Coisa fina, indisponĂ­vel em muitos municĂ­pios brasileiros. Tratados assim, terĂ£o vida longa –os senadores, os ‘ex’, e a conta imposta aos contribuintes em dia com o fisco. (Josias)

Herdeiros de Brizola se unem para retomar PDT

Herdeiros do legado polĂ­tico de Leonel Brizola, os irmĂ£os Juliana, Leonel e Carlos Brizola, netos do ex-governador, querem reconquistar para a famĂ­lia o controle do PDT no ano em que o avĂ´ completaria 90 anos. Na busca pelo comando do partido, os irmĂ£os travam uma queda de braço com o presidente nacional da legenda, o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, que mantĂ©m a sigla com mĂ£os de ferro e forte influĂªncia polĂ­tica.


A disputa pelas rĂ©deas do PDT se intensificou nos Ăºltimos meses e respingou na indicaĂ§Ă£o do novo ministro do Trabalho. PartidĂ¡rios de Lupi minaram o nome do deputado federal Carlos Brizola Neto (RJ), o Carlito, para o cargo.


Deputada estadual no Rio Grande do Sul, Juliana tem visitado diretĂ³rios municipais gaĂºchos e costura um projeto de reconstruĂ§Ă£o do PDT.Paralelamente ao trabalho polĂ­tico, escreve um livro sobre o avĂ´. O grupo de Juliana quer estender a reorganizaĂ§Ă£o da legenda para os demais estados do Sul e jĂ¡ mira no Sudeste. Os irmĂ£os Brizola tĂªm defendido eleições diretas para as executivas municipais, estaduais e nacional.


Das 27 representações estaduais do PDT, somente oito foram escolhidas por voto direto. O restante Ă© controlado por comissões provisĂ³rias formadas por aliados de Lupi.


— O partido passa por uma crise e, para que ela seja superada, Ă© necessĂ¡rio que o Brizolismo e o Trabalhismo sejam resgatados no partido — diz Leonel Brizola Neto, vice-presidente da CĂ¢mara Municipal do Rio.


A queda de braço entre os dois grupos Ă© travada nos bastidores do partido, que enfrenta uma crise de identidade, afirmam adversĂ¡rios de Lupi. Juliana, Leonel e Brizola Neto evitam embates pĂºblicos com os aliados do ex-ministro, que tĂªm isolado politicamente os irmĂ£os. Nas reuniões internas, ambos os lados nĂ£o poupam crĂ­ticas mĂºtuas. O grupo que acompanha os Brizola reclama que Lupi usaria sua influĂªncia polĂ­tica conquistada Ă  frente do MinistĂ©rio do Trabalho e cargos na pasta para conquistar aliados. JĂ¡ seguidores de Lupi acusam os irmĂ£os de nĂ£o terem traquejo polĂ­tico e poder de articulaĂ§Ă£o, mesmo usando o nome do avĂ´.


A disputa pelo comando da legenda foi lançada pelos irmĂ£os Brizola durante o congresso nacional do partido, promovido em setembro do ano passado. Ă€ Ă©poca, eles foram vaiados por militantes ligados a Lupi, apĂ³s Brizola Neto — que despertou para a polĂ­tica aos 16 anos, quando começou a trabalhar como secretĂ¡rio de seu avĂ´ — ter o nome sugerido para presidĂªncia do partido. Mas a busca pelo controle sĂ³ foi intensificada apĂ³s a crise que culminou com a saĂ­da de Lupi do MinistĂ©rio e a indicaĂ§Ă£o de um novo nome.


LUPI


— Sou casado com minha mulher hĂ¡ 30 anos, todo dia a gente tem uma divergĂªncia. Se a gente que nĂ£o tem divergĂªncia na vida a dois, nĂ£o estĂ¡ vivendo. E na vida polĂ­tica Ă© a mesma coisa. Num partido que tem mais de 1,2 milhĂ£o de filiados, um diretĂ³rio nacional que tem 360 membros, como nĂ£o vai ter divergĂªncia? — indaga Lupi. (AG)





 
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