sexta-feira, 9 de março de 2012

Carlinhos Cachoeira deu dinheiro para caixa 2 de candidato petista

Caixa dois


Carlinhos Cachoeira, preso na semana passada em uma operaĂ§Ă£o da PolĂ­cia Federal contra jogos de azar, abasteceu o caixa dois de uma campanha petista em GoiĂ¡s.

É o que revelam dois vĂ­deos que circulam desde o inĂ­cio da semana entre polĂ­ticos de GoiĂ¡s com o flagrante de uma conversa entre o deputado federal Rubens Otoni (PT-GO) e o bicheiro.

No primeiro diĂ¡logo, Cachoeira oferece 100 000 reais para ajudar o petista e insinua jĂ¡ ter contribuĂ­do com a mesma quantia para o candidato em outra oportunidade.

Na segunda conversa, a negociaĂ§Ă£o do caixa dois de campanha fica ainda mais nĂ­tida. Cachoeira ensina ao petista – que concorda com todas as frases ditas – como proceder com o dinheiro:

- Eu nĂ£o posso aparecer nĂ£o. (…) E o 100 000, nĂ£o declara nĂ£o.

De fato, tal quantia nunca foi declarada ao TRE por Otoni.

Procurado, Otoni afirma que a conversa filmada aconteceu em 2004, quando lançou-se candidato a prefeito de AnĂ¡polis (GO). Na ocasiĂ£o, o petista conta que lideranças polĂ­ticas e empresariais de GoiĂ¡s o procuraram para ajudar Cachoeira a reerguer a Vitapan, sua empresa de produtos farmacĂªuticos.

Como nĂ£o ajudou Cachoeira durante aquele perĂ­odo, Otoni diz que virou desafeto do bicheiro. HĂ¡ anos, o petista diz ser chantageado com a possibilidade de divulgaĂ§Ă£o dos vĂ­deos.

Sobre o dinheiro oferecido para a campanha, no entanto,

o deputado nĂ£o esclarece porque aparece no vĂ­deo aceitando a oferta do bicheiro.

- NĂ£o recebi um real dele. Isso Ă© perseguiĂ§Ă£o.

Na semana passada, uma investigaĂ§Ă£o da PF revelou grampos com conversas do bicheiro com vĂ¡rios polĂ­ticos. Entre eles, DemĂ³stenes Torres (DEM/GO), que tem 300 horas de diĂ¡logos com o Cachoeira gravados.

Cientistas do CERN conseguem enxergar pela primeira vez dentro da antimatéria

Cientistas do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) conseguiram "enxergar" pela primeira vez dentro da antimatéria, o que forneceu informações inéditas sobre sua estrutura interna.

Jeffrey Hangst, o porta-voz do experimento que busca a antimatĂ©ria, o ALPHA, anunciou nesta quarta-feira que foi realizada "a primeira, embora modesta", medida do espectro do antiĂ¡tomo, no caso do antihidrogĂªnio, um "avanço enorme" no caminho para decifrar um dos mistĂ©rios mais
profundos da fĂ­sica e das partĂ­culas e talvez para entender a prĂ³pria existĂªncia do Universo.

"O que estamos fazendo Ă© olhar dentro da antimatĂ©ria, dentro de um Ă¡tomo de matĂ©ria, pela primeira vez. Estamos estudando isto da mesma maneira que os fĂ­sicos atĂ´micos estudaram o hidrogĂªnio, o hĂ©lio e outros Ă¡tomos da tabela periĂ³dica, estamos tratando o Ă¡tomo de antimatĂ©ria da mesma maneira", afirmou.

"É um passo enorme que nunca tĂ­nhamos conseguido atĂ© agora", acrescentou Hangst. As conclusões da pesquisa foram publicadas no Ăºltimo nĂºmero da revista cientĂ­fica "Nature".

Vivemos num mundo aparentemente formado unicamente por matĂ©ria, apesar de antes do Big Bang (a explosĂ£o que deu origem ao Universo hĂ¡ 14 bilhões de anos) a matĂ©ria e a antimatĂ©ria existiram na mesma prĂ³pria proporĂ§Ă£o.

Portanto, conhecer a estrutura do antiĂ¡tomo Ă© penetrar no desconhecido e desafiar as leis vigentes da fĂ­sica.

A medida do espectro do antihidrogĂªnio realizada no CERN representa um enorme avanço pois permite comparar o hidrogĂªnio com seu equivalente de antimatĂ©ria e poderia explicar "por que a natureza teve uma preferĂªncia pela matĂ©ria ao invĂ©s da antimatĂ©ria".

"Demonstramos que podemos comprovar a estrutura interna do antihidrĂ´genio e agora sabemos que Ă© possĂ­vel projetar experimentos para fazer uma medida detalhada dos antiĂ¡tomos", explicou Hangst.

O modelo padrĂ£o da fĂ­sica estabelece que o hidrogĂªnio e seu antiĂ¡tomo deveriam possuir um espectro idĂªntico. O responsĂ¡vel pelo ALPHA explicou que o objetivo Ă© confirmar ou descartar se existe uma diferença entre os dois espectros, para estabelecer se o modelo padrĂ£o -a teoria que descreve as interações fundamentais conhecidas entre as partĂ­culas que compõem a matĂ©ria- Ă© aplicĂ¡vel tambĂ©m Ă  antimatĂ©ria.

"Esta Ă© a primeira medida espectroscĂ³pica que se conseguiu. Repetimos o experimento cerca de 300 vezes para obter o resultado", comemorou o cientista, que adiantou que durante os prĂ³ximos anos se trabalharĂ¡ para melhorar a exatidĂ£o das medidas.

"Com a precisĂ£o atual nĂ£o Ă© possĂ­vel verificar as diferenças entre as medidas de hidrogĂªnio e antihidrogĂªnio, por isso no futuro empregaremos outros mecanismos de medida, como o laser", disse.

Em junho do mĂªs passado, o ALPHA conseguiu reter pela primeira vez Ă¡tomos de antimatĂ©ria durante mais de dezesseis minutos, tempo suficiente para começar a estudar suas propriedades. (EFE)

Perua depenada!!!! Val Marchiori perde domínio de seus bens na Justiça

A PENOSA QUE VIROU PERUA

Na semana passada, a mais polĂªmica das integrantes foi obrigada a descer do salto por conta de um processo movido pelo dono da rede Big Frango. Na justiça, o empresĂ¡rio pediu a alienaĂ§Ă£o dos bens de Valdirene Aparecida de Marchiori, mais conhecida pelo pĂºblico por Val Marchiori.

Segundo Ulinski, Val usufruĂ­a de forma errĂ´nea da Torke Empreendimentos e Participações, empresa aberta pelo empresĂ¡rio em nome dos filhos Victor e Eike, fruto do relacionamento de Val e Ulinski.

Na justiça, o pai dos gĂªmeos pediu que Valdirene nĂ£o tivesse mais total controle sobre a Torke, pois a vida empresarial da socialite era repleta de dĂ­vidas, o que afetava os filhos Victor e Eike.

Na decisĂ£o judicial, Val perde o controle financeiro da empresa e o juiz ordena que ela devolva os bens para Eike e Victor.

De acordo com a assessoria do dono da Big Frango, os bens que foram alienados sĂ£o o apartamento em SĂ£o Paulo e todos os carros, que estavam em nome da Torke Empreendimentos. A famosa casa em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, o aviĂ£o e o helicĂ³ptero vistos no reality show da Band eram todos alugados tambĂ©m usando o nome da empresa dos filhos.

Em entrevista ao R7, o Sr. Evaldo fala sobre sua relaĂ§Ă£o com Val Marchiori e inclusive cita possĂ­veis maus-tratos em relaĂ§Ă£o aos gĂªmeos. Segundo ele, na fase de amamentaĂ§Ă£o, os gĂªmeos eram alimentados com refrigerante.

Jorge Bentes: Como conheceu Val?
Evaldo Ulinksi:
A conheci por intermĂ©dio de um de seus amantes, Sr. P.M., proprietĂ¡rio de um abatedouro de frangos.

Ela foi sua esposa ou amante?
Ulinski:
NĂ£o foi esposa e nĂ£o foi amante, em verdade tivemos uma aventura sexual que culminou com a gravidez dela e, consequentemente, uma vez verificado por exame de DNA a paternidade, assumi minhas responsabilidades de pai.

Quanto tempo ficaram juntos?
Ulinski:
Nunca fiquei junto a ela, nunca fui casado com ela, nunca tive a intenĂ§Ă£o de ficar com ela, de constituir famĂ­lia. Sou apenas pai dos filhos dela e, que fique bem claro, sou casado hĂ¡ mais de 41 anos com a Sra. NylcĂ©ia Ulinski, vivendo e convivendo somente com ela.

Ela jĂ¡ era rica quando o senhor conheceu ela?
Ulinski:
NĂ£o sei da vida financeira dela, sei apenas que possuĂ­a uma sĂ©rie de amantes quando a conheci, sei que os manteve e acrescentou mais alguns Ă  lista.

Sobre seus filhos, como Ă© o tipo de tratamento que ela dĂ¡ a eles?
Ulinski:
O tratamento Ă© pĂ©ssimo. Ela nunca os amamentou, vivem na mĂ£o de babĂ¡, chegou ao absurdo de dar Coca-cola para eles em substituiĂ§Ă£o do leite na mamadeira para que nĂ£o engordassem e ao cĂºmulo do absurdo quando os deixou de acompanha-los em consulta mĂ©dica de urgĂªncia, simplesmente porque tinha de ir Ă  academia. Saber disso, me parte o coraĂ§Ă£o, meus filhos nĂ£o merecem esse tratamento, tĂªm um pai e uma famĂ­lia que os ama e os quer, para bem cuidar e educar.

Val Marchiori
Documento enviado pela assessoria jurĂ­dica do Sr. Evaldo Ulinski ao R7



Acusações

Diante do tumultuado processo de separaĂ§Ă£o, Val Marchiori fez inĂºmeras acusações ao empresĂ¡rio do ParanĂ¡.

Ao R7, a assessoria jurĂ­dica do Sr. Evaldo enviou o posicionamento do dono da Big Frango sobre os principais assuntos comentados na mĂ­dia.

Sobre acusaĂ§Ă£o de ameaça de morte contra Val:

“NĂ£o hĂ¡ sentido em tal afirmaĂ§Ă£o pois, como Ă© pĂºblico e notĂ³rio, Evaldo Ulinski sempre foi um cidadĂ£o que pautou sua conduta pacificamente, dentro dos ditames da lei, sendo uma pessoa respeitada por seus pares, em todo o PaĂ­s, inclusive tendo sido agraciado com o tĂ­tulos de CidadĂ£o HonorĂ¡rio do ParanĂ¡, honraria concedida pela AssemblĂ©ia Legislativa do Estado do ParanĂ¡, por unanimidade, justamente por seu histĂ³rico como empresĂ¡rio reto que sempre busco agir na mais absoluta legalidade, jamais tendo ameaçado quem quer que seja, ou mesmo atuado em desacordo com a legislaĂ§Ă£o do PaĂ­s.”

ProvidĂªncias do Sr. Ulinski:

“Justamente por entender que o Poder JudiciĂ¡rio Ă© a sede correta para fazer valer seus direitos, os procedimentos legais jĂ¡ estĂ£o sendo encaminhados e serĂ£o protocolados nos foros competentes, onde um juiz de direito decidirĂ¡ em procedimentos persecutĂ³rios penais, propostos por Evaldo Ulinski em face de Valdirene Marchiori, pelos absurdos que estĂ£o sendo veiculados, sem um mĂ­nimo de elementos que corroborem tais absurdos.”

Sobre a existĂªncia de medidas cautelares previstas na Lei Maria da Penha para Valdirene:

“AtĂ© o presente momento desconhecemos quais medidas protetivas que, se de fato existem, serĂ£o contraditadas, pois sua origem somente poderia ser intentada, unilateralmente, ou seja, por factĂ³ides levados as autoridades. Sendo assim, tambĂ©m em eventual existĂªncia de tal procedimento, os documentos inerentes a prova cabal de sustentaĂ§Ă£o probatĂ³ria para a existĂªncia de medida judicial, serĂ£o devidamente anexados para a decisĂ£o das autoridades competentes.” (R7)

PMDB e PT cada vez mais distantes no ParanĂ¡

Aliados durante os oito anos do governo RequiĂ£o, PMDB e PT estĂ£o cada vez mais distantes no ParanĂ¡. E tendem a se afastar ainda mais a partir das eleições municipais deste ano. A começar por Curitiba, onde uma ala peemedebista trabalha nos bastidores para aproximar o partido da candidatura Ă  reeleiĂ§Ă£o do prefeito Luciano Ducci (PSB) jĂ¡ de olho na sucessĂ£o estadual em 2014. A intenĂ§Ă£o do grupo Ă© nĂ£o sĂ³ emplacar a vaga de vice de Ducci na eleiĂ§Ă£o deste ano, como tambĂ©m a indicaĂ§Ă£o de candidato a vice na chapa de reeleiĂ§Ă£o do governador Beto Richa (PSDB) daqui a dois anos.

Oficialmente, o PMDB curitibano, presidido pelo senador Roberto RequiĂ£o, lançou a prĂ©-candidatura do ex-deputado estadual Rafael Greca Ă  prefeitura da Capital. Na Assembleia Legislativa, porĂ©m, a bancada peemedebista, maior da Casa com 13 deputados, aderiu em massa Ă  base do governador Beto Richa, principal “padrinho” da candidatura de Ducci.

O tucano trabalha para atrair os peemedebistas para o palanque do sucessor e aliado tambĂ©m pensando em seu prĂ³prio projeto de reeleiĂ§Ă£o em 2014. Com isso, espera isolar o PT que tem como nome natural para a disputa pelo governo a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

O prĂ³prio RequiĂ£o, segundo parlamentares do PMDB, teria interesse nessa aproximaĂ§Ă£o, apesar de publicamente nĂ£o admiti-la. De acordo com essa versĂ£o, o lançamento da prĂ©-candidatura de Greca seria apenas uma “cortina de fumaça” para valorizar o partido em uma futura negociaĂ§Ă£o para apoiar o atual prefeito. Em troca, o senador seria depois compensado com a nomeaĂ§Ă£o de seu irmĂ£o, MaurĂ­cio RequiĂ£o, para conselheiro do Tribunal de Contas. MaurĂ­cio chegou a ser indicado em 2008 para o cargo, mas foi afastado do posto por conta de uma aĂ§Ă£o judicial.

NĂ£o por acaso, RequiĂ£o tem sido o maior crĂ­tico da aproximaĂ§Ă£o entre do PT com a candidatura do ex-deputado federal Gustavo Fruet (PDT) Ă  prefeitura da Capital. Depois de barrar o retorno de Fruet ao PMDB, o senador passou a acusar os petistas de se aliarem a um antigo adversĂ¡rio do governo Lula. No inĂ­cio da semana, o diretĂ³rio municipal do PMDB, presidido por RequiĂ£o, divulgou um manifesto criticando os petistas por cogitarem abrir mĂ£o de um candidato prĂ³prio para apoiar o pedetista.

Pacote — Enquanto ataca os antigos aliados, RequiĂ£o faz “vista grossa” as articulações dos deputados do PMDB em favor da aproximaĂ§Ă£o da aproximaĂ§Ă£o do partido com a candidatura de Ducci. Entre os lĂ­deres dessa articulaĂ§Ă£o estĂ£o parlamentares prĂ³ximos ao senador, como o ex-lĂ­der do governo na Assembleia e atual secretĂ¡rio do Trabalho do governo Richa, Luiz ClĂ¡udio Romanelli, e o deputado Alexandre Curi.
No “pacote”, alĂ©m da indicaĂ§Ă£o do vice de Ducci para este ano e de Richa para 2014, os peemedebistas sonham ainda em conquistar a presidĂªncia da Assembleia Legislativa. Para isso, os parlamentares querem que o governador nĂ£o interfira na sucessĂ£o do atual presidente, deputado Valdir Rossoni (PSDB), marcada para o final do ano.

Entre os petistas, a movimentaĂ§Ă£o de bastidores de RequiĂ£o e seu grupo nĂ£o passou despercebida. Ex-presidente do partido no Estado, o deputado federal AndrĂ© Vargas afirmou, no inĂ­cio da semana, que o senador seria “Ducci desde criancinha”, ao comentar o manifesto peemedebista que criticou a articulaĂ§Ă£o do PT para apoiar Fruet. (Bem ParanĂ¡)


OAB quer parar obra de hidrelĂ©trica Belo Monte. Ordem questiona falta de compensaĂ§Ă£o do governo para as comunidades afetadas

A obra da usina hidrelĂ©trica Belo Monte, no rio Xingu (PA), pode sofrer mais um atraso. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pediu nesta segunda-feira (7) a “completa e imediata paralisaĂ§Ă£o” do projeto atĂ© que o governo apresente as devidas compensações Ă s cidades e comunidades afetadas pela construĂ§Ă£o.

Para o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, o governo deve cumprir todas as condicionantes para a execuĂ§Ă£o do projeto.

- A postura do governo federal Ă© contraditĂ³ria, nĂ£o tem respaldo legal, e a OAB nĂ£o pode concordar com esse tipo de licença parcial nĂ£o prevista em lei, que remete para depois o cumprimento de todas as condicionantes - ou seja, as compensações a serem dadas a todos os municĂ­pios em torno de Belo Monte, em funĂ§Ă£o dos impactos ambientais e sociais que sua construĂ§Ă£o pode acarretar Ă quela regiĂ£o.

A licença concedida no final de janeiro pelo Ibama autoriza a construĂ§Ă£o de canteiros de obra prĂ³ximos ao Rio Xingu, acampamento e aberturas de estradas de acesso ao local. O MinistĂ©rio PĂºblico Federal no ParĂ¡ questionou a medida justamente por causa do nĂ£o cumprimento das condicionantes socioambientais.

- Belo Monte sĂ³ pode iniciar sua construĂ§Ă£o mediante o cumprimento dessas condicionantes, pois sĂ£o condições essenciais para o inĂ­cio da execuĂ§Ă£o das obras, e sem isso Ă© ilegal o inĂ­cio das mesmas. Ao dar esse tipo de licença parcial, o governo estĂ¡ rasgando a lei e entrando em contradiĂ§Ă£o com a prĂ³pria natureza desse tipo de licenciamento.

O presidente nacional da OAB pediu que a Justiça Federal no Estado do ParĂ¡ analise com urgĂªncia a aĂ§Ă£o civil pĂºblica ajuizada pelo MinistĂ©rio PĂºblico Federal para paralisaĂ§Ă£o imediata das obras.

- NĂ£o se pode continuar nessa atitude colonialista do governo federal em relaĂ§Ă£o aos Estados, sobretudo no que diz respeito a esses grandes projetos nacionais; Ă© preciso maior participaĂ§Ă£o dos Estados e da sociedade.

Ele lembrou que a usina de Belo Monte tem importante repercussĂ£o pela sua contribuiĂ§Ă£o ao sistema elĂ©trico do PaĂ­s, o qual deu recentemente mostras de exaustĂ£o, ao registrar um apagĂ£o em oito dos nove estados do Nordeste. "Portanto, os estados nĂ£o podem ser meros expectadores da implantaĂ§Ă£o desses projetos, eles precisam ser protagonistas, pois Ă© de lĂ¡ que vai ser retirada a energia, os minĂ©rios, e tudo isso Ă  custa do meio ambiente e dos impactos para a sociedade em geral". (R7)


PRONUNCIAMENTO DE VALÉRIA PROCHMANN NA SESSĂƒO SOLENE ALUSIVA AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA - 8 DE MARÇO DE 2012

Valéria Bassetti Prochmann

ExcelentĂ­ssimas autoridades:

Vereadoras Julieta Reis – que me dignifica com esta homenagem, a quem muito honrada agradeço -, Professora Josete, Dona Lourdes, Renata Bueno, NoĂªmia Rocha e Nely Almeida, em nome das quais cumprimento todos os vereadores que prestigiam esta sessĂ£o especial;

Dignos representantes de entidades comunitĂ¡rias jĂ¡ nominados;

Companheiras de homenagem Angela, CecĂ­lia, Dayana, Dirce, Dora, Elaine, Eliana, Erika, Florlinda, Hedy, Isabel, Izabel, Jane, Janete, Liana, Loide, Lucimara, Mara, Michely, Regina, Rita de CĂ¡ssia, Rosa, Roseli, Solange, Sonia, Terezinha e Terry – mulheres com significativa presença em nossa sociedade, o que dĂ¡ a dimensĂ£o da minha responsabilidade ao aqui representĂ¡-las.

Senhoras e Senhores:

8 de Março Ă© mundialmente celebrado como Dia Internacional da Mulher. Segundo o registro tradicional, a data faz alusĂ£o ao sacrifĂ­cio de 129 operĂ¡rias que protestaram contra condições de trabalho indignas e morreram num incĂªndio criminoso, em 1857, em Nova York. Segundo versĂ£o alternativa, tal incĂªndio ocorreu em 25 de março de 1911 na fĂ¡brica tĂªxtil Triangle Shirtwaist Company, vitimando 146 pessoas, das quais 123 mulheres. O fato contribuiu decisivamente para a melhoria das condições de segurança do trabalho. Pesquisas alternativas sugerem ainda que a data remete a uma manifestaĂ§Ă£o de milhares de mulheres ocorrida em Petrogrado, RĂºssia, em 1917, em protesto contra a escassez e os altos preços dos alimentos, que culminou com a adesĂ£o dos soldados. A verdade histĂ³rica Ă© que a data celebra o protagonismo de mulheres em ações organizadas de carĂ¡ter coletivo como fato social, polĂ­tico e cultural significativo. Tal protagonismo tomou impulso apĂ³s as duas Grandes Guerras Mundiais, quando as mulheres assumiram os postos de trabalho e o sustento dos lares. Os movimentos de mulheres determinaram importantes transformações comportamentais ocorridas no sĂ©culo 20 em todo o mundo.

Em 1910, a feminista alemĂ£ Clara Zetkin propĂ´s o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora num congresso em Copenhage, Dinamarca, com foco no direito ao voto. No Brasil, a organizaĂ§Ă£o de mulheres como fenĂ´meno social teve inĂ­cio no final do SĂ©culo 19 pelo direito de estudar e tomou vulto nos anos 30, com o chamado movimento sufragista que culminou com a conquista do direito ao voto em 1932.

Em 1975 a OrganizaĂ§Ă£o das Nações Unidas estabeleceu o 8 de Março como Dia Internacional da Mulher. Foi precisamente nesse ano – quando eu tinha 9 anos de idade – que o tema despertou minha atenĂ§Ă£o, numa aula sobre o Ano Internacional da Mulher. A partir daĂ­, minha histĂ³ria pessoal mesclou-se com as lutas democrĂ¡ticas e femininas, no contexto dos regimes militares que no Brasil e em paĂ­ses vizinhos da AmĂ©rica Latina impediam em nações inteiras o exercĂ­cio da cidadania e da democracia e oprimiam brutalmente suas populações. Destaco a intensa participaĂ§Ă£o feminina nos movimentos contra a carestia, nos comitĂªs pela Anistia em 1979, nas eleições diretas dos governadores oposicionistas em 1982 e na campanha das Diretas que inundou o paĂ­s de verde e amarelo em 1984. Foi nesta Ă©poca que os governadores eleitos Franco Montoro em SĂ£o Paulo, Tancredo Neves em Minas Gerais e JosĂ© Richa no ParanĂ¡ criaram os primeiros conselhos estaduais da condiĂ§Ă£o feminina - Ă³rgĂ£os de Estado empenhados na promoĂ§Ă£o da cidadania da mulher – e as delegacias da mulher – que tiraram a violĂªncia domĂ©stica do contexto intramuros. Estivemos presentes e fomos partĂ­cipes do primeiro comĂ­cio brasileiro realizado em 12 de janeiro de 1984 em Curitiba e na caravana que levou a campanha a 44 municĂ­pios paranaenses. Em cada um deles, reunĂ­amos as mulheres mobilizadas, que escolhiam uma representante para falar em seu nome. Quando algum cacique polĂ­tico tentava impedir a fala feminina, o cantor Wando – que nos acompanhava – se recusava a cantar, garantindo assim a nossa representaĂ§Ă£o nos palanques. Fomos tambĂ©m Ă  tomada do Congresso Nacional em BrasĂ­lia a uma semana da votaĂ§Ă£o da emenda Dante de Oliveira que restabeleceria as eleições diretas para presidente – fizemos um comĂ­cio em pleno voo e tambĂ©m uma vigĂ­lia na Assembleia Legislativa do ParanĂ¡, junto com todo o Brasil, na noite que antecedeu a sua derrota na votaĂ§Ă£o. A maioria de nĂ³s houve por bem entĂ£o reunir-se Ă  campanha intitulada Nova RepĂºblica para eleger Tancredo Neves no colĂ©gio eleitoral a fim de reconquistar a democracia perdida. No governo de transiĂ§Ă£o, foi criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, presidido por Jaqueline Pitanguy, que liderou as mulheres brasileiras no processo da Assembleia Nacional Constituinte.

Este foi o mais importante capĂ­tulo da luta feminina por cidadania na histĂ³ria brasileira recente. Importa relembrar para as mais maduras como eu e contar Ă s mais jovens aqui presentes o panorama de injustiça no qual vivia a mulher brasileira naquela Ă©poca.

Ao marido cabia a chefia da sociedade conjugal, incluindo o pĂ¡trio poder, a decisĂ£o sobre o domicĂ­lio da famĂ­lia e o direito de devolver aos pais a esposa que nĂ£o fosse virgem ao se casar. Ă€ mulher, restava obedecer, pois era considerada parcialmente incapaz pela legislaĂ§Ă£o civil, que empregava a expressĂ£o "mulher honesta" para referir-se Ă  conduta sexual feminina. MĂ£e que nĂ£o tivesse marido era qualificada como "mĂ£e solteira" e filhos nascidos de relações fora do casamento eram chamados de "ilegĂ­timos", sem direitos hereditĂ¡rios. AnĂºncios de empregos continham expressamente "sexo masculino" e quando dirigidos a mulheres, nĂ£o raro a expressĂ£o discriminatĂ³ria "boa aparĂªncia". Editais de concursos pĂºblicos tambĂ©m eram dirigidos ao sexo masculino – e foram precisas muitas ações na Justiça empreendidas pelo MinistĂ©rio PĂºblico para que as mulheres pudessem, por exemplo, prestar concursos nas polĂ­cias civil e militar, cursar as academias, receber seus diplomas e assumir seus postos e cargos plenamente. AlĂ©m de oferecerem salĂ¡rios muito inferiores, empresas costumavam exigir testes de nĂ£o-gravidez e atĂ© de esterilidade para empregar mulheres, chegando ao cĂºmulo de promover verificações do perĂ­odo menstrual de suas empregadas.

Em 1986, quando foi eleito o Congresso Constituinte, tive a honra de ser a primeira mulher eleita presidente da UPE – UniĂ£o Paranaense dos Estudantes, em eleições diretas. Integrante do Conselho Estadual da CondiĂ§Ă£o Feminina do ParanĂ¡ desde sua fundaĂ§Ă£o, atuei junto com muitas bravas brasileiras no chamado lobby do batom. E foi assim que a ConstituiĂ§Ă£o promulgada em 1988 vedou expressamente toda e qualquer forma de discriminaĂ§Ă£o sexual; conferiu Ă  mulher igualdade de status na chefia da sociedade conjugal e no pĂ¡trio poder; assegurou a proteĂ§Ă£o do estado e da sociedade Ă  uniĂ£o estĂ¡vel - equiparada ao casamento - e Ă  entidade familiar formada por um dos pais e seus descendentes; equiparou os direitos dos filhos em qualquer situaĂ§Ă£o jurĂ­dica parental; ampliou a licença-maternidade para 120 dias e instituiu a licença-paternidade; assegurou o direito da mulher Ă  assistĂªncia integral Ă  sua saĂºde em todas as fases de sua vida, inclusive ao planejamento familiar com informaĂ§Ă£o e meios proporcionados pelos serviços de saĂºde pĂºblica.

Com base na entĂ£o nova ConstituiĂ§Ă£o Federal, foram elaboradas as novas Constituições estaduais e pudemos questionar juridicamente todos os atos discriminatĂ³rios que descrevi. O mais emblemĂ¡tico para mim foi a revogaĂ§Ă£o de uma puniĂ§Ă£o aplicada pelo Comando da Capital da PolĂ­cia Militar do Estado do ParanĂ¡ a cinco policiais femininas por terem engravidado sendo solteiras, o que contrariava uma diretriz interna da corporaĂ§Ă£o. Com ampla repercussĂ£o na mĂ­dia nacional e junto a entidades de direitos humanos e civis internacionais, nosso questionamento levou o Governo do ParanĂ¡ e revogar a puniĂ§Ă£o e a diretriz discriminatĂ³ria. NĂ£o foram poucos os julgamentos a que assistimos, como representantes do Conselho Estadual da CondiĂ§Ă£o Feminina, no Tribunal do JĂºri para que assassinos de mulheres passassem a ser condenados por seus atos criminosos, pondo em desuso a velha tese da "defesa da honra" que costumava livrĂ¡-los das penas.

Neste SĂ©culo 21, constatamos e vivenciamos felizes a nova situaĂ§Ă£o da mulher e sua presença cada vez mais significativa na cultura, nos negĂ³cios, nas ciĂªncias, na educaĂ§Ă£o, nas profissões, nos esportes, nos serviços pĂºblicos, na polĂ­tica – tudo isso sem reduzir sua importĂ¢ncia no Ă¢mbito familiar e seu privilĂ©gio natural de ser mĂ£e. É uma imensa contribuiĂ§Ă£o para a riqueza das nações!

SenĂ£o vejamos:

Segundo o IBGE, 42% dos trabalhadores do mercado formal e 35% dos chefes de lares. Segundo o Sebrae, 45% dos empreendedores individuais. Segundo o Dieese, 40% dos sindicalizados. Segundo o TSE, 51% do eleitorado. E ainda 20% dos cargos de direĂ§Ă£o nas empresas e 89% das pessoas que atuam em voluntariado. Segundo Gilberto Dimenstein, 41% da renda da classe C resulta do trabalho feminino. Segundo Contardo Calligaris, nas periferias e nas favelas, os nĂºcleos familiares estĂ¡veis se organizam ao redor de mulheres. Segundo a revista Claudia, "os garotos que nos perdoem, mas quem manda na internet sĂ£o as menin@s" – o que o especialista em tendĂªncias sociais Mark Penn qualifica como "Tech Fatales" devido Ă  habilidade feminina para conexões.

Por influĂªncia de Ruth Cardoso, referĂªncia do movimento feminista, hĂ¡ muitos anos o governo brasileiro deposita nas mĂ£os femininas os recursos financeiros de auxĂ­lios sociais, pois sĂ£o assim melhor empregados com melhores resultados.

As mulheres assumiram profissões e ocupações antes impensadas. Muitas empresas vĂªm dando preferĂªncia Ă  contrataĂ§Ă£o de mulheres, cujo modo de trabalhar passou a ser enaltecido por consultores. Boa parte da iniciativa privada contemporĂ¢nea preocupa-se em ter mulheres nos seus quadros, inclusive nas funções executivas. Na polĂ­tica, cada vez mais temos vereadoras, prefeitas, deputadas, senadoras, ministras e atĂ© a presidente da RepĂºblica. No Ă¢mbito da Justiça, promotoras, procuradoras, juĂ­zas e ministras dos tribunais superiores. Ontem mesmo a ministra Carmen LĂºcia tornou-se a primeira mulher a presidir o TSE – Tribunal Superior Eleitoral. A presença da mulher tambĂ©m Ă© expressiva no mercado informal, como ambulantes e carrinheiras. Na educaĂ§Ă£o, a mulher jĂ¡ Ă© maioria em muitos cursos em todos os nĂ­veis e frequentemente ocupa o primeiro lugar da turma. Dados do IBGE indicam que 28% das mulheres tĂªm mais de 11 anos de escolaridade, enquanto o percentual Ă© de 19% para os homens.

As transformações foram profundas, mas ainda Ă© preciso aperfeiçoar estruturas e polĂ­ticas ainda sexistas, racistas e excludentes que constituem uma perversa realidade e mantĂªm a mulher em condiĂ§Ă£o de vulnerabilidade.

Temos que sobreviver ao que a procuradora de Justiça Luiza Nagib Eluf chama de femicĂ­dio, protagonizado em 66% dos casos por parceiros afetivos, surpreendentemente em todas as faixas etĂ¡rias. É preciso denunciar e reduzir drasticamente todas as formas de violĂªncia contra a mulher – inclusive a verbal -, com destaque para a educaĂ§Ă£o e o papel da famĂ­lia, da escola, do estado, do ambiente de trabalho e da mĂ­dia; e com necessidade de apoio e amparo social efetivo Ă s vĂ­timas e puniĂ§Ă£o de acordo com o estado de direito, com destaque para a Lei Maria da Penha – um marco importante na defesa da integridade fĂ­sica e moral da mulher. No Ă¢mbito internacional, Ă© preciso adotar sanções contra as formas vis de violĂªncia sofridas por mulheres em todas as nações, de que sĂ£o exemplos mais gritantes as regras de conduta e penalidades impostas nas teocracias.

No campo da saĂºde, Ă© mister melhorar a nota da saĂºde pĂºblica brasileira – mĂ©dia de 5,4% - para beneficiar a populaĂ§Ă£o feminina com a devida assistĂªncia, pois ainda sĂ£o muito elevados os Ă­ndices de mortalidade materna, cĂ¢nceres do aparelho reprodutor e de mama, entre outras enfermidades tĂ­picas da condiĂ§Ă£o da mulher. No campo da educaĂ§Ă£o, Ă© preciso combater os estereĂ³tipos e promover o respeito Ă  dignidade humana e Ă  diversidade como valor. Na cultura, Ă© preciso promover o acesso Ă  produĂ§Ă£o e Ă  fruiĂ§Ă£o dos bens culturais, bem como a ampliaĂ§Ă£o do repertĂ³rio cultural feminino.

O repĂºdio Ă  desigualdade e ao preconceito passa pela igualdade salarial, pela inclusĂ£o social, pelo combate ao estereĂ³tipo dos padrões de beleza e pela promoĂ§Ă£o do empoderamento feminino. Segundo o Banco Mundial, os indicadores de desenvolvimento econĂ´mico e de honestidade na gestĂ£o de recursos pĂºblicos melhoram onde a mulher tem mais acesso Ă  educaĂ§Ă£o e ao poder.

É por isso que - ao encerrar a minha fala - proponho aos senhores edis que uma mulher seja a prĂ³xima presidente da CĂ¢mara Municipal de Curitiba. Sim, senhores vereadores e senhoras vereadoras, elejam uma mulher presidente e permitam a esta Casa de Leis a oportunidade de experimentar um estilo feminino de administrar: eficiente, dinĂ¢mico, humanista, sustentĂ¡vel, criativo, calcado em diĂ¡logo, cooperaĂ§Ă£o, entendimento, seriedade, integridade e sensibilidade.

Considero a vereadora Julieta Reis plenamente capaz para assumir essa nobre missĂ£o, com sua respeitĂ¡vel carreira polĂ­tica, sua liderança e sua dedicaĂ§Ă£o Ă  funĂ§Ă£o pĂºblica, motivo pelo qual espero sinceramente que ela venha a ser a primeira mulher a presidir a nossa CĂ¢mara Municipal! Eis a melhor forma de homenagear as mulheres que nasceram, trabalham, mantĂªm famĂ­lias e vivem em Curitiba!

Amigas queridas, minha famĂ­lia – mĂ£e Alzeli, irmĂ£s ValquĂ­ria e Viviane, sobrinhas Victoria e Fernanda e sobrinhos Henrique e Thiago, meu marido Paulino e a todos os presentes, muito obrigada pela atenĂ§Ă£o.

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | belt buckles