domingo, 31 de março de 2013

Na Sexta-Feira Santa, padre pede que papa conduza Igreja de volta Ă s origens



Na celebraĂ§Ă£o da Sexta-Feira da PaixĂ£o conduzida pelo papa Francisco, em seu discurso o frei capuchinho Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifical, fez duras crĂ­ticas Ă  atual organizaĂ§Ă£o da Igreja CatĂ³lica. O sacerdote pediu que o sumo pontĂ­fice "conduza a Igreja Ă  simplicidade e Ă  linearidade de suas origens".
Cantalamessa comparou a Igreja CatĂ³lica a um "edifĂ­cio antigo", sob os olhares graves do papa:
"No decorrer dos sĂ©culos, para se adaptar Ă s exigĂªncias do momento, os velhos edifĂ­cios foram enchidos de divisões, de escadas, de salas". No entanto, segundo ele, as adequações "nĂ£o correspondem mais Ă s exigĂªncias. É preciso ter coragem para colocar tudo isso abaixo", destacou, pedindo a Francisco: "VĂ¡ e reforme a minha casa".
Abaixo, parte do texto integral:
... “HĂ¡ um conto, do judeu Franz Kafka, que Ă© um poderoso sĂ­mbolo religioso e que assume um novo significado, quase profĂ©tico, na Sexta-Feira Santa: "Uma Mensagem Imperial". Fala de um rei que, em seu leito de morte, chama um sĂºdito e lhe sussurra ao ouvido uma mensagem. É tĂ£o importante aquela mensagem que ele faz o sĂºdito repeti-la ao seu prĂ³prio ouvido. O mensageiro parte, logo em seguida. Mas ouçamos o resto da histĂ³ria diretamente do autor, com o tom onĂ­rico, de pesadelo, quase, que Ă© tĂ­pico deste escritor:
"Projetando um braço aqui, outro acolĂ¡, o mensageiro abre alas por entre a multidĂ£o e avança ligeiro como ninguĂ©m. Mas a multidĂ£o Ă© imensa, e as suas moradas, exterminadas. Como voaria se tivesse via livre! Mas ele se esforça em vĂ£o; ainda continua a se afanar pelas salas interiores do palĂ¡cio, do qual nunca sairĂ¡. E mesmo que conseguisse, isto nada quereria dizer: ele teria que lutar para descer as escadas. E mesmo que conseguisse, ainda nada teria feito: haveria que cruzar os pĂ¡tios; e, depois dos pĂ¡tios, o segundo cĂ­rculo dos edifĂ­cios. Se conseguisse precipitar-se, finalmente, para fora da Ăºltima porta - mas isso nunca, nunca poderĂ¡ acontecer - eis que, diante dele, alçar-se-ia a cidade imperial, o centro do mundo, em que montanhas de seus detritos se amontoam. LĂ¡ no meio, ninguĂ©m Ă© capaz de avançar, nem mesmo com a mensagem de um morto. Tu, no entanto, te sentas Ă  tua janela e sonhas com aquela mensagem quando a noite vem".
Do seu leito de morte, tambĂ©m Cristo confiou Ă  sua Igreja uma mensagem: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16, 15). Ainda existem muitos homens que se sentam Ă  janela e sonham, sem saber, com uma mensagem como a dele. JoĂ£o, como acabamos de ouvir, afirma que o soldado perfurou o lado de Cristo na cruz “para que se cumprisse a Escritura, que diz: HĂ£o-de olhar para Aquele que trespassaram” (Jo 19, 37). No Apocalipse, ele acrescenta: “Eis que vem sobre as nuvens e todo olho o verĂ¡; atĂ© os mesmos que o trespassaram, e todas as tribos da terra se lamentarĂ£o por ele” (Ap 1,7).
Esta profecia nĂ£o anuncia a Ăºltima vinda de Cristo, quando jĂ¡ nĂ£o for o tempo da conversĂ£o, mas do julgamento. Ela descreve, em vez disso, a realidade da evangelizaĂ§Ă£o dos povos. Nela ocorre uma vinda misteriosa, mas real, do Senhor que traz a salvaĂ§Ă£o. O seu pranto nĂ£o serĂ¡ de desespero, mas de arrependimento e de consolaĂ§Ă£o. Este Ă© o significado da profecia da Escritura, que JoĂ£o vĂª realizada no lado trespassado de Cristo, ou seja, o texto de Zacarias 12, 10: “Derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de JerusalĂ©m o EspĂ­rito de graça e de consolaĂ§Ă£o; eles olharĂ£o para mim , para aquele a quem trespassaram".
A evangelizaĂ§Ă£o tem uma origem mĂ­stica; Ă© um dom que vem da cruz de Cristo, daquele lado aberto, daquele sangue e Ă¡gua. O amor de Cristo, como o da Trindade, do qual Ă© a manifestaĂ§Ă£o histĂ³rica, Ă© "diffusivum sui", tende a se expandir e chegar a todas as criaturas, "especialmente as mais necessitadas da sua misericĂ³rdia". A evangelizaĂ§Ă£o cristĂ£ nĂ£o Ă© conquista, nĂ£o Ă© propaganda; Ă© o dom de Deus para o mundo em seu Filho Jesus. É dar ao Chefe a alegria de sentir a vida fluir do seu coraĂ§Ă£o para o seu corpo, atĂ© vivificar os seus membros mais distantes.
Temos de fazer todo o possĂ­vel para que a Igreja nunca se pareça ao castelo complicado e assombroso descrito por Kafka, e para que a mensagem possa sair dela tĂ£o livre e alegre como quando começou a sua corrida. Sabemos quais sĂ£o os impedimentos que podem reter o mensageiro: as muralhas divisĂ³rias, começando por aquelas que separam as vĂ¡rias igrejas cristĂ£s umas das outras; a burocracia excessiva; os resĂ­duos de cerimoniais, leis e disputas do passado, que se tornaram, enfim, apenas detritos.
Em Apocalipse, Jesus diz que ele estĂ¡ Ă  porta e bate (Ap 3,20). Ă€s vezes, como foi observado por nosso Papa Francisco, nĂ£o bater para entrar, mas batendo de dentro porque ele quer sair. Sair para os "subĂºrbios existenciais do pecado, o sofrimento, a injustiça, ignorĂ¢ncia e indiferença Ă  religiĂ£o, de toda forma de misĂ©ria."
Acontece como em certas construções antigas. Ao longo dos sĂ©culos, para adaptar-se Ă s exigĂªncias do momento, houve profusĂ£o de divisĂ³rias, escadarias, salas e cĂ¢maras. Chega um momento em que se percebe que todas essas adaptações jĂ¡ nĂ£o respondem Ă s necessidades atuais; servem, antes, de obstĂ¡culo, e temos entĂ£o de ter a coragem de derrubĂ¡-las e trazer o prĂ©dio de volta Ă  simplicidade e Ă  linearidade das suas origens. Foi a missĂ£o que recebeu, um dia, um homem que orava diante do crucifixo de SĂ£o DamiĂ£o: "Vai, Francisco, e reforma a minha Igreja".
"Quem estĂ¡ Ă  altura dessa tarefa?", perguntava-se o ApĂ³stolo, aterrorizado, diante da tarefa sobre-humana de ser no mundo "o aroma de Cristo"; e eis a sua resposta, que Ă© verdade tambĂ©m agora: "NĂ£o Ă© que sejamos capazes de pensar alguma coisa como se viesse de nĂ³s; a nossa capacidade vem de Deus. Ele nos fez idĂ´neos para sermos ministros de uma nova aliança, nĂ£o da letra, mas do EspĂ­rito, pois a letra mata, mas o EspĂ­rito dĂ¡ vida" (II Cor 2, 16; 3, 5-6).
Que o EspĂ­rito Santo, neste momento em que se abre para a Igreja um novo tempo, cheio de esperança, redesperte nos homens que estĂ£o Ă  janela a esperança da mensagem e, nos mensageiros, a vontade de levĂ¡-la atĂ© eles, mesmo que ao custo da prĂ³pria vida.


RessurreiĂ§Ă£o de Cristo

Por que primeiro ele ressurge para ela?


JoĂ£o 20:11 Maria, entretanto, permanecia junto Ă  entrada do tĂºmulo, chorando. Enquanto chorava, abaixou-se, e olhou para dentro do tĂºmulo,

JoĂ£o 20:12 e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus fora posto, um Ă  cabeceira e outro aos pĂ©s.
JoĂ£o 20:13 EntĂ£o, eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela lhes respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e nĂ£o sei onde o puseram.
JoĂ£o 20:14 Tendo dito isto, voltou-se para trĂ¡s e viu Jesus em pĂ©, mas nĂ£o reconheceu que era Jesus.
JoĂ£o 20:15 Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.
JoĂ£o 20:16 Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico: Raboni (que quer dizer Mestre)!


No evangelho de Felipe (log. 32) ela Ă© considerada a companheira de Jesus:
TrĂªs (eram as que) caminhavam continuamente com o Senhor: sua mĂ£e Maria, a irmĂ£ desta e Madalena, a quem se designa como sua companheira. Maria Ă©, efetivamente, sua irmĂ£, sua mĂ£e e sua companheira.



EVANGELHO SEGUNDO MARIA MADALENA:



Piero della Francesca. RessurreiĂ§Ă£o de Cristo, 1463. Pinacoteca Comunale

 
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