quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Gostei dos outdoors de protestos colocados pelo povo de Jaraguá do Sul contra o aumento do número de vereadores

O manifesto indignado dos organizados habitantes de Jaraguá do Sul foi ouvido na marra pela Câmara Municipal da cidade catarinense de 143 mil habitantes, que resolveu pela luta exercer a cidadania. A pressão popular funcionou. A força do movimento foi tanta que Câmara de Jaraguá do Sul desistiu do aumento de cadeiras. Oito votaram contra e três votaram a favor. Antes da campanha a maioria era favorável ao aumento entre 15 e 19 no número de vereadores.
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Para Chávez, queda de Kadafi dá início a tragédia na Líbia


O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta quarta-feira, 24, que a queda do regime de Muamar Kadafi na Líbia significa o início de uma crise no país africano. O líder venezuelano ainda condenou a ação da Organização do Tratado do Atlântico Norte(Otan) no território líbio.

"O drama na Líbia não está acabando com o a queda do governo de Kadafi. É só o começo. A tragédia na Líbia está apenas começando", disse Chávez, um dos poucos líderes mundiais que tem se pronunciado abertamente em favor do ditador líbio.

O líder venezuelano ainda disse que a caçada a Kadafi é um reflexo da "loucura" que tomou conta do país. "O que o império europeu e o império ianque (União Europeia e Estados Unidos, respectivamente) querem é o petróleo líbio", disse. (AP)

Polícia arromba escritório de bicheiro suspeito pela morte de juíza no RJ

A Polícia Civil arrombou na tarde desta quarta-feira, 24, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, o escritório de contabilidade de um dos suspeitos de ser o mandante da execução da juíza Patrícia Acioli, morta com 21 tiros, na porta de casa, na noite do dia 12. O bicheiro Luis Anderson de Azeredo Coutinho, o Anderson Bicheiro, teria ameaçado a magistrada de morte há dois anos.

O escritório dele realizava a apuração do jogo do bicho e está situado na Avenida Nilo Peçanha, uma das principais vias da cidade. Agentes da 75ª Delegacia de Polícia de Rio D'Ouro descobriram o local, embora a investigação da morte da juíza esteja a cargo da Divisão de Homicídios da Capital, que não foi comunicada sobre a operação.

Em uma interceptação telefônica autorizada pela Justiça e realizada pela Polícia Federal em julho de 2009, Anderson diz ao interlocutor que "uma bomba iria explodir em São Gonçalo" e acrescentou que "a pessoa que bate o martelo vai chorar lágrimas de sangue". Julgado por homicídio, o bicheiro teve prisão preventiva decretada por Patrícia, que atuava na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. A vítima do crime era uma testemunha da ação violenta de integrantes da máfia do transporte alternativo. (AE)

Cresce a censura e o número de jornalistas assassinados, diz ANJ

O "Relatório de Liberdade de Imprensa", divulgado nesta terça-feira pela ANJ (Associação Nacional de Jornais), aponta aumento nos casos de assassinatos de jornalistas nos últimos doze meses. O documento ainda lista número proporcionalmente maior de censuras impostas a veículos de comunicação no período e cita a polêmica a respeito da Lei de Acesso a Informações Públicas.

As mortes e os casos de censura foram registrados pelo Comitê de Liberdade de Expressão da ANJ entre 1º de agosto de 2010 e o último dia 26 de julho. O documento anterior tratava de dois anos --de 1º de agosto de 2008 a 31 de julho de 2010.

Enquanto o relatório 2008-2010 registrou apenas um homicídio de jornalista (e, mesmo assim, por motivos não decorrentes do exercício profissional), o documento atual enumera cinco assassinatos de jornalistas em que há, pelo menos, indício de conexão com a atividade profissional.

O comparativo entre os últimos dois relatórios aponta ainda aumento nos casos de censura, em sua maioria imposta pelo Poder Judiciário. São 12 casos no relatório 2010-2011 contra 19 nos dois anos do documento anterior.

"Como vem ocorrendo ao longo dos últimos anos, é motivo de especial preocupação que entre tais eventos [identificados pelo comitê] esteja a ocorrência reiterada de decisões judiciais proibindo jornais de publicar reportagens sobre determinados temas. (...) Confirmou-se a preocupação manifestada pelo Comitê de Liberdade de Expressão relativamente à ampliação do poder discricionário dos magistrados, especialmente os de 1º Grau, no julgamento de ações de antecipação de tutela, reparação de dano moral e de exercício do direito de resposta, a partir da revogação da Lei de Imprensa", diz trecho do relatório.

CENSURA

O documento cita, entre outros, o caso que envolveu o Tribunal Regional Eleitoral de Tocantins. Em setembro do ano passado, liminar de um desembargador do tribunal proibiu 84 meios de comunicação de divulgarem informações a respeito de uma investigação envolvendo o então governador do Estado e candidato à reeleição, Carlos Henrique Amorim (PMDB).

Três dias depois o tribunal extinguiu a liminar.

Também consta da lista a decisão judicial que levou a revista "Caras" a publicar uma edição com tarjas pretas nas páginas que tratavam do suicídio da modelo e atriz Cibele Dorsa.

O relatório divulgado nesta terça-feira registrou ainda uma prisão de jornalista, sete agressões, dois atentados, três casos de abusos contra jornais ou jornalistas, um caso de ameaça e uma manifestação negativa contra a imprensa --a do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em setembro de 2010 disse, em comício feito em Campinas, a seguinte frase: "Vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partidos políticos".

LEGISLAÇÃO

O projeto de lei que regulamenta o acesso a documentos públicos, que está parado na Comissão de Relações Exteriores do Senado, também foi abordado no relatório. O texto cobra do governo empenho na aprovação da nova lei.

Para a presidente da ANJ e superintendente do Grupo Folha, Judith Brito, os atuais entraves ao acesso de informações públicas destoam no cenário de avanço democrático brasileiro.

"Estamos realmente em situação de atraso em relação a outros países", afirmou ela. (Uol)

O Conselho de Ensino, Pesquisa da UFPR decide pela volta as aulas e demais serviços, mas professores e funcionários dizem que seguem com a paralisação

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade Federal do Paraná (UFPR)decidiu retomar o calendário acadêmico na próxima segunda-feira (29). Com isso, as aulas e demais serviços da instituição serão liberados já na semana que vem aos “alunos, funcionários e professores que quiserem voltar às atividades”, de acordo com a universidade.

A retomada foi aprovada pelo conselho em reunião nesta quarta-feira, por 15 votos a seis. Com isso, serviços como o Restaurante Universitário do Centro Politécnico, o transporte do centro até o câmpus e o Portal do Aluno já voltarão a funcionar, mesmo com a continuidade da greve dos servidores e professores.

Em comunicado, o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, afirmou que "não podemos impedir o trabalho de quem quer voltar, mas quem está em greve não será obrigado a retomar as atividades".

Professores

De acordo com o secretário-geral da Associação dos professores da UFPR (APUFPR), Rogério Gomes, a retomada do calendário não representa "de maneira alguma" a volta às aulas.

"O movimento de greve está muito forte e, por isso, as aulas devem continuam paradas. Um ou outro professor podem voltar, mas a maioria seguirá em paralisação", afirma Gomes.

Segundo ele, a postura da UFPR representa apenas uma retomada "formal" do calendário, não das aulas. "O calendário é reiniciado, mas sem professor em sala de aula, sem funcionamento da universidade", diz.

Gomes explica que as pautas nacional e local do movimento continuam travadas. Ele conta que ontem (23) a reitoria entregou uma proposta para as reivindicações dos professores, mas ela não chegou a ser aprovada.

A discussão nacional em torno do reajuste de salários da categoria também está parada. Também nesta terça-feira, foi rejeitado um aumento de 4% proposto pelo governo federal.

A exigência do movimento grevista é de um reajuste de 50% no piso da categoria, de acordo com Rogério Gomes.

Servidores

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest), que está reunido em assembleia na tarde desta quarta-feira, ainda não manifestou uma posição oficial sobre a decisão do Cepe.


À espera de um acordo nacional

Proposta da Reitoria da UFPR atende a reivindicações de grevistas. Contudo, paralisação deve ser mantida até o fim do movimento em todo o país

Praticamente todas as reivindicações dos servidores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em greve desde meados de junho, foram atendidas por uma proposta apresentada ontem pela Reitoria da faculdade, deixando grevistas e instituição perto de um acordo. No entanto, a paralisação deve ser mantida até que as negociações nacionais do movimento avancem, o que pode ocorrer em uma reunião marcada para amanhã. Para o presidente do Sin­di­cato dos Trabalhadores em Edu­cação do Terceiro Grau Público de Curitiba e do Litoral (Sin­ditest), Wilson Messias, as propostas da UFPR são razoáveis e estão bem encaminhadas. Contudo ele explica que o acerto não é possível no momento devido à discussão existente em âmbito nacional. “Nós estamos em um movimento muito maior, que conta com universidades de todo o país e não podemos abandoná-lo no meio do caminho”, diz Messias. De qualquer forma, ele não descarta que a greve possa estar próxima de um fim.

No Paraná, as reivindicações já poderiam ser atendidas. Segundo o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, a proposta oferecida pela universidade contempla as exigências mais importantes dos grevistas. Entre elas está a criação de uma comissão para determinar a implantação da jornada de 30 horas e também a formação de um grupo de trabalho para discutir um plano de melhorias das condições de trabalho em alguns setores da UFPR. A contrapartida exigida pela instituição seria o restabelecimento imediato das aulas.

No país

Nacionalmente, a negociação envolve a participação de outras 49 instituições de ensino e tem como exigência principal o aumento do piso salarial da categoria. De acordo com Messias, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) tem intermediado o diálogo dos servidores com o governo federal.

“Com o avanço da discussão local e o desenvolvimento da negociação em Brasília, nossa expectativa está em alta. Pode ser que durante esta semana a greve chegue ao final e, se isso acontecer, estamos preparados para o pronto reinício das aulas”, afirma Akel Sobrinho.

UTFPR

Alguns dos professores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná fizeram uma paralisação ontem e mantêm o movimento hoje, quando será realizada uma assembleia para decidir os rumos do indicativo de greve. A universidade e o Sindicato dos Professores da Universidade Tecnológica do Paraná não souberam informar quantos professores participaram do movimento nem quais câmpus foram atingidos. (GP)

Julgamento de padres acusados de pedofilia é retomado em Alagoas

O julgamento é presidido pelo juiz João Luiz de Azevedo Lessa e acompanhado pelo promotor de justiça Alberto Tenório Vieira, além de dois representantes da Santa Sé.

Os padres Luís Marques Barbosa, Raimundo Gomes e Edilson Duarte podem pegar penas de quatro a 10 anos de prisão, se condenados por pedofilia, conforme explicou o promotor do caso. Os religiosos são acusados de abusar sexualmente de três coroinhas da igreja católica que trabalhavam com os sacerdotes quando eram menores de idade.

Ouvidos pelos juiz, os três coroinhas reafirmaram as denúncias e esperam que os religiosos paguem pelo crime que cometerem. O magistrado que preside a audiência de instrução disse que o julgamento não tem hora para terminar e que pode ser suspenso hoje e retomado na próximas semana.

"Tudo vai depender da oitiva das testemunhas, das alegações finais e dos pedidos de diligências que poderão acontecer, exigindo com isso um tempo maior para da divulgação da sentença do caso", afirmou o promotor João Luiz de Azevedo Lessa.

A primeira testemunha a ser ouvida nesta sexta-feira foi um caminhoneiro, João Ferreira, que trabalhou por dois anos como motorista do padre Luís Marques Barbosa. Segundo o caminhoneiro, na casa paroquial o padre tratava os coroinhas com carinho, mas não observou nada que denotasse abuso sexual.

"Só depois que eu vi o vídeo com as imagens do ato sexual foi que tive certeza do envolvimento do padre com o coroinha", afirmou o caminhoneiro. "Contra fatos, não há argumentos", acrescentou o motorista. Depois das testemunhas de acusação, começaram a ser ouvidas as testemunhas de defesa dos três religiosos.

Vaticano

O representante da Santa Sé Daniel Nascimento disse que foi designado pelo arcebispo de Penedo, Dom Valério Breda, para acompanhar o julgamento com outro representante da Santa Sé. Segundo ele, o resultado desse processo deverá ser enviado para o Vaticano, para onde já seguiu um relatório preliminar a respeito da conduta dos padres acusados.

O caso O caso veio à tona no início do ano passado, quando o Programa SBT Repórter apresentou a denúncia de abuso sexual dos padres contra os coroinhas. O programa apresentou o vídeo de um dos sacerdotes com um coroinha.

O vídeo foi uma forma que eles encontraram para denunciar o que estava acontecendo com eles. No entanto, os religiosos se defendem dizendo que foram vítimas de tentativa de extorsão. Segundo os padres, os coroinhas fizeram o vídeo quando já eram maiores de idade com o objetivo de ganhar com a denúncia.

Acompanhamento

O julgamento é acompanhado por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e de ambulância do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), já que os padres são de idade avançada. No último julgamento um deles, Luís Barbosa, de 83 anos, passou mal, mas foi medicado e participou do julgamento até o final. (AE)



Dez maiores gestores de investimentos controlam 8,3 PIBs do Brasil


As dez maiores empresas gestoras de investimento do mundo administravam, ao final do ano passado, um total de US$ 17,4 trilhões, montante 20% superior ao PIB dos Estados Unidos, maior economia do mundo, e equivalente a 8,3 vezes o PIB brasileiro.

Segundo um levantamento feito pela consultoria Investment & Pensions Europe (I&PE), os 400 maiores gestores de investimentos do mundo administram recursos equivalentes a US$ 53,6 trilhões, valor 30% maior que a soma dos PIBs das dez maiores economias do mundo.

Apenas a maior gestora de investimentos do mundo, a BlackRock, gerencia sozinha US$ 3,8 trilhões em ativos, soma superior ao PIB da Alemanha, a quarta maior economia do mundo.

Esses dados são uma indicação da influência que decisões tomadas por essas empresas podem ter sobre os mercados financeiros e, em última instância, sobre os países que se veem obrigados a tomar medidas voltadas a acalmar os mercados.

As empresas gestoras são responsáveis por analisar as condições de mercado e tomar decisões de investimentos para os fundos formados por seus clientes ou por outras instituições que usem seus serviços.

Investimentos e especulação

"É quase impossível diferenciar investimentos normais de especulação, mas em situações de grande volatilidade nos mercados, como o atual, qualquer grande movimento pode ser interpretado de uma maneira mais estridente", observa Juan Pablo Pardo-Guerra, professor do Departamento de Sociologia da London School of Economics e especialista em mercados financeiros.

Ele cita o caso do chamado "flash crash" da Bolsa de Nova York, ocorrido no dia 6 de maio do ano passado, quando uma ordem de venda de uma grande quantidade de ações por uma gestora de fundos, em meio às tensões sobre a crise na Grécia, provocou uma reação em cadeia que derrubou o índice Dow Jones em mais de 9% em poucos minutos, apenas para voltar ao seu patamar inicial poucos minutos depois.

Ele observa, no entanto, que as decisões dos grandes gestores de investimentos seguem a lógica do lucro para atender aos interesses de seus clientes, que podem ser milhares ou até milhões de pessoas ou empresas diferentes.

Liam Kennedy, editor das publicações da I&PE, usa um argumento semelhante. "Na maioria dos casos, as empresas gestoras de ativos estão representando os interesses dos investidores", comenta.

"Se um determinado fundo decide não comprar mais títulos da dívida americana, por exemplo, e seus clientes não concordam com essa decisão, eles podem levar seu dinheiro para outro lugar. Essas empresas são muito transparentes no que fazem", diz.

Ganho na crise

O levantamento da I&PE com os 400 maiores gestores de fundo do mundo mostra que entre dezembro de 2009 e dezembro do ano passado essas empresas registraram um aumento de 24% no total de ativos sobre sua administração – mesmo num período de crise, com preocupações crescentes sobre a capacidade de países europeus pagarem suas dívidas e com a capacidade de recuperação da economia mundial após a crise de 2008.

Segundo Kennedy, esse aumento representa tanto um aumento em aplicações feitas por investidores quanto o bom desempenho dos investimentos conseguido pelos gestores.

"É possível lucrar mesmo com os mercados em queda", observa Antonio Mele, professor do departamento de Finanças da London School of Economics.

"Os gestores de fundos não se apoiam nos movimentos do mercado, não dependem da estabilidade. Para eles, volatilidade é vida", diz. "Também é possível lucrar com mercados em queda", observa.

Para Mele, é possível, "em teoria", haver manipulação no mercado, com movimentos especulativos. Ele observa, porém, que se isso ocorresse seria possível identificar a fonte da especulação com facilidade. "É possível identificar de onde vem o problema, quem está comprando ou vendendo em grandes quantidades", diz.

Crise agravada

Em meio à atual crise de confiança na capacidade de países europeus honrarem suas dividas, alguns governos afetados acusam os especuladores de condená-los à crise com suas decisões de investimento.

A fuga dos investidores de títulos das dívidas desses países tem o efeito de elevar os juros pagos pelos governos para rolar seus empréstimos, o que por sua vez aumenta ainda mais o peso do serviço da dívida e eleva os questionamentos sobre a capacidade de o país continuar pagando em dia.

Os especialistas ouvidos pela BBC Brasil afirmam, porém, que a crise não é criada pelo mercado.

"As ações dos grandes atores dos mercados têm um efeito e agravam a crise, por exemplo porque o crédito ficará mais restrito, o que prejudica a economia real, mas o problema foi criado pelos próprios países em primeira instância", observa Liam Kennedy.

"Lógico que eles não poderiam ter previsto a crise, mas essencialmente eles não deveriam ter tomado tanto emprestado se não podiam também manter suas finanças sob controle", afirma.

Dependência

Para Antonio Mele, os governos podem se tornar dependentes dos mercados e se verem obrigados a tomar medidas somente para atender aos interesses e exigências dos grandes investidores, mas essa dependência é de responsabilidade dos próprios governos ao decidirem recorrer aos mercados para financiá-los.

"Não é possível isolar os governos dos mercados. Nessa situação, quanto mais dependentes do mercado, mais forçados serão a atender as suas expectativas", comenta.

Juan Pablo Pardo-Guerra observa que a situação da economia global não mudou de um dia para o outro para justificar os movimentos intensos de baixa e alta nos mercados nos últimos dias, mas a percepção dos investidores sobre o futuro pode ter mudado.

"A economia real nesta semana é a mesma que na semana passada, mas a percepção sobre o futuro mudou. E os mercados se movimentam de acordo com as expectativas dos investidores sobre o futuro, com a confiança", comenta.

Kennedy concorda. "Quando os juros dos títulos aumentam, o mercado está basicamente identificando um problema que vai ocorrer no futuro. Está dizendo que esses governos terão que pagar mais no futuro se quiserem que os investidores emprestem a eles, porque os investidores querem ser compensados pelo risco mais alto", observa.

"Acusar especuladores é algo que os políticos e os governos fazem há muito tempo, mas a crise atual é essencialmente a consequência da má administração do problema pelos líderes e a falta de confiança dos investidores de que vão receber seu dinheiro de volta", argumenta.

Controles

Apesar dos problemas identificados, porém, os analistas consideram que são remotas as possibilidades de que sejam adotadas grandes reformas para controlar o poder dos grandes atores dos mercados de manipulá-los.

"Seria quase impossível controlar isso, porque iria contra o princípio dos mercados livres, ao restringir o direito de comprar e vender livremente", observa Pardo-Guerra. "Nenhum país do mundo estaria disposto a adotar uma medida dessas."

Para ele, existe pouco interesse dos governos em enfrentar os mercados para regulamentá-los. "No ano que vem, há eleições presidenciais nos Estados Unidos, e o presidente Barack Obama precisará do apoio de Wall Street para reelegê-lo", cita ele como exemplo. "Politicamente, os governos não vão correr esse risco."

Em última instância, segundo ele, o principal mecanismo de controle a que essas empresas são submetidas é a prestação de contas que fazem aos seus acionistas e clientes.

Ele observa ainda que os governos mantêm contatos frequentes com os grandes operadores do mercado e também há consultas entre as próprias empresas para evitar turbulências catastróficas.

"Não é do interesse da comunidade financeira enfrentar uma crise imprevisível. Apesar de ser possível ganhar durante a crise, geralmente há mais perdedores do que ganhadores. Os atores do mercado preferem a previsibilidade", diz Pardo-Guerra. (BBC)

As dez maiores (ativos administrados, em US$ bi)

1BlackRock3.817,1
2State Street Global Advisors
2.128,7
3Allianz Global Investors
2.128,2
4Vanguard Group
1.867,5
5Fidelity Investments
1.712,8
6J.P. Morgan Asset Management
1.389,7
7PIMCO1.318,3
8BNY Mellon Asset Management International
1.245,3
9Amundi Group
979,4
10Pramerica Investment Management
832,1

Fonte: Investment & Pensions Europe (I&PE)


Chile faz greve geral em busca de reformas profundas

Trabalhadores do Chile iniciaram nesta quarta-feira uma greve geral de 48 horas contra o governo do presidente Sebastián Piñera, em uma paralisação que deve atingir 80 setores.

A greve nacional visa pressionar por reformas profundas no país e é a primeira desde que Piñera tomou posse, em março do ano passado.

A paralisação foi convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e conta com o apoio declarado dos principais partidos da oposição, reunidos na frente chamada 'Concertación', e dos estudantes, que há mais de três meses realizam protestos contra o governo.

Segundo a CUT, pelo menos 80 setores prometiam aderir à greve, entre eles, escolas, universidades, hospitais, metrô e os trabalhadores de cobre – principal produto da economia nacional.

Em um comunicado, a CUT informou que a paralisação é por "um Chile diferente" e relaciona, entre suas demandas, uma "educação pública de qualidade e uma nova Constituição".

Sindicalistas, estudantes e outros setores da sociedade chilena reivindicam a substituição da Constituição chilena, que ainda é do período do regime militar, e que concentra fortes poderes nas mãos do presidente.

Até o fim da manhã desta quarta, o saldo da greve era de 35 pessoas detidas por "desordem" e por ataques contra carabineros (policiais) e 11 feridos (nove policiais e dois civis), segundo o jornal La Tercera.

Há relatos de ônibus sendo apedrejados e barricadas montadas nas ruas de Santiago, enquanto as forças de segurança respondem com bombas de gás lacrimogêneo.

Greve 'sem fundamento'

O presidente Piñera disse, na terça-feira, que a greve "não tem fundamento" e, em uma referência à crise internacional, destacou que a paralisação ocorre em um momento em que "todos deveriam cuidar do país".

"Quero pedir a todos os nossos compatriotas que cuidem do nosso país, especialmente agora, em um momento de incertezas internacionais", afirmou Piñera diante das câmeras de televisão.

O líder chileno registra os piores índices de popularidade desde o retorno da democracia, em 1990, de acordo com pesquisas dos institutos Adimark e CEP, divulgadas no início deste mês.

A Adimark indicou que ele contava em julho com 29% de aprovação e 62% de rejeição, refletindo "os efeitos do movimento estudantil", segundo o diretor do instituto Roberto Méndez.

Ele observou que a oposição, reunida na Concertación, também registra baixo apoio popular – 20% de aprovação e 67% de rejeição.

A Concertación governou o país durante 20 anos desde o retorno da democracia (1990-2010) até a eleição de Piñera, primeiro presidente de centro-direita desde o fim do regime de Augusto Pinochet (1973-1990).

O professor de ciências políticas da Universidade do Chile, Guillermo Holzmann, disse à BBC Brasil que este é "um raro momento da democracia chilena", já que "governo e oposição não conseguem capitalizar o apoio popular".

Crescimento econômico

Ele observou ainda que a popularidade de Piñera está em baixa, apesar do crescimento econômico recorde - 8,4% de expansão no primeiro semestre, o mais alto desde 1995.

Analistas afirmam que, apesar do crescimento e do aumento da renda per capita – em torno dos US$ 15 mil -, o modelo econômico em vigor resultou na maior concentração de renda, aumentando a distancia entre os mais ricos e os mais pobres do país.

"Existe uma insatisfação dos chilenos com a qualidade da democracia e com o poder em geral, econômico e político. Ao mesmo tempo, apesar dos protestos e da insatisfação, fica aqui a sensação de que (os sentimentos) não vão afetar a estabilidade do país", disse à BBC Brasil o analista Ricardo Israel, autor de um blog no jornal La Tercera, de Santiago.

Para ele, nos últimos dias, essa insatisfação foi canalizada pelos protestos dos estudantes que tiveram apoio de outros setores e que agora também são respaldados pela CUT.

Nesta terça-feira, a líder estudantil Camilla Vallejo esteve no Palácio presidencial de La Moneda, mas o impasse entre estudantes e o governo continua. "Reiteramos que não queremos uma educação de mercado, mas como um direito de todos", disse ela.

Piñera defende que a educação seja paga – "porque tudo tem preço", afirmou recentemente.

Em meio aos protestos, ele realizou uma reforma ministerial e fez duas propostas aos estudantes, mas as manifestações continuam, já que, argumentam os organizadores, o governo não abordou questões como a qualidade do ensino e a gratuidade das universidades.

Piñera assumiu o cargo em março do ano passado, logo após um dos piores terremotos no país. No fim de 2010, sua popularidade aumentou com o resgate dos 33 mineiros aprisionados em uma mina.

Mas sua aprovação começou a cair pouco depois, com uma série de protestos sacudindo o país, entre eles manifestações por parte de chilenos que continuam sem ter onde morar após o desastre natural e protestos por parte de estudantes e de pessoas contrárias à construção de uma hidrelétrica na Patagônia. (BBC)

Deputado Francischini dá voz de prisão a falso pastor na Câmara dos Deputados.

O deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR), delegado da Polícia Federal licenciado, cana dura com o qual não há acerto, que ficou famoso, entre outras operações bem sucedidas, por ter preso o megatraficante Juan Carlos Abadia, prendeu ontem (23) em flagrante, na Câmara dos Deputados, em Brasília, um falso pastor, Walter da Silva Filho, por corrupção ativa e uso de documentos falsos.

Fernando Francischini foi procurado em meados de julho pelo também deputado Paulo Freire (PR-SP), filho do pastor José Wellington - presidente da Assembléia de Deus em todo o Brasil - que confiante na experiência do policial federal em identificar falcatruas, estranhou um negócio a ele proposto por Walter, de recebimento de dinheiro em troca do convencimento de lideranças evangélicas a se filiarem a um inexistente Conselho Federal de Teólogos.

Francischini encaminhou os papeis apresentados por Walter a Policia Federal para análise. Em resposta a PF apontou fortes indícios de fraude mediante a utilização de documentos falsos supostamente expedidos pela Advocacia Geral da União (AGU) e Ministério Público da União (MPU).

Os deputados Fernando Francischini e Paulo Freire receberam Walter da Silva Filho a Brasília para conversar sobre o suposto Conselho e a forma de pagamento aos parlamentares de 25% de todo o montante que fosse arrecadado pelo esquema. E, num caso inédito na história da Câmara dos Deputados, em ambiente monitorado por áudio e vídeo o falso pastor tornou a repetir a proposta, agora ao novo interessado: o deputado Fernando Francischini que imediatamente deu-lhe voz de prisão.


Seriam os círculos na Inglaterra obras dos ETs?

O primeiro círculo deste ano surgiu em uma plantação em Wiltshire, na Inglaterra

Fenômeno extraterrestre ou engodo? Brincadeira ou arte? Verdade ou mentira? Desde meados da década de 1970, pessoas de todo o mundo se fazem essas perguntas quando um novo crop circle (círculos desenhados em áreas de colheita) aparece. O primeiro deste ano acaba de surgir numa plantação em Wiltshire, no sudoeste inglês, há duas semanas. O local, assim como Stonehenge, Avebury e Silbury Hill, áreas onde os círculos proliferam, é uma verdadeira meca da ufologia. O enigmático desenho que, assim como os demais, apareceu da noite para o dia é considerado por muitos mensagem enviada por civilizações extraterrestres que visitam a Terra em naves espaciais e deixam essas marcas. Em forma labiríntica e circular, podem chegar ao tamanho de dois campos de futebol. Outros, entretanto, apostam que os desenhos são feitos por pessoas ágeis e habilidosas com tábuas de madeira e cordas que, na calada da noite, transformam um campo de trigo, milho, centeio ou cevada em obra de arte.

É tudo muito intrigante. Numa sociedade ávida por minutos de fama, por que alguém abandonaria uma obra cujas fotos percorrem o mundo e poderiam render entrevistas e dinheiro? E se fossem mesmo ETs, por que prefeririam a Inglaterra, país que concentra 90% das marcas e onde 200 novas formações aparecem por ano? A única certeza é que os crops circles, esta espécie de grafite agrário, são confeccionados em proporções matemáticas perfeitas. “Todos são feitos pelo homem”, disse à ISTOÉ o inglês John Lundberg, fundador de um grupo que resolveu mostrar como se fazem esses círculos. Circle maker há 20 anos, ele já fez centenas em várias partes do mundo. A iniciativa de Lundberg e sua turma é vista como heresia por estudiosos de óvnis. “O propósito deles é esculhambar uma coisa séria”, reclama o brasileiro A. J. Gevaerd, editor da revista “UFO” e um dos ufólogos mais respeitados do mundo. “Por que alguém pode querer sabotar mensagens de inteligência tão avançada?”, questiona.

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NO BRASIL
Em Ipuaçu (SC), as marcas apareceram em 2008 e 2009 e
colocaram a cidade na rota do turismo ufológico

Mas que tipo de mensagem uma inteligência tão avançada tentaria nos comunicar com uma porção de círculos sobrepostos? “Números sagrados”, diz Gevaerd. “Às vezes, significam datas, como 21 de dezembro de 2012. É o fim do calendário maia.” O astrônomo americano Seth Shostak, um dos coordenadores do programa Seti (sigla em inglês para busca de inteligência extraterrestre) – que há 50 anos investiga a possível existência de vida fora da Terra –, disse à ISTOÉ que os círculos têm origem humana. “Será que seres do espaço viajam um longo caminho só para esculpir uma mensagem que vai desaparecer em poucos dias?”, pergunta. “Seria uma forma louca de se comunicar.” Segundo Shostak, as obras são lindas, mas não há nenhuma razão para supor que elas sejam criadas por qualquer outro ser que não os humanos. Gevaerd defende que é possível saber se os círculos são “legítimos”. Quando não são, diz ele, as plantas amassadas morrem. Já Lundberg rebate com o argumento de que o tempo de duração das plantas varia de acordo com o período da colheita em que as marcas são feitas, e não com o fato de o desenho ter sido feito por pessoas.

No Brasil, a pequena cidade de Ipuaçu (SC), de sete mil habitantes, ganhou fama em novembro de 2008 quando dois círculos de aproximadamente 20 metros de diâmetro cada um apareceram a 200 metros do perímetro urbano. Um ano depois, o fenômeno se repetiu e colocou Ipuaçu na rota do turismo ufológico. Foi a primeira aparição dos crop circles no País. “A cidade mudou muito, veio até gente da Índia aqui”, conta Emerson Pedro Bazi, secretário de administração do município. Este ano, o encontro nacional de ufologia foi realizado lá. Com o avanço do turismo ufológico, a cidade começou a crescer. Seu primeiro hotel está em construção e deve ser inaugurado até o fim do ano. No dia seguinte ao surgimento dos primeiros círculos brasileiros, Gevaerd já estava no local. Ele não duvida que os círculos de Santa Catarina foram feitos por seres do espaço. “As figuras são idênticas às que foram vistas no princípio do fenômeno na Inglaterra. O Brasil entrou na rota das mensagens inteligentes”, acredita ele.

Do embate travado entre os que acreditam que os crop circles são feitos por ETs e os circle makers, que reivindicam a autoria de todas as obras, o mais curioso é que um grupo precisa do outro. Porque sem o mistério que paira em torno dos círculos e de suas possíveis origens extraterrenas talvez ninguém estivesse prestando atenção aos desenhos. E as marcas, em contrapartida, alimentam a fé e rendem dividendos turísticos. Um círculo gira o outro.

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