terça-feira, 2 de novembro de 2010

Aécio, Alckmin e Richa vão tomar o lugar do trio FHC, Serra e Tasso


Christiane Samarco/AE

BRASÍLIA - O PSDB sai destas eleições com o comando nacional renovado. Abertas as urnas, um time tradicional de tucanos sai de cena e entra em campo uma nova geração de dirigentes. O núcleo do poder, no entanto, deverá continuar nas mãos de um triunvirato. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador Tasso Jereissati, ex-presidente do partido que perdeu a disputa pela reeleição no Ceará, e o candidato José Serra passam à reserva. Dão lugar a um trio mais jovem, composto pelo senador eleito Aécio Neves (MG), 50 anos, e os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, 57 an os, e do Paraná, Beto Richa, 45 anos, o caçula da turma que ingressou na vida pública aos 29 anos, como deputado estadual.

A despeito da derrota na disputa presidencial, o partido mantém um quinhão de poder expressivo para dar visibilidade à oposição do ponto de vista nacional.

Além de São Paulo e Paraná, os tucanos também elegeram os governadores de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e de Goiás, Marconi Perillo.

O fenômeno da renovação de comando não é exclusividade do PSDB. Afinal, as mesmas urnas que dizimaram expoentes tucanos como o líder no Senado, Arthur Virgílio (AM), impuseram derrota a líderes expressivos do DEM. O presidente Lula elegeu alguns oposicionistas como alvos e abateu, pessoalmente, os senadores Tasso Jereissati, Heráclito Fortes (PI) e Marco Maciel (PE), que foi vice presidente da República na gestão FHC.

Dos líderes tradicionais da cúpula do partido Democratas no Senado, apenas José Agripino (RN) foi bem sucedido e se reelegeu. A nova geração de dirigentes do DEM inclui os deputados Paulo Bornhausen (SC), filho do ex-presidente do partido Jorge Bornhausen, e ACM Neto (BA) - seu pai, o senador ACM Júnior, disputou o Senado na suplência do deputado José Carlos Aleluia (BA) e foi derrotado.

O ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia tentou voltar ao Congresso, mas perdeu a disputa por uma cadeira de senador. Para seu consolo, o filho Rodrigo Maia, que preside o partido, volta a Câmara como deputado federal.

Estreante forte. Ao estrear nas urnas com uma vitória convincente, Antonio Anastasia, 49 anos, engrossa a nova geração de dirigentes tucanos. Alckmin já foi governador, é verdade, mas há uma avaliação no tucanato de que só agora ele ingressará no núcleo de decisão da cúpula nacional. Chega reforçado pela parceria leal e bem sucedida com Aécio.

Como a regional de São Paulo tem sido, tradicionalmente, a mais forte da legenda, a hegemonia paulista no comando partidário foi absoluta ao longo dos 25 anos de PSDB. Agora, no entanto, Aécio e Beto Richa entram para dar o reclamado equilíbrio regional à cúpula tucana.

Aécio traz na bagagem oito vitórias seguidas nas urnas, ao longo dos últimos oito anos, a última delas superlativa. Além de fazer o sucessor e de conquistar uma cadeira no Senado, conseguiu derrotar todos os adversários no Estado. A lista dos derrotados inclui o PT do ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, que disputou vaga de senador e perdeu porque Aécio se elegeu senador em dobradinha com o ex-presidente Itamar Franco, do PPS.

Beto Richa enfrentou e venceu PT, PMDB e PDT no Paraná, e ainda chega à cúpula tucana com a força do sobrenome. O pai e ex-senador José Richa foi fundador do PSDB ao lado de Serra, FHC, Franco Montoro e Mário Covas, e também presidiu o partido. Como ajudou bastante na campanha presidencial, Richa tem a gratidão de Serra e tem a vantagem de não ser considerado um estrangeiro pelos dirigentes paulistas.

Oposição vai gerir mais de 50% do PIB

Wilson Tosta

RIO - O "corredor de oposição" conquistado nos dois turnos pelo PSDB e pelo DEM nas disputas pelos governos estaduais em 2010, que corta o País na direção sul-noroeste, reunirá Estados que, juntos, somam mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O resultado, de certa forma, contrabalança a derrota da chapa tucano-demista na disputa pela Presidência, anteontem - a terceira desde 2002 -, e pode ajudar seus integrantes a montar uma aliança forte para brigar pelo Palácio do Planalto em 2014.

Há, contudo, limites nessa estratégia, porque o controle das máquinas administrativas estaduais não resulta, necessariamente, em vitória eleitoral. Foi o que ocorreu agora, quando o PSDB, mesmo governando São Paulo e Minas Gerais há mais de um mandato, foi derrotado por mais de 12 milhões de votos no segundo turno da eleição presidencial pela candidatura da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT).

Com os resultados de 2010, o PSDB e o DEM somarão no ano que vem ao controle sobre Estados que têm respectivamente o primeiro PIB estadual do País (São Paulo, mais de R$ 900 bilhões) e o terceiro (Minas Gerais, acima de R$ 240 bilhões), e ainda administrações de Estados que conquistaram este ano. São o Paraná (quinto PIB, mais de R$ 160 bilhões) e Santa Catarina (sétimo, mais de R$ 100 bilhões. Até o fim deste ano, o controle sobre as administrações paranaense e catarinense ainda estará com o PMDB, partido que se divide entre apoiar, se opor ou ficar neutro em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os oposicionistas também amealharam para seu campo os governos de Goiás (PIB acima de R$ 60 bilhões), Tocantins (mais de R$ 11 bilhões), Pará (em torno de R$ 50 bilhões) e Roraima (mais de R$ 4 bilhões). Fora do "corredor da oposição" iniciado, que vai de Santa Catarina (será governada pelo demista Raimundo Colombo) a Roraima (com mandado, a partir de 1 de janeiro, do tucano Anchieta Júnior), também são relacionados dois Estados: Rio Grande do Norte (mais de R$ 22 bilhões, a ser governador pelo DEM) e Alagoas (mais de R$ 22 bilhões, a ser administrado, em reeleição, pelo tucano Teotônio Vilela Filho).

Dilma exclui PMDB da primeira reunião para definir nomes da equipe de transição

AE

BRASÍLIA - Mesmo com o vice na chapa, o PMDB foi alijado da primeira reunião da presidente eleita, Dilma Rousseff, realizada ontem de manhã e à tarde na casa da petista, no Lago Sul, um dos bairros nobres de Brasília, quando foram escolhidos os primeiros nomes da equipe de transição.

Essa equipe será comandada pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, e pelo ex-ministro Antonio Palocci. Só foram convidados para a reunião com a presidente eleita os petistas mais próximos e cada um recebeu a sua missão para a futura equipe de transição.

Entre os peemedebistas, notava-se um misto de decepção pela ausência de um representante do partido na reunião com a presidente eleita, e a certeza de que o partido será tratado assim mesmo, à distância, porque os lugares mais próximos a Dilma estão reservados aos petistas.

Mas ficou no ar também um recado, o de que o PMDB saberá dar o troco sempre que for necessário. "Eles não vão governar sozinhos, vão governar com todo mundo", disse o deputado Eduardo Cunha (PMDB-SP). Para acrescentar, a seguir: "Durante toda a campanha, ela (Dilma) só se reuniu com esses mais próximos, mesmo."

Para atenuar a crise, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, ligou ontem para o deputado Michel Temer (SP), presidente do PMDB e vice eleito na chapa de Dilma Rousseff, para convidá-lo a ter uma conversa, se possível hoje. Temer justificou que estava viajando para São Paulo e que eles poderão conversar sempre.

As pesquisas eleitorais e a formação de opinião

Lizete Andreis Sebben *

"Em momento de debates sobre a reforma eleitoral, não pode deixar de ser apreciada a possibilidade de limitar-se a divulgação das pesquisas, impedindo que ocorra próxima aos pleitos, resguardando a livre manifestação do voto"
Lizete Andreis Sebben *

O artigo 33 da Lei 9.504/97, conhecida como Lei das Eleições, autoriza entidades e empresas a realizarem pesquisas de opinião relativas aos pleitos ou aos candidatos, sendo obrigatório seu registro junto ao órgão da Justiça Eleitoral competente. O procedimento registral mostra-se necessário para autorizar a fiscalização e a divulgação dos dados da pesquisa.

A pesquisa considera os aspectos metodológicos e os processos contemporâneos de formação das opiniões políticas e suas influências, objetivando, em síntese, analisar o desempenho e a aceitação dos candidatos ou partidos, traçando um perfil do momento, sob a ótica do eleitorado, elementos esses fundamentais para futuras e imediatas posturas dos candidatos, em suas campanhas, de forma a adaptarem suas propostas às expectativas dos eleitores.

Em que pese toda a cientificidade do processo de pesquisa e os respecivos controles, inclusive legais, a divulgação desses dados corre por meio da mídia, da comunicação jornalística, elemento que pode influenciar junto ao eleitorado. Certo é que poucos são os receptores que entendem de estatística, do significado dos termos técnicos utilizados (percentuais, margem de erro, empate técnico) ou, mesmo, sabem usar os dados constantes dessa eficaz ferramenta.

Há pessoas que desconfiam e desacreditam dessa análise da realidade, e, sob essa ótica, sempre que estamos diante de um novo processo eleitoral, com a realização de pesquisas, reiteram-se os conhecidos questionamentos: por que os resultados das diversas fontes de pesquisa não são coincidentes? Por que o resultado do pleito nem sempre coincide com aquele divulgado na pesquisa? Deve-se impedir divulgação de resultados às vésperas da eleição?

Quanto a essas questões, há de se ter em mente que a análise da realidade eleitoral é momentânea, onde qualquer fato novo posterior tem influência para alterar o resultado apontado, e, também, que a pesquisa é realizada por amostragem, ou seja, de uma parcela representativa, o que, dadas as diversas variantes, pode justificar eventual erro, desvio ou não coincidência.

Importante analisar, a reiterada polêmica da divulgação dessa avaliação realizada por meio de pesquisas, enquetes ou sondagens, em especial nos períodos muito próximos ao pleito, onde, há evidência, o resultado influencia de alguma forma uma parcela dos eleitores, particularmente àqueles que ainda não fizeram sua opção eleitoral.

Identifica-se, neste contexto, o que se denomina de “voto útil”, ou seja, voto dado a certo candidato porque ele está na frente ou, como forma de protesto, àquele que não tem condições de ganhar. No primeiro caso, mostra-se evidente que partido ou candidato com melhor desempenho, à luz da livre manifestação de vontade do eleitorado, atrai outros e novos simpatizantes.

Em pleno momento de análise e debates sobre a reforma eleitoral, esse é um tema que não pode deixar de ser apreciado, inclusive sobre a possibilidade de limitar-se, temporalmente, a divulgação das pesquisas, impedindo que ocorra próxima aos pleitos, resguardando a livre manifestação do voto.

* Advogada e ex-juiza do TRE-RS.

Beto Richa quer R$ 771 milhões do caixa federal


Paranáonline

O governador eleito, Beto Richa (PSDB), está requisitando R$ 771 milhões do projeto de orçamento da União para 2011 para dar cobertura financeira a projetos e obras da sua futura gestão.

Em reunião ontem com dezenove dos trinta deputados federais do Paraná, Beto apresentou uma lista das emendas que gostaria que os deputados encampassem para incluir no orçamento da União que começa a ser discutido nos próximos dias no Congresso Nacional.

São propostas nas áreas de saúde, educação, infraestrutura, envolvendo pedidos de verbas para obras como a conclusão da Linha Verde Sul, em Curitiba, e investimentos no Porto de Paranaguá.

O pedido de recursos mais volumoso é de R$ 150 milhões para obras de saneamento. “Sugerimos aos congressistas paranaenses um conjunto de obras que coincidem com o planejamento do governo do Paraná para 2011 e anos seguintes”, afirmou Beto Richa.

“Esta é uma demonstração do nosso interesse em fazer uma gestão compartilhada com todos aqueles que têm propostas e idéias para o desenvolvimento do Estado”, disse.

O coordenador da bancada federal do Paraná, deputado Alex Canziani (PTB), disse que, no orçamento deste ano, o Paraná solicitou R$ 387,3 milhões. Até agora, foram empenhados R$ 52 milhões.

“Nós podemos propor quanto quisermos. Mas cada dia com sua agonia”, brincou o deputado. Ele explicou que são várias as etapas até a liberação dos recursos. Primeiro, a emenda tem que ser aprovada para entrar no orçamento. Mas não basta. É preciso que os recursos sejam empenhados.

A próxima etapa é a liberação. “Agora, nós vamos nos empenhar para que possamos liberar mais”, disse. Em 2009, o Paraná conseguiu aprovar emendas no valor de R$ 317,2 milhões. Foram empenhados R$ 64, 4 milhões até o final do exercício. Ou seja, o Estado conseguiu 20,3% do que pediu.

Novo hábito

A condição de governador de oposição ao governo federal ocupada por Beto Richa não deve atrapalhar nas negociações de verbas orçamentárias, acredita Canziani. “Acho até que vai ser mais fácil. O governador anterior, o Requião, era aliado do governo, mas nunca fez uma reunião com os deputados, nunca nos acompanhou a um ministério. Agora, o Beto está se propondo a realizar um trabalho com a bancada, que pode funcionar”, avaliou.


Dos representantes do PT, que elegeu a nova presidente da República, apenas a senadora eleita Gleisi Hoffmann compareceu à reunião com o governador eleito. Conforme declarações distribuídas pela assessoria do governador eleito, a senadora eleita disse que está disponível para ajudar nos projetos de interesses do Paraná.

Prestação de contas final da campanha de Beto Richa entregue no TRE

João Elísio Ferraz de Campos



A prestação de contas final da campanha de Beto Richa ao Governo do Estado foi entregue no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná às 17h desta segunda-feira (1). O documento tem 5.175 páginas.

A campanha arrecadou 23.718.112,01 e teve despesas que somaram R$ 23.711 .207,11. Houve uma sobra de R$ 6.904,90.

A estimativa de gastos para a campanha inicialmente declarada no TRE era de R$ 27 milhões. “A estimativa não é uma meta, é um limite. Receitas e despesas ficaram dentro de nossa expectativa”, afirmou o ex-governador João Elísio Ferraz de Campos, coordenador geral da campanha.

Temer, Palocci, Cardozo e Dutra dirigirão transição



Fábio Góis

A presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), definiu nesta terça-feira (2) a equipe encarregada de executar os trabalhos de transição de governo. Nos pouco menos de dois meses até o fim da gestão Lula, o grupo vai preparar o terreno para a composição dos principais postos do Executivo e da administração federal, tanto em aspectos políticos quanto em questões técnicas.

Segundo nota divulgada há pouco pela assessoria de Dilma, a coordenação política do grupo será formada pelo vice-presidente eleito, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), o ex-ministro da Fazenda e deputado Antônio Palocci, o presidente nacional do PT, o suplente de senador eleito José Eduardo Dutra (SE), e o secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Cardozo (SP).

Distante das conversas com Dilma desde o dia da eleição, a presença de Temer é a novidade na lista. Hoje, a Folha de S.Paulo publicou que peemedebistas estavam insatisfeitos com o isolamento do PMDB e do vice na chapa em relação aos petistas. Os outros três coordenadores da transição são do PT. Temer é um peemedebista de vulto: preside a Câmara dos Deputados e está licenciado da presidência do partido.

De acordo com a assessoria de Dilma, novos nomes devem ser indicados até 8 de dezembro, quando começam os trabalhos, para a coordenadoria técnica do processo de transição.

Neste feriado de Finados, Dilma permanece em sua casa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, e não teve agenda a cumprir durante o dia. Recebeu apenas José Eduardo Cardozo e Antônio Palocci para reuniões informais. Nem Dilma nem Palocci falaram com a imprensa – ao chegar para a visita, Cardozo falou rapidamente aos repórteres e negou que o PMDB esteja descontente com o fato de que nenhum de seus integrantes, até o momento, reuniu-se com Dilma.

Na televisão

Hoje à noite, a presidenta eleita concederá entrevista ao vivo para o SBT e para a TV Bandeirantes. Ontem, Dilma falou com as emissoras Globo, Record e Rede TV.

A presidente eleita disse ao Jornal Nacional que pretende fazer a transição em duas etapas. A primeira será técnica, a segunda, política. “Por exemplo: eu pretendo nos primeiros dias fazer uma reunião com os governadores sobre saúde e segurança e, em seguida, ou paralelamente, melhor dizendo, nós também faremos uma transição política”, afirmou Dilma.

A petista afirmou que pretende anunciar seu ministério em blocos, anunciando grupos de colaboradores por vez. Dilma defendeu o câmbio flutuante como forma de manter a economia estável. E criticou os países que têm sobrevalorizado sua moedas artificialmente. “O ajuste das economias internacionais não pode ser feito com base em desvalorizações competitivas, que você tenta ganhar o seu ajuste nas costas do resto do mundo.”

Íntegra da nota da assessoria de Dilma

"A presidenta eleita Dilma Rousseff encaminhou ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em atendimento à legislação em vigor, a relação de nomes que deverão integrar a equipe técnica de transição. Na oportunidade, esclarece que a coordenação política dessa equipe será feita pelo Vice-Presidente eleito Michel Temer, pelo coordenador geral da campanha José Eduardo Dutra, e pelos Deputados Federais Antônio Palocci e José Eduardo Cardozo.

De acordo com o determinado pelo Presidente Lula, os trabalhos da equipe técnica de transição serão realizados a partir do dia 8 de novembro.

Brasília, 02 de novembro de 2010
Assessoria de imprensa da presidenta eleita
Dilma Rousseff"

Analisando sem nenhum preconceito a votação da Dilma no Norte e Nordeste!!!!



Ao estabelecer a crítica a votação obtida pela Dilma no Norte e no Nordeste não estou embuído de nenhum preconceito, porque enquanto um ‘da Silva Molina’ nunca atacaria parte das minhas origens, das quais eu me orgulho, pois venho de antepassados que o que tiveram e com o que viveram sempre foi fruto de muito trabalho!

Na minha família os que se envolveram com a política partidária, uma minoria, sempre estiveram nos campos da esquerda ou do centro esquerda, já que somos nacionalistas trabalhistas, comunistas ou sociais democratas de esquerda. Do lado espanhol os velhos eram anti franquistas.

O que questiono e sempre questionarei é a relação corrupta que a elite do norte e do nordeste impõem ao estado brasileiro a muito tempo conjuntamente com a eleitoralmente estratégica miséria que perpetuam naquelas regiões, onde o compadrio entre os oligarcas e entre estes e o povo perpetuam a máxima do "de quem pode manda e quem não pode obedece". O clientelismo oriundo das relações de compadrio impedem que se consolidem as relações republicanas e assim o privado continua sendo uma continuidade do que deveria ser público.

Os nordestinos, como sempre, continuarão ainda por um bom tempo sendo comandados pelos Sarney, Magalhães, Sá, Renan Calheiros, Collor de Mello, Jereissati, Inocêncio de Oliveira, Gedel, etc.. Estes corruptos controlam não somente os seus mandatos, mas sim as relações das oligarquias micro regionais com o poder central e isto implica em relações políticas e econômicas de poder.

Estes que mandam os filhos estudaram na Europa, mas em seus estados perpetuam o analfabetismo total ou funcional controlam a máquinas dos governos de estado e das prefeituras, os meios de comunicação, as primitivas formas de produção, onde o trabalho semi escravo é a regra, mas para o Lula os "usineiros são heróis" e os grilheiros, desmatadores extrativistas, "não devem serem criminalizados por levarem o desenvolvimento".....

Eles saqueiam o erário no norte e nordeste, mas investem o botim do saque também no sul, no sudeste e no exterior, pois fora as relações agrárias primitivas de produção em seus estado de origem, como também as urbanas, controlam parte das ações de grandes e modernas empresas localizadas no Sudeste e no Sul.

Quando as multinacionais aqui aportaram, principalmente após o golpe de 64, eles é que abriram as portas e a elas se associaram.

Eles, os patrimonialistas, enquanto parte, sempre foram submissos e serviram ao grande capital nacional e internacional!

Estas famílias, muito mais do que quatrocentonas, continuam a controlar o estado brasileiro, mas o “patrão”, como sempre, mora lá fora!

Mesmo a cidade de Tupã foi fundada por um aristocrata nordestino, que também fez muitas coisas que a história oficial, mera estória, não conta!

Ainda estamos contaminados até a alma com os valores oriundos do aristocrático e escravagista estado português e o Nordeste e o Norte muito mais, já que portradiçãosempre foram grandes exportadores de produtos primários.

Hoje ainda mais de 30,0% da população do Norte e do Nordeste é rural e por causa do modelo de produção rural é semi escrava, sendo que a maior parte da população rural da região norte é composta por nordestinos e seus descendentes.

Eles trabalham no cultivo e colheita da cana, na extração de óleos vegetais nobres, nos desmatamentos, na extração do látex, na colheita de castanha de caju e da castanha do Pará, no plantio e colheita do algodão, no plantio e colheita do fumo, etc., sendo que a maioria deles sem registro em carteira de trabalho e sem nenhum tipo de seguridade social.

Todo ano uma quantia monstruosa de brasileiros da região Nordeste por falta de uma melhor opção de vida são obrigados a migrarem, o que para as elites que controlam a região é “muito bom”, pois este fator da migração permanente esvazia os focos de tensão social e assim contribui para a manutenção do poder nas mãos dos coronéis.

O poder de adaptação das elites as mudanças políticas é impressionante, pois ao deterem a maioria dos cargos no parlamento eles, enquanto governabilidade, servem como freio político para que as reformas sociais não se concretizem e o Lula joga com grande parte destas.

Depois da ditadura política, já que a econômica ainda existe fortemente, eles como tática de sobrevivência se dispersaram nos quadros partidários e dentro dos partidos assumem o controle travam qualquer tipo de avanço, pois independentemente d estarem no DEM (ACM Neto), no PMDB (Sarney), no PSB (Ciro), etc. em conjunto continuam a defender os velhos interesses.

As maiores empreiteiras do país estão nas mãos dos oligarcas nordestinos e estas, tais quais os usineiros, os desmatadores, os banqueiros, etc. do nordeste estão muito felizes com o governo Lula:

- Guatama: ligada a família Sarney

- OAS: ligada a família Magalhães

- Odebrecht: entre outros clãs oligárquicos, é ligada a família Magalhães e Sarney

Observem quais são as empreiteiras que mais faturam com as obras do PAC!


Mesmo com todas as propositais dificuldades oriundas das más gestões públicas a nossa sociedade aos poucos avança e o país melhora. Não poderia ser de outra forma, pois vivemos em um país continental e muito rico, o que acaba possibilitando dentro da perspectiva capitalista burguesa que pelo mérito individual ocorra para uma pequena minoria popular mais esclarecida o rompimento das históricas barreiras sociais impostas ao conjunto da sociedade.

Neste país ainda não dá para levar a sério o estado enquanto instrumento da sociedade em sua busca do equilíbrio social, já que os serviços prestados pelo estado em geral são caros e péssimos por causa da má gestão do erário.

Embora seja incorreto debitar na conta do povo, que pouco participa ou quer participar da política, todas as mazelas sociais, também temos nosso grau de responsabilidade pela perpetuação desta triste história.

Enquanto nação em formação, ainda vivemos o estágio extremamente atrasado do individualismo anárquico direitista, pois a lei de Gerson continua sendo o parâmetro de postura nada cidadã para uma ampla maioria e não poderia ser diferente.

Historicamente saímos do escravagismo colonial, passamos pelo escravagista estado importado com a vinda do D. João, caímos na República proclamada por ex-escravocratas e estes impõe aos ex-escravos e aos imigrantes o sistema de barracão.

Com o fim da República Velha caímos na ditadura Vargas, saímos dela para o direitista e repressor governo Dutra. Vivemos um curto período de incipiente democracia do novo governo Getúlio até o Jango, sendo que este foi substituído por outra ditadura.
Saímos desta para um período de transição para a "democracia", cujo principal agente nesta era o "democrata" Sarney, o ex-presidente do PDS, que era o partido da ditadura.

Da ditadura para cá as forças políticas econômicas que intervém no estado são as mesmas que antes controlavam as riquezas do pais durante o regime militar e com este enriqueceram . Estas fazem com que a democracia econômica e social continue sendo um objetivo distante.

 
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