segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Brasil em guerra civil nĂ£o declarada: 35 mil pessoas foram assassinadas com armas de fogo em 2010

Dados do MinistĂ©rio da SaĂºde indicam que 35.233 brasileiros morreram, em 2010, vĂ­timas de armas de fogo. O nĂºmero corresponde a 70,5% dos 49.932 assassinatos cometidos no paĂ­s, no ano passado. Se forem considerados os suicĂ­dios, os acidentes e mortes de causa indeterminada, as armas de fogo foram os instrumentos responsĂ¡veis pela morte de mais de 38 mil pessoas.

Os nĂºmeros, que ainda sĂ£o preliminares, sĂ£o inferiores aos registrados em 2009 (39,6 mil mortes violentas, sendo 36,6 mil homicĂ­dios provocados por armas de fogo), mas segundo o secretĂ¡rio executivo do MinistĂ©rio da Justiça, Luiz Paulo Barreto, as taxas de 2010 ainda sĂ£o consideradas “altas taxas”, mesmo se levando em conta que as comparações devem ser feitas com cuidado pelo fato dos dados serem preliminares.

Segundo Barreto, para reverter esse quadro, Ă© preciso reduzir o nĂºmero de armas de fogo nas mĂ£os de civis. Entre as polĂ­ticas voltadas para esse objetivo estĂ£o as campanhas de desarmamento. A campanha mais bem sucedida foi a realizada entre os anos de 2004 e 2005, logo apĂ³s a aprovaĂ§Ă£o do Estatuto do Desarmamento em 2003, quando mais de 500 mil armas foram entregues voluntariamente por cidadĂ£os ao Estado e, posteriormente, destruĂ­das.“VĂ¡rias polĂ­ticas de segurança pĂºblica tĂªm sido levadas a cabo pelo MinistĂ©rio da Justiça, mas, todos os dias, vemos casos de pessoas que sofrem acidentes domĂ©sticos com armas de fogo, de uma pessoa que se envolve em briga de bar e mata a outra por estar com uma arma de fogo, brigas de trĂ¢nsito, brigas de vizinhos. SĂ£o pessoas que nĂ£o eram criminosas e passam a ser por estar com uma arma de fogo em suas mĂ£os”, disse.

Dados do MinistĂ©rio da SaĂºde mostram que as mortes por armas de fogo caĂ­ram de 39,3 mil, em 2003, para 37,1 mil, em 2004, e 36 mil, em 2005. Na campanha deste ano, que começou hĂ¡ sete meses e se encerra no dia 31, jĂ¡ foram recolhidas 35 mil armas.

O coordenador das ações de desarmamento da organizaĂ§Ă£o nĂ£o governamental Viva Rio, AntĂ´nio Rangel Bandeira, no entanto, cobra uma melhor fiscalizaĂ§Ă£o das autoridades governamentais sobre a venda de armas no paĂ­s. “O que precisamos, de fato, Ă© aplicar a lei [Estatuto do Desarmamento]. A lei existe e ela Ă© boa. O Estatuto do Desarmamento estĂ¡ sendo copiado por oito paĂ­ses no momento, como uma das leis mais avançadas do mundo. Mas o Brasil legal nĂ£o tem nada a ver com o Brasil real”, disse Bandeira.

Bandeira cita, como exemplo, a facilidade para se comprar armas de fogo nas lojas do Rio de Janeiro. JĂ¡ Barreto diz que hĂ¡, sim, um controle efetivo realizado pela PolĂ­cia Federal e pelo ExĂ©rcito, que vai desde a fabricaĂ§Ă£o da arma atĂ© a venda ao cidadĂ£o. “A arma tem um controle desde a indĂºstria, com numeraĂ§Ă£o, cĂ³digo de sĂ©rie, vendedor, comprador. No Brasil, tudo isso Ă© rastreado. O que acontece Ă© que, muitas vezes a arma que o cidadĂ£o tem em casa, Ă© roubada”, afirma. (AB)

Vestidos de fantasmas, manifestantes protestam contra corrupĂ§Ă£o

Um grupo de manifestantes lavou a entrada do prĂ©dio da CĂ¢mara de Vereadores de Cascavel na manhĂ£ deste sĂ¡bado. O protesto Ă© contra as suspeitas de corrupĂ§Ă£o envolvendo vereadores que sĂ£o investigados pelo MinistĂ©rio PĂºblico (MP). Na terça-feira (6), uma operaĂ§Ă£o do Grupo de AtuaĂ§Ă£o Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu mandados de busca e apreensĂ£o nas residĂªncias de trĂªs vereadores.

O grupo, que organizou o protesto deste sĂ¡bado, diz nĂ£o ter ligaĂ§Ă£o com a polĂ­tica local e se declara indignado com as suspeitas de corrupĂ§Ă£o. O autĂ´nomo Afonso Tomazi, defendeu o afastamento dos vereadores investigados atĂ© a conclusĂ£o do processo. O MP jĂ¡ pediu Ă  Justiça oafastamento dos vereadores JĂºlio Cesar Leme da Silva (PMDB), Mario Seibert (PTC) e Airton Camargo (PR). Eles sĂ£o suspeitos de manter em seus gabinetes funcionĂ¡rios fantasmas e receber parte dos salĂ¡rios dos assessores. O vendedor Dilson Penteado, um dos lĂ­deres da manifestaĂ§Ă£o, defendeu o afastamento tambĂ©m do presidente do Legislativo, Marcos Sotille Damasceno. Para ele, alĂ©m das suspeitas de corrupĂ§Ă£o dos vereadores o Legislativo Ă© omisso nas denĂºncias recentes de superfaturamento na compra demerenda escolar e uniforme para estudantes da rede municipal de ensino. “Estamos mostrando nossa insatisfaĂ§Ă£o, nĂ£o vamos dizer amĂ©m para tudo o que acontece,nem ficar de braços cruzados”, afirma. O MP abriu um inquĂ©rito para cada um dos 15 vereadores que compõem a CĂ¢mara Municipal de Cascavel. Julio Cesar Leme da Silva Ă© o Ăºnico que tem dois processos de investigaĂ§Ă£o. O MP divulgou nota afirmando que contra Silva, Seibert e Camargo “hĂ¡ fortes indĂ­cios” de estarem envolvido no esquema de corrupĂ§Ă£o.( GP)

Justiça decide que os 11 PMs acusados pela morte de juĂ­za vĂ£o a jĂºri popular

Os 11 policiais militares acusados de envolvimento na morte da juĂ­za PatrĂ­cia Acioli vĂ£o a jĂºri popular. A decisĂ£o foi anunciada nesta segunda-feira (12) pelo juiz Peterson Barroso SimĂ£o, da 3ª Vara Criminal de NiterĂ³i.

A medida atinge os rĂ©us Daniel Santos Benitez Lopez, Claudio Luiz Silva de Oliveira, SĂ©rgio Costa JĂºnior, Jeferson de AraĂºjo Miranda, Jovanis FalcĂ£o JĂºnior, Charles Azevedo Tavares, Alex Ribeiro Pereira, JĂºnior Cezar de Medeiros, Carlos AdĂ­lio Maciel Santos, Sammy dos Santos Quintanilha e Handerson Lents Henriques da Silva.

O juiz indeferiu todos os pedidos de revogaĂ§Ă£o de prisĂ£o feitos pelos advogados e ainda determinou a transferĂªncia de dois acusados – o coronel ClĂ¡udio Luiz, ex-comandante do 7º BatalhĂ£o de SĂ£o Gonçalo, e o tenente Benitez – para uma penitenciĂ¡ria federal de segurança mĂ¡xima, fora do Rio de Janeiro, em regime disciplinar diferenciado.

Em nota divulgada pelo Tribunal de Justiça, o juiz justificou a necessidade de transferĂªncia dos dois: “a acusaĂ§Ă£o imputa a ambos o poder de influĂªncia sobre os outros acusados em razĂ£o da posiĂ§Ă£o de liderança que ocupavam, exercendo autoridade sobre os demais”.

A juĂ­za PatrĂ­cia foi morta na noite de 11 de agosto deste ano, com 21 tiros, quando chegava em casa, no bairro de Piratininga, em NiterĂ³i. Ela era considerada intransigente com policiais que se desviavam da lei, aplicando penas severas em casos de corrupĂ§Ă£o e contra assassinatos cometidos por militares.

Todos os rĂ©us respondem por homicĂ­dio triplamente qualificado e por formaĂ§Ă£o de quadrilha armada, com exceĂ§Ă£o de Handerson Lents, que nĂ£o foi considerado parte da quadrilha, pois sua participaĂ§Ă£o teria se limitado a apontar a residĂªncia da juĂ­za. (AB)

Vestibular da UFPR transcorre sem problemas

A segunda fase do vestibular da Universidade Federal do ParanĂ¡ (UFPR) nĂ£o teve incidentes. No total, cerca de 10 mil alunos enfrentaram nesta segunda-feira (12) as provas de habilidades especĂ­ficas, as Ăºltimas do concurso deste ano. O resultado final do processo seletivo deve ser divulgado atĂ© 6 de janeiro, dependendo do cumprimento do prazo de divulgaĂ§Ă£o do Enem, previsto para 4 de janeiro.


Confira os gabaritos das provas especĂ­ficas: Arquitetura, Design, FĂ­sica, HistĂ³ria, QuĂ­mica, Biologia,Filosofia, Geografia, MatemĂ¡tica, Sociologia.

DificuldadeA partir desta terça-feira (13), cerca de 200 pessoas trabalharĂ£o das 8h Ă s 18h para corrigir as provas de redaĂ§Ă£o e de habilidades especĂ­ficas. De acordo com o professor Raul Von der Heyde, coordenador do NĂºcleo de Concursos, todas as provas serĂ£o corrigidas no mĂ­nimo duas vezes. “HĂ¡ uma terceira revisĂ£o caso as notas sugeridas pelos dois professores sejam muito dĂ­spares”, explica.

A maior parte dos estudantes entrevistados pela Gazeta do Povo disse que as provas tiveram nĂ­vel mĂ©dio de dificuldade. Wellington Pereira, de 20 anos, foi o primeiro a deixar o cĂ¢mpus PolitĂ©cnico. Candidato ao curso de CiĂªncias EconĂ´micas pela segunda vez, Wellington fez as provas especĂ­ficas de HistĂ³ria e MatemĂ¡tica. De acordo com ele, as provas estavam com um nĂ­vel “bom”."Uma pena que em HistĂ³ria nĂ£o caiu o que eu estudei", lamenta.

A prova de HistĂ³ria trouxe questões sobre a ascensĂ£o da mulher na polĂ­tica, comparou o perĂ­odo da Idade MĂ©dia e o atual, incluiu o movimento das Diretas JĂ¡ e o Plano de Metas do ex-presidente Juscelino Kubitschek "50 anos em 5".

Ernando Damasceno, de 26 anos, tambĂ©m candidato a uma vaga de CiĂªncias EconĂ´micas, ao contrĂ¡rio de Wellington, gostou da prova de HistĂ³ria. "As questões priorizaram quem tem uma boa visĂ£o de mundo e nĂ£o tanto os conteĂºdos de apostilas de cursinho", opina.

JĂ¡ a prova de matemĂ¡tica tinha questões de funções, logaritmo, volumes de cones e cilindros, juros compostos, matriz e progressĂ£o geomĂ©trica.

A candidata Giulia Vicente, de 18 anos, fez vestibular pela primeira vez e achou a prova difĂ­cil. Ela deixou duas questões de MatemĂ¡tica em branco e trĂªs de HistĂ³ria. Thiago Paes Pereira, de 21 anos, concorda com Giulia. Ele começou o curso de Direito em 2008 e pretende mudar para Economia. "Respondi apenas quatro questões de cada uma, nĂ£o estava fĂ¡cil", conta.

AbstenĂ§Ă£o

O Ă­ndice de abstenĂ§Ă£o na prova desta segunda-feira foi de 7,96%, 851 dos 10.246 alunos esperados nĂ£o compareceram. No domingo (11), primeiro dia de provas dessa segunda fase, 6,81% dos estudantes faltaram na avaliaĂ§Ă£o. Dos 15.093 aprovados na primeira fase, 14.064 compareceram Ă  prova, totalizando 1.029 faltosos.

Segunda chance

AlĂ©m do vestibular, existe outra forma de entrar na UFPR. Na maior parte dos cursos, 10% das vagas sĂ£o reservadas para ingresso pelo SISU/MEC, somando no total 529 vagas para essa modalidade. O Sisu Ă© o sistema do governo federal que seleciona candidatos a universidades pĂºblicas exclusivamente pela nota do Exame Nacional do Ensino MĂ©dio (Enem). As inscrições do Sisu deverĂ£o começar em janeiro, no site do programa, em data ainda a ser confirmada pelo MEC.

Os cursos na UFPR que nĂ£o usufruem da possibilidade de uso do Sisu para acesso Ă  universidade sĂ£o aqueles que exigem testes especĂ­ficos – como Arquitetura, Design e MĂºsica – e para os cursos do Processo Seletivo Estendido – como MatemĂ¡tica, MatemĂ¡tica Industrial e EstatĂ­stica. (GP)

Dilma prorroga decreto que adia cobrança de multa a desmatadores

O governo prorrogou, novamente, o decreto que suspende a cobrança de multas aplicadas a proprietĂ¡rios que descumprem a atual lei ambiental.

A prorrogaĂ§Ă£o do decreto, atĂ© 12 de abril de 2012, foi assinada pela presidente Dilma Rousseff na sexta-feira e publicada na ediĂ§Ă£o desta segunda-feira do DiĂ¡rio Oficial.

O texto aprovado traz pontos polĂªmicos que causam embates entre ambientalistas e ruralistas. Uma dessas divergĂªncias gira em torno de dispositivo que suspende multas ambientais aplicadas atĂ© julho de 2008, desde que as Ă¡reas desmatadas sejam recuperadas.A presidente jĂ¡ havia prorrogado o decreto em junho, em meio Ă s discussões da reforma doCĂ³digo Florestal, que foi aprovado no Senado no inĂ­cio deste mĂªs e retornarĂ¡ para votaĂ§Ă£o na CĂ¢mara, jĂ¡ que senadores apresentaram emendas ao texto.

Outro dispositivo do texto estabelece um prazo de cinco anos para que os proprietĂ¡rios rurais se adequem Ă  legislaĂ§Ă£o ambiental, para que nĂ£o fiquem impedidos de receber crĂ©dito agrĂ­cola em instituições financeiras oficiais.

Dilma tem reafirmado que vetarĂ¡ trechos que considere prejudiciais ao paĂ­s e se declarou contra a consolidaĂ§Ă£o de Ă¡reas desmatadas ilegalmente e a anistia a desmatadores. (Reuters)

 
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