domingo, 1 de abril de 2012

Presa suspeita de enviar doces envenenados para adolescentes

Policiais da Delegacia de Homicídios (DH) de Curitiba, em conjunto com a Polícia Civil de Santa Catarina elucidaram na madrugada deste sábado (31), a tentativa de homicídio contra quatro adolescentes, ocorrida no bairro Umbará, em Curitiba. Margarete Aparecida Marcondes, 45 anos, foi presa em Barra Velha (SC), em uma rua à beira mar.

A polícia militar de Santa Catarina encontrou a suspeita, porque o veículo Renault Symbol, placas ASN-5131 estava com queixa de furto feita pelo delegado Marcel, justamente para auxiliar nas investigações. Ela estava dormindo quando foi abordada pela equipe. Na delegacia, ela confessou que envenenou os bombons, e que agrediu o marido.

Margarete contou que envenenou os bombons porque havia gasto R$ 7,5 mil, valor este pago pelo pai da Thalyta Machado Teminski, 14 anos, para a fabricação dos doces. O objetivo de Margarete era adiar a festa, que iria acontecer no dia 15 de abril, para que tivesse um prazo maior para o preparo do evento.

Depois do ocorrido, Margarete entrou em contato com o pai da garota, que disse que Thalyta e seus amigos estavam internados.

DESCONTROLE – Ao ver a repercussão do caso na imprensa, Margarete resolveu contar o que fez a Nercival, seu marido. Ela o buscou na empresa onde trabalha para almoçar em casa. Durante o almoço, não tendo coragem para contar o que fez, desmaiou o marido com um golpe de rolo industrial para fazer massas. Com Nercival desacordado, a suspeita desferiu vários golpes e fugiu, deixando o homem em estado grave.

Margarete saiu sem destino. Chegou a ir à Porto Alegre (RS), mas foi em Santa Catarina que resolveu se esconder. Ela tentou fazer um seguro de vida para a sua filha, pois, como tem problemas cardíacos, poderia enfartar. Segundo o delegado-titular da DH, Rubens Recalcatti, Margarete também pensou em se suicidar.

Para despistar a polícia, tentando desvirtuar a investigação, Margarete redigiu uma mensagem de texto, que sem querer, foi enviada a toda a sua agenda telefônica, dizendo que o marido estava morto na residência, e que ela estava dopada, e que também seria morta.

A suspeita responderá por quatro tentativas de homicídio pela Justiça do Paraná, e lesão corporal grave por Santa Catarina. Margarete ficará presa no Centro de Triagem I, em Curitiba.

CUT critica posição do governo de negar reajuste ao funcionalismo

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, criticou a postura do governo durante audiência realizada quarta-feira, onde o representante da presidente Dilma Rousseff nas negociações com os servidores federais, Sérgio Mendonça, afirmou que não haverá reajustes para o funcionalismo este ano.

“Só há restrição orçamentária para nós, não tem para os setores empresarial, financeiro, para o agronegócio, enfim, para setores que vão ao governo fazer lobby”, afirmou Artur para os cerca de seis mil servidores públicos federais que participaram da marcha nacional em Brasília, ao mesmo tempo e que a reunião ocorria (ver matéria abaixo).
“Para enfrentar a crise financeira internacional, por exemplo, o governo desonerou a folha de determinados setores [empresariais] e o resultado foi R$ 90 bilhões a menos nos cofres públicos”, lembrou Artur.
Ao receber a comissão de negociação dos servidores, representados por 31 entidades e pelas centrais sindicais CUT, CTB e Conlutas, Mendonça não respondeu a nenhuma das reivindicações econômicas da pauta da Campanha Salarial 2012 dos servidores públicos federais, alegando restrições orçamentárias.
Para o presidente da CUT, o governo está sendo incoerente. Para Artur, não dá mais para aceitar que o governo faça um discurso para fora, criticando o arrocho que o FMI impõe aos países em crise que precisam de seus empréstimos, argumentando que isso só prejudica os trabalhadores, os aposentados, os mais necessitados e, internamente, fazer outro discurso: “Lá fora é uma coisa. Aqui o governo se recusa a dar um reajuste salarial aos servidores, em nome do controle fiscal, mas ninguém diz uma palavra sobre os mais de R$ 200 bilhões usados no pagamento dos juros da dívida, que beneficia os detentores da dívida pública, especialmente os especuladores”, afirmou.
Os servidores estão reivindicando um reajuste emergencial de 22,8% com correção de distorções, política salarial permanente, valorização do salário base dos servidores, incorporação de gratificações; além de reajuste nos benefícios como auxílio-alimentação, transporte, creche e plano de saúde.
Segundo a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) é clara a necessidade de reforçar a mobilização dos servidores e debater fortemente a realização de uma greve. “Diante da postura do governo, o que nos resta para demover esta postura intransigente é realizar um grande dia de paralisação dos federais preparando a categoria para uma possível greve geral do funcionalismo público”, destacou o secretário geral da Confederação, Josemilton Costa.
Outra reivindicação é a revisão do Projeto de Lei 2203/11, projeto que não prevê reajuste, apenas correções nas gratificações de algumas carreiras. Em audiência com o deputado federal Jovair Arantes, relator do PL, no dia 20 deste mês, a Condsef denunciou que o PL ameaça trazer uma série de problemas e incoerências com o que foi negociado com o governo. A entidade afirma que o PL faz alterações em critérios para adicionais de insalubridade e periculosidade e reduz a gratificação fixa de servidores que cumprem, por lei, carga horária inferior a 40 horas.
A Condsef alerta que essas restrições indevidas atingem diversas carreiras, entre elas a de médicos que, por lei, possuem carga de 20 horas semanais e modifica a tabela remuneratória de servidores de Tecnologia Militar. O projeto altera ainda a gratificação, conhecida como “bolsa”, que os Servidores do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) recebem há mais de 30 anos. “A situação precisa ser revertida com urgência”, afirma a entidade.

A Marcha Nacional que levou cerca de 6 mil servidores de todo o Brasil a ocuparem as avenidas de Brasília, quarta, foi convocado por 31 entidades que compõem o Fórum de Negociação da Campanha Salarial 2012. Mesmo com a demonstração de força e pressão da categoria, as negociações com o governo não avançaram.
Após a concentração em frente à Catedral de Brasília, os servidores marcharam até o Ministério do Planejamento, sob o lema: “Serviço público de qualidade depende de servidor qualificado e decentemente remunerado”, onde realizaram um ato.
Conforme a Condsef, a próxima atividade de mobilização da categoria ocorrerá no dia 25 de abril com um Dia Nacional de Luta que prevê a paralisação de atividades em todo o serviço público federal. E alertou que se as negociações não avançarem, será iniciada uma greve por tempo indeterminado.
Para o diretor a CUT, Pedro Armengol, “se tiver vontade política, tenho certeza de que podemos conseguir alguns avanços para a campanha deste ano”. Uma nova reunião com as 31 entidades foi agendada para o dia 24 de abril. (HP)

Quem tem medo de cachoeira. Bicheiro preso pela PF ameaça empresários e políticos com material explosivo

Nas últimas semanas, a revelação das conexões do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos, empresários e policiais estremeceu a capital federal. O arsenal de informações contidas no inquérito da Operação Monte Carlo foi tão devastador que conseguiu silenciar uma das principais vozes da oposição, o senador Demóstenes Torres (DEM/GO). O parlamentar, porém, pode não ser o único a cair em desgraça sob a acusação de manter ligações perigosas com o contraventor. Para tentar entender por que Cachoeira atemoriza tanta gente, mesmo isolado numa pequena cela do presídio federal de Mossoró, Rio Grande do Norte, ISTOÉ ouviu pessoas ligadas a ele. Os relatos dão conta de um esquema milionário que abasteceu o caixa 2 de diferentes partidos. Os pagamentos eram acertados pelo próprio Cachoeira com os arrecadadores de campanha. E o que mais provoca temor em seus interlocutores e comparsas: a maioria dessas negociatas foi devidamente registrada pelo empresário da jogatina. Em pouco mais de uma década, o bicheiro acumulou um vasto e explosivo acervo de áudio e vídeo capaz de comprometer muita gente graúda. Na operação de busca e apreensão na casa de Cachoeira no início do mês, a PF encontrou dentro de um cofre cinco CDs avulsos. No entanto, outra parte do material – ainda mais explosivo – estava escondida em outro lugar, uma chácara em Anápolis (GO). O local sempre serviu como espécie de quartel-general para reuniões do clã Cachoeira, além de esconderijo perfeito para seu acervo de gravações. Conforme apurou ISTOÉ, nos vídeos que ainda estão em poder de Cachoeira não constam apenas reuniões políticas ou pagamentos de propina. Lá há registros de festinhas patrocinadas por ele com a presença de empresários e políticos. Uma artilharia capaz de constranger o mais desinibido dos parlamentares.

O modus operandi de Cachoeira não é novidade. Em 2004, uma dessas gravações deflagrou o escândalo que levou à queda de Waldomiro Diniz, ex-assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu. Depois do escândalo, ele foi para a Argentina, de onde passou a operar. No Brasil, quem gerenciava o jogo para o bicheiro, num esquema que movimentou R$ 170 milhões em seis anos, era seu braço direito Lenine Araújo de Souza. Cachoeira também contratou arapongas bastante conhecidos em Brasília, como Jairo Martins, o sargento Dadá e o ex-delegado Onésimo de Souza. Consta do inquérito da PF que pelo menos 43 agentes públicos serviam a Cachoeira.“Quem detém informação tem o poder”, dizia o bicheiro. Antes de ser preso, ele recebia mensalmente gravações e um relatório dos monitoramentos dos alvos e dava novas diretrizes de ação, inclusive a elaboração de perfis de autoridades de interesse. Boa parte disso está guardada em seu QG, a chácara em Anápolis. Este mês, dois novos vídeos circularam na imprensa. Neles, o bicheiro conversa com o deputado federal Rubens Otoni (PT- GO) sobre pagamentos para a campanha do petista. Até agora, Otoni não se explicou. A divulgação da conversa com Otoni, porém, foi uma pequena amostra do poder do bicheiro. Apenas um dos vários recados que ele enviou a Brasília desde que foi preso em fevereiro. Pessoas próximas a Cachoeira dizem que ele ainda tem muita munição. As mensagens foram captadas pela cúpula petista, que acionou o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Ele reuniu-se com a mulher de Cachoeira, Andressa, no último dia 21, e pediu que convencesse o marido a se controlar, com a promessa de que conseguiria retirá-lo da cadeia em breve. Andressa voou para Mossoró e deu o recado de Thomaz Bastos ao bicheiro. Desde então, ele silenciou à espera do habeas corpus. Ao mesmo tempo, porém, Carlinhos Cachoeira mandou espalhar que possui gravações contra políticos de um amplo espectro partidário. É o caso, por exemplo, dos integrantes da chamada bancada do jogo que defendia a regularização dos bingos no País. Além do deputado goiano Jovair Arantes (PTB), arrolado no inquérito da Operação Monte Carlo, mantinham contatos frequentes com Cachoeira os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Lincoln Portela (PR-MG), Sandro Mabel (PR-GO), João Campos (PSDB-GO) e Darcísio Perondi (PMDB-RS). Todos têm mantido silêncio absoluto sobre a prisão de Cachoeira.

A lei do silêncio foi seguida também pelo senador Demóstenes, que, além de presentes, teria recebido pelo menos R$ 1 milhão do esquema do bicheiro. Para investigar essas e outras, Demóstenes teve seu sigilo bancário quebrado pelo STF na quinta-feira 29. Outro que em breve terá de se explicar é o governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo. Segundo o inquérito da PF, Cachoeira indicava pessoas para cargos de confiança no governo Perillo. A PF suspeita ainda que o dinheiro repassado por Cachoeira às campanhas de vários políticos viria não só da contravenção, mas de contratos entregues a empreiteiras para quem o bicheiro serviu de intermediário. (Isto É)


Carlinhos Cachoeira é velho conhecido da política do DF

Carlinhos Cachoeira, que reapareceu como alvo principal da Operação Monte Carlo, é um velho conhecido da política brasiliense. Em 2004, protagonizou o primeiro escândalo do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Num vídeo divulgado pela revista “Época”, Cachoeira aparecia negociando propina com Waldomiro Diniz, ex-presidente da Loterj e, naquele momento, um dos principais assessores do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

A conversa foi gravada bem antes da chegada de Waldomiro ao governo federal. Cachoeira tentava entrar no perigoso mercado do jogo no Rio de Janeiro e buscava cooptar o ex-presidente da Loterj. Mas as imagens de Waldomiro pedindo um por cento de propina a Cachoeira tiveram impacto e chamaram a atenção para outras atividades do então subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil. As investigações iniciadas depois da divulgação das gravações puseram em xeque um milionário contrato da Caixa Econômica Federal com a empresa americana GTech e enfraqueceram a posição de Dirceu no governo. (AG)




O "estranho" sumiço de CartaCapital em Goiânia

“A fotocópia da matéria custa cinco reais, quer que eu reserve? Não tenho mais como tirar outra, porque a tinta da máquina acabou”, oferece, por telefone, a vendedora de uma revistaria de Goiânia. CartaCapital ligava para saber se o estabelecimento ainda tinha em estoque a edição 691, que traz em sua capa reportagem sobre os laços dos negócios ilegais do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres e o governador de Goiás, Marconi Perillo, identificados pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo.

A revista, que teve acesso exclusivo ao relatório da operação da PF, recebe desde a manhã deste domingo 1 inúmeras mensagens em seu portal e contas nas redes sociais Twitter eFacebook a alertar sobre a estranha dificuldade em encontrar a edição nas bancas da capital goiana.

A reportagem de capa, assinada pelo jornalista Leandro Fortes, aborda documentos, gravações e perícias da Operação Monte Carlo que indicam uma sinergia total entre o esquema do bicheiro, Demóstenes e o governador de Goiás, Marconi Perillo.

Uma gravação telefônica de 5 de janeiro de 2011 entre Cachoeira e seu principal auxiliar, Lenine Araújo de Souza, vulgo Baixinho, captada por agentes federais, mostra a interferência do bicheiro no governo de Perillo.

De Miami, o empresário recebe a notícia de que um de seus indicados para o governo de Goiás, identificado apenas por Caolho, foi preterido sem maiores explicações, aparentemente sem o conhecimento do governador. “Marconi, hora que souber disso (sic) vai ficar puto”, reclama o bicheiro, no telefonema a Souza. E acrescenta, a seguir: “Já mandei avisar ele (sic)”.

A reportagem também informa que Demóstenes recebeu ordem de Souza para falar diretamente com o governador – que nega envolvimento no caso – sobre o assunto.

Esta, no entanto, não foi a única interferência do bicheiro no governo de Perillo, segundo a PF. Há registro de conversas em que Cachoeira se mostra incomodado com a atuação de um coronel em Anápolis, que poderia atrapalhar os seus negócios.

Na semana passada, CartaCapital revelou que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) tinha direito a 30% da arrecadação geral do esquema de jogo clandestino comandado pelo bicheiro – e que movimentou, em seis anos, 170 milhões de reais (Leia mais AQUI).

Pelo Twitter, diversos usuários relataram que a edição da revista teria sido comprada em grandes lotes por indivíduos em carros sem placas, supostamente ligados ao bicheiro e a pessoas próximas dos envolvidos nas denúncias ao governador de Goiás, para evitar que a população tivesse conhecimento do caso.

Segundo relatos nas redes sociais, a edição teria sido comprada, em grande parte, logo após a abertura das bancas.

A reportagem de CartaCapital entrou em contato neste domingo, por telefone, com cerca de 30 bancas de jornal, livrarias e revistarias da capital goiana, entre as milhares que existem na cidade.

Apenas seis atenderam à ligação e confirmaram que a revista estava esgotada. Informaram também não ter vendido grande número de revistas a poucos indivíduos ou a alguém com um carro a “recolher” a publicação das bancas.

Devido a dificuldade em averiguar pessoalmente o caso neste domingo, não é possível confirmar se o mesmo ocorreu em outras bancas ou partes da cidade, ou se os próprios contatados foram instruídos a negar a venda em lotes.

Mas os relatos deste tipo de venda são inúmeros, entre eles o do deputado federal Luiz E. Greenhalgh, via Twitter. “São muitas as pessoas que testemunharam o sequestro daCartaCapital em Goiânia. Amigos me telefonaram. Fato inadmissível nos dias de hoje”, disse. (Veja imagem de alguns tweets abaixo).

Em comentários no site da revista, os internautas afirmam não haver mais revistas em diversas partes da cidade e questionam o sorrateiro desaparecimento das edições. “Antes das bancas de revista abrirem, a revista CartaCapital já estava sendo recolhida pelos jagunços do chefe da quadrilha”, relata o leitor que identifica como Sílvio.

Outro internauta, Flávio Câmara especula sobre a possibilidade de a revista estar esgotada pela ação ‘’de políticos” a agir “estrategicamente” e encobrir “o caso envolvendo Carlinhos Cachoeira e os políticos goianos”.

A leitora Sônia relata ter tentado comprar a revista pela manhã e não a encontrou. “Em uma delas, o rapaz disse que um homem passou e comprou todos os exemplares. Se isso não é manipulação política, qual será o nome disso?”, questiona.

A reportagem de CartaCapital continua a averiguar a situação, a fim de confirmar ou não as denúncias dos internautas. (CC)

 
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