segunda-feira, 21 de maio de 2012

ROMANELLI E REQUIÃO CONTINUAM DISCUTINDO NO TWITTER:




Requião tem a memória curta?


PMDB, cada um faz o que pode, mas o que cada um faz mostra o que cada um é. Quem vai na reunião da venda da legenda?



Peemedebista de verdade não vota no Greca. Vamos ao encontro pró Ducci !!! Desde quando  Greca representa firmeza e coerência?


Falando sobre o conteúdo do livro 'Memórias de uma guerra suja' Kucinski, que tem uma irmã e um cunhado desaparecidos, disse: 'Jorrou dinheiro empresarial à repressão política'


Bernardo Kucinski

Saul Leblon
O DEPOIMENTO DE CLAUDIO GUERRA, EM "MEMÓRIAS DE UMA GUERRA SUJA", DETALHA O ENVOLVIMENTO DE EMPRESÁRIOS COM A DITADURA. ESSE É O ASPECTO QUE MAIS IMPRESSIONOU AO ESCRITOR E JORNALISTA BERNARDO KUCINSKI. SUA IRMÃ, ANA ROSA KUCINSKI, E O CUNHADO, WILSON SILVA, FORAM SEQUESTRADOS EM 1974 E INTEGRAM A LISTA DOS DESAPARECIDOS. BERNARDO ATESTA: "ESTÁ TUDO LÁ: EMPRESAS COMO GASBRAS, WHITE MARTINS, ITAPEMIRIM, GRUPO FOLHA E O BANCO SUDAMERIS; O DINHEIRO DOS EMPRESÁRIOS JORRAVA PARA CUSTEAR AS OPERAÇÕES CLANDESTINAS E PREMIAR BANDIDOS COM BONIFICAÇÕES GENEROSAS".

São Paulo - O livro 'Memórias de uma guerra suja', depoimento do ex-delegado do DOPS, Claudio Guerra, a Marcelo Netto e Rogério Medeiros, foi recebido inicialmente com certa incredulidade até por setores progressistas. Há revelações ali que causam uma rejeição visceral de auto-defesa. Repugna imaginar que em troca de créditos e facilidades junto à ditadura, uma usina de açúcar do Rio de Janeiro tenha cedido seu forno para incinerar cadáveres de presos políticos mortos nas mãos do aparato repressivo. 

O acordo que teria sido feito no final de 1973, se comprovado, pode se tornar o símbolo mais abjeto de uma faceta sempre omitida nas investigações sobre a ditadura: a colaboração funcional, direta, não apenas cumplicidade ideológica e política, mas operacional, entre corporações privadas, empresários e a repressão política. Um caso conhecido é o da 'Folha da Tarde', jornal da família Frias, que cedeu viaturas ao aparato repressivo para camuflar operações policiais. 

Todavia, o depoimento de Guerra mostra que nem o caso da usina dantesca, nem o repasse de viaturas da Folha foram exceção. Esse é o aspecto do relato que mais impressionou ao escritor e jornalista Bernardo Kucinski, que acaba de ler o livro. Sua irmã, Ana Rosa Kucinski, e o cunhado, Wilson Silva, foram sequestrados em 1974 e desde então integram a lista dos desaparecidos políticos brasileiros. Bernardo atesta:' Esta tudo lá: empresas importantes como a Gasbras, a White Martins, a Itapemirim, o grupo Folha e o banco Sudameris, que era o banco da repressão; o dinheiro dos empresários jorrava para custear as operações clandestinas e premiar os bandidos com bonificações generosas'.

No livro, Claudio Guerra afirma que Ana Rosa e Wilson Campos - a exemplo do que teria ocorrido com mais outros oito ou nove presos políticos -tiveram seus corpos incinerados no imenso forno da Usina Cambahyba, localizada no município fluminense de Campos.

A incredulidade inicial começa a cair por terra. Familiares de desaparecidos políticos tem feito algumas checagens de dados e descrições contidas no livro. Batem com informações e pistas anteriores. Consta ainda que o próprio governo teve acesso antecipado aos relatos e teria conferido algumas versões, confirmando-as. Tampouco o livro seria propriamente uma novidade para militantes dos direitos humanos que trabalham junto ao governo. 

O depoimento de Guerra, de acordo com alguns desses militantes, teria sido negociado há mais de dois anos, com a participação direta de ativistas no Espírito Santo. A escolha dos jornalistas que assinam o trabalho - um progressista e Marcelo Netto, ex-Globo simpático ao golpe de 64 - teria sido deliberada para afastar suspeitas de manipulação. Um pedido de proteção para Claudio Guerra já teria sido encaminhado ao governo. Sem dúvida, o teor de suas revelações, e a lista de envolvimentos importantes, recomenda que o ex-delegado seja ouvido o mais rapidamente possível pela Comissão da Verdade.

Bernardo Kucinski, autor de um romance, 'K', - na segunda edição - que narra a angustiante procura de um pai pela filha engolida no sumidouro do aparato de repressão, respondeu a quatro perguntas de Carta Maior sobre as "Memórias de uma Guerra Suja":

Carta Maior Depois de ler a obra na íntegra, qual é a sua avaliação sobre a veracidade dos relatos?

Kucinski - As confissões são congruentes e não contradizem informações isoladas que já possuíamos. Considero o relato basicamente veraz, embora claramente incompleto e talvez prejudicado pelos mecanismos da rememoração, já que se trata da confissão de uma pessoa diretamente envolvida nas atrocidades que relata.

CM - Por que um depoimento com tal gravidade continua a receber uma cobertura tão rala da mídia? Por exemplo, não mereceu capa em nenhuma revista semanal 'investigativa'. 

Kucinski - Pelo mesmo motivo de não termos até hoje um Museu da Escravatura , não termos um memorial nacional aos mortos e desaparecidos da ditadura militar, e ainda ensinarmos nas escolas que os bandeirantes foram heróis; uma questão de hegemonia de uma elite de formação escravocrata. 

CM - Do conjunto dos relatos contidos no livro, quais lhe chamaram mais a atenção?

Kucinski - O episódio específico que mais me chamou a atenção foi a participação direta do mesmo grupo de extermínio no golpe organizado pela CIA para derrubar o governo do MPLA em Angola, com viagem secreta em avião da FAB. 

CM - O que mais ele revela de novo sobre a natureza da estrutura repressiva montada no país, depois de 64?

Kucinski - Fica claro que as Forças Armadas montaram grupos de captura e extermínio reunindo matadores de aluguel, chefes de esquadrões da morte, banqueiros do jogo do bicho, contrabandistas e narcotraficantes. Chamaram esses bandidos e seus métodos para dentro de si. Esses criminosos, muitos já condenados pela justiça, dirigidos e controlados por oficiais das Forças Armadas, a partir de uma estratégia traçada em nível de Estado Maior, executavam operações de liquidação e desaparecimento dos presos políticos, o que talvez explique o barbarismo das ações. Também me chamou a atenção a participação ampla de empresários no financiamento dessa repressão, empresas importantes como a Gasbras, a White Martins, a Itapemirim, o grupo Folha - que emprestou suas peruas de entrega para seqüestro de ativistas políticos -, e o banco Sudameris, que era o banco da repressão; dinheiro dos empresários jorrava para custear as operações clandestinas e premiar os bandidos com bonificações generosas . Está tudo lá no livro.

DITADURA: Documentos provam ação de torturadores contra mineiros


Acervo foi reunido nos últimos anos e faz parte da documentação da Comissão da Verdade da Ordem dos Advogados do Brasil


FREDERICO HAIKAL
betinho
Betinho defende que outros inquéritos sejam abertos para a investigar as mortes dos mineiros

Parte da história de mineiros que desapareceram durante a ditadura veio à tona a partir de 138 documentos inéditos obtidos pelo Hoje em Dia. O material, que será remetido à Comissão da Verdade, também será apresentado ao Ministério Público Federal em Minas a fim de corroborar com as investigações referentes à morte de cinco mineiros, ocorridas entre 1969 e 1979, e um desaparecimento, em 1975. O acervo foi reunido nos últimos anos pelo assessor especial da Comissão da Verdade da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas, Betinho Duarte.

A abertura das ações civis públicas pela procuradoria de Direitos do Cidadão foi motivada pela morte do ex-sargento da Aeronáutica e militante do Comando de Libertação Nacional (Colina) João Lucas Alves em 1969. Na época, as autoridades divulgaram que o mineiro teria pulado da janela de uma delegacia de Belo Horizonte, mas essa versão é contestada em cartas de amigos e familiares e depoimentos de colegas de guerrilha de Alves inéditos.

Um dos documentos que será entregue ao MPF, traz declarações do exilado mineiro Angelo Pezzuti, morto em 1975, contando detalhes das torturas sofridas pelo colega João Lucas Alves e do encontro que teve com ele depois de preso. Ele também cita fotografias onde Alves aparece machucado e com ossos quebrados. No relato, Pezzuti aponta os nomes dos torturadores que atuavam na delegacia de Furtos e Roubos da capital.

Outro caso que também está sendo investigado pelo MPF é o da morte de Therezinha Viana de Assis. Ela foi encontrada agonizando na porta de seu apartamento em Amsterdã, na Holanda, onde foi exilada. Sua irmã Selma Viana de Assis enviou a Betinho Duarte uma carta contando sobre os últimos meses de vida de Terezinha. De acordo com a irmã, ela vinha sofrendo ameaças de morte e que seu apartamento havia sido invadido.

Oficialmente, as autoridades declararam que ela se suicidara. Também foram encaminhados documentos pessoais como carteira de identidade, diploma de graduação em ciências econômicas e o postais.

Cartas trocadas entre mães e filhos também serão entregues por Betinho ao MPF com o objetivo de que outros inquéritos sejam abertos para a investigar as mortes dos mineiros. “Vou entregar tudo, pois existem casos contundentes que merecem ser investigados.

Também vamos lutar para que o MPF mineiro instale um grupo de trabalho de Justiça de Transição, como já existe no Rio, pois todos os casos em Minas estão parados. Não sei de uma pessoa que foi convocada para depor”, denunciou. O Hoje em Dia não conseguiu contato com a promotora Silmara Goulart, responsável pela promotoria. (HD)

ROMANELLI (PMDB) REBATE REQUIÃO (PMDB) NO TWITTER


O senador Roberto Requião (PMDB) twittou:
Peemedebistas de verdade não irão a esta reunião pró Ducci esta noite. Esperamos dos companheiros firmeza e coerência.
O deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PMDB) respondeu:
Peemedebista de verdade não vota no Greca. Vamos ao encontro pró Ducci !!! Desde quando @requiaopmdb Greca representa firmeza e coerência?

Laerte Braga – Os golpes de 1964 – O golpe do general Leônidas


General Leônidas ameaça "convocar o poder moderador".

 Laerte Braga(*)
No recente lançamento do último livro do jornalista Flávio Tavares – 1961 O GOLPE DERROTADO –, o autor e Zuenir Ventura admitiram, em resposta a pergunta de um dos presentes, que a resistência ao golpe de 1964 teria sido possível, mas a um preço muito alto.
Anos mais tarde, no JORNAL DO BRASIL, o jornalista Marcos Sá Corrêa, numa brilhante matéria, mostrou a ação dos norte-americanos para que o golpe fosse possível, inclusive a presença de IV Frota dos EUA em águas territoriais brasileiras para qualquer “emergência” e essa “emergência” era a perspectiva de reação do governo Goulart. O trabalho do jornalista teve como suporte documentos oficiais do governo dos EUA.
O ex-governador Leonel Brizola no segundo dia do golpe, já em Porto Alegre, assumira o comando do Rio Grande do Sul e o general de exército Ladário Pereira Teles o comando do III Exército, dispondo-se, ambos, a resistir.
Quando o general Olímpio Mourão Filho saiu com as tropas de Juiz de Fora, MG, para o Rio, o então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Moreira Lima, queria determinar o bombardeio do avanço golpista e só não o fez por decisão contrária do presidente João Goulart.
Uma eventual reação aqui e a ali teria provocado além de mobilização de vários setores da classe trabalhadora, outras dentro das próprias forças armadas, não inteiramente afinadas com o golpe. Cerca de dois mil e quinhentos militares foram afastados de suas funções em seguida à deposição de Jango. Eram os legalistas, constitucionalistas.
Em 1965, um ano após o golpe, os partidos de oposição decidiram lançar o nome do marechal Henrique Teixeira Lott para o governo do estado da Guanabara – cidade do Rio de Janeiro, mais tarde houve a fusão Guanabara/Estado do Rio, governo do general Geisel. Castello Branco pressionado pelos golpistas da chamada linha dura baixou um ato institucional criando a figura do domicílio eleitoral. Lott era eleitor em Teresópolis e com isso teve a candidatura impugnada.
A decisão de Castello era simples. A eventual eleição de Lott ao governo da Guanabara implicava na reorganização das forças militares contrárias ao golpe e colocava em risco a marcha do processo de barbárie instalado no País. A liderança do marechal legalista ainda era expressiva e forte, o bastante para se contrapor ao avanço da ditadura.
O golpe de 1964 resultou numa sucessão de outros golpes, ora palacianos, ora oriundos da reação de militares da linha dura, ora da necessidade de sobrevivência da ditadura que, se atentarmos para os fatos e tomarmos como referência as eleições limitadas pelos atos institucionais, sempre foi derrotada nas urnas. Mecanismos para preservar intacto o regime eram criados ao talante das necessidades do regime.
Foi assim quando Costa e Silva, ministro da Guerra (depois Ministério do Exército e hoje Secretaria) peitou o presidente que pretendia indicar o nome do deputado Bilac Pinto para sucedê-lo e com respaldo das bestas/feras virou presidente. Um discurso de fim de ano no Rio de Janeiro, numa confraternização tradicional de militares, definiu a sucessão. Castello foi literalmente humilhado por “seu” ministro da Guerra.
Eleito presidente, o marechal Costa e Silva se viu presa fácil de dois setores do poder. Sua mulher Iolanda Costa e Silva envolvida em corrupção ativa (túnel Rebouças por exemplo) e a linha dura que o pressionava para que chegasse ao célebre e vergonhoso Ato Institucional 5, na prática a consagração da ditadura, tornada explícita numa frase do então ministro Jarbas Passarinho.
“As favas com os escrúpulos presidente, somos uma ditadura sim e devemos assumir”.
Com a doença e o afastamento de Costa e Silva outro golpe dentro do golpe. O vice-presidente Pedro Aleixo é impedido de assumir, uma Junta Militar é constituída com os três ministros militares e uma “eleição” dentro das forças armadas indica Emílio Garrastazu Medice para a presidência. Derrotou o general Afonso de Albuquerque Lima.
Registre-se a bem dos fatos que o então governador de Minas, Israel Pinheiro, no ápice da crise com o afastamento de Costa e Silva, havia convidado Pedro Aleixo a ir para Minas com o objetivo de organizarem a resistência a mais esse golpe. Aleixo recusou com o mesmo argumento de Jango. Evitar o derramamento de sangue.
Em todo esse período os porões da ditadura iam acumulando presos torturados, vítimas de toda a sorte de violência e barbárie, assassinados, num conluio entre militares golpistas e empresários nacionais e de multinacionais.
Para que isso fique claro, as forças armadas golpistas foram um mero instrumento das elites econômicas e de Washington. O próprio comando real do golpe coube a um general norte-americano Vernon Walthers, amigo íntimo de Castello Branco e que fora intérprete das Forças Expedicionárias Brasileiras na Segunda Grande Guerra. A articulação junto aos civis ficou com o embaixador dos EUA no Brasil, Lincoln Gordon (fato admitido publicamente pelo próprio anos mais tarde).
A barbárie foi a consequência natural de ditaduras cruéis e boçais e a nossa não foi diferente, não foi exceção. Foi cruel e boçal.
Quando falei em derrota nas urnas é preciso lembrar que em 1965 a oposição elegeu Negrão de Lima e Israel Pinheiro em Minas Gerais, estados de capital importância política dentro da Federação, maior até que São Paulo nesse aspecto (a força paulista resultava do esquema empresarial nacional e internacional, que de resto acaba sendo a decisiva nesse tipo de contexto).
Em 1970 o número de votos brancos e nulos superou o de votos válidos e em 1974 a ditadura sofreu contundente derrota nas urnas (o MDB, frente de oposição transformada em partido com o bipartidarismo imposto pela ditadura elegeu 17 senadores), forçando o governo Geisel, que sucedeu o de Medice a um ato institucional que criou figuras como a do senador biônico, aquele eleito pelo voto indireto, na maioria construída por artifícios “legais”, como o voto vinculado para a Câmara dos Deputados e assembléias legislativas.
Geisel, no revezamento entre os grupos nos quais se dividiam as forças armadas sucede a Medice e inicia um processo que chama de “abertura lenta e gradual”. Culmina no fim da vigência do AI-5 e outros instrumentos draconianos, preparando a volta de governos civis, mas eleitos ainda pelo voto indireto.
Essa perspectiva açula setores duros das forças armadas e o ministro do Exército, Sílvio Frota, ao perceber que não seria indicado como candidato a presidente, tenta um golpe dentro do golpe, mas fracassa. Geisel se impõe com o auxílio de seu chefe do Gabinete Militar, general Hugo Abreu (comandou o contra-golpe contra Frota) e indica João Figueiredo para sucedê-lo. Hugo de Andrade Abreu, paraquedista, foi também o comandante da ação da ditadura contra a Guerrilha do Araguaia. Ou seja, a barbárie era comum ao todo das forças armadas golpistas.
Começa uma guerra interna entre os golpistas de 1964 que se mostra sem entranhas na fracassada tentativa de um atentado no Riocentro, praticado por dois militares e que tinha o objetivo de culpar a esquerda e iniciar uma nova escalada de violência e barbárie.
É quando sai do governo o general Golbery do Couto e Silva, considerado o ideólogo da ditadura, parte do esquema do general Ernesto Geisel, que já não é mais o “comandante” de Figueiredo. O presidente não tem rumo, não tem força para deter a escalada da luta surda entre militares, o grupo de Geisel acaba se impondo com a presença do general Leônidas Pires Gonçalves e Tancredo Neves é a face visível e materializada em candidato a presidente dentro desse grupo.
Geisel servira com Tancredo no Gabinete Militar de Jango, quando o mineiro ocupou o cargo de primeiro-ministro. A maior surpresa de Aureliano Chaves, vice de Figueiredo, ao “avisar” a Geisel que iria apoiar Tancredo, foi saber que Geisel e Tancredo já construíam a candidatura do governador de Minas desde 1982.
Um fato interessante nesse processo é que Leonel Brizola, governador eleito do estado do Rio, em resposta a um comentário sobre a “força” do governador de São Paulo, Franco Montoro, respondeu assim – “engano, o perigo vem de Minas”. Brizola lutava pelas diretas e era o candidato favorito, nessa hipótese, diretas, para ocupar o Planalto.
É evidente que isso é um resumo em artigo de situações que aconteceram em 1964 e no pós 1964, até a posse e o governo de José Sarney, mas estão aqui fatos decisivos em cada momento do golpe.
Quem tiver boa memória, por exemplo, vai se lembrar do general Geisel subindo sozinho a rampa do Planalto quando do velório de Tancredo e de suas declarações – “a morte do doutor Tancredo pode ter conseqüências graves para o Brasil”. Era a visão da “abertura lenta e gradual” que acabou acontecendo com uma figura menor em nossa história, o vice José Sarney, “coronel” político” do Maranhão e escolhido por exclusão.
O esforço da ditadura para evitar a aprovação da emenda que retomava o processo de eleições diretas para presidente se resumia a dois medos – Brizola e Ulisses Guimarães,
A campanha diretas já foi decisiva para mostrar que os brasileiros não agüentavam mais a estupidez do regime militar e abrir as portas para a eleição indireta de Tancredo. O sinal verde de Washington já fora dado, era o tempo da “democracia”, mas adjetivada com a tutela dos militares.
A morte de Tancredo antes de sua posse torna-se um problema para os militares, pois a constituição outorgada de 1967, da ditadura, determinava que nesse caso assumisse o presidente da Câmara e novas eleições fossem convocadas dentro de um determinado prazo. O presidente da Câmara era Ulisses Guimarães e João Figueiredo, presidente então, avisa que os militares não tolerariam Ulisses presidente, não aceitariam eleições diretas, tudo através do general Leônidas Pires Gonçalves, escolhido por Tancredo para o Ministério do Exército. O próprio Figueiredo sequer tinha noção do que acontecia.
O “esqueçam de mim” era a frustração de um general menor que se viu guindado à presidência da República e não presidiu coisa alguma, foi mero instrumento e acidente na luta interna travada nas forças armadas. Manobra equivocada do general Geisel que supervalorizara o seu chefe do SNI – Serviço Nacional de Informações .
Leônidas Pires Gonçalves era a força dentro do Exército – a maior das forças armadas – e foi o intérprete dos golpistas junto a deputados e senadores que a posse de Ulisses era inaceitável. Foi o penúltimo golpe dentro do golpe e Ulisses decidiu abrir mão de assumir e convocar novas eleições para evitar que o mandato de Figueiredo fosse prorrogado na marra e isso inaugurasse um novo ciclo de generais, havia disposição para tanto dentro das forças armadas.
Sarney virou presidente assim. Num golpe de mão de Leônidas Pires Gonçalves, ministro do Exército escolhido por Geisel para Tancredo e que fora comandante do DOI/CODI do Rio de Janeiro, responsável, entre outras, pela chacina que assassinou Pedro Pomar e vários militantes de oposição.
A entrevista do general Leônidas publicada pelo ESTADO DE SÃO PAULO e ameaçando um novo golpe – “convocar o poder moderador” – (invenção dos militares na Constituição de 1988 para manter a tutela do regime principalmente para garantir a impunidade de torturadores) é a reação dos velhos golpistas à Comissão da Verdade e aos fatos que começam a aparecer dando conta da boçalidade que foram os porões da ditadura.
Militares golpistas escondidos atrás da lei da Anistia em crimes imprescritíveis e passiveis de julgamento em cortes internacionais (a OEA já pediu ao Brasil as sanções contra essas repulsivas figuras) na canalhice do “patriotismo” como escudo da hipocrisia de agentes públicos sem o menor compromisso com o Brasil, os brasileiros e o futuro de todos.
Não se constrói democracia escondendo a História. E durou pouco a “vocação democrática” do general Leônidas Pires Gonçalves”. A mão direita escapou agora para gritar Heil Hitler.
Foi o penúltimo golpe de estado no Brasil. O último foi a emenda que permitiu aqui a reeleição de Fernando Henrique Cardoso (comprada a peso de ouro) e na Argentina a de Menén. Tramadas nos mesmos porões de 1964, Wall Street e de Washington.
*Laerte Braga é jornalista e colaborador do “Quem tem medo da democracia?”

Dalton Trevisan, escritor paranaense, ganha o maior prêmio da literatura portuguesa


O escritor curitibano Dalton Trevisan, que completa dia 14 de junho 87 anos, foi premiado pela sua "dedicação ao fazer literário", disse o escritor brasileiro Silviano Santiago, um dos membros do júri.
Prêmio Camões é entregue desde 1989, tem o valor de cem mil euros, e é o prémio mais importante da literatura portuguesa. Foi instituído por Portugal e pelo Brasil e é atribuído, alternadamente, nos dois países.Trevisan é dono de uma carreira longa e constante, dedicada especialmente ao conto. Nos últimos anos lançou "O Maníaco do Olho Verde" (2008), "Violetas e Pavões" (2009), "Desgracida" (2010), "O Anão e a Ninfeta" (2011) e "Mirinha" (2011).
Além do escritor Silviano Santiago, o júri desta edição foi composto por Rosa Martelo, professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Abel Barros Baptista, professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; historiador e escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho; Alcir Pécora, professor da Universidade de Campinas; e pela poetisa angolana Ana Paula Tavares.
Biografia
Trevisan trabalhou durante sua juventude na fábrica de vidros de sua família e chegou a exercer a advocacia durante 7 anos, depois de se formar pela Faculdade de Direito do Paraná (atual UFPR). Quando era estudante de Direito, Trevisan costumava lançar seus contos em modestos folhetos. Liderou o grupo literário que publicou, entre 1946 e 1948, a revista Joaquim. O nome, segundo ele, era "uma homenagem a todos os Joaquins do Brasil". A publicação tornou-se porta-voz de uma geração de escritores, críticos e poetas.
Entre as muitas obras do escritor, estão os livros "A Polaquinha" (1985), "Arara Bêbada" (2004), "A Trombeta do Anjo Vingador" (1977), "Capitu Sou Eu" (2003) e "Cemitério de Elefantes" (1964). (GP)


FOMENTO PARANÁ E BNDES: PARCERIA PELO DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DO PARANÁ

Técnicos do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) estiveram na sede da Fomento Paraná, em Curitiba, com o objetivo de atualizar e delimitar crédito para as futuras operações de repasse de recursos à instituição – que operacionaliza linhas de crédito para micro e pequenos empreendedores. A gerente da Área de Crédito do BNDES, Rosângela Gomes e o analista de crédito, João Marcelo Galvão, foram recebidos pelo presidente da Fomento Paraná, Juraci Barbosa Sobrinho e pelos diretores da instituição financeira.

Sobre a aderência das ações previstas no planejamento estratégico ao Plano de Governo do estado do Paraná, Juraci destacou a potencialidade e as oportunidades da Fomento em exercer a função de uma instituição para financiar créditos e apoiar o fomento econômico do estado além das mudanças, em andamento, para ajustar a estrutura da Fomento Paraná à essa realidade. O presidente da Fomento Paraná falou ainda sobre a importância do BNDES como parceiro e fonte de recursos para viabilizar os projetos de apoio ao desenvolvimento econômico do estado através das linhas de crédito com um dos juros mais baixos do mercado.

Durante o encontro com os técnicos e analistas do BNDES, Juraci Barbosa antecipou que, nos próximos meses, “a Fomento Paraná demandará um volume maior de projetos para o BNDES visando atender os projetos de expansão dos micro e pequenos empreendimentos que já estão em fase de análise na Fomento Paraná e os demais projetos que estão surgindo em consequência de programas e ações oferecidas pelo atual governo”. Os técnicos tiveram ainda a oportunidade de conhecer as diversas áreas da empresa, tiveram contato com os gestores de cada diretoria e receberam documentos com as informações atualizadas sobre as ações do governo do estado que ao desenvolvimento do Paraná.

Cohapar e o Feirão da Casa Própria, que movimentou R$ 1,45 bi em Curitiba


Cohapar mostra trabalho desenvolvido em todo o Estado no 8º Feirão da Casa Própria


O presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Mounir Chaowiche, participou da cerimônia de abertura do 8º Feirão da Casa Própria, realizado pela Caixa Econômica Federal, em Curitiba. A Cohapar apresenta ao público o trabalho desenvolvido em 320 dos 399 municípios. São casas urbanas e rurais, urbanização e titulação.

Segundo Chaowiche, a parceria com a Caixa é fundamental para o desenvolvimento da política habitacional no Paraná. “Trabalhando de mãos dadas conseguimos agregar forças e atender as famílias paranaenses. Não estamos apenas construindo casas, estamos cuidando das famílias, e esta parceria com o governo Federal, através da Caixa e do Ministério das Cidades, com prefeituras e órgãos do Estado tornam a Cohapar uma referência para outras companhias de habitação do Brasil”.

Durante o Feirão, a Cohapar apresenta em seu estande informações para pessoas que queiram conhecer o trabalho desenvolvido, bem como tornar-se um mutuário da Companhia. Este ano, a Companhia inovou montando um estande no formato de uma casa.

O vice-presidente da Caixa Econômica, Paulo Roberto Santos, destacou a política habitacional do Paraná. “Aqui temos ações exemplares de parceria. A Cohapar sempre esteve ao nosso lado e vemos que a atuação da Companhia colabora muito com a nossa missão, que é levar habitação às famílias carentes”, destacou.

Santos disse ainda que a Cohapar consegue atingir alguns municípios onde a Caixa não têm acesso. “Regionalizando o trabalho fica muito mais fácil para alcançarmos o sucesso. A Cohapar tem agido com muita competência, o que só nos faz querer ampliar cada vez mais a parceria”.

Trabalho - A Cohapar atendeu, somente em 2011, mais de 30 mil famílias com assinaturas de contratos e convênios, construção de casas nas áreas urbana e rural, titulação e reassentamento. São investimentos de R$ 1 bilhão para resgatar as famílias que vivem em condições precárias. O programa Morar Bem Paraná é desenvolvido em parceria com o governo Federal, através do programa Minha Casa, Minha Vida, Caixa Econômica, Ministério das Cidades, prefeituras e órgãos do 
governo do Paraná.




Mais de 6 mil negócios foram encaminhados durante o Feirão da Casa Própria em Curitiba


A Caixa Econômica Federal informou na noite de ontem um balanço do Feirão da Casa Própria em Curitiba. O evento recebeu mais de 29 mil pessoas e movimentou R$ 1,45 bilhão, em 8.991 negócios encaminhados. O resultado foi 42% superior ao registrado em 2011. O superintendente regional da Caixa em Curitiba, Vilmar José Smidarle, avalia que o Feirão foi bem sucedido.

“O Feirão foi um sucesso. As pessoas compareceram ao evento e realizaram o sonho da casa própria, se beneficiando da redução histórica dos juros no crédito imobiliário. O volume de negócios realizados foi expressivo, superando em R$ 430 milhões o ano anterior”, disse o superintendente.

No primeiro dia de funcionamento do 8º Feirão da Casa Própria, na sexta-feira, o evento já havia ultrapassado o volume total de R$ 408,7 milhões em negócios, considerando-se os 2.526 contratos assinados no local e os já negociados. O número total de visitantes naquele dia foi de 7.503 pessoas.

Durante o Ferião em Curitiba foram oferecidos mais de 21 mil imóveis, com taxas de juros menores, distribuídos pelas regiões de Curitiba e toda a região metropolitana. Neste ano, são 6.729 imóveis isolados e 14.474 imóveis de empreendimentos em diversas fases de construção. Desses, 12.721 imóveis estão enquadrados no Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV).

Participaram dessa edição, 41 construtoras e 40 imobiliárias, os parceiros institucionais como o Sinduscon, a Ademi, o Creci e o Sebrae, além das companhias de habitação de Curitiba e do Paraná.

O evento também aconteceu em Fortaleza e São Paulo. De 25 a 27 de maio, será a vez de Uberlândia, Campinas e Porto Alegre e, por fim, de 8 a 10 de junho em Belém e Florianópolis. Considerado o maior evento do setor, o Feirão CAIXA da Casa Própria, em sua oitava edição, oferece mais de 430 mil imóveis.

São Paulo — Não foi apenas em Curitiba que o Feirão teve bom resultado. Em São Paulo, o movimento foi maior do que o esperado pela Caixa. Entre sexta-feira e sábado, passaram pelo Centro de Exposições Imigrantes, na zona sul da cidade, cerca de 45 mil pessoas. “A presença está superando as expectativas, está muito cheio”, disse o superintendente da Caixa em Osasco (SP), Álvaro Barbosa Júnior.

O volume de negócios demonstra, na avaliação do superintendente, que o mercado imobiliário continua “bastante aquecido”. Foram fechados ou encaminhados 13 mil contratos, que somam R$ 1,6 bilhão em negócio, de acordo com o último balanço do feirão, divulgado na noite de sábado.

Barbosa destaca que o valor já é significativo, levando-se em consideração que representa apenas dois dias de negociações, sem considerar o balanço final que vai incluir o domingo, quando termina o esforço de vendas. A previsão da Caixa é emprestar R$ 90 bilhões em crédito imobiliário ao longo de 2012 em todo o país. De acordo com Barbosa, os imóveis mais procurados são os enquadrados no Programa Minha Casa, Minha Vida, de habitação popular. (Bem Paraná)

 
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