domingo, 13 de junho de 2010

O MDB O PMDB E O REQUIÃO

Foto do Denis Ferreira Netto

O MDB após a destruição dos partidos imposta pelo regime militar nasceu para ser a oposição moderada e confiável a ditadura.

Por ser o único espaço permitido pelo regime de exceção para a manifestação dos setores de oposição com o tempo acabou por se tornar uma frente partidária aonde se abrigava desde a direita, o centro direita, o centro esquerda e setores da esquerda, mas este último sendo um segmento minoritário, mas dividido pelas táticas e estratégias, que abrigava desde o MR-8, passando pelo PCB, pela esquerda nacionalista até o PC do B.

O segmento que acabou dando o formato à expressão pública do Partido foi o Centro Esquerda, que ora aliado a esquerda e ora ao Centro direita construiu o discurso nacional, democrático e popular voltado para as massas populares. Nele o Partido, embora ainda com uma maioria a maior parte do tempo adesista a ditadura, na tribuna do Parlamento e nas ações eleitorais de massa aos poucos foi desmascarando o regime de exceção.

Com o crescimento das vitórias eleitorais desta Frente Democrática principalmente a partir do início da década de 70, com o país já sob o tacão do AI-5, a ditadura começa com as perseguições e cassações dos melhores quadros partidários do MDB no Parlamento, como também impôs os senadores biônicos e as nomeações dos governadores, dos prefeitos das capitais, dos prefeitos das cidades fronteiriças, como também os das cidades consideradas áreas de segurança nacional.

Mesmo com todos os casuísmos impostos e o aumento da falta de liberdade para a organização, manifestação e expressão dos segmentos mais autênticos da oposição o MDB avança no seu discurso mais a esquerda e pelas urnas coloca a ditadura em xeque, o que leva a ditadura durante o governo Geisel como alternativa de manutenção do poder implantar a “transição lenta e gradual”.

A esquerda volta às ruas e recomeça a organizar o povo nas oposições sindicais, nas associações de moradores, nas entidades ambientalistas, nas entidades lutando pelos direitos humanos, no Movimento pela Constituinte Livre Democrática e Soberana, nos Comitês Pela Anistia, nos Comitês Antiimperilistas pela Defesa da Amazônia, etc.. Isso leva o MDB, junto com as organizações populares, a conquistar a cada dia um espaço maior de inserção na sociedade. O regime de exceção coagido pelo avanço das massas populares organizadas impõem unilateralmente a Anistia, mas dentro dos limites que levaram a impunidade para os torturadores e seus mandantes.

Neste último momento, junto com outros militantes que voltavam do exílio ou saiam da clandestinidade ressurge o Requião, que na década de 60 havia tido seu período de militância. Ele a convite do Edésio Passos, que havia substituído com a morte deste o Lamartine como o advogado do Movimento de luta pelo direto a moradia, mas que estava se afastando deste movimento para ir articular a reorganização do Movimento sindical, assume como advogado a defesa do Movimento de Bairros. A apresentação do Requião as lideranças comunitárias se deu na casa do César Pelosi. Na mesma época o Requião se filia ao MDB um pouco antes deste se aliar ao PP e dar origem ao PMDB, que recebendo dissidentes do regime militar se torna a Frente de transição da ditadura para a democracia, mas já sob o comando do Centro direita. Setores simpáticos ao antigo MDB discordando da aproximação com os ex-apoiadores do regime militar se afastam e vão construir as outras alternativas partidárias mais a esquerda, entre elas o PT, o PSB e o PDT.

De 77 para frente explode, a partir dos estudantes, que logo foram seguidos pelas oposições sindicais, as grandes greves e os movimentos populares com força retornam as ruas e ao campo, com o ressurgimento da luta pela reforma agrária, nas cidades os sem tetos, cuja origem recente era o campo, de onde expulsos pela entrada do capitalismo selvagem migraram, também organizam com grande força as ocupações de grandes áreas públicas, como também dos grandes espaços antes nas mãos dos especuladores imobiliários.

Filiado ao PMDB o Requião, alavancado pelo Movimento de Bairros, se lança candidato a deputado estadual, empreita está em que obteve sucesso, se elegendo com os votos oriundos deste segmento marginalizado. Neste mesmo processo eleitoral o José Richa é com grande margem de votos a favor eleito governador. Eleito o Requião torna o seu gabinete uma ferramenta a serviço do Movimento Social e da organização das tendências mais populares dentro do Partido. A esquerda do PMDB começa o processo de construção das suas bases partidárias com a filiação em massa de proletários e isto fecha o espaço para o avanço e o crescimento das novas legendas nestes segmentos, o que torna o PMDB/PR o espaço parlamentar onde deságua a força eleitoral destes Movimentos. Neste processo o Requião e seus aliados conseguem isolar internamente o Centro Direita e como força Centro Esquerda ganha a Convenção do PMDB e derrotando o Geara se lança na campanha para prefeito, no que foi também bem sucedido.

Enquanto prefeito o Requião, que antes adotava uma postura mais agressiva a esquerda em busca da governabilidade se desloca para uma postura de Centro e passa a cooptar as lideranças populares impondo uma menor radicalização no Movimento Comunitário, como também com o discurso de que não aceitava que “os seus” se organizassem contra a sua gestão impede que os militantes do PMDB se organizem a nível sindical dentro da Prefeitura.

O discurso do Requião era o de que em sua caminhada para governador era necessário modificar a sua imagem, que era a de um comunista, coisa que nunca foi. Neste momento, ao mesmo tempo em que desarticula o Movimento Social, ele começa a impor a imagem do “pai dos pobres” com o slogan de que “quem necessita de prefeito são os pobres, já que os ricos possuem de tudo”, assim prestando um desserviço a organização popular pelo atrelamento compulsório destes segmentos a sua gestão.

Dentro do PMDB ele começa a abrir o leque de alianças e se aproxima dos setores de centro direita representados pelas oligarquias micro regionais, que são quem detém o poder nos Diretórios do Partido no interior, o que é facilitado quando encerrando o seu mandato sem fazer o sucessor, o que não era de seu interesse pessoal, mas maléfico para o Partido, ele se torna secretário de Estado no governo Álvaro Dias e isto facilita a sua entrada no interior do Estado.

Após grande disputa interna dentro do governo Alvaro, onde com bem organizadas manobras consegue isolar os que deveriam por afinidades serem os sucessores do governador, no caso o Rubens e o Hauly, ganha a simpatia do governante e assim ganha a Convenção do Partido, mas para o Alvaro o custo foi alto, pois para eleger o Requião teve de abandonar o projeto de ser novamente eleito para o senado permanecendo no governo ater o final do mandato.

Na eleição, em que disputou com o José Richa e o Martinez, como ato de “gratidão” ao que tanto alavancou a sua carreira política o elegendo prefeito de Curitiba, com golpes midiáticos baixos destrói com a imagem do ex-governador.
Com o Martinez não fez diferente, pois ao lhe atribuir atos que teriam sido cometidos pelo pai o transforma em “grileiro de terras e assassino de posseiros”.
No governo faz um mandato mediano e dele saiu eleito senador, mas não sem antes arrebentar com a imagem de seu vice, assim impedindo que o mesmo pudesse futuramente almejar um espaço maior de poder, já que pretendia futuramente novamente disputar o governo.
Com o Álvaro a sua deslealdade e ingratidão também foi monstruosa, já que abandonou o mesmo no palanque e assim o Lerner se elegeu governador. Em 1998 sai novamente candidato ao governo e é derrotado pelo Lerner, que foi candidato a reeleição.

Em 2002 se lança novamente como candidato e é apoiado de forma decisiva pelo Paulo Pimentel, que lhe garante grande parte da estrutura de campanha e o acesso a mídia com o apoio escancarado de seus jornais e canais de televisão, sendo este o próximo traído, já que com um grande escândalo afastou o que o considerava um amigo da direção da Copel, e o mais grave, se aliando ao genro do mesmo, que na época era e ainda é o maior inimigo do sogro.
Neste “novo governo”, ele que sempre tanto atacou o Jaime Lerner, se alia aos ex-grandes expoentes do lernismo, e em busca da governabilidade, os trás para o seu governo, que como disse aos seus antigos amigos não seria igual ao da década de 90, já que pretendia ser candidato a presidente e isto implicaria em um leque maior de alianças a direita. Dos antigos “amigos” do início da carreira restaram muito poucos em sua equipe e no seu terceiro mandato de governador muito menos.

Embora o Requião teoricamente tenha mantido a coerência de discurso ao que tinha ao do início de sua carreira a prática de seus mandatos mostrou que a cada espaço conquistado estes só se mostravam como objeto de retórica. Isto hoje fica claramente demonstrado com as denúncias feitas pelo Fórum Popular Contra o Pedágio, que provam que houve comprometimento do ex-governador para que estes não abaixassem e muito menos acabassem como também em relação aos transgênicos, que hoje não fazem mais parte de seu discurso.

Em relação ao Pessuti as suas atitudes agressivas não são nenhuma novidade, já que a desconstrução da imagem do mesmo já começou logo após a posse do segundo mandato, quando para abafar o escândalo que estourava na Fundepar sob a administração de seu irmão maculou a imagem dos que ligados ao vice administravam o Ceasa, como também por ter retirado o cargo de mais de 150 pessoas ligadas ao mesmo, assim o tratando e a seu grupo a pão e água.

Durante este governo pipocaram dezenas de denúncias envolvendo a todos os setores do governo e em todas em vez de ocorrerem punições em relação aos envolvidos o que o povo teve como respostas foram os factóides criados contra os velhos ou novos adversários para assim afastar os olhos da população das mesmas, já que um escândalo só é abafado por outro.
Ontem sofreu tripla fragorosa derrota ao ter somente noventa e cinco votos na Convenção do PMDB na disputa contra o Temer, ao com sua candidatura legitimar a Convenção e ao ver o seu sucessor discursar a favor do seu adversário na disputa. Isto pode ser o prelúdio da próxima derrota na disputa para o senado, já que a maioria do Partido deixou claro que ele é um estranho no ninho. Do ponto de vista local uma próxima derrota se avizinha, pois a fisiológica estrutura partidária que aqui montou, que em nada difere da nacional, deverá votar com quem detém o governo e este com certeza não irá deixar barato tudo o que passou e está passando sob os ataques do Requião. Rei morto, rei posto!

Do Requião do início da carreira só restou os discursos e hoje sem a maioria dos velhos amigos está só, já que não dá para confiar nos novos, que dele só se aproximaram não por respeito e pela ideologia e sim por interesses políticos e econômicos.

PSDB parte para o ataque


Num discurso de cerca de 40 minutos na convenção do PSDB, em Salvador (BA), que homologou seu nome como candidato à Presidência da República, o ex-governador José Serra usou de críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT para marcar posição em relação a sua principal adversária, a ex-ministra Dilma Rousseff (PT).

José Serra acusou o governo Lula de ser “patota corporativa” e "esquadrão de militantes pagos com dinheiro público". “Quem justifica deslizes morais dizendo que está fazendo o mesmo que os outros fizeram ou que foi levado a isso pelas circunstâncias deve merecer o repúdio da sociedade, pois para ele "honestidade tem que ser compromisso e não programa de governo". Como também afirmou que "Acredito que são os homens que corrompem o poder, e não o poder aos homens".

Aécio Neves se referindo ao governo Lula e as suas práticas afirmou em seu discurso:

"O Brasil não merece ser o país de alguns poucos. O Brasil não merece um messias. O Brasil é e será sempre de cada um e de todos os brasileiros. E nós estamos aqui hoje para dizer que a partir desta largada, como nos ensinou o grande baiano Castro Alves, o poeta das liberdades, a praça não é de um partido, ela é do povo. Vamos ocupar as praças, as ruas, as cidades deste país para dizer que nós queremos mais, queremos muito mais.

Hoje, o Brasil está pronto para um grande salto, mas essa construção, como alguns de forma egoísta insistem em negar: não foi uma construção solitária de messias ou de um grupo de amigos ou de companheiros. Essa construção vem de uma longa data. Luisinho nos lembrava aqui a luta de Tancredo e tantos brasileiros para recuperarmos a democracia no Brasil. Tantos outros vieram depois. Cada um colocou um tijolo nesta construção, mas agora é hora de darmos um basta no aparelhamento do estado brasileiro, numa visão egoísta daqueles que querem perpetuar-se no poder, desdenhando a democracia tão duramente conquistada por nós."


Beto convida Serra, Aécio e Guerra para convenção estadual do PSDB, no dia 19

Ao participar da convenção nacional do PSDB em Salvador, que formalizou a candidatura à Presidência do ex-governador de São Paulo José Serra, Beto Richa convidou Serra, o senador Sérgio Guerra, presidente nacional do partido, e Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais, para participarem da convenção do PSDB paranaense, no próximo dia 19. "Queremos fazer uma grande festa cívica, com todos os partidos de nossa aliança, que fortalecem ainda mais nossas candidaturas à Presidência e ao governo do Paraná", disse Richa.

Osmar Dias já tem o aval da Convenção Nacional do PDT para coligar com Beto Richa


Como era esperado a Convenção Nacional do PDT referendou o apoio a Dilma Rousseff e flexibilizou as coligações nos Estados. Desta forma o PDT no Paraná não ficará obrigado a fechar um acordo com o PT e terá o caminho aberto para uma possível aliança com o PSDB. A autorização não teria ocorrido caso não houvesse entendimento para que Osmar entre na chapa de Beto Richa como candidato a senador.

O deputado Valdir Rossoni (PSDB) em entrevista à rádio CBN de Cascavel disse que na convenção do PSDB este sábado (19) será confirmada a candidatura de Beto Richa ao governo do estado e as de Osmar Dias e Ricardo Barros ao senado. Ele também afirmou que está praticamente confirmado Augustinho Zucchi como vice de Beto.

 
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