quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Voltar para a Bolívia não é uma opção, diz vítima de exploração em SP

A sala é claustrofóbica, cheia de pessoas e máquinas de costura para todos os lados.

A combinação de instalações elétricas improvisadas com pilhas de tecido por todas as partes cria um risco de incêndio grave, mas não há extintores no local.


Imigrantes bolivianos vêm a São Paulo em grande número desde o início dos anos 1980 e hoje estão entre as comunidades com mais visibilidade na cidade.Trata-se de uma das centenas de oficinas que empregam em São Paulo milhares de trabalhadores imigrantes - a grande maioria da Bolívia – na confecção de roupas para o crescente mercado brasileiro.

Em geral, são de etnias indígenas, vivem na pobreza e tentam fugir das dificuldades do seu país trabalhando para a indústria de vestuário no Brasil.

"Os bolivianos como eu que vêm ao Brasil só querem ganhar algum dinheiro e voltar para casa com nossas famílias, mas acabamos presos nesses lugares pequenos, sem qualquer dignidade", disse um trabalhador que aceitou falar sob condição de anonimato.

"Eu já estou aqui há seis anos e não tenho nada. E voltar para a Bolívia não é uma boa opção porque as coisas são ainda piores lá."

'Grupo de enfrentamento'


O problema tem pelo menos 20 anos, mas, recentemente, o Ministério do Trabalho criou um “Grupo de Enfrentamento da Escravidão Urbana”.

Sua missão é encontrar as oficinas, fechá-las até que a situação seja regularizada e forçar as empresas a pagar os direitos trabalhistas dos empregados.

"Você não vai encontrar o tipo de escravidão do século 19, com as pessoas acorrentadas, mas a escravidão moderna pode ser ainda pior, porque o trabalhador não tem qualquer valor monetário para o empregador e pode ser facilmente substituído", diz a Secretária Nacional de Inspeção do Trabalho no Ministério do Trabalho, Vera Albuquerque.

"trabalham nessas condições."Esses trabalhadores são invisíveis. Sabemos do problema quando recebemos denúncias e aí enviamos nossas equipes para libertá-los."

O Código Penal estabelece parâmetros objetivos para definir o que chama de "trabalho em condições análogas à escravidão". Os parâmetros incluem jornadas exaustivas, ambiente de trabalho inadequado e restrições ao direito de ir e vir.

"Muitos dos trabalhadores são transportados para o Brasil por 'gatos' (traficantes de pessoas) e eles não podem deixar as oficinas enquanto pagam sua dívida pela viagem. Alguns empregadores chegam a apreender os documentos dos trabalhadores", diz o auditor do trabalho Luiz Alexandre Faria.


"Normalmente, quando chegamos às oficinas, os imigrantes dizem que não estão escravizados, que trabalham muito porque eles querem dar uma vida melhor para sua família e que a situação em seu país de origem é ainda pior."

Mas Faria afirma que a escravidão não tem a ver com a percepção da vítima, mas com condições objetivas previstas na lei.

"Se a situação não é compatível com a dignidade humana, é possível haver trabalho escravo. A sociedade brasileira não pode aceitar isso", diz ele.

Medo

Quando os fiscais chegam às oficinas, os trabalhadores bolivianos costumam ter mais medo das autoridades do que de seus empregadores, pois muitos deles são imigrantes ilegais no país – apesar de um acordo bilateral entre os dois países permitir que os bolivianos trabalhem no Brasil.

O governo brasileiro reconheceu oficialmente em 1995 a existência de trabalho análogo à escravidão no Brasil e lançou medidas para combatê-lo, mas as autoridades admitem que fechar oficinas irregulares e punir as empresas não vão resolver definitivamente o problema.


"Estamos tomando medidas duras contra este problema, mas sabemos que a educação é a única maneira de nos livrar disso para sempre. Trabalhadores bem educados não irão aceitar trabalhar sob essas condições", diz a secretária Vera Albuquerque.

"Precisamos que toda a sociedade participe desta luta."

Crescimento econômico

Especialistas temem que o crescimento econômico do Brasil possa estar piorando a situação, já que empresas estão sob pressão para produzir mais, em um ritmo mais rápido e a menor custo.

"Para cortar custos, as empresas começam a cortar direitos do trabalhador e a pagar menos, até o ponto em que você tira a dignidade do trabalhador. É nesse momento que você pode cruzar a linha da escravidão", diz Leonardo Sakamoto, fundador da ONG Repórter Brasil, que investiga o tema há mais de uma década.

Sakamoto explica que, até recentemente, o governo brasileiro estava se concentrando na luta contra o trabalho análogo à escravidão na agricultura, mas agora a situação urbana tem recebido mais atenção.

"O trabalho escravo no Brasil é como uma sala escura, onde as autoridades estão entrando com uma lanterna. Para qualquer lugar onde se aponta a lanterna aparece alguma coisa", diz ele.

Como a economia do Brasil cresce, é provável que novas fábricas sejam abertas para substituir as que são fechadas pelas autoridades. Ainda parece fácil atrair trabalhadores migrantes pobres para as grandes cidades com promessas de uma vida mais digna e um futuro melhor. (BBC)

Fogo destrói banco genético de floresta

Uma megaoperação anti-incêndio envolvendo dezenas de profissionais e voluntários não foi suficiente para evitar a destruição de 27,3 hectares do banco genético com mais de 40 mil árvores de uma floresta existente no câmpus da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto.

As causas do incêndio, que começou por volta das 13 horas de terça-feira e foi controlado cerca de quatro horas depois, não foram descobertas, mas a USP descarta a possibilidade de um incêndio criminoso.

"Ainda não podemos afirmar que os prejuízos são irreversíveis. Precisamos fazer uma avaliação mais detalhada. Esperamos que algumas espécies se recuperem", diz Elenice Mauro Varanda, pesquisadora do Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.

Dimensão. A floresta queimada tem 75 hectares, sendo que 45 deles fazem parte do banco genético - plantas e sementes de espécies das Bacias Hidrográficas dos Rios Pardo e Mogi, além de mamíferos, aves, fungos, insetos e animais de solo.

Segundo a pesquisadora Elenice, na parte do banco genético incendiado existiam 45 espécies arbóreas com 3.375 progênies (matrizes para preservação da variabilidade genética) que serviriam para a criação de novas florestas.

De acordo com a guarda da universidade, esse foi o maior incêndio na história do câmpus da USP de Ribeirão Preto. (AE)

Mercedes Sosa - Gracias a La Vida

Mercedes Sosa & Caetano & Gal & Chico & Milton do Brasil

Milton Nascimento - Casa Aberta

Milton Nascimento: Outubro

UFPR volta atrás e mantém data da inscrição do vestibular

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) voltou atrás e decidiu manter a data das inscrições para o vestibular da instituição. Na noite de quarta-feira (17), uma reunião do Conselho Universitário (Coun) da UFPR, que é presidido pelo reitor, Zaki Akel Sobrinho, havia decidido que, em virtude da greve dos professores e servidores técnico-administrativos o início das inscrições seriam adiados.

Com a mudança, os candidatos podem começar a se inscrever para o vestibular a partir desta sexta-feira (19), como estava previsto inicialmente. A assessoria de imprensa informou que, como o processo é realizado pela internet, tomou as medidas necessárias para evitar que as inscrições para o vestibular fossem prejudicadas. A universidade também mantém a data das provas, com a primeira etapa marcada para o dia 13 de novembro e a segunda fase nos dias 11 e 12 de dezembro.

Além disso, o conselho manteve o adiamento das aulas da universidade, mas desta vez por tempo indeterminado. O início do segundo semestre letivo, marcado para o dia 1º de agosto, já havia sido adiado por outras três vezes, com datas definidas (a última delas seria 22 de agosto).

Segundo a assessoria de imprensa da UFPR, a decisão de adiar o recomeço do ano letivo foi tomada porque não há condições de haver aula com servidores e professores parados. Uma reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) deve ocorrer na próxima quarta-feira (24) e vai definir se o adiamento será mantido ou suspenso. (AE)


Aplicação plena da Lei Maria da Penha ainda depende de julgamento de ações no Supremo, diz ministra

Cinco anos após a criação da Lei Maria da Penha, que tipifica os crimes domésticos contra as mulheres e aumenta as punições para os agressores, o principal desafio para a plena aplicação da norma ainda é o julgamento de duas ações que estão no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando a constitucionalidade de alguns artigos do texto legal. A avaliação foi feita hoje (18), no Rio, pela ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes.

Ao participar do 2º Encontro Nacional dos Ministérios Públicos dos Estados e do Distrito Federal, que discute a implementação da Lei Maria da Penha, Iriny Lopes cobrou mais agilidade do STF na decisão. Para ela, o julgamento dessas ações diretas de inconstitucionalidade (Adins) é fundamental para criar um regramento dentro do Judiciário que dê por concluído o debate doutrinário. "Este é o desafio número 1. Tenho expectativa positiva, agora é colocar na pauta [de votação no STF] o mais rápido possível”, disse ministra.

Segundo Iriny, as três esferas de governo também precisam trabalhar juntas para ampliar a rede de enfrentamento à violência. Entre as ações necessárias, ela citou a criação de mais delegacias e varas especializadas, a construção de mais casas-abrigo para mulheres vítimas de violência e a capacitação de profissionais que prestam atendimento a essas pessoas.

Iriny Lopes destacou ainda que que os programas de acolhimento precisam garantir atenção especial aos filhos de casais que vivem situações de violência doméstica. De acordo com a ministra, em 65% dos casos, crianças e jovens são testemunhas das agressões. “Muitos deles crescem acreditando que a violência é um fato corriqueiro e podem se tornar vítimas passivas ou agressores sem limites de crueldade”, disse a ministra, ressaltando que, no Brasil, a cada dois minutos, quatro mulheres são agredidas.

O procurador-geral de Justiça, Cláudio Lopes, enfatizou que é fundamental tornar conhecidas da população as sanções previstas na Lei Maria da Penha, como a possibilidade de prisão. Ele acredita que esta é a melhor maneira de prevenir as agressões praticadas contra as mulheres. “O caráter de prevenção, em direito penal, passa muito pela certeza da punição", lembrou Lopes.

Ele destacou que os autores da violência, que em geral são os maridos e os namorados, precisam saber que, se praticarem qualquer tipo de violência doméstica contra a mulher ou a namorada, terão de enfrentar o rigor da lei. (AB)

Ambientalistas preparam novos protestos contra construção da Usina de Belo Monte

Movimentos sociais e organizações ambientalistas preparam uma nova manifestação contra a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). No próximo sábado (20), eles promovem mobilizações em 15 cidades brasileiras. Na segunda-feira (22), os protestos serão feitos em frente a embaixadas e consulados brasileiros em 20 cidades de 16 países.

O representante do Movimento Brasil pela Vida nas Florestas, Marco Antonio Morgado, diz que, mesmo com o início das obras da usina, autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em junho, o projeto não é considerado um fato consumado. “Queremos trazer a discussão de volta para a pauta, que estava sedimentada. Pelas ações que tramitam na Justiça, acreditamos que ainda é possível revogar o projeto e evitar que essa obra vá adiante.”

Ontem (17), o Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA) entrou com mais uma ação na Justiça para contestar o empreendimento. Dessa vez, o MPF pede a paralisação da obra pela violação de direitos de povos indígenas da região, que terão ser removidos de suas áreas tradicionais, o que é vetado pela Constituição.

Em São Paulo, o grupo espera reunir 4 mil pessoas na Avenida Paulista. Em Belém, a expectativa do Comitê Metropolitano Xingu Vivo para Sempre é que 2 mil pessoas participem do protesto, inclusive representantes de comunidades indígenas do Xingu, que serão afetadas direta ou indiretamente pela obra.

Segundo Morgado, as manifestações vão pedir a paralisação de Belo Monte e a rediscussão de grandes projetos desenvolvimentistas. “A população brasileira não foi consultada. Belo Monte vai na contramão de uma perspectiva de sustentabilidade social e ambiental”.

A lista de cidades e a programação podem ser consultadas no endereçohttp://www.xinguvivo.org.br/acao/.

Inmet prevê ocorrência de neve em parte da Região Sul na manhã de sábado

Poderá nevar na manhã de sábado (20) no planalto sul de Santa Catarina e na região serrana do nordeste do Rio Grande do Sul, em função de uma nova massa polar que avança sobre o estado gaúcho, diminuindo ainda mais as temperaturas que poderão chegar a 1 grau Celsius (ºC) negativo, segundo previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

No domingo, a temperatura poderá chegar a 4ºC negativo, com previsão de geada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Em função de novas áreas de instabilidade, os próximos dias também poderão ser de muita chuva na Região Sul, com risco de temporais, a partir desta noite, no oeste e centro-oeste do Rio Grande do Sul, centro-oeste de Santa Catarina e sudoeste e centro-oeste do Paraná.(AB)

Pena para crimes contra servidores pode ser maior

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira, por unanimidade, projeto de lei criando o crime de formação de quadrilha contra agente público, a fim de que a pena seja dobrada nestes casos. Aprovado em caráter terminativo, o projeto segue diretamente para a Câmara.

O relator da matéria, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), usou como exemplo para justificar o projeto o assassinato da juíza Patrícia Acioli na última sexta-feira, 12, que foi morta na porta de sua casa em Niterói (RJ). Lembrou que a pena por formação de quadrilha vai se somar a do crime de homicídio quando os acusados forem a julgamento. A pena prevista no Código Penal para o crime comum de formação de quadrilha é de um a três anos. Pelo projeto, sendo a vítima um servidor público morto em razão de sua atividade, a pena aplicada será de dois a seis anos.

"Os agentes públicos diretamente envolvidos no combate à criminalidade ou à improbidade administrativa não podem ser intimidados por aqueles que são alvo da investigação", argumentou Demóstenes em seu parecer. "A ação covarde de criminosos contra juízes, promotores, delegados, fiscais e outros agentes públicos que apuram ilícitos atinge o núcleo do Estado", acrescentou.

Autor da matéria, o senador Pedro Taques (PDT-MT) pediu que seu projeto não seja enquadrado na chamada "legislação de emergência", que o Congresso costuma votar às pressas após uma tragédia que provocou comoção pública. Taques explicou que apresentou a proposta em maio, e foi objeto de debates nas comissões. Mas defendeu o projeto, alegando que "todas as vidas são iguais, mas o servidor público exerce uma parcela da soberania do Estado".

Demóstenes Torres também apresentou emenda para criar o crime de formação de quadrilha ou bando em que o autor seja funcionário público e se utilize do cargo para praticá-lo. "Se funcionários públicos devem receber especial proteção do direito penal quando atuam nessa condição, também parece verdadeiro que a lei deva puni-los com mais severidade quando traírem o seu compromisso com o estado", justificou o relator. (AE)

Secretário da Fazenda tenta apressar entendimento sobre reforma tributária

O secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, participou nesta quinta-feira (18), em Brasília, do que está sendo chamado de “mini Confaz” – uma versão reduzida dos encontros trimestrais do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). A reunião de vários secretários estaduais com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, também vai contar com a participação de deputados da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa.

Já que a unanimidade entre os 27 estados brasileiros é praticamente impossível, a reunião pretende, com a ajuda dos parlamentares, aparar arestas que ainda dificultam o entendimento sobre a reforma tributária. O governo federal apresentou suas propostas em Curitiba, no início de julho, durante a reunião ordinária do Confaz.

A idéia do governo é propor a reforma tributária em partes. A primeira prevê a unificação em 4% das alíquotas de ICMS nas transações entre os estados e também na importação. Hauly, que já presidiu a Frente Parlamentar, considera a proposta bastante interessante e tem conversado diariamente com Nelson Barbosa e secretários da Fazenda de outros estados na tentativa de apressar um entendimento.

Na reunião realizada em Curitiba, secretários de todo o Brasil colocaram na mesa de negociações a necessidade de redução da taxa de juros da dívida que a maioria dos estados tem com a União. No caso do Paraná, por exemplo, o serviço da dívida consome R$ 1,3 bilhão por ano. Da forma como está, a dívida é praticamente impagável – de um valor inicial de R$ 5 bilhões, o Paraná já pagou R$ 9 bilhões e ainda deve mais R$ 9 bilhões.

Amanhã, os secretários e parlamentares discutem ainda mudanças na lei da Pequena e Micro Empresa. Há poucos dias, a presidente Dilma Rousseff anunciou que o governo concorda com a elevação do teto para enquadramento na lei de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões em faturamento anual. (AEN)

Governo Richa culpa Requião por falta de licitações

O governo Beto Richa jogou nas costas da gestão anterior a responsabilidade por várias compras com dispensa de licitação realizadas neste ano. Ontem, o líder do governo na Assembleia Le­­gislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), apresentou um relatório justificando cada um dos contratos questionados pelo deputado Tadeu Veneri (PT). O petista alega que a aquisição em regime de urgência e sem que haja disputa entre os fornecedores virou uma prática rotineira no governo. Os 46 contratos assinados sem licitação neste ano totalizam R$ 76,9 milhões.

“Foi tudo feito sob a égide da lei”, assegurou Traiano. O líder do governo argumentou que a compra de medicamentos e a realização de obras no litoral, devastado por chuvas em março, não poderiam esperar pela burocracia. “Seria um risco de sacrifícios”, disse. Duas das licitações questionadas por Veneri teriam sido feitas na gestão anterior e agora apenas renovadas.

Sobre a responsabilidade da gestão anterior pelas compras com dispensa de licitação, o secretário-chefe da Casa Civil, Durval Amaral, afirmou que não seria possível generalizar, mas definiu que muitos casos não foram previstos pelo governo passado. “Como o fornecimento de comida para a Casa Militar, que venceu no dia 2 de janeiro e não havia possibilidade jurídica de renovação do contrato”, conta. Para Amaral, o raciocínio de Veneri não alcança a grandeza da administração pública, que promove centenas de contratos. Segundo ele, o porcentual de compras com dispensa de licitação é muito pequeno frente os R$ 5 bilhões gastos em produtos e serviços pelo governo em 2010.

De acordo com a Lei nº 8.666/93, o poder público pode dispensar a licitação em casos de emergência ou de calamidade pública. Outras brechas são: compras que só possam ser entregues por um único fornecedor; contratação de profissionais de “notória especialização” para pareceres, projetos, defesa jurídica, treinamento de pessoal e restauração de bens históricos; ou para contratação de profissional de qualquer setor artístico consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. (GP)

Derosso afirma que não vai renunciar ao cargo de presidente da Câmara

O presidente da Câmara Municipal de Curitiba, o vereador João Cláudio Derosso (PSDB), prestou depoimento para o Conselho de Ética da Casa na tarde desta quinta-feira (18). Por cerca de três horas, ele foi perguntado sobre as denúncias de irregularidades na gestão da Casa.

No depoimento, os vereadores questionaram apenas os contratos de publicidade firmados pela Casa com as empresas Visão Publicidade e Oficina de Notícia, de propriedade de Cláudia Queiroz Guedes, mulher de Derosso. O presidente da Câmara evitou responder qualquer questão na qual o nome de Cláudia era citado. Ele disse que estas perguntas serão respondidas em sessão fechada.

O presidente da Câmara também ressaltou que não vai renunciar ao cargo. Ele também foi questionado sobre os pagamentos realizados a jornais de bairro, mas afirmou que desconhecia os proprietários e o valor gasto em cada situação. Derosso garantiu que será feito um levantamento para responder esta pergunta.

A sessão chegou a ser suspensa duas vezes. A primeira, logo no começo, ocorreu porque manifestantes, principalmentes membros da CUT, foram impedidos de entrar na Câmara. Mais tarde, o desentendimento entre um fotógrafo e um funcionário do local também paralisou a sessão por cerca de cinco minutos.

Confira abaixo os principais momentos do depoimento de Derosso na Câmara:

17h34 - Sem mais inscritos, o vereador Francisco Garcez, presidente do Conselho de Ética, encerrou a sessão.

17h32 - O último a perguntar foi Roberto Hinça (PDT) que questionou se gestões anteriores já tinham gastos com publicidade. Derosso afirmou que sim, mas que processo era menos democrático.

17h30 - Serginho questionou novamente a Lei das licitações, mas Derosso garantiu que a legislação foi respeitada.

17h27 - O próximo a questionar Derosso é o vereador Serginho do Posto (PSDB).

17h24 - Na sequência, Aldemir Manfron (PP) perguntou quando Derosso começou o relacionamento com Cláudia Queiroz Guedes. Novamente, Derosso se recusou a responder a pergunta.

17h20 - Tulio perguntou se o relacionamento com a jornalista Cláudia Queiroz Guedes não deveria fazer com que o presidente da Casa suspendesse o contrato com a empresa dela. Derosso alegou que essa era uma questão pessoal e só responderia em sessão fechada. Tulio defendeu que esta não era uma questão pessoal e iniciou nova discussão, desta vez com o Pastor Valdemir.

17H15 - Ao fazer uma pergunta sobre a Lei das licitações, Algaci Tulio (PMDB) começou a discutir com Garcez que alega que a questão já foi respondida.

17h11 - O vereador Jonny Stica (PT) perguntou sobre o prazo dos contratos, sobre o valor dos aditivos e se foi realizada uma pesquisa de mercado com empresas antes da licitação. Derosso disse que não houve irregularidade com os prazos, nem com os aditivos e reforçou que tudo foi feito "dentro da lei". Destacou ainda que houve pesquisa de mercado.

17h08 - Kuzma sugeriu que a Câmara pesquise a porcentagem do orçamento que pode ser utilizada em publicidade.

17h06 - A vereadora Renata Bueno (PPS) perguntou quantos vereadores têm jornais de bairro e quantos receberam verba de publicidade da Câmara. Derosso disse que não tinha essa resposta, mas que vai realizar um levantamento para responder esta questão. O próximo a falar é o vereador Tico Kuzma (PSB).

17h03 - Denilson Pires (DEM), que seria o próximo a falar, disse que seus questionamentos já foram realizados.

17h02 - O primeiro a falar foi o vereador Juliano Borghetti (PP). Ele fez uma questão sobre o contrato com a Visão Publicidade. Derosso afirmou que faria um levantamento do que foi pago à empresa.

17h - Terminadas as perguntas dos membros da Comissão e dos suplentes, comaçaram as perguntas dos demais vereadores.

16h50 - O último suplente a falar, vereador Tito Zeglin (PDT) reclamou das críticas que estão sendo feitas aos vereadores, principalmente na imprensa, questionando se a CPI para investigar Derosso vai terminar "em pizza".

16h41 - A Professora Josete entregou todas as perguntas por escrito para Derosso. Ele respondeu pausadamente e disse que a vereadora desconhece o funcionamento da Câmara. Derosso sugeriu que a vereadora faça um "Câmara Tour" para conhecer a Casa.

16h32 - Terminada a participação de Salamuni, a Professora Josete começou a questionar Derosso. Ela perguntou sobre os contratos firmados pela Câmara com as empresas de publicidade e solicitou que fossem disponibilizados os relatórios referentes aos serviços prestados pelas empresas.

16h29 - Salamuni questionou o tempo que Derosso ocupa o cargo de presidente da Câmara (desde 1997). Derosso fez um balanço dos feitos na Casa e ressaltou tudo o que foi feito pela Câmara ao longo dos anos como presidente da Casa.

16h26 - Resolvida a questão, a sessão foi retomada.

16h20 - Enquanto Salamuni questionava Derosso, um desentendimento entre um fotógrafo e um funcionário suspendeu a sessão por pelo menos cinco minutos. O fotógrafo teria avançado meio metro fora da área destinada aos jornalistas. Ele queria registrar uma imagem por outro ângulo e foi impedido. A expectativa é que a sessão seja retomada em poucos minutos.

16h15 - Dirceu Moreira afirmou que as perguntas que ele faria já haviam sido respondidas. Com isso, começaram os questionamentos de Paulo Salamuni.

16h11 - Começam agora os questionamentos dos suplentes. Estão inscritos os vereadores Dirceu Moreira (PSL), Paulo Salamuni (PV) e Professora Josete (PT).

16h08 - Zezinho do Sabará disse que é do interior, fala errado, mas não faz errado. Nesse momento ele foi aplaudido pelos presentes na sessão.

16h06 - Na sequência, Derosso foi duro ao corrigir a forma como Zezinho do Sabará pronunciava o nome da esposa dele. O vereador dizia "Cráudia" e Derosso corrigiu dizendo: o nome dela é Cláudia.

16h03 - Zezinho do Sabará fez diversas perguntas sobre a Oficina de Notícias, perguntou também se a mulher de Derosso, Cláudia Queiroz Guedes, ainda era funcionária da Câmara. Derosso voltou a afirmar que questões pessoais só serão respondidas em sessão fechada.

16h - Terminadas as perguntas do Pastor Valdemir, Zezinho do Sabará (PSB) começou a questionar Derosso.

15h55 - Perguntado pelo Pastor Valdemir se ele chegou a pensar em renunciar ao cargo, Derosso afirmou que não. "As forças ocultas da nossa cidade querem, mas não o farei", diz.

15h50 - Derosso aproveita as perguntas do Pastor Valdemir para destacar seus feitos na Casa. O presidente da Câmara afirma que fez uma "reforma para evitar a ingerência da parte política e parte administrativa da Casa".

15h40 - O presidente da Câmara afirmou que as denúncias visavam impedir uma possível candidatura dele como vice-prefeito de Curitiba na chapa de Luciano Ducci (PSB) para as eleições municipais de 2012. Ele afirmou que não pretendia se candidatar e chegou a apoiar Gustavo Fruet, que deixou o PSDB recentemente, para sair como vice na chapa.

15h37 - Derosso afirma que as denúncias têm motivação política. Para o presidente da Casa, a imprensa tem interesse em torná-lo "leproso da noite para o dia". Ele ainda garantiu que vai entrar com processo com qualquer um que falar "besteiras" sobre ele.

15h33 - Valdemir Soares pergunta sobre a divulgação da publicidade da Câmara em jornais e veículos de comunicação de Curitiba. Segundo Derosso, os veículos receberam quase 61% da verba destinada para publicidade da Câmara e mesmo assim está sendo criticado pela mídia.

15h30 - O próximo a fazer perguntas é o vereador Pastor Valdemir Soares (PRB).

15h27 - Derosso evita responder perguntas referentes à mulher dele, Cláudia Queiroz Guedes. Ele também é orientado pelo advogado antes de responder a maior parte das perguntas.

15h24 - Noêmia questionou o valor das licitações e perguntou porque elas só foram publicadas no jornal Diário Popular e não em outros jornais. Derosso argumentou que não há irregularidades nas licitações e a publicação no Diário Popular seria suficiente para divulgar a licitação.

15h21 - A vereadora Noêmia Rocha (PMDB) é a proxima a falar.

15h20 - O vereador Jorge Yamawaki (PSDB) questionou quando Derosso começou o relacionamento com a jornalista Cláudia Queiroz Guedes e se eles já tinham alguma relação quando a Câmara firmou o contrato de publicidade com a empresa dela, Oficina de Notícia. Derosso disse que as perguntas referentes à esposa ele só vai responder em sessão fechada.

15h15 - Questionado sobre as denúncias sobre publicidade pessoal, Derosso afirmou que questões referentes à publicidade pessoal não constam no processo e por isso ele não iria comentar.

15h12 - Yamawaki questionou Derosso sobre as denúncias de publicidade indevida na Câmara. Derosso respondeu tudo foi feito dentro da lei.

15h08 - O primeiro a perguntar foi o relator Jorge Yamawaki (PSDB). Ele questionou como a publicidade pode ser útil para a Câmara. Derosso respondeu que a publicidade ajuda a divulgar as ações da Câmara na mídia, para mostrar para a população como a Casa está trabalhando por Curitiba.

15h - Sessão é retomada.

14h50 - Vereador Pastor Valdemir Soares (PRB) pediu a suspensão da sessão por cinco minutos por questões de segurança. Manifestantes foram impedidos de entrar no plenário. Cerca de 30 manifestantes, principalmente da CUT, protestaram do lado de fora e alguns chegaram a discutir com funcionários da Câmara.

14h45 - O depoimento ainda não havia começado, mas uma confusão se pronunciava na entrada do plenário da Casa. Apenas a imprensa, vereadores e funcionários da casa foram autorizados a entrar no plenário. As pessoas que gostariam de acompanhar a sessão e os assessores de vereadores estavam sendo barrados na sala que dá acesso ao local da audiência.

14h30 - A sessão começou e foi autorizada a entrada de um assessor para cada vereador do Conselho de Ética. As pessoas que foram ao local para ver o depoimento continuam proibidas de entrar na sala. A explicação dada pelo vereador Francisco Garcez (PSDB) é de que o Corpo de Bombeiros só autorizou a entrada de 150 pessoas no plenário.

14h05 - Derosso já estava no plenário da Câmara, onde cerca de 50 pessoas aguardavam o início da sessão, e conversava com outros vereadores. Do lado de fora da Casa, muitas pessoas esperavam para entrar. O Grupo de Operações Especiais da Guarda Municipal fazia a segurança no local. (GP)

 
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