quinta-feira, 19 de abril de 2012

O avanço da exploração econômica na fronteira entre o Brasil e o Peru ameaça causar um genocídio entre índios que vivem isolados na região, segundo organizações indígenas e indigenistas ouvidas pela BBC Brasil.

Estimados em algumas centenas pelo escritório da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Rio Branco (AC), esses índios – em sua maioria falantes das línguas pano e aruak – vivem nas cabeceiras de rios na fronteira, atravessando-a livremente

No entanto, segundo indigenistas, a exploração de madeira e o tráfico de drogas estão deslocando esses povos, que, em contato com outras populações (indígenas ou não), poderão ser dizimados por doenças ou confrontos armados.

"Notamos que há mudanças nas rotas dos isolados, que têm avançado além dos espaços que costumavam frequentar, por conta da pressão que sofrem do lado peruano", diz a coordenadora da Funai em Rio Branco, Maria Evanízia dos Santos.

"Índios contatados estão preocupados, e muitas aldeias se mudaram por conta da proximidade, para evitar confrontos".

O quadro, diz Santos, se agravará caso obras planejadas por governantes locais saiam do papel. Há planos de construir uma estrada entre as cidades peruanas de Puerto Esperanza e Iñapari, margeando a fronteira com o Brasil, e de fazer uma rodovia ou uma ferrovia entre Cruzeiro do Sul (AC) e Pucallpa, no Peru. Ambas as obras cruzariam territórios de índios isolados.

"Se eles forem espremidos, vão para cima dos manchineri da TI (Terra Indígena) Mamoadate, que vão se defender. Como há histórico de conflitos, não é leviano falar em risco de genocídio", diz o coordenador-substituto da Funai em Rio Branco, Juan Scalia.

O termo também é citado por indígenas peruanos: "Se a estrada de Puerto Esperanza a Iñapari sair, haverá um genocídio", afirma Jaime Corisepa, presidente da Federação Nativa do Rio Madre de Dios e Afluentes (Fenamad), principal movimento indígena do Departamento (Estado) de Madre de Dios.

Risco de conflitos

As pressões sofridas por índios isolados no território peruano e seus possíveis efeitos no Brasil já fizeram com que o presidente da Funai, Márcio Meira, procurasse a embaixada do Peru em busca de providências. Paralelamente, movimentos como a Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre) têm promovido encontros com índios brasileiros contatados para conscientizá-los sobre as ameaças sofridas pelos isolados e desencorajar conflitos.

"Eles percebem que os isolados estão vivendo o tempo das correrias de seus avós, que fugiam dos empresários da seringa", diz Marcela Vecchione, consultora da CPI-Acre. Ela se refere à violência sofrida pelos índios da região durante o ciclo da borracha, entre o fim do século 19 e início do 20.

Acredita-se que os índios isolados sejam remanescentes de grupos massacrados e perseguidos durante aquele período. Com o declínio da extração de borracha, eles voltaram a seus territórios.

"Sabemos que eles estão bem, têm comida suficiente e vivem em malocas bem cuidadas", diz Santos, da Funai, citando informações colhidas em expedições do órgão. Numa delas, em março de 2010, um avião sobrevoou uma aldeia de índios isolados, que atiraram flechas contra a aeronave. As fotos estamparam jornais do mundo todo.

Encontros

Embora a expressão índios isolados possa sugerir grupos que vivam completamente alheios ao mundo exterior, há numerosos relatos de encontros entre essas populações e índios contatados, bem como de encontros entre índios isolados e não-indígenas que habitam o entorno de seus territórios.

Muitos desses encontros resultaram em conflitos, o que rendeu aos isolados o apelido de "índios brabos" na região. Em 1986 e 1987, segundo relato do sertanista da Funai José Carlos Meirelles, o acirramento dos conflitos levou índios kaxinawá e ashaninka contatados a pedirem que o governo "amansasse os brabos".

Em resposta, a Funai criou em 1988 o Departamento de Índios Isolados, cuja missão é proteger esses povos sem promover nenhuma relação. Desde então, a política da Funai estabelece que só haverá contato com esses indígenas se eles desejarem.

No entanto, têm se tornado cada vez mais constantes os relatos da presença de índios isolados em áreas ocupadas por indígenas contatados ou comunidades de agricultores e pescadores.

Em informativo publicado em dezembro de 2010 pela CPI-Acre, indígenas e ribeirinhos entrevistados dizem que índios isolados furtaram seus pertences, como roupas, utensílios domésticos e ferramentas. Os saques, segundo o informe, têm sido especialmente frequentes no município de Jordão (AC). Um deles, em 2009, ocorreu em vilarejo a cinco horas de caminhada da sede da prefeitura.

Também na publicação da CPI-Acre, Getúlio Kaxinawá, um dos principais líderes indígenas do rio Jordão, relata a morte de um "brabo" por caçadores não-índios, em 2000. "Sei também que em maio de 1996 os brabos mataram duas mulheres lá na colocação Tabocal (…), a dona Maria das Dores (47 anos) e sua filha Aldeniza (13 anos). A filha, atingida por várias flechadas, uma delas na garganta, morreu nessa colocação e a mãe, com uma flechada na barriga, só morreu quase dois meses depois num hospital de Rio Branco".

Kaxinawá relata ainda um ataque dos "brabos" que resultou na morte do dono de um seringal, em 1997, e de ofensiva empreendida pelo grupo contra uma comunidade de não-índios: "Cercaram a sede do (seringal) Alegria, fazendo muito medo a todos os moradores de lá. Eles também cercaram e flecharam uma escola lá no alto Tarauacá e depois a maioria dos moradores se retirou de lá por causa da vingança dos brabos".

Exploração de petróleo

Além das ameaças impostas pelas estradas, por madeireiros e traficantes, ONGs alertam para os riscos da exploração petrolífera na região fronteiriça. No lado peruano, vários lotes já foram cedidos a empresas privadas para a prospecção dos bens.

A ONG Survival International afirma que o governo peruano está permitindo que as empresas avancem sobre territórios de índios isolados, violando diretriz da ONU que defende a proteção dessas áreas.

A organização diz que, em 1980, ações semelhantes provocaram a morte de quase metade dos membros do povo nahua. À época, funcionários da Shell abriram caminhos na terra indígena em que a comunidade vivia isolada, disseminando doenças entre seus integrantes, segundo a ONG.

Também há preocupações quanto à exploração de petróleo e gás do lado brasileiro. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) deve concluir neste ano testes sísmicos para avaliar a viabilidade de extrair os recursos. (BBC)

Funai fala em risco de genocídio indígena

Em entrevista à BBC Brasil, organizações indígenas e indigenistas disseram que o avanço da exploração econômica entre Brasil e Peru pode levar a um genocídio entre índios da região.

Indigenistas ressaltam que a exploração de madeira e o tráfico de drogas estão deslocando esses povos. O contato com outras populações, indígenas ou não, pode causar a dizimação destes índios por doenças ou confrontos armados.

O escritório da Funai em Rio Branco, no Acre, estima que há centenas de índios vivendo nas cabeceiras de rios na fronteira entre os dois países. A maioria deles são falantes das línguas pano e aruak.

Desestimulando conflitos

A coordenadora da Funai em Rio Branco, Maria Evanízia dos Santos, ressaltou que a fundação vem observando “mudanças nas rotas dos isolados, que têm avançado além dos espaços que costumavam frequentar, por conta da pressão que sofrem do lado peruano”. Ainda segundo a coordenadora, “muitas aldeias se mudaram por conta da proximidade, para evitar confrontos”.

Maria Evanízia diz também que obras planejadas na região podem agravar ainda mais a situação, uma vez que cruzariam territórios de índios isolados.

O risco de genocídio é citado tanto pela Funai, a Fundação Nacional do Índio, quanto por indígenas peruanos. Alguns movimentos, como a Comissão Pró-Índio do Acre, vêm realizando encontros com índios brasileiros para alertá-los sobre as ameaças sofridas pelos índios que vivem isolados e desestimular conflitos. (ON)

O PSC ,de Ratinho Junior, anuncia apoio a Manuela para Prefeitura de Porto Alegre

A deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) terá o apoio do PSC à prefeitura de Porto Alegre (RS). A aliança foi fechada na manhã desta quarta-feira (18), na Liderança do PSC na Câmara dos Deputados, em reunião entre o vice-presidente nacional do PSC, Everaldo Pereira, e com o presidente do PCdoB, Renato Rabelo.


“Esse é um momento bem importante porque consolida uma relação que estamos construindo há bastante tempo baseada na construção de uma cidade melhor, mais humana, que cuide melhor das pessoas”, disse Manuela.

A aliança será formalizada em um ato que vai acontecer em 18 de maio, em Porto Alegre. Na reunião, ainda ficou acertado que Manuela D’Ávila e o PCdoB também irão apoiar Ratinho Junior (PSC-PR) para a prefeitura de Curitiba. “São duas candidaturas de dois jovens que querem crescer e se consolidar.

Estamos trabalhando juntos, trocando ideias sobre as duas cidades e discutindo programas de governo”, disse a deputada. Ratinho Junior e Manuela D’Ávila, ambos com 30 anos, são a prova de que PSC e PCdoB apostam e acreditam na juventude na política. Além dos dois candidatos, também participaram da reunião os deputados federais Filipe Pereira (PSC-RJ), além do 1° secretário do PSC, Gilberto Nascimento. (PSC Nacional)

Dia do índio? ... Seguranças em 'Bunker' protegem terra onde índios invadem na Bahia

Uma fazenda na rota de invasão dos índios pataxós hã hã hãe em Pau Brasil, no sul da Bahia, é protegida por homens armados em uma espécie de bunker, no alto de uma colina que oferece visão privilegiada da movimentação.

A existência dos seguranças armados foi constatada pela Folha por volta das 12h de ontem. Um deles estava posicionado atrás de uma espécie de fortificação de tijolos aparentes com três pequenas janelas triangulares por onde encaixava o cano de uma escopeta.

Quando o carro da reportagem chegou à sede da fazenda Santa Rita, a cerca de 18 km da cidade, um homem saiu da fortificação ameaçando atirar nos repórteres.

Ao ouvir os repórteres, que desceram do veículo com as mãos para cima, gritarem que eram jornalistas, o homem armado ordenou que ficassem parados e correu pelos fundos da sede da propriedade carregando a arma.

A reportagem pediu para falar com um responsável pela área ou com algum dos seguranças. Um homem que embarcava porcos em uma caminhonete entregou um recado dos homens armados: "Eles disseram que vão atirar nos quatro pneus do carro se filmarem ou fotografarem alguma coisa".

Durante os cerca de 25 minutos que permaneceu na fazenda, a reportagem foi observada por ao menos três homens escondidos no mato e em um curral.

A temperatura do conflito fundiário na região de Pau Brasil subiu após os pataxós iniciarem uma série de invasões em fevereiro deste ano.

Pelo menos 67 áreas foram tomadas até ontem, segundo os fazendeiros. Para intimidar ruralistas e empregados, os índios soltam rojões quando invadem as propriedades.

A onda de invasões foi deflagrada para pressionar o STF (Supremo Tribunal Federal) a julgar ação de 1982 sobre a criação de uma reserva indígena na região.

Os pataxós querem 54 mil hectares --área equivalente a um terço da cidade de São Paulo-- onde hoje estão 396 fazendas com títulos dados pelo governo do Estado. (Uol)

Gustavo Fruet: “O PT vai ajudar mudar Curitiba assim como mudou o Brasil”

CPI do Cachoeira começa com alvos de várias cores

Se ele abrir a boca ....

Espera-se para as 10h30 desta quinta-feira (19), no plenário da Câmara, a leitura do requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Carlinhos Cachoeira. O foco da apuração começa pelas relações e negócios do bicheiro Carlos Augusto Ramos com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e a construtora Delta, uma das maiores do país, responsável por várias obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. De saída, os primeiros passos da investigação já deverão deixar um forte rastilho de pólvora. O mapeamento das verbas recebidas pela empreiteira e dos pagamentos a fornecedores dela, incluindo empresas de fachada, levam a Polícia Federal a suspeitar que o dinheiro desviado pode ter alimentado também campanhas eleitorais em 2010. Os indícios levantados têm potencial para atingir os estados de Goiás, dirigido pelo PSDB, mas também o Distrito Federal, comandado pelo PT, e até talvez o governo federal da presidente Dilma Rousseff.

Parlamentares ouvidos pelo Congresso em Foco não descartam que o caminho do dinheiro, a partir dos esquemas ilegais de Cachoeira mas também dos contratos da Delta, pode se tornar uma das principais linhas de investigação da CPI. E o que já se sabe é que a rede política montada pelo bicheiro é bastante ampla e não diferenciava oposição de governo. Portanto, a CPI, avaliam, tem potencial para provocar os mais variados estragos políticos. Ou, diante da amplitude de fatos e de personagens envolvidos, acabar caindo no vazio, tornando-se superficial e inconclusiva.

Materialidade

Na semana que vem, devem começar os trabalhos da CPI, provavelmente com um senador do PMDB presidindo-a e um deputado do PT relatando-a. Para o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), um dos futuros integrantes da comissão, o mais importante a ser apurado é de fato a movimentação financeira, potencial fonte de recursos para caixa dois de campanhas eleitorais, a partir da Construtora Delta. “O mais importante é a questão do dinheiro da Delta, a maior empreiteira do PAC, repassando para empresas fantasmas ligados ao Cachoeira. Nós temos aí uma materialidade. Existe indício de crime de corrupção. Autoridades poderiam estar recebendo o dinheiro pelas obras, e esse dinheiro pode ter alimentado caixa dois de campanhas”, disse ele aoCongresso em Foco. Francischini é delegado da Polícia Federal. Para o deputado, é preciso quebrar o sigilo fiscal da Delta e das pessoas ligadas a ela para rastrear todo o caminho dos recursos.

Além de Francischini, a CPI poderá ter entre seus integrantes outro delegado da Polícia Federal, o Delegado Protógenes (PCdoB-SP), um dos primeiros a exigir uma CPI para apurar o caso. Na sua avaliação, o ponto principal das investigações será estabelecer a relação de criminosos com o poder público. Protógenes entende que juridicamente os fatos estão bem conduzidos pela polícia e pelo Judiciário. O papel do Congresso é fazer um julgamento político do caso. “Politicamente, isso ainda não foi tangenciado. Isso nos preocupa dentro do Congresso Nacional”, afirmou ele ao site.

Protógenes compartilha com o líder do DEM, ACM Neto (BA), a preocupação de que a comissão seja diferente das últimas que aconteceram ou que sequer chegaram a ser criadas. No segundo mandato do governo Lula, as CPIs não apontavam culpados que tivessem relação com o Planalto. Internamente, a Operação Satiagraha, dirigida por Protógenes antes de ser eleito parlamentar, não gerou apuração no Parlamento. Na Justiça, teve suas provas e condenações anuladas.

ACM Neto entende que o caminho do dinheiro pode ser o principal foco de apuração, mas lembra que a investigação deve ser ampla e sem restrições. A legenda já mapeou as estruturas do caso descoberto pela PF para ver o que ainda precisa ser apurado pela CPI, e já tem um conjunto de requerimentos prontos para sacar. São pedidos de documentos e de quebras de sigilo. Convocações devem ser feitas com cuidado para não haver perda de tempo e audiências recheadas de inverdades que não podem ser confrontadas com documentos já nas mãos dos deputados e senadores. “Até o Waldomiro Diniz podemos convocar, mas não queremos pirotecnia”, afirmou ACM Neto.

Batalha política

O líder do PT, Jilmar Tatto (SP), também apóia um caminho que se inicie pela análise de documentos e não com longas e muitas vezes improdutivas tardes ouvindo testemunhas e acusados. Apesar de dizer que a movimentação de dinheiro que pode ter irrigado campanhas “não é objeto da investigação”, o petista não se nega a apurar a suspeita da Polícia Federal, que pode atingir várias cores partidárias.

Para ele, o que mais lhe chama a atenção são as citações a jornalistas e membros do Ministério Público e do Judiciário na operação da PF. “Tá chamando a atenção isso, porque empreiteira fazendo maracutaia, aditivo, essas coisas… o TCU está direto fazendo isso”, justificou Tatto. Sobre jornalistas, um dos alvos que o PT já declarou querer atingir é a revista Veja, que o partido avalia ser sua adversária. O partido quer investigar menções feitas ao chefe da sucursal da revista em Brasília, Policarpo Júnior. Há menções no inquérito de que Cachoeira seria fonte de informação do jornalista. Os petistas suspeitam que vídeos e gravações usados em reportagens – como o vídeo do ex-diretor dos Correios Maurício Marinho pedindo propina, que levou o presidente do PTB, Roberto Jefferson, a denunciar o mensalão – tenham saído do esquema de arapongagem de Cachoeira.

A diferença das opiniões de Tatto e ACM Neto mostra o embate partidário que se verificará em torno do foco da CPI. Francischini, por exemplo, fala em apurar as consultorias que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu fez para a Delta. Mas ele e ACM Neto desconversam ou minimizam as denúncias feitas contra o companheiro de partido Marconi Perillo, que governa Goiás. Já Tatto centra-se na crítica ao “moralismo udenista” de Demóstenes Torres, que pregava um padrão de comportamento ético que, à vista do que mostram as investigações da PF, ele mesmo não tinha. E acha que o governador do DF, Agnelo Queiroz, que também aparece nos inquéritos da PF, não deve ser investigado.

Veja quem serão os principais alvos da CPI do Cachoeira

Carlinhos Cachoeira
O bicheiro é o principal alvo das investigações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal. As investigações deslindaram o esquema ilegal de exploração de jogo por parte do empresário. Por conta delas, Cachoeira foi preso, inicialmente na penitenciária de Mossoró (RN), e agora na penitenciária da Papuda (DF). As operações da PF mostram que Cachoeira montou uma vasta rede de apoio político, que tinham no senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) seu nome mais notório. Além das ações irregulares, Cachoeira ainda montou um amplo esquema de espionagem, usando arapongas de sua confiança. Assim, ele teria vídeos e gravações comprometedoras de várias pessoas do mundo político.

Delta Construções
O mundo do jogo não é a única área de interesse de Cachoeira, pelo que mostram as investigações. Ele tinha contatos com a maior empreiteira do PAC do governo federal. A Delta Construções atua em estados como Goiás, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Tocantins. Há várias menções à construtora nas investigações. De acordo com grampos incluídos nos inquéritos das Operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, o presidente da empresa, Fernando Cavendish, amigo do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), diz que, com R$ 30 milhões, pode obter com políticos o contrato que quiser para sua empresa. Movimentações financeiras mostram que a Delta pagou a duas empresas de fachada e um irmão de Carlinhos Cachoeira. Só de uma conta de empresa de fachada, o contador de Cachoeira sacou R$ 8,5 milhões. A suspeita é que o dinheiro tenha abastecido o caixa dois de campanhas eleitorais em 2010. Uma dessas empresas comprou uma fazenda no Distrito Federal em uma área irregular. Há uma troca de telefonemas entre os investigados revelando a intenção de subornar servidores do Governo de Distrito Federal para legalizar a área.

Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), senador
Demóstenes foi o primeiro nome a surgir depois da prisão de Cachoeira. As investigações mostram uma íntima ligação entre o bicheiro e o senador, e seus indícios apontam para a hipótese de Demóstenes ter atuado mesmo como uma espécie de lobista do bicheiro e de seus interesses no Congresso. As investigações incialmente mostraram que havia uma intensa troca de telefonemas entre Demóstenes e Cachoeira. Depois, descobriu-se que Cachoeira comprara em Miami rádios-telefones do tipo Nextel para falar com Demóstenes com risco menor de ser grampeado. Nas conversas, Demóstenes é tratado por Cachoeira como “doutor”, e trata o bicheiro pelo apelido de “professor”. Há várias e graves menções a Demóstenes. Os dois são flagrados negociando mudanças em projeto de lei para regulamentar jogos. Demóstenes ainda negocia uma obra do PAC a ser tocada pela Delta, afirmando ter convencido o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, a dar preferência para a empreiteira. Cachoeira pede a Demóstenes que impeça a convocação de Fernando Cavendish, da Delta, em uma comissão do Congresso. Em outra conversa, o senador pede ao bicheiro dinheiro para pagar o aluguel de um táxi aéreo. Cachoeira pede a interferência do senador em decisões de magistrados. As áreas de interesse mostradas nas conversas são variadas: Demóstenes tem interesse em licitações de informática para Infraero; ele também pede a Cachoeira uma forma de obter contratos de publicidade para a organização da Copa do Mundo em Mato Grosso; conversam sobre a demissão de uma funcionária apadrinhada de Cachoeira na cota do gabinete de Demóstenes, para evitar que se descubram servidores fantasmas. Demóstenes ainda defende os interesses da empresa farmacêutica Vitapan, de Cachoeira, perante a Anvisa.

Marconi Perillo (PSDB), governador de Goiás
A chefe de gabinete do governador de Goiás foi demitida depois de flagrada vazando informações de investigações da Polícia Federal ao prefeito de Águas Lindas (GO). Grampos telefônicos mostram que Cachoeira conseguia nomear apadrinhados políticos no governo de Perillo. O governador diz que só conversou com o bicheiro para falar de assuntos da indústria farmacêutica. A Delta tem contrato de locação de veículos no estado.

Agnelo Queiroz (PT), governador de Brasília
Escutas telefônicas mostram interlocutores dizendo que Agnelo pediu um encontro com Cachoeira. Os grampos ainda revelam a tentativa do grupo de emplacar apadrinhados no Governo do Distrito Federal, que mantém contratos com a Delta na área de coleta de lixo. Diálogos sugerem que o grupo de Cachoeira pagou a servidores do governo de Brasília para que a Delta recebesse pelos serviços prestados. Também há indícios de que o governo do Distrito Federal acessou dados sigilosos de adversários. Da Casa Militar do GDF, por exemplo, policiais acessaram dados do deputado Francisco Francischini (PSDB-PR), logo depois de ele fazer um pedido de prisão do governador Agnelo Queiroz.

Rubens Otoni (PT-GO), deputado
Presidente do PT goiano, o deputado federal Rubens Otoni, é flagrado em vídeo numa conversa com Cachoeira. O bicheiro lembra de uma doação de campanha feita a ele, e oferece mais R$ 100 mil, desde que isso não seja declarado. Na conversa, Otoni concorda com as condições propostas por Cachoeira.

Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), deputado
Grampos mostram Leréia cobrando do vereador Wladimir Garcez, ligado a Cachoeira e a Marconi Perillo, o depósito de dinheiro em uma conta corrente. Amigo de Cachoeira, Leréia diz que tem sociedade em um avião com o irmão do bicheiro.

Jovair Arantes (PTB-GO), deputado
Pediu doação a Cachoeira à sua pré-campanha para prefeito de Goiânia. “Não tenho relação comercial com ele”, afirmou Jovair. “Sabia que ele lidava com jogo legal.”

Sandes Júnior (PP-GO), deputado
Teve o nome citado nas investigações, em conversas que falavam de valores em dinheiro. Segundo o deputado, era um pagamento referente à rescisão de um contrato que tinha com a uma rádio de Goiânia, Rádio Positiva.

Stepan Necersian (PPS-RJ), deputado
Tomou emprestados R$ 175 mil de Cachoeira, segundo ele para comprar um apartamento e ingresso para o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Diz que já devolveu o dinheiro.

Idalberto Matias, ex-sargento, e Joaquim Thomé, ex-policial federal
Arapongas a serviço de Cachoeira. Idalberto Matias, o Dadá, é ex-sargento da Aeronáutica e presta serviços de arapongagem para policiais, promotores e procuradores do Ministério Público e outros investigadores. É fonte de alguns jornalistas em Brasília. Colaborou com a Operação Satiagraha, coordenada pelo Delegado Protógenes (PCdoB-SP). De acordo com a Operação “Monte Carlo, ele fez escutas e interceptações ilegais de mensagens eletrônicas para Carlinhos Cachoeira, em parceria com o ex-agente da Polícia Federal Joaquim Gomes Thomé Neto.

Jornalistas
O PT esforça-se para comprometer na investigação a revista Veja, a publicação impressa de maior circulação do país. Há trechos nos inquéritos das Operações Vegas e Monte Carlo que mostram uma relação entre o chefe da sucursal da revista em Brasília, Policarpo Júnior, e Carlinhos Cachoeira. Nada indica até agora que não era somente uma relação entre jornalista e fonte. Mas os petistas dizem suspeitar que vídeos e gravações obtidas nas reportagens tinham como origem os arapongas de Cachoeira, e poderiam servir aos seus propósitos. Há outros jornalistas citados também nos inquéritos.

Existe potencial para também serem envolvidos na CPI…
Governo e governadores de Mato Grosso, do Tocantins, do Rio de Janeiro, Minas Gerais, prefeitura de Belo Horizonte, Ministério Público de Goiás e do Distrito Federal, Ministério Público Federal…

O Lupi está ai, o Lupi chegou, para alegrar a senhora, e também o senhor ..... traláriralálááááá ......


Em dia de gala, pois veio com pose de galo, o Lupi, ex-ministro defenestrado do governo Dilma e, contra a vontade de muitos brizolistas, presidente nacional do PDT, chegou ontem ao Paraná. Sem pasta, mas com muita pompa ele desastradamente lançou a candidatura a reeleição de Barbosa Neto a reeleição deste a prefeitura de Londrina. Isto faz com que o prefeito, que queria ficar na moita por mais um tempo, fosse obrigado a se assumir candidato, mesmo com a mídia estando negativa ao expor sua imagem, totalmente enlameada em denúncias de corrupção.

Em Londrina a partir de agora a disputa eleitoral está nas ruas, o Barbosa, assumidamente candidato, virou o objeto nos discursos de todos os oposicionistas, é janela de vidro e alvo fácil.

Em Curitiba, cidade onde Lupi estará hoje, a apreensão reina, já que aqui está o centro do poder, o que faz com que o Lupi venha a ter ainda maior visibilidade, o que faz a visita ficar mais incômoda, já que o PT está rachado por quase metade dos delegados eleitos , 43%, estar contra a coligação com o Gustavo Fruet, ex-PSDB e hoje no PDT, que é afilhado político de Lupi, e a favor da candidatura própria.

Caso em Curitiba o Lupi amplifique ainda mais a sua fala dizendo o que disse em Londrina, onde em tom agressivo disse que a sua demissão do governo foi por perseguição política, já que só ele foi afastado e que quem continua mandando no Ministério é a sua equipe, a do PDT. Com isso ele insinua que o problema não foi a sua gestão a frente do ministério ao afirmar que os que estavam com ele operando ainda estão lá, o que é um absurdo caso se comprove as muitas denúncias de corrupção praticadas por ele e por está equipe. A sua fala tromba de frente com o discurso do Planalto pró moralização, como ofende diretamente a presidenta Dilma ao ele insinuar que sofre perseguição política de cunho pessoal, e não pelo que dizem que ele fez.

O Lupi, que está com maus bofes em relação ao PT, vai com certeza tentar interferir na campanha local do PDT, pois pelo que dizem ele está extremamente preocupado com os espaços da direção da campanha estarem sendo tomados pelos petistas. Ele se sente o pai da criança, já que foi ele enquanto ministro quem convenceu o Gustavo a vir do PSDB para o PDT, partido que Lupi domina, e que hoje ameaça romper com o governo Dilma.

No Rio Grande do Sul, o que por ser o berço do PDT torna o fato gravemente simbólico, o partido de Lupi ameaça romper com o governo Federal, sendo que ao mesmo tempo o líder do PDT na Câmara começa a fazer discurso de oposição contra o governo.

O que pensa o PDT/RS:

PDT examina posição independente no governo federal

Cresce nos diretórios municipais do PDT a insatisfação com a espera pela indicação do novo ministro do Trabalho pela presidente Dilma Rousseff. O assunto foi abordado durante os encontros regionais do PDT neste final de semana em Guaporé e Lajeado, coordenados pelo presidente estadual, Romildo Bolzan. Os pedetistas sinalizam para a adoção de uma posição independente no governo federal, inclusive com a entrega de todos os cargos, como a melhor alternativa partidária neste momento.

Em Lajeado, no sábado (31) pela manhã, os pedetistas de mais de 45 diretórios municipais reclamaram aos dirigentes partidários da demora na indicação do substituto de Carlos Lupi. Bolzan, que considera esse tempo um desprezo da presidente Dilma com o PDT, disse que uma posição independente do partido, saindo do governo federal, está ganhando força no interior da sigla. Amanhã (2), Romildo reúne a executiva estadual para avaliar esse e outros temas. Acompanharam os debates o vice-presidente do PDT, ex-deputado Pompeo de Mattos, o deputado federal Giovani Cherini, o vice-presidente do Banrisul, Flávio Lammel, e o superintendente regional do Trabalho, ex-deputado Heron de Oliveira, além dos dirigentes locais do PDT. (PDT/RS)



Pedido de vista adia julgamento sobre titulação de terras quilombolas

Um pedido de vista feito pela ministra Rosa Weber adiou o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra o Decreto 4.887/2003 que regulamenta a titulação dos territórios quilombolas. A ministra pediu mais um tempo para decidir sobre a questão da inconstitucionalidade.

O pedido de Rosa Weber foi feito logo após o voto do ministro Cezar Peluso, relator do processo e único ministro a votar na sessão de hoje (18). Peluso considerou procedente a ação movida pelo Democratas (DEM), que contesta a regulamentação das terras quilombolas por meio de decreto presidencial. De acordo com o ministro, o decreto apresenta uma série de inconstitucionalidades.

“A despropriação referida no decreto é de interesse social. Essa despropriação insere-se em um dos 16 casos de utilidade pública e não de interesse social”, disse o ministro, que mesmo declarado voto pela procedência da ação, manteve a validade dos títulos emitidos à comunidades quilombolas desde a entrada em vigor do decreto. A adin tramita na Corte há oito anos. (AE)

Indígenas estão presentes em 80,5% dos municípios brasileiros

Dados do Censo 2010 apontam que os indígenas estão presentes em 80,5% dos municípios brasileiros – um total de 4.480 cidades, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações mostram que, em 2010, os indígenas estavam mais espalhados pelo território nacional do que em 2000, quando essa população estava presente em 63,5% dos municípios brasileiros.

Segundo a pesquisadora Nilza Pereira, do IBGE, ainda não é possível explicar o motivo dessa maior distribuição dos indígenas pelo país. Uma das hipóteses é que as pessoas estejam revalorizando sua identidade ancestral, já que a declaração da etnia é feita pela própria pessoa entrevistada.

A Região Norte concentra 37,4% do total de indígenas brasileiros, sendo que o estado do Amazonas responde por 20,6%: 168,7 mil pessoas. O município de São Gabriel da Cachoeira, no noroeste do Amazonas, é o município com maior número de indígenas: 29 mil.“Ainda estamos analisando os dados e isso deve ficar mais claro na pesquisa que vamos divulgar em breve. Mas talvez etnias que estariam supostamente extintas podem estar se reassumindo. É um ressurgimento dessa população”, disse.

Já Uiramutã, em Roraima, é o município que tem maior percentual de indígenas: 88,1% da população.

Segundo dados divulgados no ano passado pelo IBGE, a população indígena cresceu 11,4% em dez anos e atingiu o número de 817 mil pessoas em 2010, representando 0,4% do total da população brasileira.

O crescimento da população indígena foi percebido apenas nas zonas rurais, onde o crescimento chegou a 152 mil pessoas, totalizando 502 mil em 2010. São Gabriel da Cachoeira é também o município com maior número de indígenas vivendo na zona rural: 18 mil.

Por outro lado, o número de indígenas autodeclarados residentes nas cidades diminuiu em 68 mil pessoas e chegou a 315 mil em 2010. São Paulo é a cidade com o maior número de indígenas vivendo em zona urbana: 11,9 mil pessoas.

Segundo o IBGE, a redução dos indígenas vivendo em áreas urbanas ocorreu com mais intensidade na Região Sudeste. O instituto acredita que, nessa região, as pessoas deixaram de se declarar indígenas porque perderam a afinidade com seu povo de origem. (AE)

 
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