segunda-feira, 20 de junho de 2011

Para ver Carter, d. Paulo driblou igreja e governo


GENEBRA - Jimmy Carter, presidente dos Estados Unidos entre 1977 e 1981, manteve amplo contato com dissidentes brasileiros durante o regime militar e buscou formas de se reunir com vozes contrárias ao governo. É o que revelam documentos que estavam guardados pelo Conselho Mundial de Igrejas, em Genebra. Um desses dissidentes era d. Paulo Evaristo Arns, cardeal-arcebispo de São Paulo. Cartas e conversas entre os dois revelam o objetivo mútuo de forçar o regime a se abrir.

No domingo, o Estado revelou o teor de documentos que fazem parte de um arquivo de mais de 3 mil páginas mantido pelo Conselho Mundial de Igrejas, em Genebra. Os papéis detalham a atuação de d. Paulo para denunciar a tortura durante a ditadura.

O diálogo entre o religioso brasileiro e o presidente americano sobre a situação no Brasil começou em 1977. Em 29 de outubro daquele ano, o cardeal enviou uma carta alertando Carter sobre a repressão, com uma lista de nomes de pessoas que haviam desaparecido. D. Paulo relata uma situação crítica. "Nos últimos anos, eu tenho tido o triste privilégio de dar conselhos pastorais e conforto a muitos parentes e amigos de prisioneiros políticos que desapareceram", escreveu a Carter, lembrando que entre eles estava até um cidadão americano, Paulo Stuart Wright.

Poucas semanas depois, Carter responderia, informando que adiara sua visita ao Brasil, prevista para aquele ano, para 1978. Mas deixou claro que estava preocupado com a situação no País. "Esses casos enfatizam a importância do Estado de Direito, com seu direito a habeas corpus e processos devidos por cortes civis independentes", observou Carter.

A carta ainda mostra o prestígio do cardeal brasileiro. "Seu trabalho em nome da dignidade humana me faz sentir honrado de dividir o campo com você na Universidade Notre Dame", escreveu Carter.

Manobras. O encontro prometia ser delicado e ao mesmo tempo explosivo. Uma primeira tentativa foi a de incluir São Paulo no itinerário de Carter, o que daria a possibilidade de um encontro com d. Paulo. Mas essa possibilidade foi abandonada.

DOCUMENTOS:

Vida nos oceanos pode enfrentar extinção sem precedentes, diz estudo

Um novo estudo indica que os ecossistemas marinhos enfrentam perigos ainda maiores do que os estimados até agora pelos cientistas e que correm o risco de entrar em uma fase de extinção de espécies sem precedentes na história da humanidade.

IPSO/Divulgação
IPSO/Divulgação
Diferentes fatores estão afetando animais que vivem nos oceanos

O levantamento foi feito realizado por especialistas que integram o Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (IPSO, na sigla em inglês), uma entidade formada por cientistas e outros especialistas no assunto.

Eles concluíram que fatores como a pesca excessiva, a poluição e as mudanças climáticas estão agindo em conjunto de uma forma que não havia sido antecipada.

A pesquisa reuniu especialistas de diferentes disciplinas, incluindo ambientalistas com especialização em recifes de corais, toxicologistas e cientistas especializados em pesca.

''As conclusões são chocantes. Estamos vendo mudanças que estão acontecendo mais rápido do que estávamos esperando e de formas que não esperávamos que fossem acontecer por centenas de anos'', disse Alex Rogers, diretor científico do IPSO e professor da Universidade de Oxford.

Plástico

Entre as mudanças que estão ocorrendo antes do esperado estão o derretimento da camada de gelo no Ártico, na Groenlândia e na Antártida, o aumento do nível dos oceanos e liberação de metano no leito do mar.

O estudo observou também que existem efeitos em cadeia provocados pela ação de diferentes poluentes.

A pesquisa observou, por exemplo, que alguns poluentes permanecem nos oceanos por estarem presos a pequenas partículas de plástico que foram parar no leito do oceano.

Com isso, há um aumento também do poluentes que são consumidos por peixes que vivem no fundo do mar.

Partículas de plástico são responsáveis também por transportar algas de parte a parte, contribuindo para a proliferação de algas tóxicas, o que também é provocado pelo influxo para os oceanos de nutrientes e poluentes provenientes de áreas agrícolas.

O estudo descreveu ainda como a acidificação do oceano, o aquecimento global e a poluição estando agindo de forma conjunta para aumentar as ameaças aos recifes de corais, tanto que 75% dos corais mundiais correm o risco de sofrer um severo declínio.

Ciclos

A vida na Terra já enfrentou cinco ''ciclos de extinção em massa'' causados por eventos como o impacto de asteróides e muitos cientistas que o impacto de diferentes ações exercidas pelo homem poderá contribuir para um sexto ciclo.

''Ainda contamos com boa parte da biodiversidade mundial, mas o ritmo atual da extinção é muito mais alto (do que no passado) e o que estamos enfrentando é, certamente, um evento de extinção global significativa'', afirma o professor Alex Rogers.

O relatório observa ainda que eventos anteriores de extinção em massa tiveram ligação com tendências que estão ocorrendo atualmente, como distúrbios no ciclo de carbono, acidificação e baixa concentração de oxigênio na água.

Os níveis de CO2 que estão sendo absorvidos pelos oceanos já são bem mais altos que aqueles registrados durante a grande extinção de espécies marinhas que ocorreu há 55 milhões de anos, afirma a pesquisa.

Entre as medidas que o estudo aconselha sejam tomadas imediatamente estão o fim da pesca predatória, especialmente em alto mar, onde, atualmente há pouca regulamentação; mapear e depois reduzir a quantidade de poluentes, como plásticos, fertilizantes agrícolas e detritos humanos; e reduzir de forma acentuada os gases do efeito estufa.

As conclusões do relatório serão apresentadas na sede da ONU, em Nova York, nesta semana, durante um encontro de representantes governamentais sobre reformas na maneira de gerenciar os oceanos. (BBC)

PROCURADO COMO SUSPEITO NO ASSASSINATO DA LOUISE MAEDA


Élvis de Souza, suspeito de ter envolvimento no crime continua foragido

Universitária foi vítima de emboscada, diz polícia; duas suspeitas estão presas

A polícia revelou, nesta segunda-feira (20), que a universitária Louise Sayuri Maeda, de 22 anos, foi vítima de uma emboscada, que teria sido articulada por duas colegas de trabalho. A principal hipótese é que Louise, que era supervisora de uma iogurteria em um shopping de Curitiba, teria descoberto que uma das funcionárias estaria desviando dinheiro do caixa. As duas colegas da vítima estão presas. Um rapaz de 20 anos está foragido.

As suspeitas foram identificadas pela polícia como Fabiana Perpétua de Oliveira, de 20 anos, e Márcia do Nascimento, de 21 anos. Elas trabalhavam na mesma iogurteria que Louise e foram presas madrugada de sábado (18), depois que a Justiça decretou a prisão temporária delas. Élvis de Souza, de 20 anos – que, segundo a polícia, teria um relacionamento com Márcia – também é suspeito de envolvimento no crime. Ele teve a prisão decretada.

O delegado Marcelo Lemos de Oliveira, daDelegacia de Vigilâncias e Capturas (DVC),informou que a emboscada teria sido articulada por Márcia. No dia 31 de maio, ela teria convencido Fabiana a atrair Louise, convidando-a para ir a um bar após o expediente. Em depoimento, Fabiana declarou que Márcia disse que “estava brava com Louise e queria dar uma bronca nela”.

Execução

Após saírem do shopping, Louise e Fabiana se encontraram com Márcia e Élvis. De acordo com o depoimento de Fabiana, o rapaz teria dirigido o carro até o bairro Campo do Santana e estacionou em um matagal, após Márcia simular que estava passando mal. Todos teriam descido do veículo, mas Fabiana diz ter recebido ordens para voltar ao automóvel. “Ela [Fabiana] relatou que Márcia disse: ‘Volta ao carro, tapa os ouvidos e aumenta o som do rádio’”, contou o delegado.

Instantes depois, Márcia e Élvis teriam retornado sem Louise. “Fabiana afirma que perguntou pela colega, mas que Márcia disse: “Louise ficou no mato’”, revela Lemos de Oliveira. Ainda de acordo com o depoimento de Fabiana, ela teria visto manchas de sangue na jaqueta de Márcia. Em buscas, a polícia encontrou uma peça de roupa semelhante à descrita e encaminhou para a perícia.

Márcia, por sua vez, alega que o grupo foi a um bar próximo à Praça Rui Barbosa, no Centro da capital. Por volta da 1h30 do dia 1º de junho, ela teria sido deixada em casa, enquanto Fabiana, Élvis e Louise seguiram no carro. “A Márcia chegou em casa e a sogra dela viu e vai confirmar a versão. E a Louise, a Fabiana e o Élvis continuaram no carro. A Márcia não viu mais nada do que aconteceu daí para frente”, afirmou a advogada Ana Carolina Castro, que representa Márcia.

Motivação

O delegado disse que ainda há lacunas na investigação no que diz respeito à motivação do crime, mas apontou a principal hipótese é que o crime esteja relacionado a um suposto desvio de dinheiro no caixa da iogurteria onde a vítima e as suspeitas trabalhavam. Na casa de Márcia, a polícia encontrou R$ 2.250, valor que, para a polícia, é incompatível com os rendimentos da suspeita. “Ela ainda não soube explicar de onde veio esse dinheiro”, disse Lemos de Oliveira.

A advogada de Márcia ressalta que sua cliente nega que tenha desviado dinheiro do caixa e que tivesse qualquer relacionamento com Élvis. “Ela é casada e tem um filho de três anos. O dinheiro [R$ 2.250] é proveniente das economias dela e do marido, e seria usado para construir uma casa”, disse. Segundo Ana Carolina Castro, Élvis seria primo de Fabiana, que teria apresentado o rapaz a Márcia há apenas uma semana. A advogada acrescentou que, assim que tiver acesso aos autos, vai pedir a revogação da prisão de Márcia.

Na coletiva, a polícia afastou qualquer possibilidade de o crime estar relacionado a investigações sobre tráfico de drogas em shoppings de Curitiba, como chegou a ser veiculado por alguns veículos da imprensa.

Em buscas na casa do pai de Élvis, a DVC encontrou a bolsa que Louise carregava na noite do homicídio. “A sacola estava sob o assoalho de um dos quartos”, disse o delegado. Segundo a polícia, o suspeito tem um carro semelhante ao usado no crime: um Gol prata de duas portas.

Na apresentação realizada nesta segunda-feira, também estiveram presentes o delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinicius Michelotto, além de autoridades policiais, do Instituto Criminalística e também do Instituto Médico Legal (IML).

Corpo encontrado

O corpo da universitária foi encontrado na tarde de sexta-feira (17) em uma cava do Rio Iguaçu, em Curitiba. Segundo a polícia, o cadáver encontrado na sexta-feira estava em avançado estado de decomposição. O reconhecimento foi feito por meio de um exame papiloscópico (de confronto de digitais) no IML. O resultado do procedimento foi confirmado oficialmente pela Sesp por volta das 21 horas de sexta-feira (17), por meio da assessoria de imprensa.

O corpo ainda foi examinado no Instituto Médico Legal (IML) nesta segunda-feira (20) e deve serliberado na terça-feira (21), segundo a Sesp. O Instituto Médico Legal (IML) revelou que o corpo tinha uma marca de tiro na cabeça e mais exames eram realizados, como a coleta de material das unhas e de outras partes do corpo, para eventuais perícias solicitadas ao longo das investigações criminais. A polícia confirmou que a jovem recebeu pelo menos dois tiros na cabeça, já que foram encontrados dois projétis no crânio de Louise.

Crime Louise desapareceu após sair do trabalho, em Curitiba, por volta das 22h45 do dia 31 de maio. Ela trabalhava como supervisora na iogurteria de um shopping, no Centro da capital paranaense, e cursava Comércio Exterior na Faculdade Uninter.

UFPR e UTFPR aderem à greve dos servidores técnico administrativos

Servidores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, aderiram nesta quarta-feira (15) a greve nacional dos servidores técnico administrativos da Instituições Federais de Ensino Superior. A estimativa do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest) é de 6,5 mil profissionais adiram à mobilização.

Os funcionários possuem uma pauta local e uma nacional. De acordo com o vice-presidente do Sinditets, Antônio Néris de Souza, a pauta estadual é prioridade. Eles reivindicam contratação de novos profissionais e definição da situação daqueles que trabalham temporariamente no Hospital de Clínicas, vinculado à UFPR.

Souza afirmou que no Hospital existem 130 leitos fechados por falta de profissionais. “Nós não podemos permitir isso. É um grande hospital, com equipamento, que está fechado por falta de servidores”, relatou o vice-presidente.

Na pauta nacional uma das reivindicações é o aumento do piso salarial. A categoria recebe atualmente 1,8 salário mínimo. Os profissionais querem que a remuneração passe para três salários mínimos e que a cada dois anos haja um reajuste de 5%.

A negociação é feita diretamente com o Ministério da Educação. Mesmo sem uma audiência marcada com autoridades federais, Souza declarou que o Paraná vai encaminhar três representantes, que devem se unir à profissionais de outras 37 universidades federais que estão em Brasília.

Segundo o Sinditest, o sindicato possui 6,5 mil profissionais na base de representatividade. No Brasil, a greve deve atingir 170 mil profissionais. (G1)

Planos de saúde terão de cumprir prazo no atendimento a pacientes

Os beneficiários dos planos de saúde não poderão esperar mais que sete dias por uma consulta com especialistas das áreas de pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia.

A exigência da Agência Nacional de Saúde (ANS) às operadoras de planos de saúde foi publicada hoje (20) no Diário Oficial da União, por meio da Resolução Normativa 259. As operadoras terão 90 dias para se organizar e se adequar às novas regras.

Para as outras especialidades o prazo de espera será de até 14 dias. Para consultas e sessões com fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, terapeutas educacionais e fisioterapeutas o prazo de espera terá que ser garantido pelas operadoras em até 10 dias.

Colisor de partículas europeu pode ter descoberto "nova física"

Cientistas do Centro Europeu de Investigação Nuclear (CERN, em francês), que opera o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), afirmaram ter descoberto novos dados apontando para o que eles já chamam de uma “nova física”. O LHC é composto por dois detectores de partículas gigantes, o Atlas e o CMS, que colhem informações sobre as colisões entre nanopartículas que podem esclarecer a formação do universo. A instituição anunciou nesta sexta-feira (17) que os dados acumulados pelos detectores neste ano representam 1 femtobarn inverso, medida equivalente a 70 milhões de milhões de colisões e que corresponde à quantidade que os pesquisadores chamam de "luminosidade integrada". Um femtobarn era o objetivo que o CERN tinha traçado para todo este ano, e o fato de que tenha sido alcançado apenas três meses depois dos primeiros feixes de prótons lançados em 2011 demonstra o bom funcionamento do LHC, informou o centro. Os cientistas que participam deste programa trabalham de maneira intensa para apresentar resultados nas principais conferências de física dos próximos meses, a primeira delas prevista para o fim de julho em Grenoble (França), e o segundo um mês depois, em Mumbai (Índia). Após o recolhimento desses dados, as expectativas da comunidade científica se centram agora em comprovar a existência da partícula de Higgs (o chamado bóson de Higgs), o último elemento que falta no "modelo padrão da física de partículas". Este modelo explica o comportamento e as interações das partículas fundamentais que constituem a matéria ordinária (que representaria apenas 4% de todo o Universo), "da qual somos feitos e da qual é feito o mundo que nos cerca", explicou o CERN. Os pesquisadores do CERN também acreditam que os dados recolhidos no LHC lhes darão uma melhor compreensão da supersimetria, uma teoria que vai além do modelo padrão e que poderia explicar a misteriosa matéria negra que constitui cerca de um quarto do Universo. "Com um femtobarn inverso temos uma verdadeira oportunidade de verificar se esta teorias são justas, de ver o início de sua confirmação através dos dados. Como o LHC funciona em uma intensidade muito mais elevada que a prevista inicialmente, os índices que indicam uma nova física podem aparecer o tempo todo nos dados", afirmou o porta-voz da experiência do detector CMS, Guido Tonelli. (Efe)

PARANÁ COMPETITIVO DEBATE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

O Governo do Paraná inicia nesta segunda-feira (20), às 15 horas, no Palácio das Araucárias, mais uma linha de ação do programa Paraná Competitivo: a da qualificação profissional. O governador Beto Richa e os secretários Luiz Claudio Romanelli (Trabalho), Ricardo Barros (Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul), Flávio Arns (Educação) e Alípio Leal (Ciência e Tecnologia) vão se reunir com sindicatos, associações, federações, universidades, entidades do Sistema S (Senai, Senac, Sest, Senar e outras), lideranças políticas, representantes patronais e dos empregados para debater os problemas e as demandas referentes ao tema.

Um dos principais focos da reunião deve ser a relação entre as necessidades do setor produtivo e do mercado de trabalho paranaense com os cursos de formação profissional existentes.

O programa Paraná Competitivo possui cinco vertentes com o objetivo de aumentar a competitividade da economia paranaense nos mercados nacional e internacional. Além da qualificação profissional, há mais quatro linhas de ação: fiscal, que modernização e flexibilizou a política estadual; internacionalização, que recentemente gerou a criação da Agência de Internacionalização do Estado; infraestrutura, que está em andamento e desburocratização. Em menos de seis meses de criação o programa já atraiu mais de R$ 1,3 bilhão em investimentos ao Paraná.

Casa Civil diz que proposta de agência não é para privatizar

O Secretário da Casa Civil, Durval Amaral, afirmou que está havendo uma leitura equivocada sobre o projeto do governo que estende a abrangência da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Estado. Amaral afirmou que não há no governo nenhum projeto para privatizar o setor de energia elétrica no estado.

“Quando abrimos a agência para o setor de energia, não significa a energia elétrica. Estamos tratando do gás”, afirmou o secretário. Ele citou que as operações com energia já são reguladas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “A agência que estamos propondo não teria inserção nenhuma no que se refere à energia elétrica. Somente à energia em forma de gás”, disse. (Estado do Paraná)

Governador assina convênios para a construção de 604 casas em quatro cidades


Durante a inauguração da trincheira que faz a transposição da linha férrea na cidade de Cambé, Norte do Estado, o governador Beto Richa assinou convênios que autorizam a construção de 604 unidades habitacionais nas cidades de Rio Bom (59 unidades), Prado Ferreira (167), Florestópolis (263) e Califórnia (115). Richa também recebeu a doação de 687 lotes da prefeitura de Arapongas.

As obras, que receberão investimentos superiores a R$ 60 milhões, serão executadas por meio de parcerias entre a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), prefeituras e Caixa Econômica Federal.

Richa destacou que o Estado passa por uma revolução na área habitacional. “Quando estava à frente da prefeitura de Curitiba transformamos a cidade, com obras em todos os bairros, retiramos famílias da beira de rios e tivemos um ótimo relacionamento com o governo federal. Vamos levar essa experiência para todo o Estado e trabalhar de mãos dadas para defender os interesses do Paraná”, afirmou.

Para o presidente da Cohapar, Mounir Chaowiche, a contratação das obras representa um novo tempo no Estado. “Há uma grande transformação no Paraná por meio da moradia. Vamos fazer com que os municípios sejam grandes canteiros de obras, com muita dedicação e competência dos nossos colaboradores”, disse.

Olides Millezi Júnior, superintendente em exercício da Caixa Econômica Federal, afirmou que a parceria com a Cohapar é fundamental porque as duas instituições têm finalidade social: “A nossa união é o grande instrumento para a realização do sonho da casa própria de milhares de paranaenses. Nossa missão é melhorar a qualidade de vida das pessoas”.

Para o prefeito de Califórnia, Amauri Barrichello, a habitação está sendo tratada neste governo de forma como prioridade e, por isso, as prefeituras estão agilizando o processo de doação de áreas. “Há três anos tentava firmar a parceria com a Cohapar para a construção destas casas, mas agora, com o Beto Richa e o Mounir Chaowiche, em apenas seis meses conseguimos fazer com que o projeto saísse do papel”, disse.

Dirceu Silva Alves, prefeito de Prado Ferreira, disse que além das 167 unidades com convênios assinados nesta sexta-feira, já adquiriu outro terreno para mais 50 moradias. “Muito importante a prioridade que o governo do Estado está dando para a habitação. Estamos muito confiantes de que poderemos dar casa para as famílias carentes”, afirmou.

O prefeito de Arapongas, Beto Pugliesi, que doou 687 lotes para a Cohapar, destacou o tratamento que o governador Beto Richa dá aos prefeitos: “Sou de outro partido, mas gosto da maneira dessa nova gestão trabalhar, a gestão moderna que não tem ranço partidário. Estamos unidos pelo bem do povo”.

FELICIDADE – Algumas famílias que serão beneficiadas com as novas casas estavam presentes no evento e disseram que a felicidade de saber que terão suas casas é indescritível. “A alegria só será maior quando receber as chaves da minha casa”, disse Derli Benedito Neto, moradora da cidade de Prado Ferreira.

Vilma dos Santos Fernandes disse que sem o programa do governo do Paraná seria impossível conseguir a casa própria. “Não temos condições de entrar em um financiamento comum. Por isso agradecemos ao governador Beto Richa, que vai tornar possível o nosso sonho da casa própria”, afirmou.

Cláudia Ribeiro dos Santos, moradora de Califórnia, paga aluguel e disse que agora conta os dias para receber as chaves de seu novo lar. “Moro com o meu marido e dois filhos de favor na casa da minha mãe. É tudo apertado, as crianças não têm espaço para brincar”. E já faz planos: “Assim que mudarmos vou encomendar outro bebê”.

Gleisi: A calcinha da Luluzinha


O foco malicioso na calcinha branca de Gleisi foi o clímax de uma semana de besteirol político. O frenesi pró e contra as mulheres no poder empobreceu o debate de ideias do regoverno Dilma. Nunca li tanta bobagem sobre a decisão de um(a) presidente. República da Luluzinha. Do salto alto. Da saia justa. No Planalto do gineceu, agora, só se contrata quem usa saia. Dilma voltou a usar terninho. Gleisi é normalista com nariz arrebitado. Ideli gosta de cantar e ama sargento triatleta 12 anos mais novo. São duras, mas são mães.

Elas gostam de mandar (é mesmo?). São tratores (é ruim?). Briguentas mas doces. E por aí vai. Gastou-se o verbo para analisar algo que não é substantivo. Não tem a menor importância se quem comanda é homem ou mulher. Precisa ser competente e honesto. Duas qualidades raras em Brasília. Qualquer que seja o sexo.

Uma jornalista escreveu que, “como mulher”, se orgulha de ver três mulheres no poder – mas desconfia que não vai dar certo porque nenhuma delas tem experiência. Elas não passam de “umas coadjuvantes”. Normal, não? Nos jornais diários e nas empresas, mulheres costumam ser coadjuvantes.

Os homens fizeram gozações de botequim sobre o triunvirato feminino. E pontificaram: o matriarcado é alto risco. Como se o patriarcado tivesse resolvido nossas mazelas de corrupção e falta de compromisso com o bem público e o futuro do país.

Abomino cotas sexuais ou raciais. Não acredito que Dilma tenha chamado Gleisi e Ideli por serem mulheres. Lula não chamou Zé Dirceu, Gushiken e Palocci por serem homens. Foram atrás de confiança. Torpedeada, Dilma nomeou fiéis escudeiras. Lula também, mas precisou se livrar dos amigões do peito. Dilma, antes mesmo de assumir, abriu mão de Erenice. Todos os companheiros foram derrubados por acusações de desvio de verba pública e abuso de poder.

Não consigo engolir Ideli. Exatamente por representar a política de sempre no Brasil, o fisiologismo que é coisa nossa no Congresso. Não confio em Ideli por ter defendido Renan Calheiros e Sarney. Por prometer cargos e fundos para aplacar a oposição (o PT e o PMDB). O fato de ser vaidosa não influencia em nada meu julgamento. É mau sinal que a própria Ideli, acusada de arrogante, caia na esparrela de prometer “uma operação limpa prateleira, coisa de mulher” e afirmar que nenhuma das três perderá “o lado mãezona”. Vamos trabalhar, minha gente varonil.

Não tem importância se quem comanda é homem ou mulher – precisa é ser competente e honesto

Há uns 15 anos, uma juíza rigorosa e irônica, minha amiga, comentou que só poderíamos comemorar a igualdade entre os sexos “quando as mulheres incompetentes também fossem promovidas, e não apenas as mulheres três vezes mais competentes”. Espero que não seja o caso porque torço pelo Brasil, pelas reformas, pela estabilidade. E acho um nojo essas disputas palacianas que visam apenas ao bem-estar dos políticos. Não passam de chantagens. Ideli já foi avisada. Se os pedidos de grana não forem atendidos, o governo vai sofrer novas derrotas em votações no Congresso. É o bolso, e não a consciência, que está em jogo.

Criticar as três por não serem políticas profissionais demonstra certa condescendência com o estado de coisas. Estamos todos satisfeitos com o exercício convencional da política em Brasília? O toma lá dá cá. As conspirações, os desmandos e as infidelidades partidárias. A República das gravatas listradas ou vermelhas. Dos mocassins. Dos ternos apertados nas barrigas estufadas. Do suor. Dos cabelos precocemente acajus. Das amantes e filhos bastardos. Dos casados com moças que poderiam ser suas netas. Mas, pensando bem, seria ridículo criticar o vice-presidente e os congressistas apenas por serem homens.

Me cansa esse discurso viciado de que a presidente e as ministras, “apesar de mulheres, têm fogo nas ventas”. É clichê demais. Não me orgulho porque temos três mulheres no poder. Minha torcida é pelo Brasil. Nomear uma ministra só por ser mulher é muita tolice. Menosprezá-la só por ser mulher é mais tolice ainda. É fraqueza. Não faz jus a machos e fêmeas minimamente inteligentes. (Ruth Aquino/ ÉPOCA)

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | belt buckles