segunda-feira, 20 de junho de 2011

Colisor de partículas europeu pode ter descoberto "nova física"

Cientistas do Centro Europeu de Investigação Nuclear (CERN, em francês), que opera o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), afirmaram ter descoberto novos dados apontando para o que eles já chamam de uma “nova física”. O LHC é composto por dois detectores de partículas gigantes, o Atlas e o CMS, que colhem informações sobre as colisões entre nanopartículas que podem esclarecer a formação do universo. A instituição anunciou nesta sexta-feira (17) que os dados acumulados pelos detectores neste ano representam 1 femtobarn inverso, medida equivalente a 70 milhões de milhões de colisões e que corresponde à quantidade que os pesquisadores chamam de "luminosidade integrada". Um femtobarn era o objetivo que o CERN tinha traçado para todo este ano, e o fato de que tenha sido alcançado apenas três meses depois dos primeiros feixes de prótons lançados em 2011 demonstra o bom funcionamento do LHC, informou o centro. Os cientistas que participam deste programa trabalham de maneira intensa para apresentar resultados nas principais conferências de física dos próximos meses, a primeira delas prevista para o fim de julho em Grenoble (França), e o segundo um mês depois, em Mumbai (Índia). Após o recolhimento desses dados, as expectativas da comunidade científica se centram agora em comprovar a existência da partícula de Higgs (o chamado bóson de Higgs), o último elemento que falta no "modelo padrão da física de partículas". Este modelo explica o comportamento e as interações das partículas fundamentais que constituem a matéria ordinária (que representaria apenas 4% de todo o Universo), "da qual somos feitos e da qual é feito o mundo que nos cerca", explicou o CERN. Os pesquisadores do CERN também acreditam que os dados recolhidos no LHC lhes darão uma melhor compreensão da supersimetria, uma teoria que vai além do modelo padrão e que poderia explicar a misteriosa matéria negra que constitui cerca de um quarto do Universo. "Com um femtobarn inverso temos uma verdadeira oportunidade de verificar se esta teorias são justas, de ver o início de sua confirmação através dos dados. Como o LHC funciona em uma intensidade muito mais elevada que a prevista inicialmente, os índices que indicam uma nova física podem aparecer o tempo todo nos dados", afirmou o porta-voz da experiência do detector CMS, Guido Tonelli. (Efe)

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