domingo, 13 de março de 2011

O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, afirmou neste domingo que o país vive sua pior crise desde o final da Segunda Guerra Mundial



O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, afirmou neste domingo que o país vive sua pior crise desde o final da Segunda Guerra Mundial, após o forte terremoto e o consequente tsunami que atingiram a nação na última sexta-feira.

Diante do quadro, Kan pediu união aos cidadãos. O primeiro-ministro afirmou que a situação é "preocupante", ao mesmo tempo em que mostrou sua gratidão e "respeito" pela calma com que a população japonesa enfrentou o terremoto --que atingiu 9 graus de magnitude, o pior de que se tem registro no país.

"Não será fácil, mas superaremos esta crise, como fizemos no passado", assegurou.

Kan afirmou ainda que a situação na usina nuclear de Fukushima, a 250 quilômetros de Tóquio, ainda é muito grave. Ontem, a instalação que abrigava um dos reatores da usina explodiu após uma falha no sistema de resfriamento. Agora, outro reator corre o mesmo risco.

As autoridades japonesas lutam contra a crescente crise nuclear a a ameaça de múltiplos derretimentos de reatores, enquanto 170 mil pessoas foram retiradas das áreas de risco.

O derretimento parcial de um dos reatores da usina de Fukushima já estava, inclusive, em provável andamento, segundo uma das autoridades, e os operadores da instalação trabalham freneticamente para tentar manter a temperatura de outros reatores sob controle e prevenir um desastre maior.

O chefe do Gabinete de Segurança do país, Yukio Edano, afirmou neste domingo que uma explosão de hidrogênio poderia ocorrer no reator 3 de Fukushima --o mesmo tipo de explosão registrado no sábado no reator 1.

"Sob o risco de aumentar a preocupação pública, nós não podemos descartar o risco de uma explosão", disse Edano. "Se houver uma, contanto, não haverá impacto significativo para a saúde da população."

Mais de 170 mil pessoas foram retiradas da área como precaução, embora Edano afirme que a radiação liberada no ambiente até agora foi tão pequena que não colocou a saúde delas em risco.

O derretimento completo --o colapso dos sistemas de uma usina e sua habilidade de conter as temperaturas dos reatores sob controle-- poderia liberar urânio na atmosfera, contaminando de forma perigosa o ambiente e gerando sérios riscos para a saúde da população.

Cerca de 160 pessoas podem ter sido expostas à radiação até agora, afirmou Ryo Miyake, porta-voz da agência nuclear japonesa. A gravidade dessas exposições ainda não foi determinada. Elas foram levadas a hospitais.


JAPÃO, IMAGENS DE DESTRUIÇÃO E DE SOLIDARIEDADE








Quanta violência! Por quê?


Notícias chocantes sobre atos violentos se multiplicaram nas últimas semanas: é filho que degola os pais, jovem que chega ao bar, ferindo e matando porque alguém mexeu com a namorada, mulher que mata a filhinha do amante, motorista que lança o carro sobre ciclistas em passeata pela rua; são adolescentes que matam a coleguinha rival no primeiro amor... E os casos poderiam continuar, é só seguir o noticiário de cada dia.
Não se trata da violência da guerra, de grupos de extermínio ou do crime organizado: é violência comum, da vida privada, por motivos fúteis. E nem é por que há muita arma de fogo na mão do povo: um veículo, uma faca de cozinha e até um cadarço podem virar armas letais, quando a vontade é assassina!

A ação das autoridades de segurança e os rigores da lei não assustam nem impedem os crimes. Muita tensão nas relações sociais e motivos banais levam a perder a cabeça, a fazer justiça com as próprias mãos e a cometer as maiores violências contra o próximo. E corremos todos o risco de nos habituarmos com notícias e imagens brutais, com a mesma indiferença sonolenta com que assistimos a cenas de um filme. A realidade se funde com a ficção e mal caímos na conta de que, nesses casos, a morte e a dor são reais. Como explicar tanta violência no convívio social?

Deixemos aos estudiosos do comportamento humano a análise do fenômeno. Desejo refletir sobre algo que me parece estar na base desses fenômenos.

Os fatos denotam uma radical desconsideração pela dignidade da pessoa humana, pelos seus mais elementares direitos e pelos valores éticos que devem orientar as decisões na vida. O violento, ferindo ou matando uma pessoa, também legitima a violência, de modo implícito, também contra si próprio, pois ela pode voltar-se contra o autor dessa ação. E, se isso não lhe importa, significa que ele não tem consideração pela sua dignidade pessoal nem amor pela própria vida. Ou tem a presunção de levar sempre a melhor, e aí estaríamos diante do estágio mais primitivo do desenvolvimento humano, em plena lei da selva.

A violência é dos brutos e denota uma lamentável inconsciência diante da dignidade da pessoa, dos seus direitos fundamentais. É ausência de sensibilidade, ou desprezo pelos valores básicos da conduta.

Alguém logo apontará para a urgência de um rigor maior da lei e para a ação mais eficaz das autoridades que a representam e aplicam.

Todos esperam, certamente, que os responsáveis cumpram o seu dever e as leis sejam mais conhecidas e respeitadas, porém não é por falta de leis que os crimes acontecem. E, se a grande garantia para a inibição do crime fosse a autoridade que representa a lei, estaríamos muito mal e não haveria policiais em número suficiente para vigiar todos os potenciais criminosos. A ausência da autoridade encarregada da aplicação lei não legitima o crime.

O alastrar-se da violência está sinalizando para uma desorientação cultural, em que há pouca adesão a referenciais éticos compartilhados, ou mesmo a falta deles. Valores altamente apreciáveis, como a vida humana, a dignidade da pessoa, o bem comum, a justiça, a liberdade e a honestidade caem por terra quando outros "valores" lhes são sobrepostos, como a vantagem individual a qualquer custo, a satisfação das paixões cegas, como o ódio, a avareza, a luxúria, a vaidade egocêntrica...

Princípios éticos tão elementares quanto essenciais, como "não faças aos outros o que não queres que te façam", ou os da inviolabilidade da vida humana, do respeito pela pessoa, do senso da justiça e da responsabilidade compartilhada perdem cada vez mais seu espaço para algo que se poderia qualificar como "pragmatismo individualista sem princípios".

Se cada um elabora os referenciais para seu agir de acordo com os impulsos das paixões, as conveniências ou ganhos do momento, perdemos os referenciais comuns da conduta no convívio social.

Chegamos a isso por muitos fatores, mas alguns me parecem importantes. A conduta reta, ou o seu contrário, depende da educação; virtude e vício têm mestres e currículos próprios. Valores e princípios são ensinados e apreendidos; e a inteligência humana é capaz de reconhecê-los, de distinguir entre o que é bom e o que é mau. Por sua vez, a consciência pessoal e a vontade, quando bem esclarecidas e motivadas, inclinam-se para o bem e rejeitam o mal.

A lei exterior, por si, é constritiva, porque vem acompanhada pela ameaça, não muito eficaz, do castigo e da pena. Eficácia maior da lei é garantida pela adesão interna e livre ao valor protegido por ela. É a lei moral inscrita no coração, da qual fala o filósofo Immanuel Kant. E já falava a Bíblia (cf Sl 37,31; Jr 31,33).

Creio que aqui há muito para se fazer. Sabemos que, atualmente, os tradicionais agentes de educação, como a família, a escola e as organizações religiosas, estão conseguindo fazer isso de maneira muito limitada e seu papel na educação é até dificultado, quando se dedicam a fazê-lo.

Por outro lado, há uma progressiva desconstrução dos referenciais éticos da conduta pessoal e coletiva. E contribuem para a erosão dos valores e para a desorientação da ética no convívio social a exaltação dos "heróis bandidos" e do "valentão mau caráter"; a espetacularização da violência; o mau exemplo que vem do alto; a impunidade, que leva a crer que o crime compensa; e também a exploração econômica da corrupção dos costumes e a capitulação do poder constituído diante do crime organizado, que ganha muito dinheiro com o comércio letal da droga.

O alastrar-se da violência gratuita é uma consequência natural. (Dom Odilo P. Scherer)

Depois da festa, a conta

A 31 de dezembro do Ano da Graça de 2010 findou-se o octonado do presidente Luiz Inácio, que proclamou ter sido o maior e melhor de todos os governos. No dia 1º de janeiro de 2011 teve início o quadriênio da senhora Dona Dilma e, sem demora, o Banco Central elevou o juro básico, ao mesmo tempo em que deixava claro que outros aumentos estavam previstos. Já agora, mal completados 60 dias de governo, o mesmo Banco Central, pressurosamente, aumentou pela segunda vez em meio por cento o juro básico, que passou para 11,75%, tudo por conta da inflação. Desta maneira, o Brasil cresceu na liderança mundial do juro real, descontada a inflação, agora a 6,1% ao ano, ficando a Austrália em segundo lugar, com 2% ao ano.

Não votei na senhora presidente, nem tenho por que aplaudir seus dois primeiros meses de governo, mas me parece conveniente, senão necessário, salientar que, enquanto ao governo do ex-presidente cabem todas as benemerências, as maleficências vêm sendo imputadas ao governo que se inaugura. Assim, a inflação apregoada surgiu de inopino no dia 1º, 2 ou 3 de janeiro, e dela não se sabia gorda e luzidia antes de 31 de dezembro, guardada nos refolhos oficiais para aparecer no dia 19 de janeiro a motivar o primeiro Ukase do Banco Central? Ou alguma coisa está mal contada nessa estória?

Afinal, houve o propósito de mascarar a inflação para não obnubilar o maior e melhor de todos os governos, deixando à malícia a incumbência de colocar no colo da senhora presidente, entre as flores da posse, a febre que se alastra? Sem falar em inapagável traço burlesco, o ministro da Fazenda do maior e melhor dos governos continua sendo o ministro da Fazenda do governo que acaba de descobrir uma conta de “saldos a pagar” que rivaliza com o dobro do custo estimado do trem bala do Rio a São Paulo.

Outro dado de particular relevo envolve a responsabilidade do ex-presidente da República, no dia 1º do corrente mês, depois de terem sido quitados R$ 28 bilhões, destinados por ele no ano eleitoral, sobrevêm mais de R$ 98 bilhões a pagar, ou seja, quase o dobro do corte ou do “condicionamento” decretado pela atual presidente. Bastaria esse número para retratar o montante excepcional do gasto. Tenho receio de não ser exato em tais dados, mas o que me parece sem sombra de dúvida é que um governo regularmente organizado não pode gastar somas desta ordem de maneira anárquica. Nem de longe falo em desvios ou locupletamentos, pois não tenho elementos a respeito, mas me limito a registrar o fato em sua objetividade. E estes são espantosos. De tal maneira que,segundo a mesma fonte, o governo de Dona Dilma estaria examinando a hipótese de não honrar despesas bilionárias contraídas pelo governo qualificado de “o maior e melhor de todos os governos em todos os tempos”.

Não sei qual será a decisão da senhora presidente diante da seleção de despesas contratadas pelo governo do ex-presidente, sabendo-se, contudo, que o cancelamento de contratos poderia alcançar R$ 39,9 bilhões. Os números são astronômicos e a facilidade com que se agia em matéria de dinheiro público autoriza o mais complacente observador a duvidar da sentença do presidente Luiz Inácio, segundo o qual o seu governo teria sido o maior e o melhor de todos os governos do país em todos os tempos. (Por Paulo Brossard)

Especialistas comparam explosão na usina nuclear do Japão com Chernobyl

Chernobyl

Técnicos e engenheiro estão empenhados em impedir o superaquecimento das barras de combustível em dois reatores nucleares na usina de Fukushima, danificados pelo terremoto dessa sexta-feira. O esforço acontece depois que o governo deu autorização para o vazamento controlado de radiação com o objetivo de aliviar a pressão dentro do reator. Apesar do risco de contaminação nuclear, especialistas comparam o que aconteceu com a usina japonesa e a usina de Chernobyl, Ucrânia, onde ocorreu o pior acidente nuclear da história. Para eles, o sistema nuclear japonês está estruturado em bases muito mais seguras que as de Chernobyl, mas as informações confirmadas pelo porta voz do governo japonês, Yukio Edano, neste domingo, mostram que o risco existe. Segundo ele, é possível que "derretimentos parciais" tenham acontecido e que os funcionários que tentam conter os vazamentos corram sério risco de serem contaminados com radiação.

Segurança - "Em Chernobyl, o reator atingiu um nível de energia muito grande, não havia um compartimento de segurança nem tempo suficiente para evacuar as pessoas", compara Marco Ricotti, especialista em usinas nucleares e professor do Instituto Politécnico de Milão. "Em Fukushima, o reator foi desligado, há um compartimento de segurança e tempo suficiente para retirar a população em volta da região.

Oficiais japoneses disseram que o prédio onde está um dos reatores corre risco de explodir depois que o telhado foi destruído no terremoto. O receio é de que se as barras de combustível não resfriarem, elas possam derreter o compartimento que abriga o núcleo do reator, ou até explodir, lançando material radioativo na atmosfera.

Panela de pressão - De acordo com Paddy Regan, físico nuclear da Universidade de Surrey, na Inglaterra, se o derretimento acontecer existem duas formas do material radioativo chegar ao meio ambiente. A primeira é a liberação induzida do ar radioativo para diminuir a pressão do reator, medida considerada pelo governo japonês. A segunda é se a pressão for grande o suficiente para explodir o reator. "Foi o que aconteceu em Chernobyl", disse Regan.

Para diminuir a pressão na usina japonesa, continua o especialista, os técnicos podem liberar o vapor, como se fosse uma panela de pressão. "O objetivo é manter a integridade do compartimento de segurança."

Resfriamento - Para evitar que a radiação seja liberada na atmosfera, o governo japonês está bombeando água do mar para resfriar o reator. Regan explicou que a medida significa uma tentativa para impedir o derretimento do núcleo. "É uma forma de diminuir a pressão no reator nuclear, eliminando a necessidade de liberar radioatividade na atmosfera". (Reuters)

Níveis de radiação no complexo de Fukushima aumentam


A empresa de energia japonesa Tokyo Electric Power (Tepco) relatou ao governo um aumento dos níveis de radiação no complexo nuclear de Fukushima Daiichi. O nível exato de radiação no local não foi divulgado.

O sistema de refrigeração da usina, situada a 240 km ao norte de Tóquio, foi danificado pelo terremoto e tsunami da última sexta-feira, forçando o operador a liberar gás radioativo para reduzir a pressão.

Mais cedo, funcionários estavam se preparando para injetar água do mar no reator número 2 da usina, conforme informou neste domingo (13) a agência de notícias Jiji, citando a companhia de energia elétrica responsável pela planta. A meta é esfriar os equipamentos na unidade, afetada após o forte terremoto de sexta-feira e local de uma explosão no sábado.

A Tepco, maior companhia de energia elétrica do Japão, já está injetando água do mar nos reatores número 1 e 3 na planta para resfriar e reduzir a pressão dentro dos contêineres onde estão os reatores.

O governo do Japão alertou, mais cedo, sobre o risco de uma nova explosão. O premiê Naoto Kan disse que a situação da usina ainda era muito grave. As autoridades, no entanto, dizem que não esperam danos em nenhum reator do complexo.

O ministro porta-voz Yukio Edano disse que o reator número 3 da unidade sofre problemas em seu sistema de refrigeração, mas que não há risco de fusão do núcleo.

Edano considerou possível que aconteça uma explosão no recipiente de contenção do reator devido a uma acumulação de hidrogênio, como ocorreu no reator 1, mas insistiu em que o previsível é que não cause danos graves.

Ele também afirmou que uma eventual explosão não causaria novas retiradas de moradores da região, após a mudança para outros lugares de cerca de 180 mil pessoas que vivem em um raio de 20 km em torno da usina nuclear.

Sobre as informações de um possível processo de fusão no núcleo de um reator, Edano disse que não há nenhum dado que confirme que aconteceu essa fusão, embora tenha admitido uma possível “deformação” de uma parte do núcleo devido a um superaquecimento.

Edano destacou, no entanto, que ambos os casos são diferentes e é necessário ser cauteloso com a terminologia, pois segundo ele “uma deformação do núcleo não equivale a uma fusão”.

O porta-voz do governo disse que o nível de radiatividade que desprendia a central de Fukushima chegou a superar em um ponto o limite permitido de 500 microsievert até alcançar os 1.557 microsievert, mas 50 minutos depois tinha se reduzido para 184 microsievert.

“O nível atual não é prejudicial para a saúde”, afirmou Edano, que equiparou o nível máximo de radiatividade emitido pela central com três radiografias de estômago.

Segundo a agência local Kyodo, apesar das retiradas maciças, pelo menos 22 pessoas foram expostas à radiatividade.

Em Fukushima, os esforços se centram em tentar reduzir a temperatura de seis reatores das usinas nucleares 1 e 2, cujos sistemas de refrigeração ficaram danificados pelo terremoto. Para isso, estão sendo usadas água do mar e ácido bórico. (G1)

Secretaria de Direitos Humanos prepara resposta à OEA sobre Belo Monte


Questionado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), o governo brasileiro tem dez dias, contados a partir da quinta-feira, para enviar informações sobre o licenciamento e a falta de oitivas indígenas no processo que culminou com o início das obras da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A requisição, feita pelo Secretário Executivo da CIDH, Santiago Canton, é uma resposta a um pedido de medida cautelar encaminhado à comissão em novembro de 2010 pelo Movimento Xingu Vivo para Sempre e outras 40 entidades de defesa das comunidades indígenas e tradicionais da Bacia do Xingu.

"Nós pedimos que a União seja obrigada a suspender o processo de licenciamento ambiental referente à UHE de Belo Monte, a interromper qualquer intervenção, atividade ou procedimento por parte do Estado brasileiro ou de terceiros para sua construção e a respeitar os direitos humanos das pessoas e comunidades afetadas em tudo que seja relacionado com o projeto", resume a a advogada da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, Roberta Amanajás.

No questionamento, a CIDH exige que o governo envie informações sobre o estado atual da ação civil pública interposta pelo Ministério Público Federal (que pede a suspensão da licença parcial concedida aos empreendedores), sobre a alegação de que a licença parcial outorgada à empresa Norte Energia não teria base legal - e que teria sido outorgada sem o cumprimento das condicionantes estabelecidas pelo IBAMA-, e sobre e os procedimentos de consulta prévia realizados com os povos indígenas que seriam afetados pelo projeto Belo Monte.

"Acredito que Belo Monte é uma reedição de Tucuruí, cujo processo também deixou de fora as comunidades afetadas pela obra. Só que, naquela época, estávamos numa ditadura. Hoje, num estado democrático, as coisas não deveriam acontecer assim. Mas o que se vê é a repetição da ausência histórica da participação política das populações envolvidas e a reiteração de um modelo de desenvolvimento que vem sendo questionado", diz Roberta.

O pedido chegou primeiramente ao Itamaraty, que o remeteu à Secretaria de Direitos Humanos (SDH). Em nota enviada por sua assessoria de comunicação, a SDH afirma que "há diversos órgãos do governo federal trabalhando para dar uma resposta dentro do prazo. A SDH é apenas um desses órgãos. Ao final desse trabalho, o governo federal enviará as informações solicitadas pela OEA".

"O Brasil é signatário da Convenção Interamericana de Direitos Humanos, que reconhece a Comissão Interamericana como entidade legitimada para analisar casos como este", afirma Roberta, que diz esperar que a OEA solicite ao país a paralisação imediata das obras. "Se o Brasil não conseguir responder a contento os questionamentos, esperamos que a OEA recomende a suspensão dos trabalhos que já começaram." (AE)

O lucro acima da vida!!!! Legalização de crime: 'Obras de ampliação de estradas não vão precisar de estudo de impacto ambiental'


Os investimentos públicos federais e de empresas privadas em rodovias concessionadas ganharão um empurrão. Os Ministérios dos Transportes e do Meio Ambiente preparam para as próximas semanas decreto que dispensará estudos de impacto ambiental para licenciar obras de duplicação e manutenção das estradas que estejam no Sistema Nacional de Viação.

O decreto vai destravar, por exemplo, a segunda etapa do Contrato de Restauração e Manutenção (Crema). É um programa que custará R$ 16 bilhões nos próximos cinco anos e prevê a reforma e preservação de 32 mil quilômetros de rodovias. O decreto também facilitará a duplicação de rodovias como a BR 060, em Goiás, e as BRs 364 e 262, em Minas Gerais.

A racionalidade no licenciamento dessas obras exigirá, porém, contrapartida que agrada ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis(Ibama). Outro decreto obrigará o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) a realizar obras para corrigir problemas ambientais em 56 mil quilômetros de rodovias prontas. Por exemplo, recuperar uma área utilizada como pedreira para a obra ou dar tratamento adequado para a água drenada de uma rodovia.

Os decretos fazem parte de um pacote de "choque de gestão" na área ambiental, cuja elaboração foi noticiada pelo Estado em fevereiro. O Sistema Nacional de Viação é a lista oficial de todas as rodovias e ferrovias do País já construídas e em uso efetivo. Não fazem parte do sistema "as estradinhas de terra cuja existência não é do conhecimento do governo", explicam os técnicos do Ministério dos Transportes.

"Não discordo de fazer essas correções. Elas ajudarão a preservar as rodovias", avaliou o diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot. Ele informou ao Estado que os decretos já estão em fase de discussão e há grande expectativa em relação a eles. Hoje, até para fazer uma obra de terceira faixa em trechos de curva perigosa é preciso fazer estudo de impacto ambiental - exigência que o Dnit propõe dispensar.

Mais radical. Do ponto de vista do Dnit, o ideal seria um desenho ainda mais radical: que o Ibama fosse o único órgão a licenciar obras em rodovias. Hoje, dependendo do projeto, é preciso aval de outros órgãos, como a Fundação Nacional do Índio (Funai), se tiver impacto em comunidades indígenas, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), se passa por sítios arqueológicos, a Fundação Palmares, se afeta quilombolas e o Instituto Chico Mendes, se tem impacto em áreas de preservação.

"Hoje o licenciamento não é ambiental, é socioambiental", disse Pagot. Ele informou que tem 420 especialistas, como arqueólogos e antropólogos, trabalhando direta ou indiretamente para o órgão na elaboração de estudos. "Há casos em que levo mais tempo para conseguir licença do que para fazer a obra." Pagot propõe que o Ibama seja o licenciador e, nos demais casos, sejam adotadas políticas mitigadoras de danos, quando houver.

Segundo ele, os estudos para obter licenças e as medidas compensatórias consomem cerca de 12,5% do valor dos projetos.

Terremoto pode custar até US$ 35 bi para seguradoras

Área residencial de Onagawa, na província de Miyagi.

BOSTON - O terremoto que devastou partes do norte do Japão causou US$ 35 bilhões em perdas para empresas de seguro, dado que coloca o tremor da última sexta-feira como o mais caro já registrado pela indústria seguradora mesmo antes dos efeitos do tsunami serem incluídos. A afirmação é da AIR Worldwide, empresa de Boston que fornece softwares para modelos de risco.

Embora vá levar meses até que o custo real da catástrofe seja calculado, a AIR Worldwide disse neste domingo que somente o terremoto causou perdas entre US$ 15 bilhões e US$ 35 bilhões de propriedades seguradas. Se as perdas se situarem no meio desta faixa, o custo do desastre natural irá ultrapassar todas das outras catástrofes, exceto o furacão Katrina, de 2005.

As estimativas de perdas feitas pela AIR e suas concorrentes são observadas de perto pela indústria seguradora e por Wall Street para medir as perdas de segurados individuais. Nenhuma grande seguradora revelou estimativas de suas próprias perdas ainda, mas o tamanho da estimativa da AIR vai abastecer as conversas da indústria - que ainda estão em curso - sobre se o terremoto vai resultar numa elevação abrupta do preço dos seguros e resseguros. Tal aumento será sentido por proprietários de residências e empresas em áreas propensas a catástrofes em todo o mundo, dentre elas Flórida e Califórnia.

As estimativas da AIR incluem "danos provocados pelo tremor e incêndio a prédios e residências em terra e o que estava em seus interiores e propriedades agrícolas", mas não inclui o aumento potencial dos custos dos materiais de construção e de outros materiais, que geralmente ocorrem após um desastre, afirmou a AIR.

A estimativa também não inclui as perdas causadas pelo tsunami. Mas no sábado, a AIR disse que havia examinado as províncias mais diretamente afetadas pelo tsunami e concluiu que US$ 24 bilhões em propriedades asseguradas estavam no perímetro de três quilômetros da costa nessas áreas. Dessa quantia, US$ 5 bilhões estavam a um quilômetro da costa. A empresa advertiu contra a soma de suas estimativas a qualquer estimativa de danos provocados pelo tsunami feitas por outras empresas "já que isso resultaria em duplicação". A AIR lembrou que "muitas das propriedades destruídas pelo tsunami foram afetadas primeiro pelo tremor e pelo fogo, como podemos ver em vídeos que mostram as ondas do tsunami atingindo prédios inteiros em chamas".

A AIR disse que pretende estimar de forma independente as perdas causadas pelo tsunami, na medida em que mais informações sejam disponibilizadas - dentre elas fotografias de satélite da Nasa sobre a extensão da inundação - e fornecer uma estimativa combinada de perdas que evite a contagem dupla nas áreas afetadas.

Há poucos relatos de grandes danos estruturais nas províncias de Tóquio e Chiba, exceto os ocasionados por incêndios. Porém, a empresa de risco advertiu que a alta concentração de propriedades asseguradas na área e o fato de algum impacto ter sido sentido pelos segurados significa que "mesmo pequenos pedidos individuais somados terão impacto significativo nos números".

A Munich Re e Swiss Reinsurance, as maiores resseguradoras do mundo por faturamento bruto, reiteraram neste domingo que ainda é muito cedo para fornecer estimativas de suas perdas. A Hannover Re e a Allianz fizeram declarações semelhantes, assim como a American International Group Inc. (AIG) e o Lloyd''s.

Embora as perdas para o mercado segurador tenham sido altas, o total de perdas econômicas é muito maior. Proprietários de residências e empregas no Japão relutam em adquirir seguros que cubram todo o potencial de perdas por causa dos custos, considerados muito altos. A AIR estima que cerca de 10% a 12% das exposições comerciais estejam asseguradas contra terremotos fora de Tóquio. (Dow Jones)

Falta de alimentos, água e energia é desafio para sobreviventes do tremor

Japonesas idosas se aquecem em um acampamento da Cruz Vemelha Internacional.

SENDAI - Falta de água e energia elétrica, escassez de alimentos e o frio são as principais dificuldades enfrentadas pelos japoneses depois que seu país foi atingido, na sexta-feira, por um terremoto de magnitude 8,9 na escala Richter e por um tsunami subsequente, na região nordeste.

Mesmo abalado pela crise financeira, o Japão permaneceu como uma das maiores e mais modernas economias do mundo. O país também é um dos mais bem preparados para desastres e conta com infraestrutura para esses casos, mas mesmo assim os desastres se mostraram verdadeiros desafios para o governo. A crise gerada pelos desastres é a pior pela qual o Japão passa desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com o primeiro-ministro Naoto Kan.

Ao menos 1,4 milhão de residências está sem água, e outros 2,5 milhões estão sem energia elétrica. Centenas de milhares de sobreviventes estão em centros de emegência que sofrem com a escassez de eletricidade e alimentos. As temperaturas também caíram significativamente, principalmente no norte do país, justamente a região mais afetada.

Quase 370 mil pessoas desabrigadas estão vivendo em abrigos provisórios, mas a expectativa é de que o número aumente ainda mais, segundo o jornal local Asahi Shimbun. Desde a sexta-feira, 2.415 abrigos provisórios foram abertos em 136 cidades afetadas, prossegue o jornal.

O governo enviou 100 mil militares para os trabalhos de ajuda e resgate - cerca de 40% das Forças Armadas japonesas. Foram enviados 120 mil cobertores, 120 mil garrafas d'água, 110 mil litros de gasolina e toneladas de alimentos para as áreas afetadas. Outros países - como EUA, Reino Unido e os vizinhos do Japão - e órgão internacionais também estão enviando equipes de ajuda.

Muitas áreas do nordeste japonês, porém, seguem inacessíveis - a água varreu cidades inteiras e ainda não recuou. Haverá racionamento de energia, e é difícil de achar postos de combustível Abertos. Algumas lojas de conveniência já não têm mais nada de alimento em seus estoques.

O terremoto aconteceu por volta das 15 horas locais da sexta-feira (3 horas em Brasília). As prefeituras (Estados) de Iwate, Aomori, Miyagi, Fukushima (da região de Tohoku) e Ibaraki (de Kanto) são as mais afetadas. Todas estão ao norte de Honshu, principal ilha do arquipélago que forma o Japão. Cerca de 128 milhões de pessoas vivem no país. (AP)

Japão decreta estado de urgência em nova usina nuclear


As autoridades do Japão decretaram neste domingo, 13, o estado de urgência na região da usina de Onagawa, no nordeste do Japão. O complexo seria o segundo afetado pelo terremoto de magnitude 8,9 na escala Richter que atingiu o país asiático na sexta - as plantas de Fukushima, onde já foi registrado vazamento de material radiativo, preocupam as autoridades.

"As autoridades japonesas informaram a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que o alerta de primeiro estado de urgência (o nível mais baixo) na central de Onagawa foi emitido pela Tohoku Electric Power Company", comunicou a AIEA, parte da Organização das Nações Unidas (ONU).

De acordo com a AIEA, "os três reatores da usina de Onagawa estão sob controle" das autoridades japonesas. O estado de urgência foi decretado de acordo com a legislação japonesa, que pede que o alerta seja feito quando "níveis de radioatividade superiores aos aceitáveis são registrados na região". As autoridades tentam determinar a origem dos níveis anormais de radiação.

O complexo de Onagawa está situado ao norte de Fukushima, onde teve início o drama do Japão ante a ameaça de um desastre nuclear. Três reatores do local estão sob risco. O governo admitiu que o reator 1 foi danificado e que houve o vazamento de material radiativo. Dezenas de pessoas foram confirmadas como contaminadas pela radiação.

As autoridades lutam para evitar um desastre nuclear na região. Equipes especializadas se preparam para injetar água do mar no reator número 2 para resfriar os equipamentos. A Tepco, maior companhia de energia elétrica do Japão e gestora de Fukushima, já faz o processo nos reatores número 1 e 3 da planta para resfriar e reduzir a pressão dentro dos contêineres onde estão os reatores.

Segundo Tepco, após a explosão do prédio do reator número 1, o nível de radiação emitido superou o limite legal de 500 microsievert por hora, unidade de medida de exposição a radiação ionizante. Neste domingo, a radiação chegou a alcançar 1.204 microsievert, mas já teria diminuído a níveis seguros. O governo organizou um plano de distribuição de iodo na região. A substância é usada no combate à contaminação radiativa.

Autoridades japoneses classificaram o acidente em Fukushima como de nível 4, ou seja, "com consequências locais". Na escala, que vai de 0 a 7, o desastre de Chernobyl, ocorrido na Ucrânia em 1996, foi qualificado como de nível 7.

Mais tarde, uma das duas bombas de resfriamento do reator da usina nuclear de Tokai Dai-Ni parou de funcionar depois do terremoto de sexta-feira, informou a Japan Atomic Power Co., operadora da instalação atômica. Apesar da falha no funcionamento da bomba, a companhia assegurou que o reator opera normalmente e não há risco de vazamento de radiação. A usina de Tokai Dai-Ni situa-se 120 quilômetros ao norte de Tóquio. (Associated Press e Reuters)

Castro Alves

Aos quatorze dias do mês de março, no ano de 1847, nasceu Antônio de Castro Alves, na fazenda Cabaceiras, a sete léguas da vila de Curralinho, hoje cidade de Castro Alves. Era filho do Dr. Antônio José Alves e D. Clélia Brasília da Silva Castro.

Passou a infância no sertão natal, e em 54 iniciou os estudos na capital baiana. Aos dezesseis anos foi mandado para o Recife. Ia completar os preparatórios para se habilitar à matrícula na Academia de Direito. A liberdade aos 16 anos é coisa perigosa. O poeta achou a cidade insípida. Como ocupava os seus dias? Disse-o em carta a um amigo da Bahia: "Minha vida passo-a aqui numa rede olhando o telhado, lendo pouco fumando muito. O meu ‘cinismo’ passa a misantropia. Acho-me bastante afetado do peito, tenho sofrido muito. Esta apatia mata-me. De vez em quando vou à Soledade." Que era a Soledade? Um bairro do Recife, onde o poeta tinha uma namorada. O resultado dessa vadiagem foi a reprovação no exame de geometria. Mas em 64 consegue o adolescente matricular-se no Curso Jurídico.

Se era tido por mau estudante, já começava a ser notado como poeta. Em 62 escrevera o poema "A Destruição de Jerusalém", em 63 "Pesadelo", "Meu Segredo", já inspirado pela atriz Eugênia Câmara, "Cansaço", "Noite de Amor", "A Canção do Africano" e outros. Tudo isso era, verdade seja, poesia muito ruim ainda. O menino atirava alto. "A poesia", dizia, "é um sacerdócio — seu Deus, o belo — seu tributário, o Poeta." O Poeta derramando sempre uma lágrima sobre as dores do mundo. "É que", acrescentava, "para chorar as dores pequenas, Deus criou a afeição, para chorar a humanidade — a poesia."

Mas, no dia 9 de novembro de 1864, ao toque da meia-noite, na sotéia em que morava, o poeta, que sem dúvida se balançava na rede, fumando muito, sentiu doer-lhe o peito, e um pressentimento sinistro passou-lhe na alma. Pela primeira vez ia beber inspiração nas fontes da grande poesia: essa a importância do poema "Mocidade e Morte" na obra de Castro Alves. Uma dor individual, dessas para as quais "Deus criou a afeição", despertou no poeta os acentos supremos, que ele depois saberá estender às dores da humanidade, aos sofrimentos dos negros escravos (O Navio Negreiro), ao martírio de todo um continente (Vozes d'África). Não era mais o menino que brincava de poesia, era já o poeta-condor, que iniciava os seus vôos nos céus da verdadeira poesia. Naquela mesma noite escreve o poema, tema pessoal, logo alargado na antítese mocidade-morte, a mocidade borbulhante de gênio, sedenta de justiça, de amor e de glória, dolorosamente frustrada pela morte sete anos depois.

A versão primitiva do Poema foi conservada em autógrafo, documento precioso porque revela duas coisas: o poeta não se contentava com a forma em que lhe saíam os versos no primeiro momento da inspiração; na tarefa de os corrigir e completar procedia com segura intuição e fino gosto. Cotejada a primeira versão com a que foi publicada pelo poeta em São Paulo, por volta de 68-69, verifica-se que todas as emendas foram para melhor. Baste um exemplo: o sexto verso da segunda oitava era na primeira versão "Adornada" com os prantos do arrebol, substituído na definitiva por "Que" banharam de prantos as alvoradas, verso que forma com o anterior um dístico de raro sortilégio verbal.

"vem! formosa mulher — camélia pálida,
Que banharam de pranto as alvoradas".

Quase a meio do curso, em 67, o poeta, apaixonado pela portuguesa Eugênia Câmara, parte com ela para a Bahia, onde faz representar um mau drama em prosa — "Gonzaga" ou a "Revolução de Minas". Era sua intenção concluir o bacharelato em São Paulo, aonde chegou no ano seguinte. A sua passagem pelo Rio assinalou-se pelos mesmos triunfos já alcançados em Pernambuco. Em São Paulo, nos fins de 68, feriu-se num pé com um tiro acidental por ocasião de uma caçada, do que resultou longa enfermidade, em que teve o poeta que se submeter a várias intervenções cirúrgicas e finalmente à amputação do pé. O depauperamento das forças conduziu-o à tuberculose pulmonar, a que sucumbiu em 71 no sertão de sua província natal. Antes de regressar a ela, publicara, em 70, o livro "Espumas Flutuantes", cantos por ele definidos como rebentando por vezes, ao estalar fatídico do látego da desgraça", refletindo por vezes "o prisma fantástico da ventura ou do entusiasmo".

Vulgarmente melodramático na desgraça, simples e gracioso na ventura, o que constituía o genuíno clima poético de Castro Alves era o entusiasmo da mocidade apaixonada pelas grandes causas da liberdade e da justiça — as lutas da Independência na Bahia, a insurreição dos negros de Palmares, o papel civilizador da imprensa, e acima de todas a campanha contra a escravidão. Mas este último tema não figurava nas "Espumas Flutuantes". As composições em que o tratava deveriam formar o poema "Os Escravos", o qual teria como remate "A Cachoeira de Paulo Afonso", publicada postumamente. Deixava ainda o poeta outras poesias avulsas, que era seu propósito reunir em outro livro intitulado "Hinos do Equador".

Ao livro "Os Escravos" pertenceriam "Vozes d'África" e "O Navio Negreiro", os dois poemas em que o poeta atingiu a maior altura de seu estro. O primeiro é uma soberba apóstrofe do continente escravizado, a implorar justiça de Deus. O que indignava o poeta era ver que o Novo Mundo, "talhado para as grandezas, pra crescer, criar, subir", a América, que conquistara a liberdade com formidável heroísmo, se manchava no mesmo crime da Europa.

No "O Navio Negreiro" evocava o poeta os sofrimentos dos negros na travessia da África para o Brasil. Sabe-se que os infelizes vinham amontoados no porão e só subiam ao convés uma vez ao dia para o exercício higiênico, a dança forçada sob o chicote dos capatazes.

Em Castro Alves cumpre distinguir o lírico amoroso, que se exprimia quase sempre sem ênfase e às vezes com exemplar simplicidade, como no formoso quadro do poema "Adormecida", o poeta descritivo, pintando com admirável verdade e poesia a nossa paisagem, tal em "O Crepúsculo Sertanejo", cumpre distingui-lo do épico social desmedindo-se em violentas antíteses, em retumbantes onomatopéias. A este último aspecto há que levar em conta a intenção pragmática dos seus cantos, escritos para serem declamados na praça pública, em teatros ou grandes salas —, verdadeiros discursos de poeta-tribuno. E há que reconhecer nele, mau grado os excessos e o mau-gosto ocasional, a maior força verbal e a inspiração mais generosa de toda a poesia brasileira. (Manuel Bandeira)

O LIVRO E A AMÉRICA, é o primeiro poema, de seu primeiro livro...

Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe - que faz a palma,
É chuva - que faz o mar.
(...)
Bravo! a quem salva o futuro!
Fecundando a multidão!...
Num poema amortalhada
Nunca morre uma nação.

Devemos encarar a velhice de braços abertos

As estatísticas sobre o número de pessoas que irão viver até os cem anos são assustadoras. E tornam-se ainda mais quando analisados os números sobre a probabilidade do surgimento de Alzheimer ao longo deste caminho. A terceira idade vinculou-se à demência e à doença, algo a ser suportado e temido, ou até mesmo revertido.

Entretanto, para o psicólogo geriatra Marc Agronin, autor de “How We Age: A Doctor’s Journey into the Heart of Growing Old” (Como envelhecer: A jornada de um médico rumo ao coração do envelhecimento), existe algo além do sofrimento: as próprias pessoas. Ele conhece pessoalmente, e a cada dia mais perto, todas as estatísticas sombrias da terceira idade e não nega serem assustadoras. Conhece a fundo as “pragas da idade”, pois estudou fatias de cérebros idosos. Ainda assim, amparado pela ciência, ele tem uma visão otimista.

Agronin não rejeita a velhice, ao contrário, a encara de braços abertos. Ele a vê como algo intrínseco à vida, com suas próprias formas, significados e uma sabedoria particular. O psicólogo chega a comparar a vida a um córrego que, eventualmente, escoa invisível na rocha e abre como uma flor em um aquífero logo abaixo.

Para ele, cérebros mais velhos são capazes de realizar novas conexões nervosas, conforme algumas pesquisas científicas já haviam identificado. Os resultados mostraram picos de felicidade aos 85 anos, fato que ele mesmo testemunhou em seus pacientes. Muitos dos idosos que o visitam são veteranos de guerra e sobreviventes do Holocausto.

O livro de Agronin é cheio de histórias sobre pacientes, professores, família e até mesmo sua própria vida. Agronin conta, por exemplo, como um paciente tomado pela doença de Alzheimer milagrosamente se renova e reconstrói quando o cisto é removido do cérebro. Ou ainda a história de uma mulher senil, sem palavras, que canta toda vez que ouve a música do seu casamento. E ainda, uma jovem senhora, de 78 anos, que de dia é uma comportada moça e à noite, faixa preto em ju-jitsu.


Histórias difíceis de serem interpretadas, exatamente pela narrativa sombria que se esconde nas entrelinhas. Entretanto, não se pode classificar como equivocado o otimismo e a esperança de Agronin. Sua visão é como um artigo de fé, extraído de histórias do século XX. O milagre da sobrevivência reforça, nos idosos que compartilharam suas histórias com Agronin, a importância de imputar sentido à vida e nunca perder o encanto diante dela. (ON)

Diretório nacional do PDT renovou mandato de Osmar Dias no PR

A direção nacional do PDT renovou o mandato da Comissão Provisória do partido no Paraná, mantendo o ex-senador Osmar Dias e todos os demais integrantes da atual executiva no comando do diretório estadual. No próximo dia 21, o presidente nacional do PDT e ministro do Trabalho, Carlos Lupi, vem a Curitiba para uma reunião com Osmar, deputados, prefeitos e demais lideranças para definir as novas linhas de ação do PDT no Paraná.

Um dos temas da conversa será também a convenção nacional do partido, marcada para o próximo dia 25. Osmar e o vice-presidente estadual do PDT, deputado Augustinho Zucchi, são membros do atual diretório e poderão compor a próxima gestão, que deve continuar sob a direção de Lupi.

Osmar disse a O Estado que o encontro abrirá a discussão sobre a organização do PDT para as eleições municipais do próximo ano. O partido administra atualmente quarenta cidades do Estado. Algumas delas estão entre os maiores colégios eleitorais, como Londrina, a segunda maior cidade do Paraná, Foz do Iguaçu, Cascavel, Paranaguá e Umuarama. “Vamos definir como preparar o processo eleitoral do próximo ano”, afirmou Osmar.

“Bola para frente”

Após a derrota de Osmar na eleição para o governo do Estado no ano passado, o PDT precisa discutir formas de fortalecer as chapas para as eleições municipais e conter a migração inevitável de alguns quadros para os partidos que foram aliados do vencedor da disputa, o governador Beto Richa (PSDB).

O vice-presidente do partido comentou que há muito o que se fazer em 2011 para evitar que o resultado da eleição de 2010 contamine o desempenho do PDT na disputa municipal. “O nosso lema tem que ser bola para a frente. Temos que esquecer 2010 e pronto. Precisamos restabelecer uma pauta de trabalho”, disse. (Paraná online)

Exército de prontidão e policiamento é reforçado no litoral

O Exército está de prontidão para auxiliar os municípios paranaenses que sofrem em razão dos estragos provocados pelo excesso de chuvas. A informação foi transmitida ao governador Beto Richa pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que disponibilizou inclusive o uso de um purificador de água das Forças Armadas.

O governo também providenciou o reforço do policiamento nas cidades de Morretes, Antonina e Paranaguá. “Soldados da Polícia Militar foram deslocados para garantir a segurança da população”, informou o secretário da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César.

A Copel deslocou 20 equipes para os municípios do litoral. Até este domingo (13), 2,5 mil pessoas estavam sem energia em razão da queda de postes e linhas de abastecimento na região. A Sanepar mantém cinco caminhões pipa para garantir o abastecimento emergencial e enviou 110 mil copos de água potável para a região.

A Cohapar enviou engenheiros para acompanhar a avaliação dos danos causados às moradias em Morretes e Antonia. “A empresa vai colaborar com a construção de casas”, adiantou o presidente da companhia, Mounir Chaowiche.

A secretaria da Saúde também mantém equipes atuando nos municípios mais atingidos pelas chuvas. Uma das primeiras medidas foi a distribuição de frascos de Hipoclorito de Sódio para tratamento da água. Também foram entregues folhetos de orientação sobre medidas de proteção à saúde no caso de enchentes. “Estamos promovendo toda a retaguarda hospitalar para atender a população”, destacou o secretário Michele Caputo Neto. (Paraná online)

Morretes decreta estado de calamidade pública e o governo do Paraná não polpa esforços para amenizar a dura realidade vivida pela população


O município de Morretes decretou neste domingo (13) estado de calamidade pública. A medida demonstra a gravidade do desastre que se abateu sobre a cidade em razão das fortes chuvas dos últimos dias. O município foi o que mais sofreu com as enchentes e enxurradas.

Segundo dados da Defesa Civil do Estado, 15.178 pessoas foram afetadas na localidade. Deste total, 8 mil estavam desalojadas e 680 desabrigadas. Conforme dados atualizados no meio da tarde de domingo, uma pessoa estava desaparecida. Antonina contabilizava 300 pessoas desalojadas e 140 desabrigadas. Na cidade aconteceram duas mortes por desmoronamento.

Em Paranaguá, 40 residências foram destruídas. Com isso 147 pessoas estavam desabrigadas e 103 desalojadas. Além disso, a cidade ficou com o abastecimento de água comprometido. Guaratuba e São José dos Pinhais foram outros municípios afetados pelas chuvas, mas os impactos foram muito menores.

De acordo com o governador Beto Richa, o Exército foi colocado em prontidão e poderá auxiliar os municípios paranaenses que sofrem em razão dos estragos provocados pelo excesso de chuvas. A informação foi transmitida pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que disponibilizou inclusive o uso de um purificador de água das forças armadas.

O governo também providenciou o reforço do policiamento nas cidades de Morretes, Antonina e Paranaguá. “Soldados da Polícia Militar foram deslocados para garantir a segurança da população”, informou o secretário da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César.

A Copel deslocou 20 equipes para os municípios do litoral. Até o domingo, 2.500 pessoas estavam sem energia em razão da queda de postes e linhas de abastecimento na região. A Sanepar mantém cinco caminhões pipa para garantir o abastecimento emergencial e enviou 110 mil copos de água potável para a região.

A Cohapar enviou engenheiros para acompanhar a avaliação dos danos causados às moradias em Morretes e Antonia. “A empresa vai colaborar com a construção de casas”, adiantou o presidente da companhia, Mounir Chaowiche.

A secretaria da Saúde também mantém equipes atuando nos municípios mais atingidos pelas chuvas. Uma das primeiras medidas foi a distribuição de frascos de Hipoclorito de Sódio para tratamento da água. Também foram entregues folhetos de orientação sobre medidas de proteção à saúde no caso de enchentes. “Estamos promovendo toda a retaguarda hospitalar para atender a população”, destacou o secretário Michele Caputo Neto.

Doações para as vítimas das enchentes já chega a 137 toneladas

A secretária da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, disse neste domingo que as doações para as vítimas das enchentes no Litoral já chegam a 137 toneladas. “Queremos reforçar a campanha de doações nos próximos dias para auxiliar toda a população que perdeu bens por causa das chuvas. Não vamos desativar os serviços do governo enquanto as pessoas não estiverem atendidas”, disse ela.

Os donativos podem ser entregues no barracão da Defesa Civil que fica na Rua Sergipe, 1712, na Vila Guaíra, em Curitiba, e também em supermercados credenciados de todo o Estado. Informações sobre doações podem ser acessadas pelo telefone (41) 3350-2706.

Fernanda esteve nas áreas atingidas por enxurradas e deslizamentos no último sábado e destacou que o governo vai realizar um planejamento minucioso para evitar que novos desastres como os ocorridos no último final de semana se repitam. “Vamos estudar as causas e construir um plano de ação que contribua para evitar ou minimizar os efeitos de chuvas como as que ocorreram”, informou.

A secretária disse a campanha de arrecadação lançada na última sexta-feira pelo governo em parceria com o Programa de Voluntariado do Paraná (Provopar) já promoveu uma grande mobilização de empresas e pessoas físicas. Ela destacou que as maiores necessidades são por roupas, colchões, cobertores, material de higiene e limpeza e alimentos não perecíveis.

Prefeitura de Curitiba

A Prefeitura de Curitiba também lançou uma campanha de arrecadação. As doações podem ser entregues na sede da Fundação de Ação Social (FAS), na rua Eduardo Sprada, 4.520, Campo Comprido, nas nove Administrações Regionais da Prefeitura e também na sede central da Prefeitura, no Centro Cívico.

Beto Richa cria gabinete de emergência para atender a população do Litoral


O governador Beto Richa anunciou na manhã deste domingo (13) a criação de um gabinete de emergência, que será liderado por ele e formado por diversas Secretarias e órgãos do Governo do Estado, para dar atenção prioritária à população do Litoral atingida pelas chuvas dos últimos dias. “Toda a estrutura do governo será direcionada para as comunidades atingidas”, disse ele.

Richa instituiu três coordenadorias para organizar as operações do governo: Coordenação de Atendimento Humanitário, Coordenação de Construções, Obras e Intervenções e Coordenação da Campanha de Solidariedade. Além disso, reforçou que a Operação Verão, que estava funcionando nas praias e reúne diversos serviços do Estado, principalmente de atenção à saúde e segurança, será mantida ativa e foi reprogramada para atender prioritariamente as cidades de Morretes e Antonina.

O governador destacou a atuação da Defesa Civil e dos Bombeiros, que desde os primeiros momentos atuaram nas áreas atingidas por enchentes, alagamentos e deslizamentos e afirmou que haverá uma mobilização incessante até que tudo seja restabelecido.



RELATOS - Durante reunião com os membros do governo que fazem parte do gabinete de emergência, o governador ouviu relatos das atividades que estão sendo realizadas. A secretária da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, informou que 137 toneladas de mantimentos e água já haviam sido doadas e estavam sendo enviadas para o Litoral.

Ela informou que a campanha de doações lançada pelo Governo já deu os primeiros resultados e que empresários e cidadãos de diversas partes do Estado estão se mobilizando para enviar donativos para as duas cidades mais atingidas. Fernanda destacou que a prioridade das doações são colchões, cobertores, material de higiene e limpeza e alimentos não perecíveis.

Segundo o chefe da Casa Militar e coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Adilson Castilho Casitas, três helicópteros do Estado e outros dois de empresas privadas estão atuando no Litoral e já realizaram 154 resgates de pessoas ilhadas ou com necessidade de atendimento médico.

O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, relatou o enviou de uma equipe de Vigilância em Saúde, material médico-hospitalar e medicamentos como antibióticos, analgésicos, insulina e soros antitetânico e para mordidas de animais peçonhentos. Já a Sanepar está mobilizada para garantir o abastecimento de água potável para Paranaguá, município que ficou sem abastecimento devido aos problemas de captação da companhia local.

O vice-governador e secretário da Educação, Flávio Arns , que como o governador Beto Richa percorreu as regiões atingidas por alagamentos e deslizamento, afirmou que haverá uma grande demanda para a recomposição das estradas rurais, tanto para o escoamento da produção agrícola quanto para o transporte das crianças às escolas. “Há muitos pontos de comunicação que precisam ser restabelecidos”, relatou.

GABINETE DE EMERGÊNCIA (composição):

Governador Beto Richa, vice-governador Flávio Arns, secretários Fernanda Richa (Família e Desenvolvimento Social), Durval Amaral (Casa Civil), coronel Adilson Castilho Casitas (Casa Militar), Reinaldo de Almeida César (Segurança Pública), Luiz Carlos Hauly (Fazenda), Michele Caputo Neto (Saúde), José Richa Filho (Infraestrutura e Logística), Marcelo Cattani (Comunicação), Jonel Iurk (Meio Ambiente), Norberto Ortigara (Agricultura), os presidentes Mounir Chaowiche (Cohapar), Lindolfo Zimmer (Copel), Fernando Ghignone (Sanepar), Tarcísio Mossatto Pinto (IAP) e representantes da Concessionária Ecovia.



Coordenadorias operacionais:

Coordenação de atendimento humanitário

Órgão Responsável: Defesa Civil

Estruturas envolvidas: Casa Militar, secretarias da Segurança Pública, Família, Saúde, Educação, polícias Militar e Civil e prefeituras.



Coordenação de Construções, Obras e Intervenções

Órgão Responsável: Secretaria de Infraestrutura e Logística

Estruturas envolvidas: Casa Civil, e secretarias da Fazenda, Planejamento, Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Cohapar, Sanepar, Copel, IAP e Ecovia.



Coordenação da Campanha de Solidariedade

Órgão Responsável: Secretaria da Família e Desenvolvimento Social

Estruturas Envolvidas: secretaria da Família e Desenvolvimento Social e Provopar

Saída do litoral é possível por rotas parcialmente liberadas



A BR-376 foi parcialmente liberada entre os Kms 672 e 664, entre Guaratuba e Tijucas do Sul na noite de sábado (12), por volta das 19 horas. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, ao meio-dia deste domingo o congestionamento no trecho chegava a 25 Km. “Pode haver queda de barreira a qualquer momento”, alerta o inspetor Fabiano Moreno, da PRF. A recomendação da PRF continua sendo para que somente as pessoas que têm extrema necessidade peguem a estrada.

Na manhã deste domingo a BR-277 permanecia interditada entre Morretes- Curitiba, apenas carros de emergência e donativos estavam sendo liberados. A previsão da Ecovia é que parte da pista seja liberada a partir do meio-dia.

Além da BR-376, houve também a liberação da Estrada da Graciosa (PR-410) no sábado. Com isso existem opções para deixar o Litoral do Paraná neste domingo. A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) informa que a Estrada da Graciosa deve ser utilizada somente para deixar Morretes. Há riscos de novos deslizamentos de terra e a PR-410 pode ser fechada a qualquer momento. A Estrada da Graciosa é de pista simples e paralelepípedos, por isso requer atenção especial.

O órgão alerta que a rodovia não deve ser usada por quem quer descer a Serra do Mar porque irá atrapalhar o serviço dos caminhões que levam donativos à população litorânea atingida pela chuva.

Confira alguns caminhos para deixar o Litoral do Paraná em caso de emergência:

De Matinhos e de Pontal do Paraná

Trafegue pela PR-407 até a PR-412 (Guaratuba) e depois para o ferryboat. Após a travessia, siga ainda pela PR-412 até chegar à entrada de Garuva (SC). Depois acesse a BR-101 e então siga pela BR-376. A PRF alerta que o trânsito na 376 está bastante complicado.

Morretes

Para deixar o Litoral, o motorista deve entrar na Estrada da Graciosa (PR-410) e seguir até a ligação com a BR-116, onde deve pegar a pista de retorno para Curitiba. A PRE informa que o policiamento na Estrada da Graciosa foi reforçado, bem como a sinalização na rodovia.

Antonina

A rodovia PR-408 ainda está interditada. Em casos emergenciais, a orientação é para que a população procure a Polícia Rodoviária Estadual, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Esses órgãos estão auxiliando a população a sair de Antonina em situações de urgência.

Paranaguá

Quem está em Paranaguá deve seguir pela área urbana até a PR-407 (Pontal do Paraná). A PRE alerta que não se deve trafegar pela BR-277 – que está interditada e onde há risco de novos desabamentos.

O motorista vai seguir pela PR-407 até PR-412. Siga pela rodovia até o ferryboat. Depois continua nessa estrada até a entrada de Garuva (SC). Depois acesse a BR-101 e então siga pela BR-376. A PRF alerta que o trânsito na 376 está bastante complicado.


A estimativa da PRE é de que as pessoas que estão na PR-412 (Guaratuba) devem levar entre 4 e 6 horas para conseguir chegar a Curitiba.

Com a trégua dada pela chuva na tarde deste sábado, as equipes conseguiram fazer a limpeza dos trechos mais complicados para que a rodovia fosse aberta de forma provisória. Ainda existe a possibilidade da rodovia ser fechada caso as condições climáticas voltem a piorar.

As equipes continuam trabalhando nem nos quatro pontos mais críticos na BR 277, nos quilômetros 13, onde o asfalto cedeu, 18 e 24 onde houve queda de ponte e no 26 que está com a cabeceira comprometida.


Possíveis desvios

A recomendação da PRF e da Autopista continua sendo usar os caminhos alternativos. Os motoristas que precisam ir de Santa Catarina para o Paraná e estão na BR-101/SC podem sair da rodovia no km 113 (região de Itajaí), acessar a BR-470/SC (passando por Blumenau, Ibirama e Rio do Sul) até a cidade de São Cristóvão do Sul (SC) e pegar a BR-116 até Curitiba.

Quem estiver em Curitiba e precisam viajar a Santa Catarina podem fazer o caminho inverso: seguir pela BR-116 até o km 84 (São Cristóvão do Sul), acessar a BR-470/SC e chegar à BR-101/SC por Itajaí (km 113). A concessionária e PRF orienta para que os motoristas evitem utilizar a rodovia, porque ainda há restrição ao tráfego, e sigam por caminhos alternativos.

Na rota alternativa para quem vai ao litoral de Santa Catarina, passando pela Serra Dona Francisca, o congestionamento de 30 quilômetros que começou na tarde de sexta continua. A PRF diz que o tráfego está fluindo com bastante lentidão em função do grande número de veículos. A viagem demora em torno de 12 horas. (GP)

Veja a relação de feriados nacionais e pontos facultativos de 2011

Lá vem o Brasil descendo a ladeira II ....


Neste país onde até fotos de comícios são fraudadas e as grandes fortunas herdadas não são tributadas com deveriam ser, aonde só os pobres no final acabam pagando quase que a totalidade dos impostos, já que estes na maior parte das vezes são repassados ao consumidor final, e não esquecendo o fato de que por não pedirmos nota fiscal nem ao menos parte deste dinheiro embutido nos preços retornam em forma de benefícios, pois sem nota fiscal não existe arrecadação e sim o ilegal maior lucro para os atravessadores que pirateiam no mercado, a inflação é apenas mais um dos problemas a serem enfrentados. As seqüelas deixadas pelo enfrentamento monetarista ortodoxo contra este monstro também deságua com mais força nos orçamentos domésticos da já empobrecida população.
Os alimentos estão mais caros tal quais os serviços públicos (água, luz, coleta de lixo, etc.), o que acaba refletindo diretamente em outros custos, enfim, sobe o preço de tudo.

Em uma economia monetarizada e totalmente aberta e atrelada ao especulativo sistema financeiro, como ao mercado internacional de commodities, estamos reféns dos banqueiros internacionais, dos mega atravessadores internacionalmente controlando os preços praticados no mercado e de um estado subserviente aos interesses do grande capital apátrida, que aqui transforma a nossa pátria em um grande quintal.

É praticamente impossível crescer sem a inflação, pois está é umbilicalmente ligada à própria natureza de expansão do capital. Durante os governos Collor e FHC foram tomadas medidas econômicas de abertura passiva de nosso mercado, depois mantidas pelo Lula, como também medidas monetaristas ortodoxas de combate a inflação, as quais o Lula manteve em um período diferente de expansão da economia mundial, mas temos de levar em conta que no período do FHC o mundo passava por grandes crises recessivas internacionais (asiática, mexicana, etc.).

Embora as medidas neoliberais tomadas por estes governos na nossa economia ainda continuem impondo os nosso rumos com altos juros, sobrecarga de impostos, a pouco existente intervenção estatal na economia, que quando ocorre se dá pelas agências reguladoras que nada regulam e deixam o povo ser massacrado pelo grande capital, vide o caso das empresas telecomunicações, que são por parte dos contribuintes as campeãs de reclamações junto ao PROCON, pois o Lula quando assumiu disse que “não iria mudar o que estava dando certo”, este não são os responsáveis diretos pela nossa situação atual.

Durante os anos do governo Lula, ao contrário do que aconteceu no governo FHC, a economia mundial passava por um período de expansão e prosperidade, o que deveria ser para nós um período de expansão pujante da economia pela diminuição dos juros e dos impostos se tornou as repetições das políticas de estado adotadas em um período anterior de recessão mundial. Enquanto todo o mundo adotava políticas monetárias mais heterodoxas investindo em infra-estrutura, no aquecimento dos mercados internos com a oferta fácil de dinheiro barato aos grandes empregadores médios e pequenos empreendedores , em investimentos em pesquisa e tecnologia, no aperfeiçoamento da estrutura de educação básica e da superior tecnológica, nossos governantes priorizaram o pagamento da dívida externa, que antes de ser paga não foi nem ao menos auditada, assim mais uma vez a prioridade não foram as nossas e sim as do “Deus mercado internacional”.

No período de grande expansão da economia mundial os países que adotaram políticas econômicas mais heterodoxas cresceram na média mais de 7,5% ao ano, enquanto aqui atingíamos pífios porcentuais de menos de 5% ao ano. Quanto o governo Lula, mais por razões eleitoreiras do que por ter realmente um projeto estratégico expansionista de desenvolvimento gradual planejado a médio e longo prazo, lança o PAC, programa que não conseguiu até hoje efetivar, pois o PAC- 2 não passa de uma mera continuidade do que não foi realizado pelo PAC-1, o mundo já estava a beira de uma nova crise.

O período de prosperidade pela expansão da economia mundial passou e a crise, que não é aquela marolinha anunciada pelo Lula e sim uma profunda crise estrutural no mercado globalizado, agora agravado com o que acontece com o Japão, que é um dos nossos maiores compradores de commodities, começa a bater com intensidade nas nossas portas, e a recessão, que a muito aqui é uma política permanente, pela inflação e cortes estatais em investimentos, quase sempre na área do social, continua batendo a nossa porta.

Durante a milionária campanha eleitoral da Dilma, onde até poste foi inaugurado, a grande e a pequena mídia comprada, mais de 7.500 venais meios de comunicação, alardeavam os milagres do PAC, o Bolsa Família enquanto coisa estratégica, o fato de não termos mais dívidas, o que é uma mentira, pois a dívida interna mais do que dobrou ao passarmos de R$ 892,94 bilhões para perto de R$1,7 trilhões.

O que de bom trouxe para nós pagar uma dívida externa com juros de 4% ao ano e fazer uma dívida interna de 1,7 trilhões, com jutos acima de 4% ao mês? Qual a vantagem de termos pago o FMI? Alguém poderia me convencer de que valeu a pena pagar a dívida externa? Quanto a dívida interna, ela dobrou no governo Lula!!!!

Agora na “marola” da volta aos tempos de inflação mais alta, o consumidor está tendo novamente de conviver com a pilantragem do ressurgimento com força de mecanismos informais de indexação, que é a correção automática de preços com base na inflação passada.

Para o nosso infortúnio Curitiba é a capital com a inflação mais alta do país nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 7,15% no período na cidade, acima da média nacional de 6,01% e do teto da meta perseguida pelo Banco Central, que é de 6,5%.

Hoje o estimado é que entre 40% e 50% do orçamento das famílias brasileiras esteja vinculado a algum tipo de indexação inflacionária. Os “melhores” exemplos são as tarifas de energia elétrica, telefonia e o preço do aluguel, que levam em conta os índices de inflacionários para anualmente reajustar os valores. Outro agravante é o fato dos empresários de forma extorsiva aumentarem a inércia inflacionária superfaturando os lucros com a alegação de “estarem se resguardando das perdas com a futura inflação”, o que detona ainda mais o processo inflacionário, mas o governo e suas agências reguladoras nada vê, nada ouve e nada fala, pois nada faz para impor regras sérias ao mercado.

Enquanto o monstro inflacionário sai da toca a ortodoxa Dilma dá início a implantação de medidas recessivas impondo cortes ao orçamento e estes, “para variar”, ocorrem na parte do erário com uso social, educação, habitação e saúde, como em setores também estratégicos para o país como é o da segurança nacional.

O duro é saber que o país a cada dia em vez de ser beneficiado pela expansão industrial, o que agrega valores aos nossos produtos primários, gera melhores empregos, aumenta os superávits em nossa balança comercial e aumenta a poupança nacional, a cada dia se desindustrializa mais. Neste aumento de consumo interno causado pelo pífio crescimento econômico as nossas indústrias pouco aumentaram a sua produção, pois por não serem, competitivas nem internamente, já que a muito estão sendo vitimadas pelos altos impostos agregados aos preços, o que diminui o consumo de produtos nacionais, como pelo dumping econômico exercido pela China, pelo EUA e outras potências, pouco se beneficiaram e muito menos o povo, que continuará pagando por produtos com preços exorbitantes e sendo escravizado no mercado de produção de produtos primários ou na prestação de serviços.

Aquecidas pela demanda do mercado consumidor brasileiro, as importações de produtos industrializados pelo país vêm crescendo a um ritmo mais acelerado do que as nossas exportações dos mesmos, pois o grosso dos negócios na nossa balança comercial, a cada dia mais, são originados na exportação dos produtos primários.

Entre 2009 e 2010, o que se agrava em 2011, a invasão de importados no Brasil bateu todos os recordes. Pelos dados oficiais de 70 governos, o Brasil está enfrentando a maior expansão de importações entre os membros do G-20 (20 países mais ricos e influentes do mundo) e entre todas as economias que tiveram seus dados compilados pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

A comparação entre o que o Brasil importou em dezembro de 2009 até neste ano demonstra um aumento das importações de mais de 45%. Em qualquer comparação entre 2009 e 2011 o Brasil lidera em expansão de importações.
Em 2010, o Brasil foi à economia que teve a maior expansão de importação de produtos europeus. O crescimento das vendas européias ao Brasil foi de 54% de janeiro a agosto.

Quanto as exportações chinesas, a participação da China nas importações do Brasil cresce sem parar desde 2000. O país asiático já é o segundo maior fornecedor do Brasil e fica atrás apenas dos Estados Unidos.

De acordo com informações do Observatório Brasil-China, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2010, há uma década essas importações da China representavam 2,19% de todas as mercadorias que chegavam ao Brasil. Comparado a 2010, os produtos chineses já representam 13,71% do total das importações brasileiras, o melhor índice da China no setor dentro do Brasil.

Será que é isto é o DESENVOLVIMENTO para o país que o PT pregava quando eleitoralmente dizia ser a “ESPERANÇA VENCENDO O MEDO”?

 
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