sĂ¡bado, 9 de março de 2013

"Guerra civil" nĂ£o declarada: Brasil Ă© lĂ­der no ranking de mortes por arma de fogo. Mortes por arma de fogo cresceram 346% em 30 anos no paĂ­s.


Dados referentes a 2010 incluĂ­dos no “Mapa da ViolĂªncia 2013″ revelam que, entre os 12 paĂ­ses mais populosos do mundo, o Brasil Ă© o que tem mais mortes por arma de fogo.
Entre os anos de 1980 e 2010, as mortes causadas por armas de fogo aumentaram 346%, segundo o "Mapa da ViolĂªncia 2013: Mortes Matadas por Armas de Fogo". Nesse perĂ­odo, as vĂ­timas passam de 8.710, no ano de 1980, para 38.892, em 2010. No mesmo intervalo de tempo, a populaĂ§Ă£o do PaĂ­s cresceu 60,3%.




DivulgaĂ§Ă£o
Capa do 'Mapa da ViolĂªncia 2013: Mortes Matadas por Armas de Fogo'

“O que presenciamos foi um crescimento Ă­ngreme dos nĂ­veis de violĂªncia por arma de fogo, muito maior do que situações de conflito armado como as guerras do Golfo e do AfeganistĂ£o,” disse Ă  AgĂªncia Brasil o sociĂ³logo Julio Jacobo Waiselfisz, responsĂ¡vel pelo estudo.
O levantamento, feito pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos e pela Faculdade Latino-Americana de CiĂªncias Sociais, traça um amplo panorama da evoluĂ§Ă£o da violĂªncia letal no perĂ­odo. A pesquisa analisou as mortes por armas de fogo decorrentes de agressĂ£o intencional de terceiros (homicĂ­dios), autoprovocadas intencionalmente (suicĂ­dios) ou de intencionalidade desconhecida cuja caracterĂ­stica comum foi a morte causada por uma arma de fogo.
O estudo mostra que o “alto crescimento das mortes por armas de fogo foi puxado, quase exclusivamente, pelos homicĂ­dios, que cresceram 502,8%, enquanto os suicĂ­dios com armas de fogo cresceram 46,8% e as mortes por acidentes com armas caĂ­ram 8,8%.”
De acordo com o levantamento, o crescimento da mortalidade por armas de fogo foi maior entre as pessoas com idade entre 15 e 29 anos (414%), se comparado com o conjunto da populaĂ§Ă£o (346,5%). “TambĂ©m os homicĂ­dios jovens cresceram de forma mais acelerada: na populaĂ§Ă£o como um todo foi 502,8%, mas entre os jovens o aumento foi 591,5%,” diz a pesquisa.
Waiselfisz diz que uma das causas do aumento da violĂªncia entre os jovens se deve Ă  exclusĂ£o da educaĂ§Ă£o. “SĂ£o pessoas que encontram pouca inserĂ§Ă£o: nĂ£o estudam, nĂ£o conseguem trabalho e sem perspectiva de futuro”. O estudo mostra que, entre 1982 e 2003, o percentual de mortes e jovens por armas de fogo teve crescimento mĂ©dio de 6,5% ao ano, contra 5,5% do conjunto da populaĂ§Ă£o.
Em relaĂ§Ă£o aos estados, a partir da anĂ¡lise dos dados de 2000 a 2010, Alagoas aparece em primeiro lugar no ranking das mortes por armas de fogo com 55,3 mortes a cada 100 mil habitantes. Em seguida vem EspĂ­rito Santo com 39,4, ParĂ¡ (34,6), Bahia (34,4) e ParaĂ­ba (32,8). O estado de Pernambuco, que antes ocupava o segundo lugar, aparece agora na sexta posiĂ§Ă£o com 30,3 mortes por arma de fogo a cada 100 mil habitantes. O estudo destaca o MaranhĂ£o, atualmente em 20º, mas cujo nĂºmero de vĂ­timas cresceu 344,6% na dĂ©cada.
O Rio de Janeiro aparece em oitavo lugar no ranking, com 26,4 mortes por arma de fogo a cada 100 mil habitantes e SĂ£o Paulo caiu 18 posições, saindo da sexta posiĂ§Ă£o para 24ª, uma queda no Ă­ndice de mortes por arma de fogo de 67,5%. O estudo nĂ£o traz informações sobre as mortes por armas de fogo ocorridas nos Ăºltimo trĂªs anos.
Na opiniĂ£o de Waiselfisz, os dados mostram o que ele denomina de “desconcentraĂ§Ă£o da violĂªncia.” “A violĂªncia migrou para outros estados do paĂ­s acompanhando novos polos de desenvolvimento local, a exemplo de Suape, em Pernambuco, e Camaçari, na Bahia, que alĂ©m de mĂ£o de obra tambĂ©m atraem violĂªncia,” disse.
Waiselfisz credita a diminuiĂ§Ă£o da violĂªncia no Rio de Janeiro e em SĂ£o Paulo aos investimentos em segurança pĂºblica. “Houve investimentos maciços nos aparelhos de segurança pĂºblica nesses estados. Em contrapartida, houve estados em que os aparelhos de segurança nĂ£o estavam preparados para dar conta dos novos padrões de violĂªncia,” explica.

Ainda de acordo com o sociĂ³logo, estima-se que o arsenal de armas de fogo nas mĂ£os da populaĂ§Ă£o brasileira seja de 15,3 milhões. (AgĂªncias)


Alagoas lidera ranking de mortes por arma de fogo



Alagoas Ă© o Estado onde proporcionalmente mais se registram mortes por arma de fogo no Brasil. Segundo o “Mapa da ViolĂªncia 2013: Mortes Matadas por Armas de Fogo”, em 2010 foram registradas no Estado 1.725 mortes desse tipo, sendo 1.721 homicĂ­dios, trĂªs suicĂ­dios e um acidente.
O total gera uma mĂ©dia de 55,3 mortes por 100 mil habitantes  que deixa Alagoas em primeiro lugar no ranking. Em segundo lugar vem o Es­pĂ­rito Santo, com 39,4 mortes, em terceiro ParĂ¡ com 34,6, em quarto Bahia com 34,4, e em quinto ParaĂ­ba com 32,8.
Com os menores Ă­ndices ficaram os estados de Roraima com mĂ©dia de 7,1 mortes, se­guido de PiauĂ­ com 8,0, Santa Catarina com 8,5, SĂ£o Paulo com 9,3 e Acre com 10,0.
Capitais
Entre as capitais, MaceiĂ³ tambĂ©m ocupa o primeiro lu­gar proporcionalmente, com mĂ©dia de 94,5 mortes por 100 mil habitantes. Se colocada no ranking de todos os municĂ­pios brasileiros, MaceiĂ³ fica no 5o lugar e Arapiraca no 11o, com mĂ©dia de 84,3.
De acordo com o levantamento  o crescimento da mortalidade por armas de fogo foi maior entre as pessoas com idade entre 15 e 29 anos (414%), se comparado com o conjunto da popula­Ă§Ă£o (346,5%). “TambĂ©m os homicĂ­dios jovens cresceram de forma mais acelerada: na populaĂ§Ă£o como um todo foi 502,8%, mas entre os jovens o aumento foi 591,5%,” diz a pesquisa.
O sociĂ³logo Julio Jacobo Waiselfisz, responsĂ¡vel pelo estudo, diz que uma das cau­sas do aumento da violĂªncia entre os jovens se deve Ă  exclusĂ£o da educaĂ§Ă£o. (TH)




 
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