quarta-feira, 15 de agosto de 2012

JOGOS OLÍMPICOS


Claudio Ribeiro
Acompanhei como a maioria dos brasileiros os Jogos Olímpicos realizados em Londres e os programas de televisão com nossos especialistas. As emissoras brasileiras batiam numa só tecla: o número de medalhas. A ESPN, estrangeira, foi a única que, mesmo com alguns naturais cuidados, ousou colocar todos os dedos em todas as feridas, analisando os laços muito estreitos entre o sistema e

ducacional sem qualidade e o despreparo do nosso povo para competições esportivas, a perpetuação de dirigentes (os famosos ‘cartolas’) grudados em cargos e benesses patrocinadas por entidades, a maioria das quais recebe recursos bancados pelas loterias da Caixa Econômica.

Numa entrevista coletiva em Londres, um dirigente do COB – Comitê Olímpico Brasileiro, indagado se seria mantido o nome de João Havelange em estádios desportivos brasileiros, respondeu que não havia nenhuma razão para qualquer mudança, mesmo depois que o nosso mais exemplo de cartolagem viu-se obrigado a devolver dinheiro de propina para livrar-se de processos criminais.

Já à frente de nosso futebol, Ricardo Teixeira (genro de Havelange) refugiou-se em Miami para esconder-se de ações penais, não sem, antes,transferiu sua coroa para José Antonio Marin, um dos mais destacados deputados paulistanos em defesa da ditadura, uma das vozes civis que mais exigiram a prisão, seguida de morte, de Herzog,

Nós, se quisermos aprender com esses históricos erros, temos muito a fazer:

01) - Não sei como, por quais caminhos, mas devemos, como povo, lutar para retirar de todos os estádios ou centros desportivos o nome de João Havelange, substituindo-o por outros, porque há muita gente digna que merece, no terreno do esporte, ser homenageado;

02) - É imperioso o aproveitamento desses próximos quatro anos para revolucionar o ensino brasileiro, não para angariação de medalhas e elitização do esporte nos recantos das formações de excelência, mas como finalidade inseparável da educação humana. As medalhas devem ser vistas como consequências da formação educacional e cultural de um povo e não, uma finalidade em si mesma;

03) - Lutar com todas as forças pela renovação dos quadros de direção das entidades esportivas brasileiras e através de todas as ações exigir prestação de contas , transparência e a punição da corrupção que navega nessa área tormentosa das relações sócio-esportivas.

Imperdível: Palestra Dívida Pública.


 
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