segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Justiça Eleitoral: Ducci terá dois minutos no programa de Greca

A juíza Renata Estorilho Baganha, da 3ª Zona Eleitoral, deu direito de resposta a Luciano Ducci (PSB) que terá dois minutos no programa eleitoral de Rafael Greca (PMDB) na próxima quarta-feira, 3, à tarde e à noite. Ao proferir a setença, a juíza esclarece: "Se assim não fosse para quer serveria a Justiça Eleitoral? Fechar os olhos para propagandas eleitorais que derramam mentiras, fatos não provados, injúrias, calúnias e ofensas, seria ato bem mais cômodo ao magistrado de que fundamentar uma decisão contrária a este tipo".

"Mas a Justiça Eleitoral, diferente do que muitos possam pensar e até defender, tem um propósito: proteger o eleitor deste absurdo". "Desta forma julgo procedente o pedido de direito de resposta quanto aos trechos da propaganda impugnada de dois minutos na próxima propaganda eleitoral em bloco de televisão", sentencia a juíza Renata Baganha. 

Marcelo Belinati tem 44% dos votos, aponta pesquisa Ibope


Foram divulgados nesta segunda-feira (1º) os números da terceira pesquisa Ibope sobre a corrida à Prefeitura de Londrina. O candidato Marcelo Belinati (PP) tem agora 44% das intenções de voto. A primeira pesquisa ele aparecia com 35% e chegou a 47% na segunda.
Em seguida aparece a candidata Márcia Lopes (PT), com 15% das intenções de voto. Nas duas pesquisas anteriores, a petista havia registrado 8 e 10 pontos, respectivamente. Logo depois vem o candidato Alexandre Kireeff (PSD), com 11% das intenções de voto. Ele havia registrado 3% e 6% nas duas pesquisas anteriores.
Metodologia
Terceira pesquisa
A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos porcentuais, para mais ou para menos. O Ibope ouviu 805 eleitores londrinenses entre os dias 28 e 30 de setembro. A pesquisa está registrada no TRE sob o número 460/2012.
Segunda pesquisa
O Ibope ouviu 602 eleitores entre os dias 10 e 12 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de 4 pontos porcentuais, para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no TRE sob o número 00159/2012.
Primeira pesquisa
A primeira pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 23 de agosto. O Ibope ouviu 602 eleitores. A margem de erro da pesquisa é de 4 pontos porcentuais, para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no TRE sob o número 0064/2012.
Luiz Eduardo Cheida (PMDB) e Barbosa Neto (PDT) aparecem empatados com 7 pontos. O total de votos brancos e nulos chegam a 9%. Outros 6% dos eleitores não souberam ou não opinaram.
O candidato Valmor Venturini (PSOL) completa a lista, com 1% das intenções de voto.

Segundo turno
O Ibope fez três simulações de segundo turno. Em uma eventual disputa entre Marcelo Belinati e Márcia Lopes, o candidato do PP sairia vencedor com 56% das intenções de voto contra 26% da petista. Um total de 13% declararam que votariam em branco ou nulo. Não sabem ou não responderam chega a 5% dos entrevistados.
Na disputa com Barbosa Neto, Belinati também venceria. Neste cenário, o candidato do PP teria 64% e o pedetista 13%. Votos brancos e nulos chegariam a 20% e não sabem ou não responderam ficou em 3%.
A última simulação é entre Barbosa Neto e Márcia Lopes. Neste caso, a petista teria 55% dos votoes e o pedetista 16%, segundo o Ibope. Um total de 24% do entrevistados disse que votariam em branco ou nulo e 5% não souberam ou não responderam.

GT que investiga Operação Condor inicia atividades pelo RS


Comissão Estadual da Verdade do RS assinará termo de cooperação com Comissão Nacional em Novembro
Os familiares das vítimas da Operação Condor que vivem no Rio Grande do Sul foram ouvidos pela Comissão Nacional da Verdade nesta segunda-feira (01). O encontro ocorreu na sede da Comissão Estadual da Verdade, no prédio onde funciona o Instituto da Previdência do RS. As investigações da cooperação militar de órgãos de inteligência das forças armadas de países da América do Sul durante as ditaduras militares, nas décadas de 70 e 80, começam em território gaúcho pela participação histórica do estado na Operação Condor.
“É um local estratégico. O Jair Krischke (Conselheiro do Movimento de Justiça e Direitos Humanos) tem dados e informações que dizem, diferente do que foi divulgado até hoje, que a Operação Condor não foi constituída em 1975, no Chile. Ele tem provas de que o Brasil praticou atos fundacionais desta operação muito antes da década de 70”, disse a advogada e coordenadora do GT Operação Condor, Rosa Maria Cardoso da Cunha.
Segundo ela, os materiais que comprovam a participação do Brasil na considerada mais terrível ação cooperativa entre forças armadas para exterminar grupos de resistência a golpes militares serão cedidos por Krischke à Comissão Nacional da Verdade. “O que ele tem é tão importante que ele irá depor em Brasília”, disse Rosa.
A estimativa é que mais de 100 mil pessoas foram mortas e 400 mil torturadas em decorrência das ações da operação que envolveu militares brasileiros, chilenos, uruguaios, argentinos, bolivianos e paraguaios. De acordo com a advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha, o grupo irá apurar todos os arquivos referentes ao período, compreendendo estruturas das forças armadas e ligadas ao Itamaraty. Uma destas estruturas é o Ciex (Centro de Informações do Exterior). Conforme Rosa, documentos serão requeridos a embaixadas e consulados de países como Chile, Argentina e Uruguai em território brasileiro. Integrantes da Comissão da Verdade também viajarão para países vizinhos para buscar documentos nas embaixadas do Brasil.
Comissões estaduais auxiliam nas investigações
Para auxiliar nas investigações e unificar o trabalho feito nacionalmente com o desenvolvidos pelas Comissões Estaduais de Verdade, a coordenadora explica que termos de cooperação estão sendo assinados com os estados. Pernambuco já assinou e o Rio Grande do Sul, apesar de já ter a Comissão Estadual instituída e em funcionamento, assinará a cooperação em 13 de novembro. “A meta é não duplicar trabalhos, principalmente no estado do Rio Grande do Sul que terá pesquisas específicas a serem feitas”, salientou.
A ideia é que os estados apurem as mortes e desaparecimentos de pessoas nos períodos históricos de tortura e ditaduras no Brasil e contribuam com a investigação da Comissão Nacional da Verdade. “Nós podemos dar apoio para a convocação dos depoimentos e no acesso a documentos sigilosos dos quais os estados não consigam acessar por limitações legais”, explica.
Por ser constituída por lei federal, apenas a Comissão Nacional da Verdade tem o poder de convocar os agentes de crimes de tortura a prestar depoimentos. “A partir do momento em que tivermos encerrado o nosso trabalho de investigação e referência bibliográfica, no qual coletamos dados sobre os fatos ocorridos no Rio Grande do Sul, poderemos então chamar autores de crimes para prestar depoimentos”, estima um dos membros da Comissão Estadual da Verdade do RS, Carlos Frederico Guazzelli.
A Comissão Estadual da Verdade terão mais tempo que a Comissão Nacional para investigar os crimes e começará antes do Golpe de 64. “Vamos documentar os desaparecimentos forçados, torturas, mortes, casos de exílio e perseguições políticas nos período de 1961 a 1964 – Da Legalidade até o Golpe; de 1964 a 1968; de 1968 a 1985 quando começa a redemocratização e de 1985 a 1988 quando há o marco da Constituição Federal”, conta.
Segundo ele, o trabalho de pesquisa e investigação já feito por universidades, entidades de direito à memória e comissões de anistia contribui com o trabalho da Comissão. No caso específico da Operação Condor, Guazzelli fala que documentos já foram repassados ao grupo de trabalho da Comissão Nacional da Verdade. “Já está bem adiantado o trabalho sobre a Operação Condor. Promoveremos um encontro com convidados do Chile, Uruguai e Argentina no final de outubro, na Universidade Federal do RS (Ufrgs). Estes países estão mais adiantados que nós na reconstituição das relações internacionais responsáveis pela ditadura do Conesul”, falou.
A Comissão Estadual da Verdade também irá promovidas audiências públicas, inquisição de pessoas e visitas nos locais onde se cometeram atos de tortura. O relatório deverá ser repassado à Comissão Nacional até agosto de 2014. Há quatro meses em funcionamento, a Comissão Nacional deverá entregar o seu relatório quando findar dois anos. “Mas a pesquisa sobre as condições em que as pessoas morreram e a autoria destes fatos não será abandonada. Até o momento de publicar o relatório”, garante a coordenadora Rosa Maria Cardoso.
“Não temos pressa em ouvir os perpetradores da violência”, diz coordenadora do GT
Desde a instalação da Comissão Nacional da Verdade, em maio, foram ouvidos apenas dois agentes do aparato de repressão da ditadura civil militar, que durou de 1964 até 1985 no país. “É verdade. Mas não há atraso. Nós não estamos preocupados em chamar prontamente os perpetradores da violência porque não sabemos se diante da Comissão Nacional da Verdade eles irão falar o que fizeram. Temos relações que vem sendo publicadas, desde o relatório do Brasil Nunca Mais, feito pelo Dom Evaristo, sabemos quem deveremos chamar”, explica a advogada, que também integra o GT de Antecedentes e Razões do Golpe Civil Militar.
A estratégia é confrontar os dados coletados pela Comissão ao longo do período de investigações para confrontar com o possível silêncio dos autores dos crimes de tortura. Os dados bem embasados também poderão servir de futuras provas para processos judiciais no Ministério Público Federal, já que a Comissão Nacional da Verdade não tem caráter punitivo.
“É fundamental fazer a relação entre passado e presente. A tortura ainda existe. A violência militar da ditadura foi um capítulo da história de violência do Brasil, que teve características da época, mas a cultura de violência, sexista, machista e do direito à propriedade ainda persiste. É uma história de conciliação e impunidade”, afirma Rosa Maria.



Bairro Alto/ Curitiba: povo sem consciência continua jogando lixo ao lado da ponte da Rua José Veríssimo, como diretamente no Rio Bacacheri

Foto de Bruna Carolina Molina

Nem o aviso estampado na placa da prefeitura inibe a ação destes criminosos ambientais. Denuncie!!!



Em 2010 uma iniciativa do projeto Amigos do rio Bacacheri (Amiriba), em parceria com a Prefeitura de Curitiba, realizou a limpeza do rio Bacacheri. Em três dias de trabalho foram retiradas 11,27 toneladas de lixo das margens e leito do rio. Esta etapa da limpeza aconteceu no trecho entre as ruas Percy Feliciano de Castilho e Guglielmo Marconi, no Bairro Alto.

Na época a coordenadora do curso de Ciências Biológicas das Faculdades Integradas do Brasil, Larissa Chiamolera, disse que projetos como esse são essenciais para que a população tome consciência da importância de preservar o meio ambiente. “As pessoas que jogam lixo às margens dos rios podem não se dar conta do tamanho do estrago que estão causando. Os resíduos desses terrenos são carregados para dentro dos rios e se tornam importantes agentes disseminadores de doenças”, alertou, mas infelizmente a ação cidadã de muitos é destruída pelas práticas criminosas de alguns.

Morreu o historiador Eric Hobsbawm

O historiador, conhecido por se ter mantido fiel ao marxismo, morreu no Royal Free Hospital, em Londres, como consequência directa de uma pneumonia, avançou à BBC a sua filha Julia.

Hobsbawm escreveu várias obras que o tornaram uma referência mundial, entre as quais se destacam quatro livros marcantes sobre a História europeia de 1789 a 1991 – “A Era das Revoluções” (1962), "A Era do Capital" (1975), "A Era do Império" (1987) e "A Era dos Extremos" (1994). A sua autobiografia, “Tempos Interessantes: Uma Vida no Século XX”, foi publicada em 2002.

Eric John Ernest Hobsbawm nasceu em Alexandria, a 9 de Junho de 1917, durante o protectorado britânico no Egipto. Os seus pais – ele britânico, ela austríaca – mudaram-se para Viena, quando Eric Hobsbawm tinha dois anos de idade, e mais tarde para Berlim. Filiou-se no Partido Comunista aos 14 anos, já após a morte dos seus pais.

"Os meses da minha estadia em Berlim fizeram de mim um comunista para toda a vida, ou, pelo menos, um homem cuja vida perderia a sua marca característica e o seu sentido sem o projecto político a que se consagrou quando estudante, e isto apesar de esse projecto ter manifestamente falhado e de eu saber hoje que estava, de facto, condenado a falhar. O sonho da Revolução de Outubro permanece algures vivo em mim, nalgum recanto da minha intimidade, como se se tratasse de um desses textos que foram apagados, mas que continuam à espera, perdidos no disco duro de um computador, que um especialista apareça para os recuperar”, escreveu na sua autobiografia.

Era membro da Academia Britânica e da Academia Americana de Artes e Ciências. Foi professor de História no Birkbeck College da Universidade de Londres e na New School for Social Research, em Nova Iorque. (Público)

Em meio a alegre e tranquilo evento político apartidário promovido pela comunidade LGBT dois jovens foram esfaqueados em atentado. Será mais uma ação nefasta dos neonazistas?


Parada da diversidade alerta para voto consciente

A Parada da Diversidade de 2012 em Curitiba reuniu milhares de participantes na tarde deste domingo (30) no Centro Cívico da capital. Além da tradicional celebração, o evento também teve conotação eleitoral, uma semana antes do pleito, com o tema “Seus direitos, nossos direitos, direitos humanos – por um Paraná livre do racismo, machismo e homofobia, vote pela cidadania”.
De acordo com a organizadora do evento, Rafaelly Wiest, a data escolhida tem a ver com a proximidade das eleições municipais. 

“Este ano, além dos direitos iguais, também estamos com a bandeira do voto consciente, em especial porque é ano de eleições aqui paraCuritiba e nós queremos reivindicar nossos direitos”, explicou ao G1. Ela ressaltou, contudo, que o grupo não apoia nenhuma candidatura específica.

Esta proximidade temporal e temática se refletia nas ruas ainda na concentração do grupo, na Praça 19 de Dezembro, mais conhecida como Praça do Homem Nu. Bandeiras de diversos candidatos a prefeito e vereador podiam ser vistas entre as tradicionais com cores do arco-íris, algumas delas com design especial para o evento, cujo público tem aumentado ano a ano.

Segundo Wiest, a expectativa é superar o número de pessoas que compareceram à Parada em 2011, quando cerca de 150 mil pessoas participaram do desfile pela Avenida Cândido de Abreu. “Hoje fomos brindados pelo sol lindo que brilhou para o evento. Nunca tivemos nenhum registro de violência na história, e temos orgulho de ser o segundo maior evento de rua da cidade” comemorou a organizadora.

A previsão inicial era de que por volta das 14h o comboio de trios elétricos e os participantes seguisse em direção à Praça Nossa Senhora de Salete, próxima ao Palácio Iguaçu. O desfile só começou, contudo, por volta das 15h, com previsão de durar até às 20h30.

No período, a rua Paula Gomes ficou fechada depois da esquina com a Mateus Leme. A Cândido de Abreu teve bloqueios na praça 19 de Dezembro, na Heitor Stockler de França, na Comendador Fontana, na Lysimaco Ferreira da Costa e na Santiago de Oliveira. (G1)

Atentados?
Três adolescentes ficaram feridos em brigas registradas no início da noite (30) na av. Cândido de Abreu, no centro de Curitiba, durante o movimento chamado Parada da Diversidade. Dois garotos de 16 anos foram esfaqueados em frente a um shopping e levados em estado grave ao Hospital Evangélico. Outro adolescente, de 17 anos, foi agredido por pessoas ainda não identificadas.
A primeira confusão aconteceu próximo da Praça 19 de Dezembro e se estendeu até a frente do shopping. “Um dos garotos ficou ferido na cabeça e no abdômen e o outro no abdômen. Eles iam entrar no shopping e pelas informações colhidas, não estavam na Parada”, disse o soldado Jairo, do 12° Batalhão da Polícia Militar.
Uma hora depois a Guarda Municipal atendeu ao terceiro jovem ferido. Esta briga teria acontecido por causa de bebida. A informação não foi confirmada pela polícia.
De acordo com a Polícia Militar (PM) 7 mil pessoas estiveram na Parada. Com o tema “Seus direitos, nossos direitos, direitos humanos, por um Paraná livre do racismo, machismo e homofobia” a Parada há 7 edições é organizada pela Associação Paranaense da Parada da Diversidade (Appad).  Esta é a 17ª edição do evento em Curitiba. (Banda B)
O socorrista Wagner deu mais informações sobre o duplo atentado:

Mapa revela 'coincidência' entre favelas incendiadas e operações urbanas de SP


 O que até então só soava como suspeita de moradores e movimentos sociais começa a ganhar forma: as favelas da capital paulista que sofreram incêndios nos últimos anos estão concentradas nos perímetros das chamadas operações urbanas projetadas pela prefeitura, sejam as já iniciadas ou as ainda em planejamento. É o que mostra um levantamento produzido pela Rede Brasil Atualsobrepondo os endereços das últimas ocorrências com as áreas a serem afetadas pelas políticas de reurbanização de Gilberto Kassab.
O traçado georreferenciado das operações urbanas previstas no Plano Diretor da cidade foi cedido pela Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa). Como a administração municipal tem autonomia de alterar o traçado, também foram utilizadas informações de mapas disponíveis nos sites da prefeitura.
Ao todo foram georreferenciados 89 dos 103 endereços de incêndios em favelas que constam no documento entregue pela Defesa Civil para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Incêndios em Favelas da Câmara Municipal. Para a elaboração do mapa foi usado o sistema colocado à disposição pela empresa Google. As ocorrências vão de janeiro de 2008 a agosto de 2012. 
As operações Águas Espraiadas e Faria Lima chamam particularmente a atenção por concentrarem incêndios dentro do seu perímetro ou nas suas proximidades. As operações ainda não iniciadas Lapa-Brás, Rio Verde-Jacu e Mooca-Vila Carioca – que foram licitadas pela prefeitura em 2011 – já concentram grande parte das ocorrências.
“Eu estranho essa coincidência. Nós nos perguntamos por que ocorrem mais incêndios em áreas mais valorizadas e menos na periferia, sendo que as favelas da periferia são muito maiores? Será que as das áreas valorizadas têm mais risco de incêndio? Eu não vejo essa correlação”, afirma a diretora executiva do Movimento Defenda São Paulo, Lucila Lacreta.
A prefeitura foi procurada pela Rede Brasil Atual para se posicionar sobre a correlação entre os incêndios em favelas e as operações urbanas da cidade, mas nenhuma resposta foi apresentada até o fechamento da reportagem.
Lucila lembra que, originalmente, as operações previam projetos de urbanização das favelas. “A proposta é que elas tenham uma solução urbanística e que as pessoas continuem morando naquele perímetro, mas isso é muito difícil de acontecer”, avalia. “Esses terrenos que sofreram incêndios estão em áreas muito valorizadas ou que passarão por valorização, com grande aporte de investimento público e imobiliário. E a favela atrapalha”.
O coordenador estadual da Central de Movimentos Populares, Raimundo Bonfim, concorda. As operações urbanas, em tese, são instrumentos para fazer intervenções em áreas consideradas degradadas, para recuperá-las e construir moradias de interesse social nelas. Mas, diz o ativista, em São Paulo tem funcionado ao contrário. "Pegam determinadas áreas para fazer especulação imobiliária e 'limpar' moradores de baixa renda para construir grandes obras ou para favorecer o mercado imobiliário.”

CPI

Apesar de a Defesa Civil paulistana ter registrado 103 incêndios em favelas entre 2008 e 2012, o Corpo de Bombeiros contabiliza 530 ocorrências no mesmo período, de acordo com informações cedidas pela corporação àRede Brasil Atual. Só neste ano foram registrados 68 incêndios em favelas.
A Câmara dos Vereadores instalou a CPI dos Incêndios em abril deste ano para “apurar as causas e responsabilidades pela recorrência dos incêndios em favelas no Município de São Paulo”, de acordo com as atribuições descritas no site da Câmara Municipal. Apesar disso, apenas duas reuniões de investigação foram realizadas até agora, ambas neste mês. Isso porque os outros encontros não conseguiram atingir a presença mínima de quatro vereadores da comissão, todos aliados do prefeito Gilberto Kassab.
A CPI chegou a requerer junto ao Corpo de Bombeiros um registro completo das ocorrências, porém a corporação informou, por meio de documento oficial, que “não é a autoridade competente para realização de perícias e consequentemente identificação de causas”. E a investigação segue sem avanços.
O relator e o vice-presidente da CPI só foram definidos no começo deste mês, após uma série de quatro novos incêndios em favelas da cidade. Na reunião seguinte, os vereadores participantes ouviram o coordenador-geral da Defesa Civil, Jair Paca de Lima, que na ocasião afirmou que o tempo seco é um dos principais agravadores dos incêndios – desconsiderando que muitas das ocorrências ocorreram em condições climáticas diferentes.
Na quarta-feira (26), os subprefeitos de São Miguel, Vila Prudente e Jabaquara deveriam ter sido ouvidos, porém novamente a reunião não obteve quórum. (RBA)


A organização milionária da mulher de Delúbio



Mônica Valente comanda o escritório brasileiro de associação que recebe R$ 7 mi por ano para representar sindicatos.
Exonerado do cargo de professor da rede pública de Goiás e vivendo oficialmente da renda de uma imobiliária virtual, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares costuma dizer que depende da mulher para honrar suas despesas. Mas não deve ser com os rendimentos do ofício de psicóloga que Mônica Valente tem conseguido ajudar o marido. Desde a militância à frente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na década de 90, Mônica aprofundou sua atuação profissional no mundo dos sindicatos de servidores. Membro do diretório nacional do PT, a mulher de Delúbio comanda o escritório brasileiro da Internacional do Serviço Público (ISP), entidade que desempenha o papel de intermediário entre os sindicatos de funcionários públicos e organismos globais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A adesão das confederações à ISP custa um euro por filiado. Em conjunto, as 26 confederações filiadas à associação comandada por Mônica Valente repassam para ela R$ 7 milhões por ano das receitas obtidas com o imposto sindical. As informações foram confirmadas à ISTOÉ por dirigentes de entidades ligadas a esse braço brasileiro da organização internacional.
O destino desse dinheiro todo, porém, é um mistério até mesmo para as entidades que pagam pela filiação. A ISP recebe recursos das confederações que representam os servidores públicos e não presta contas. Por isso, a filiação à ISP gera polêmica na base das confederações. Sindicalistas contrários ao repasse de dinheiro à associação alegam não entender para que serve o dinheiro aplicado na entidade para a representação internacional. Argumentam que os resultados da atuação da organização comandada pela mulher de Delúbio deixam a desejar. Em dez anos de existência, por exemplo, apenas uma denúncia contra cerceamento dos direitos trabalhistas teria sido aceita pela OIT. “Ela não tem participação nas principais causas, não tem programa. É mais uma entidade em que os dirigentes se apegam à estrutura para ter benefícios. Recebe arrecadação das entidades e não tem transparência”, critica Sandro Pimentel, um dos coordenadores da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra). Servidores do Judiciário tentaram impedir na Justiça o desconto nos salários para bancar entidades, que segundo Adilson Rodrigues, diretor do Sintrajud, nem deveriam existir. “É um absurdo descontar um dia do salário do trabalhador para sustentar sindicatos de fachada. Os dirigentes se lambuzam no dinheiro suado do servidor. No dia a dia, a ISP é fictícia. A atuação internacional de um sindicato é algo pontual, não de filiação em tempo integral. Gastamos dinheiro para bancar uma entidade fajuta”, acusa Rodrigues.
A denominação “internacional” que a associação comandada por Mônica carrega também não combina com a estrutura que o ISP tem no Brasil. Como uma espécie de “franquia” do órgão internacional, a associação registrou CNPJ em São Paulo em 2001, antes da entrada da mulher de Delúbio. Embora tenha mais de dez anos de existência e opere uma verba milionária, a associação que embolsa recursos das confederações sindicais se resume a uma sala no centro da capital paulista e é tocada hoje por apenas duas pessoas. Além de Mônica, a entidade também é representada por Jocélio Drummond. Durante a semana, a reportagem de ISTOÉ procurou a mulher de Delúbio e outros representantes da ISP, mas a secretária da organização insistiu que a entidade não contava com nenhum outro responsável além de Mônica e Jocélio, ambos fora do País, em viagem à Argentina. No papel de representantes dos servidores públicos brasileiros no plano internacional, os dois se revezam realizando palestras, recrutando integrantes das confederações para formar grupos de trabalhos – com o objetivo de discutir temas do funcionalismo – e participando de congressos dos sindicatos filiados. Em eventos da sede da Internacional, eles se apresentam como representantes do escritório brasileiro. Durante a greve dos servidores federais, este ano, a ISP também prestou consultoria às confederações analisando os pleitos dos servidores que seriam apresentados ao governo. “O principal trabalho na ISP é orientar nas demandas do funcionalismo e discutir o direito de greve”, diz João Domingos, presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), entidade que reúne 2,5 milhões de funcionários de órgãos municipais, estaduais e federais. (Isto É)

Julgamento de Dirceu no meio dos turnos das eleições

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) só devem se pronunciar após o primeiro turno das eleições sobre a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) segundo a qual o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, apontado como o chefe da quadrilha do mensalão, cometeu o crime de corrupção ativa. Projeção com base no ritmo atual das sessões aponta que o resultado parcial do capítulo 6, que trata da compra de votos na base aliada, terminará entre 9 e 10 de outubro.


Até entrar no capítulo 6 da denúncia, classificado com o mais complicado pelo relator do mensalão, os ministros vinham consumindo uma média de cinco sessões por cada item. Por enquanto, já foram seis as reuniões usadas para analisar apenas uma parte. Dos 23 réus, 13 foram julgados até o momento. No entanto, quatro integrantes da mais alta corte do país ainda vão se manifestar sobre as acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Por sugestão do relator Joaquim Barbosa – acatada pelo resto do plenário – ficaram para o final deste item, além de Dirceu, José Genoíno, ex-presidente nacional do PT, Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido, os sócios na agência de publicidade SMP&B Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Rollerbach. Também estão no trecho o advogado Rogério Toletino, as ex-funcionárias da SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias e o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto.
Dirceu é um dos integrantes do núcleo político do mensalão, segundo a PGR. Se o ritmo atual for mantido, Joaquim deve ler seu voto sobre o ex-ministro da Casa Civil a partir de quarta-feira (3). O dia seguinte ficaria reservado para o revisor da Ação Penal 470, Ricardo Lewandowski. Os outros integrantes da corte passariam a votar em 9 de outubro, quando acontecerá a primeira sessão após o primeiro turno das eleições municipais.
A expectativa é que todos os outros oito ministros consumam duas sessões para votar na parte final do capítulo seis. O resultado parcial, então, seria proclamado pelo presidente do STF, Carlos Ayres Britto, em 11 de outubro. A projeção inicial feita pelo Congresso em Foco aponta o início da dosimetria para 31 de outubro. Joaquim acredita que a fixação das penas deve levar apenas uma sessão. Mas, da forma com que o debate é conduzido, hoje parece pouco provável.
De acordo com a denúncia feita pela PGR, o “núcleo político partidário” tinha interesse na compra do apoio político com o objetivo de criar as condições “para que o grupo que se sagrou majoritário nas eleições se perpetuasse no poder”. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, defendeu que os integrantes do “núcleo publicitário” se beneficiaram de um percentual do valores entregues aos beneficiários finais do esquema de repasses.
Somente no fim do mês os ministros entram na segunda acusação contra Dirceu, que é a formação de quadrilha. Além dele, também foram denunciados pelo crime Genoíno, Delúbio, os três sócios da SMP&B, Tolentino, Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Também fazem parte da acusação os ex-integrantes da cúpula do Banco Rural Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarine e Ayanna Tenório.


Brasil perde R$ 160 bilhões (?) por ano com corrupção e fraudes.


Segundo um estudo feito pela KPMG, o Brasil perde anualmente cerca de R$ 160 bilhões ou aproximadamente 6% do Produto Interno Bruto com corrupção e fraudes, puxados principalmente pelos crimes de colarinho branco, como lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
As operações suspeitas, detectadas por bancos e remitidas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), têm aumentado com força no Brasil.
Neste ano, são esperados pelo Coaf 300 mil registros de movimentações atípicas no sistema financeiro. O número é 112,77% maior em relação ao do ano passado, quando foram verificadas 141 mil operações com indícios de irregularidade.
Os bloqueios feitos pela Justiça Federal em contas bancárias neste ano mostram a força da corrupção no maior país da América Latina.
Segundo dados do Coaf, cerca de R$ 17 milhões foram bloqueados pelo Poder Judiciário entre janeiro e junho deste ano. É o mesmo valor apreendido em todo o ano passado. Em 2008, a PF já deflagrou 117 operações, entre elas a Satiagraha, cujo alvo é o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, e a Toque de Midas, cujo alvo é a MMX, do empresário Eike Batista.
Desconhecemos os critérios adotados pela KPMG para chegar à estimativa de R$ 160 bilhões.
Contudo, na apuração que vem sendo feita no Corruptômetro OFCA desde 17/10/08 até hoje, já foram contabilizados praticamente R$ 28 bilhões só em fraudes e esquemas que lesaram os cofres públicos.
Apesar da apuração conduzida no Corruptômetro ter algumas falhas na metodologia, é certo que os prejuízos tenham sido muito maiores, pois só foram contabilizados esquemas efetivamente descobertos.
O valor de R$ 160 bilhões estimado pela KPMG não deve estar longe da realidade.
Para que se tenha uma noção do que isso representa, seguem números de três itens do orçamento da União para 2008.
Saúde....................................................................R$ 42.497.000.000
Educação..............................................................R$ 12.700.000.000
Desenvolvimento social e combate à fome..........R$ 13.240.000.000
Iso explica a crônica falta de recursos para políticas públicas.
Mas o dinheiro que se esvai na corrupção é apenas uma parte de nossa tragédia. Uma quantia talvez maior é gasta em viagens desnecessárias, mordomias, contratações de amigos e apaniguados, publicidade, campanhas fúteis e outras tantas inutilidades.
De um lado temos um país entregue à quadrilhas que se não roubam, gastam mal e em benefício próprio.  Do outro uma justiça míope que está mais preocupada com direitos de bandidos do que com a sociedade brasileira.
No meio do caos, sem direito a direitos ou defensores, estamos nós brasileiros de bem, trabalhadores e pagadores de impostos sustentando mordomias, quadrilhas e a justiça que tem tardado e falhado muito.
Será necessária uma revolução para que nossos netos conheçam um Brasil melhor? (FCA)

 
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