sábado, 28 de maio de 2011

O G8 deveria ser extinto?

Dá para imaginar uma discussão efetiva sobre os rumos da economia e da política internacional sem a participação dos países emergentes? O historiador Timothy Garton Ash, colunista do jornal britânico The Guardian, não crê que isso seja possível. E por isso defende que o G8, cuja relevância foi abalada depois da crise mundial iniciada em 2008, encerre definitivamente suas atividades.

Para Ash, o G8 é uma anacrônica sobrevivência do velho ocidente dos tempos da Guerra Fria. Suas origens remontam a reuniões de ministros das finanças e de líderes nacionais de sete economias ocidentais nos anos 1970. Se o G8 não existisse hoje, ninguém sonharia em inventá-lo. Seu negócio central, o gerenciamento da economia global, não pode ser discutido de maneira apropriada sem a presença na mesa de países como China, Índia e Brasil.

Ash afirma que a reunião do G8, cuja segurança envolve 12 mil policiais e militares, “é um monumental desperdício de tempo e dinheiro”, e que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, é a pessoa perfeita para liderar a mudança de paradigma, por conta de sua origem multirracial.

Opiniões como a de Ash são cada vez mais comuns, e mesmo Obama já falou várias vezes sobre a crescente importância do G-20, que inclui muitos emergentes. Mas só o tempo deve dar a países como China, Índia e Brasil a relevância que pretendem. Por enquanto, são os membros do G8 que detêm dois terços do PIB mundial. (ON)

TROFÉU MOTOSERRA DE OURO

Egito reabre fronteira com Faixa de Gaza

Após quatro anos de bloqueio, o Egito reabriu permanentemente neste sábado a principal porta da Faixa de Gaza para o mundo exterior. A reabertura da fronteira em Rafah suspende o bloqueio egípcio que impediu que a maioria da população de 1,5 milhão de pessoas da Faixa de Gaza pudesse viajar para o exterior. O bloqueio, junto com um implementado por Israel na sua fronteira com a Faixa de Gaza, alimentou uma crise econômica no território densamente povoado.

Mas o movimento deste sábado levanta receios em Israel de que os militantes sejam capazes de se locomover livremente para dentro e fora da Faixa de Gaza. Destacando esses receios, o exército israelense afirmou que militantes da Faixa de Gaza lançaram um morteiro em direção a um campo aberto no sul de Israel durante a noite. Não houve feridos e Israel não reagiu ao ataque.

Israel e Egito impuseram o bloqueio depois que o Hamas tomou o controle da Faixa de Gaza, em junho de 2007. O fechamento das fronteiras, que também incluiu duras restrições de Israel ao transporte de cargas e um bloqueio naval, pretendia enfraquecer o Hamas, que se opõe à paz com Israel. Desde a derrubada do presidente do Egito, Hosni Mubarak, em fevereiro deste ano, a nova liderança do país prometeu reduzir o bloqueio e melhorar as relações com o Hamas. Sob o novo sistema, a maioria das restrições será eliminada e um grande número de palestinos poderá cruzar a fronteira todos os dias.

Cerca de 350 pessoas se reuniram em Rafah na manhã deste sábado, quando o primeiro ônibus com passageiros cruzou a fronteira. Duas autoridades egípcias ficaram de guarda perto de uma grande bandeira do país no alto do portão de passagem enquanto o veículo passava. O clima dentro do terminal de ônibus da Faixa de Gaza era tranquilo e os policiais do Hamas pediam que os passageiros registrassem um a um seus documentos de viagem.

Depois de duas horas de operação, Hatem Awideh, diretor-geral da autoridade de fronteira do Hamas, informou que 175 pessoas haviam cruzado a passagem. “Hoje é o marco de uma nova era que nós esperamos que pavimente o caminho para encerrar o cerco e o bloqueio a Gaza”, disse.

Mubarak é multado por corte de comunicações

O ex-presidente egípcio, Hosni Mubarak, foi multado no equivalente a US$ 34 milhões por cortar os serviços de comunicações do país durante o levante popular que levou à sua renúncia.

A multa de 200 milhões de libras egípcias é a primeira decisão prática contrária a Mubarak desde que ele deixou o poder, em fevereiro. Dois outros altos funcionários de seu governo também foram multados.
Mubarak, 83 anos, está detido em um hospital no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh, depois de uma piora em seu estado de saúde. Ele está sendo acusado formalmente pelas mortes de centenas de manifestantes contrários ao seu regime. O ex-presidente também está sendo questionado por supostamente ter acumulado uma grande fortuna durante os quase 30 anos em que esteve à frente do Egito.

Mais de 20 ministros e empresários ligados ao regime de Mubarak foram detidos desde a sua renúncia. Na semana passada, o ex-ministro do Interior Habib al-Adly foi sentenciado a 12 anos de prisão por lavagem de dinheiro e extorsão. O ex-ministro do Interior também é alvo de processos em separado por ordenar que tropas atirassem contra manifestantes. Caso seja condenado, ele pode sentenciado à pena de morte.
Adly também foi multado pela interrupção dos serviços de telefonia e internet egípcios durante os protestos populares. Além dele e de Mubarak, a multa foi aplicada ao ex-primeiro-ministro Ahmed Nazif.

Já Mubarak, junto de seus filhos Alaa e Gamal, foi acusado de “assassinato premeditado” de alguns participantes dos protestos, de acordo com a agência estatal de notícias egípcia. (AE)

Ligações entre cidades vizinhas ficam mais baratas a partir de hoje para 68 milhões de brasileiros

Cerca de 68 milhões de moradores de 560 municípios brasileiros vão pagar mais barato para falar por telefone fixo com municípios vizinhos a partir de hoje (28). Os usuários de 39 regiões metropolitanas e de três regiões integradas de desenvolvimento poderão fazer chamadas para cidades que tenham continuidade geográfica e o mesmo código de área nacional (DDD) ao custo de ligação local.

Os valores das ligações entre fixos e móveis não sofrerão alterações. A mudança nas tarifas faz parte da revisão do regulamento sobre áreas locais para o Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), promovida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

As regiões metropolitanas contempladas no regulamento são: Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Londrina (PR), Maringá (PR), Baixada Santista (SP), Campinas (SP), Belo Horizonte (MG), Vale do Aço (MG), Rio de Janeiro (RJ), Grande Vitória (ES), Goiânia (GO), Vale do Rio Cuiabá (MT), Salvador (BA), Aracaju (SE), Maceió (AL), Agreste (AL), Campina Grande (PB), João Pessoa (PB), Recife (PE), Natal (RN), Cariri (CE), Fortaleza (CE), Sudoeste Maranhense (MA), Belém (PA), Macapá (AP), Manaus (AM), Capital (RR), Central (RR), Sul do Estado (RR), Florianópolis (SC), Chapecó (SC), Vale do Itajaí (SC), Norte/Nordeste Catarinense (SC), Lages (SC), Carbonífera (SC) e Tubarão (SC).

Nas regiões metropolitanas de Foz do Rio Itajaí (SC), São Paulo e a Grande São Luís (MA), todos os municípios já são considerados como área local. Também serão incluídas na mudança as áreas de desenvolvimento integrado que incluem o Distrito Federal e as cidades do Entorno (DF/GO/MG), o polo de Petrolina e Juazeiro (PE/BA) e a Grande Teresina (PI).

A lista de todas as localidades contempladas com a mudança pode ser acessada na página da Anatel na internet.

PSDB elege executiva nacional e novo conselho político

A convenção nacional do PSDB hoje (28), na capital federal, reelegeu o deputado Sérgio Guerra (PE) para a presidência do partido. Os convencionais também escolheram o ex-senador Tasso Jereissati (CE) para a presidir o Instituto Teotônio Vilela (ITV) – órgão de estudos e formação política do partido, com orçamento próprio e gestão independente.

A cúpula tucana anunciou ainda a formação do novo conselho político do partido, que inclui o ex-governador de São Paulo José Serra, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, o senador mineiro Aécio Neves, o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o governador de Goiás, Marcone Perilo.

O presidente Sérgio Guerra anunciou ainda que os ajustes necessários para o novo conselho, que deverá ter poder de deliberação na executiva nacional, serão feitos posteriormente. Guerra procurou demonstrar consonância com os discursos de Aécio Neves e José Serra e voltou a afastar os rumores de racha interno no partido. “O PSDB nunca esteve dividido. Essa afirmação é uma fraude. Sempre nos unimos”, disse.

As notícias sobre o que seria uma disputa de poder entre o senador mineiro e o ex-governador de São Paulo também foram negadas pelos dois em discursos anteriores ao de Sérgio Guerra. A presidência do Instituto Teotônio Vilela, que teria sido almejada por Serra e oferecida a Jereissati pelo grupo de Aécio Neves, estaria entre os principais pontos de discórdia. (AE)

Para cientistas, novo Código Florestal poderá agravar questões climáticas


Quatro dos cientistas brasileiros que fazem parte do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas (ONU), alertaram para o possível agravamento sobre o clima com a entrada em vigência da atual versão do Código Florestal aprovada pela Câmara. Segundo eles, o aumento da pressão sobre as áreas de florestas comprometerá os compromissos internacionais firmados em 2009 pelo Brasil na Conferência de Copenhague, de diminuir em até 38,9% a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia até 2020.

Os cientistas, que são ligados à Coordenação de Programas de Pós-Gradução de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), falaram sobre o assunto durante um seminário que abordou as conclusões de um relatório do IPCC sobre energias renováveis, realizado na última quinta-feira (26).
Para a cientista Suzana Kanh, as posições internacionais assumidas pelo país serão prejudicadas, se o Senado não mudar o texto do código aprovado pela Câmara ou se a presidenta da República, Dilma Rousseff, não apresentar vetos. “O impacto do código é muito grande, na medida em que o Brasil tem a maior parte do compromisso de redução de emissão ligada à diminuição do desmatamento. Qualquer ação que fragilize esse combate vai dificultar bastante o cumprimento das metas brasileiras”, afirmou.
A cientista alertou que haverá mudanças climáticas imediatas no Brasil e na América do Sul com o aumento da derrubada de florestas para abrir espaço à agricultura e à pecuária, como vem ocorrendo no Cerrado e na Amazônia. “Com o desmatamento, há o aumento da liberação de carbono para a atmosfera, afetando o microclima, influindo sobre o regime de chuvas e provocando a erosão do solo, prejudicando diretamente a população”.
O cientista Roberto Schaeffer, professor de planejamento energético da Coppe, disse que a entrada em vigor do Código Florestal, como aprovado pelos deputados, poderá prejudicar o investimento que o país faz em torno dos biocombustíveis, principalmente a cana, como fontes de energia limpa. “Hoje os biocombustíveis são entendidos como uma das alternativas para lidar como mudanças climáticas. No momento em que o Brasil flexibiliza as regras e perdoa desmatadores, isso gera desconfiança sobre a maneira como o biocombustível é produzido no país e se ele pode reduzir as emissões [de GEE] como a gente sempre falou”, disse.
O geógrafo Marcos Freitas, que também faz parte do IPCC, considerou que o debate em torno do código deveria ser mais focado no melhor aproveitamento do solo, principalmente na revitalização das áreas degradadas. “O Brasil tem 700 mil quilômetros quadrados de terra que já foi desmatada na Amazônia, e pelo menos dois terços é degradada. Se o código se concentrasse nessa terra já seria um ganho, pois evitaria que se desmatasse o restante. A área de floresta em pé é a que preocupa mais. Pois a tendência, na Amazônia, é a expansão da pecuária com baixa rentabilidade”, afirmou.
Para ele, haverá impactos no clima da região e do país, se houver aumento na devastação da floresta decorrente do novo código. “Isso é preocupante, porque a maior emissão [de GEE] histórica do Brasil, em nível global, tem sido o uso do solo da Amazônia, que responde por cerca de 80% de nossas emissões. Nas últimas conferências [climáticas], nós saímos bem na foto, apresentando cenários favoráveis à redução no desmatamento na região. Agora há uma preocupação de que a gente volte a níveis superiores a 10 mil quilômetros quadrados por ano”.
A possibilidade de um retrocesso ambiental, se mantida a decisão da Câmara sobre o código, também foi apontada pelo engenheiro Segen Estefen, especialista em impactos sobre os oceanos. “Foi decepcionante o comportamento do Congresso, uma anistia para quem desmatou. E isso é impunidade. Uma péssima sinalização dos deputados sobre a seriedade na preservação ambiental. Preponderou a visão daqueles que têm interesse no desmatamento. Isso sempre é muito ruim para a imagem do Brasil”, disse.
O diretor da Coppe, Luiz Pinguelli, enviou uma carta à presidenta Dilma, sugerindo que ela vete parte do código, se não houver mudanças positivas no Senado. Secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Pinguelli alertou para a dificuldade do país cumprir as metas internacionais, se não houver um freio à devastação ambiental.
“O problema é o aumento do desmatamento em alguns estados, isso é um mau sinal. Com a aprovação do código, poderemos estar favorecendo essa situação. Seria possível negociar, beneficiando os pequenos agricultores. Mas o que passou é muito ruim”, afirmou Pinguelli, que mantém a esperança de que o Senado discuta com mais profundidade a matéria, podendo melhorar o que foi aprovado na Câmara.

 
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