sábado, 28 de maio de 2011

Egito reabre fronteira com Faixa de Gaza

Após quatro anos de bloqueio, o Egito reabriu permanentemente neste sábado a principal porta da Faixa de Gaza para o mundo exterior. A reabertura da fronteira em Rafah suspende o bloqueio egípcio que impediu que a maioria da população de 1,5 milhão de pessoas da Faixa de Gaza pudesse viajar para o exterior. O bloqueio, junto com um implementado por Israel na sua fronteira com a Faixa de Gaza, alimentou uma crise econômica no território densamente povoado.

Mas o movimento deste sábado levanta receios em Israel de que os militantes sejam capazes de se locomover livremente para dentro e fora da Faixa de Gaza. Destacando esses receios, o exército israelense afirmou que militantes da Faixa de Gaza lançaram um morteiro em direção a um campo aberto no sul de Israel durante a noite. Não houve feridos e Israel não reagiu ao ataque.

Israel e Egito impuseram o bloqueio depois que o Hamas tomou o controle da Faixa de Gaza, em junho de 2007. O fechamento das fronteiras, que também incluiu duras restrições de Israel ao transporte de cargas e um bloqueio naval, pretendia enfraquecer o Hamas, que se opõe à paz com Israel. Desde a derrubada do presidente do Egito, Hosni Mubarak, em fevereiro deste ano, a nova liderança do país prometeu reduzir o bloqueio e melhorar as relações com o Hamas. Sob o novo sistema, a maioria das restrições será eliminada e um grande número de palestinos poderá cruzar a fronteira todos os dias.

Cerca de 350 pessoas se reuniram em Rafah na manhã deste sábado, quando o primeiro ônibus com passageiros cruzou a fronteira. Duas autoridades egípcias ficaram de guarda perto de uma grande bandeira do país no alto do portão de passagem enquanto o veículo passava. O clima dentro do terminal de ônibus da Faixa de Gaza era tranquilo e os policiais do Hamas pediam que os passageiros registrassem um a um seus documentos de viagem.

Depois de duas horas de operação, Hatem Awideh, diretor-geral da autoridade de fronteira do Hamas, informou que 175 pessoas haviam cruzado a passagem. “Hoje é o marco de uma nova era que nós esperamos que pavimente o caminho para encerrar o cerco e o bloqueio a Gaza”, disse.

Mubarak é multado por corte de comunicações

O ex-presidente egípcio, Hosni Mubarak, foi multado no equivalente a US$ 34 milhões por cortar os serviços de comunicações do país durante o levante popular que levou à sua renúncia.

A multa de 200 milhões de libras egípcias é a primeira decisão prática contrária a Mubarak desde que ele deixou o poder, em fevereiro. Dois outros altos funcionários de seu governo também foram multados.
Mubarak, 83 anos, está detido em um hospital no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh, depois de uma piora em seu estado de saúde. Ele está sendo acusado formalmente pelas mortes de centenas de manifestantes contrários ao seu regime. O ex-presidente também está sendo questionado por supostamente ter acumulado uma grande fortuna durante os quase 30 anos em que esteve à frente do Egito.

Mais de 20 ministros e empresários ligados ao regime de Mubarak foram detidos desde a sua renúncia. Na semana passada, o ex-ministro do Interior Habib al-Adly foi sentenciado a 12 anos de prisão por lavagem de dinheiro e extorsão. O ex-ministro do Interior também é alvo de processos em separado por ordenar que tropas atirassem contra manifestantes. Caso seja condenado, ele pode sentenciado à pena de morte.
Adly também foi multado pela interrupção dos serviços de telefonia e internet egípcios durante os protestos populares. Além dele e de Mubarak, a multa foi aplicada ao ex-primeiro-ministro Ahmed Nazif.

Já Mubarak, junto de seus filhos Alaa e Gamal, foi acusado de “assassinato premeditado” de alguns participantes dos protestos, de acordo com a agência estatal de notícias egípcia. (AE)

0 comentários :

Postar um comentário

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | belt buckles