sĂ¡bado, 25 de maio de 2013

Final de semana corrido! Ontem reuniĂ£o da ComissĂ£o Estadual da Verdade e participaĂ§Ă£o na gravaĂ§Ă£o de debate da comissĂ£o da Verdade da OAB, e hoje reuniĂ£o com lideranças indĂ­genas para a discussĂ£o sobre a ComissĂ£o Estadual da Verdade e a tarde participaĂ§Ă£o na reuniĂ£o do FĂ³rum Paranaense da Verdade

ReuniĂ£o da ComissĂ£o Estadual da Verdade do Estado do ParanĂ¡
Ontem estive presente a mais uma reuniĂ£o da ComissĂ£o Estadual da Verdade do ParanĂ¡, evento que foi muito produtivo. Nele foi debatido a organizaĂ§Ă£o da oitiva, que acabou jĂ¡ ocorrendo na parte da tarde com depoimento do jornalista e escritor Milton Ivan Heller, autor dos importantes livros de carĂ¡ter histĂ³rico: ” Valmor Weiss – o Prisioneiro da Cela 108”, "Os Ă­ndios e seus Algozes”, “MemĂ³rias de 1964 no ParanĂ¡”, e o principal deles sobre a repressĂ£o polĂ­tica no ParanĂ¡ ,que Ă© a “ResistĂªncia DemocrĂ¡tica – A RepressĂ£o no ParanĂ¡!”. Em um substancioso depoimento de duas horas Milton Ivan relatou os fatos fazendo a descriĂ§Ă£o minuciosa da sua militĂ¢ncia, da cassaĂ§Ă£o do registro de Jornalista com a instituiĂ§Ă£o do Golpe e lhe impediu de exercer a sua profissĂ£o de ofĂ­cio, o jornalismo. Citou os nomes das vitimas do golpe de 64, e dos seus algozes praticantes violações dos direitos humanos (sequestros, torturas, etc.). Como relatou sobre a perseguiĂ§Ă£o realizada pelo regime ditatorial contra as entidades sindicais,  como o Sindicato dos BancĂ¡rios de Curitiba, Sindicato dos Jornalistas, etc.. TambĂ©m abordou sobre sua militĂ¢ncia no partido Comunista do Brasil (PCB), SeĂ§Ă£o Brasileira da Internacional, Ele tambĂ©m disse que esta na fase final de um livro sobre os 50 Anos do Golpe Militar. A oitiva foi dirigida por Marcio Kieller, que alĂ©m de membro da ComissĂ£o Ă© historiador e vice presidente estadual da CUT ParanĂ¡.

Outro ponto muito importante que constou na pauta da reuniĂ£o da ComissĂ£o foi a futura audiĂªncia pĂºblica, que ocorrerĂ¡ no final de junho em Foz do iguaçu. Para tratar desta agenda estiveram presentes como convidados o Aluizio Palmar, ex-preso polĂ­tico, militante ativo na Ă¡rea dos direitos humanos, jornalista, escritor e blogueiro,  e o representante da ministra Maria do RosĂ¡rio, da Secretaria de Direitos Humanos da PresidĂªncia da RepĂºblica, que veio para tratar da terceira busca dos corpos dos quadros polĂ­ticos da VPR assassinados pela repressĂ£o dentro do Parque Nacional do Iguaçu. Triste episĂ³dio que ficou conhecido como o "Massacre de Medianeira": emboscada e assassinato promovido pela OperaĂ§Ă£o Condor contra seis militantes da Vanguarda Popular RevolucionĂ¡ria (VPR) em 1974, ocorrido na Estrada do Colono (Parque Iguaçu), atual municĂ­pio de SerranĂ³polis do Iguaçu. Fato histĂ³rico tĂ£o bem relatado pelo grande polĂ­tico, e lenda viva, o escritor AluĂ­sio Palmar em seu histĂ³rico livro "Onde foi que vocĂªs enterraram nossos mortos", obra que deve ser lida por todos os querem saber com profundidade sobre a luta da esquerda armada contra um inimigo poderoso, cruel, assassino e inescrupuloso, o ditatorial estado brasileiro implantado pelo golpe de 64. Este serĂ¡ um dos casos a serem analisados pela AudiĂªncia que ocorrerĂ¡ em Foz do Iguaçu, onde tambĂ©m ex-agentes do aparelho clandestinos de terror a serviço do estado ditatorial serĂ£o convocados a deporem nas oitivas.
AluĂ­zio Ferreira Palmar nasceu em 1943, em SĂ£o FidĂ©lis, Estado do Rio de Janeiro. Em sua juventude estudou CiĂªncias Sociais na Universidade Federal Fluminense e, devido Ă  sua militĂ¢ncia revolucionĂ¡ria, foi preso e banido do paĂ­s. Dissidente do PCB fluminense, liderou a primeira tentativa de luta armada contra o regime no final dos anos 1960. Foi o organizador do MR-8, o Movimento RevolucionĂ¡rio 8 de Outubro, assim chamado em homenagem a Che Guevara, assassinado nessa data em 1967, na BolĂ­via. Palmar foi um dos 70 presos polĂ­ticos trocados pelo embaixador da Suíça  Giovanni Bucher, em janeiro de 1971.
Com a anistia voltou ao Brasil e se radicou em Foz do Iguaçu, onde começou suas atividades como jornalista profissional trabalhando no semanĂ¡rio Hoje Foz. Em 1980 criou o semanĂ¡rio Nosso Tempo, conhecido por sua linha editorial rebelde e alternativa. Atuou ainda em outros meios de comunicaĂ§Ă£o do Estado do ParanĂ¡ e Curitiba.

Mais sobre AluĂ­zio e seu livro:

Site Documentos Revelados:


Depoimento para a novela Amor e RevoluĂ§Ă£o:


GravaĂ§Ă£o do debate promovido pela ComissĂ£o da Verdade da OAB/PR na UNIBRASIL

Para este debate foram convidados os ex-presos polĂ­ticos AluĂ­zio Palmar, Narciso Pires e JosĂ© Carlos Mendes, o moderador foi o Daniel Godoy, dirigente da OAB. LĂ¡ tambĂ©m esteve presente a Carol Proner, professora doutora em Direito Internacional Carol Proner e conselheira da ComissĂ£o Nacional de Anistia.

O debate fluiu muito bem, tal era o grau de sintonia entre os debatedores, como pela Ă³tima moderaĂ§Ă£o do mediador Daniel Godoy. 

O interessante deste evento foram as, embora convergentes, visões diferenciadas entre os debatedores sobre os mesmos fatos, jĂ¡ que dois deles estiveram exilados, o AluĂ­zio e o Mendes, e o Narciso Pires, atual presidente do Grupo Tortura Nunca Mais do ParanĂ¡ e ex-presidente do ComitĂª Brasileiro pela Anistia do ParanĂ¡, permaneceu no paĂ­s como quadro da luta polĂ­tica pela democratizaĂ§Ă£o. A riqueza de informações foi muito grande. O JosĂ© Carlos esteve exilado no Chile, participou da resistĂªncia ao golpe de estado promovido pelo Pinochet. Depois do golpe consolidado conseguiu asilo na embaixada da Holanda, paĂ­s que o recebeu como refugiado polĂ­tico. Depois da RevoluĂ§Ă£o dos Cravos imigrou para Portugal, de onde retornou ao Brasil junto com Leonel Brizola. Durante o exĂ­lio AluĂ­zio morou em vĂ¡rios paĂ­ses, sendo que a localizaĂ§Ă£o destes em sua maioria foi na America do Sul, como viveu por um longo tempo na clandestinidade no Brasil. Estes olhares por Ă¢ngulos diferenciados sobre um mesmo objeto de anĂ¡lise, no caso a ditadura e os que resistiram ao arbĂ­trio, fez com que este debate fosse uma verdadeira aula de geopolĂ­tica.



ReuniĂ£o no MP

MobilizaĂ§Ă£o indĂ­gena ocorrida em BrasĂ­lia, promovida pela Arpin Sul e outras entidades indĂ­genas, contra a portaria 303 e a PEC 215

Logo cedo estivemos presentes em uma produtiva reuniĂ£o ocorrida na sede do MinistĂ©rio PĂºblico Estadual, a pauta era sobre a participaĂ§Ă£o dos indĂ­genas Kaingangs, Guaranis e XetĂ¡s nos debates da ComissĂ£o da Verdade, a criaĂ§Ă£o da ComissĂ£o IndĂ­gena da Verdade, como tambĂ©m sobre a danosa e eugenista PEC -303, publicada pela Advocacia Geral da UniĂ£o (AGU) em 16 de julho de 2012.

 O propĂ³sito da inconstitucional portaria 303 Ă© restringir os direitos dos Ă­ndios, que sĂ£o garantidos pela ConstituiĂ§Ă£o Federal e por instrumentos internacionais, como a ConvenĂ§Ă£o 169 da OIT, que Ă© lei no paĂ­s desde 2004. EstĂ¡ PEC tambĂ©m fere a DeclaraĂ§Ă£o da ONU sobre os direitos dos Povos IndĂ­genas. A portaria da AGU serviu de base para que a bancada ruralista no Congresso Nacional apresentasse a PEC 215, que visa tirar o direito dos Povos IndĂ­genas as terras, como faz a FUNAI perder o poder de demarcar as reservas. Este poder passaria aos estados e municĂ­pios, instĂ¢ncias de poder onde os grandes fazendeiros exercem um enorme poder de pressĂ£o.

Participaram da reuniĂ£o servidores do MP, representantes das universidades Unioeste e PUC, e principalmente Rildo Mendes (liderança Kaingang) e Marcos Mariano de Moraes (liderança Guarani), ambos sĂ£o dirigentes da Arpin Sul (ArticulaĂ§Ă£o do Povos IndĂ­genas da RegiĂ£o Sul). 



ReuniĂ£o do FĂ³rum Paranaense de Resgate da Verdade, MemĂ³ria e Justiça


Foi muito boa a reuniĂ£o do FĂ³rum, nela foram tratados diversos assuntos, entre eles o banco de dados que estĂ¡ sendo montado pela UFPR para abrigar todas as informações, documentos, fotos, teses, etc. relativas ao perĂ­odo de terror implantado pela ditadura militar e as lutas pela sua derrubada e pelo retorno ao Estado de Direito, como tambĂ©m sobre as atuais lutas da Sociedade Brasileira em busca da Verdade.

Em outro ponto da pauta foi debatido o assunto relativo a mudança dos nomes de ruas e outros logradouros pĂºblicos que estejam denominados por nomes de ex-criminosos que tenha cometido ou ordenado o imprescritĂ­vel crime hediondo de tortura, ou prisões ilegais precedidas de sequestros, como assassinatos de presos polĂ­ticos que deveriam estar sob as guarda e segurança por parte do estado.

TambĂ©m foi debatido as ações de continuidade na implantaĂ§Ă£o do Museu de Percurso dos Caminhos da ResistĂªncia, cujos marcos estarĂ£o localizados em vĂ¡rios pontos da capital do estado. 

 
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