quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Negros, vítimas esquecidas do nazismo


Soldados africanos (Infantaria Senegalesa) embarcando para participarem da libertação da França das mãos dos nazistas

As pessoas de cor também estiveram na mira de Hitler, mas poucos historiadores cuidam do tema, apresentado agora pela primeira vez numa exposição no Centro de Documentação do Nazismo, em Colônia.

Início dos anos 30 na Alemanha. Os rádios transistorizados tocam jazz. Josephine Baker dança suas criações, que se tornariam lendárias. Nos salões de baile na capital alemã, as pessoas dançam entusiasmadas o ritmo da moda. Música negra é chique, moderna, na República de Weimar. Composta por Ernst Krenek, a ópera Jonny spielt auf, sobre um músico negro de jazz, torna-se um sucesso em 1927.
Josephine Baker, 1936
Mas a vida de quem tem pele de cor na Alemanha passa a ser cada vez mais perseguida pela sombra do nazismo e suas idéias desvairadas sobre o "puro" povo alemão. Ao lado dos judeus e dos políticos oposicionistas, os negros eram um cisco no olho ariano de Hitler e seus homens. E assim o destino de todos eles foi sacramentado pela Lei das Raças, de 1933.
Esta parte da história alemã está apresentada agora na primeira exposição do mundo sobre o tema. "Identificação especial: preto – Negros no Estado Nazista" (Besonderes Kennzeichen: Neger – Schwarze im NS-Staat) reúne pôsteres, panfletos, filmes, áudios e fotos e está à disposição do público num local mais do que autêntico: o Centro de Documentação do Nazismo em Colônia. O velho prédio pertenceu à Gestapo, a polícia secreta de Hitler, que ali interrogava e torturava suas vítimas.
Soldados franceses no campo de prisioneiros de guerra de Luckenwalde
Passado desprezado – Até hoje a história do negros que viviam na Alemanha antes da subida ao poder dos nazistas permanece desconhecida do grande público. Naquela época, não era apenas através da cultura que os negros se sobressaíam, mas também com sua presença nas ruas: imigrantes do Caribe, africanos, norte-americanos negros que haviam fugido da crise econômica nos EUA para a Alemanha, diplomatas, imigrantes das colônias e marinheiros. Idealizador da exposição, Peter Martin, da Fundação de Incentivo à Cultura e Ciência, de Hamburgo, estima em 10 mil o número de pessoas de cor residentes na Alemanha naquela época.
"Perigosa peste", segundo a propaganda nazista
Eram negras e negros que haviam construído suas vidas na Alemanha, se casado com alemães e alemãs e com eles gerado filhos – os chamadosRheinlandbastarde (bastardos da Renânia). Muitos deles foram mais tarde esterilizados à força pelos nazistas. A máquina de propaganda nazista atacava as pessoas de cor. Eram rotuladas como uma perigosa peste. E assim elas sumiram da vida pública. O que restou foi uma montanha de papéis da burocracia. As pessoas simplesmente desapareceram, segundo Martin, que há anos dedica-se à história da minoria negra na Europa.
Negro ataca uma mulher em cartaz de propaganda
Destino ignorado – O denuncismo, sobretudo através da imprensa, estava na ordem do dia. Cartazes apresentavam os negros como um perigo para as mulheres alemães. O que aconteceu com a maioria deles, de 1933 a 1945, é difícil de saber. Muitos conseguiram deixar o país a tempo. Outros foram enviados para os campos de concentração. Não poucos serviram de cobaias para pesquisas dos nazistas.
Campo de concentração de Dachau, 1945
Talvez tenham sido centenas, possivelmente milhares os que morreram. Em apenas 15 a 20 casos os historiadores encontraram provas de assassinato por nazistas, ressalta Martin, que conseguiu montar a atual mostra graças a donativos financeiros de Jan Philipp Reemtsma, realizador da polêmica exposição Crimes da Wehrmacht.

DW.DE

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

PESSUTI(PMDB) ACUSA REQUIÃO(PMDB) DE TRAIÇÃO AO PMDB

O deputado federal João Arruda, ex-secretário geral do PMDB, ironiza, no tuíter, os ex-aliados: “Estou com pena dos deputados estaduais. Me solidarizo com as viúvas porcinas do PMDB. Aquelas que foram sem nunca ter sido”. Orlando Pessuti, atual secretário geral, comenta neste blog que “o amigo deputado João Arruda precisa ser lembrado, quando fala em negociação pra lá ou pra cá, quem sempre foi vendilhão do PMDB foi o tio dele Roberto Requião. Digo isso porque em 1989 Requião não apoiou Ulisses Guimarães;  porque em 1994 o Requião impediu a candidatura de Elias Abrão a prefeito de Curitiba pelo PMDB e apoiou outro partido; em 2004 impediu a candidatura de Gustavo Fruet a prefeito de Curitiba pelo PMDB e apoiou o PT. Em 2010 impediu minha candidatura a governador pelo PMDB e apoiou o PDT. Quem sempre trabalhou contra os interesses do PMDB foi sempre o Requião”. (CC)

sábado, 19 de janeiro de 2013

O que move Sérgio Cabral contra os índios?


Marcelo Auler (JB)
A cena protagonizada no sábado (12) por policiais militares do Batalhão de Choque, fortemente armados e com uniformes típicos de confronto, cercando um prédio onde estavam indígenas munidos de arco e flecha, pode parecer bisonha em pleno século XXI, mas além do ridículo da situação, demonstra a maneira pouco democrática com que o governo do estado do Rio de Janeiro conduz a questão da reforma do Estádio do Maracanã.
Naquele estádio, em 16 de julho de 1950, o Brasil se viu derrotado na Copa do Mundo quando, na final, o uruguaio Alcides Ghiggia marcou o gol da virada que deu ao país vizinho seu segundo e último título de campeão mundial.  Anos mais tarde, de forma irônica, o jogador comentou a façanha destacando que “apenas três pessoas, com um único gesto, calaram um Maracanã com 200 mil pessoas: Frank Sinatra, o papa João Paulo II e eu”.
Isto apenas mostra que o Maracanã, ao longo dos seus 62 anos, já recebeu públicos variados. Na época em que suas arquibancadas eram corridas – sem cadeiras individuais – e que existia a famosa “geralzona”, onde o público – a maioria pobre, mas não apenas eles – assistia aos jogos em pé, ao redor do campo, o Estádio Mário Filho abrigou facilmente quantidade muito superior aos 100 mil torcedores.
O governador Sérgio Cabral Filho, vascaíno doente e descendente de um jornalista que além do samba é vidrado no futebol, certamente quando criança e jovem esteve em jogos que tenham atraído esta multidão de admiradores do esporte. Sempre em quantidade muito superior aos 76 mil espectadores que o estádio abrigará, por exigência da Fifa, na Copa do Mundo de 2014, após a reforma que está instalando cadeiras individuais nas antigas arquibancadas.
Uma reforma que foi decidida entre quatro paredes, sem a participação do público, nem nenhum tipo de consulta mais aberta a especialistas ou órgãos de classe. Prevaleceram os interesses da Fifa, da CBF, na época presidida por Ricardo Teixeira que, todos sabem, comandou a entidade movido por propósitos nem sempre muito claros, e pelos governantes do Rio, Sérgio Cabral à frente. Mas a reforma está sendo sustentada com dinheiro público, de bancos oficiais, ou seja, em última instância, pelos impostos que os torcedores – aqueles que não foram jamais ouvidos – recolhem.
Curiosamente, o projeto estipulado entre quatro paredes e sem a participação popular decidiu pela impossibilidade de convivência entre o estádio reformado e um prédio erguido naquela região muito antes de se pensar em ali se instalar um estádio de futebol.
Datado de 1862, portanto com mais de 150 anos, o prédio do antigo Museu do Índio não tem valor histórico apenas pela sua construção centenária, mas pelo que abrigou. Foi nele que o marechal Rondon inicialmente, depois com a ajuda do antropólogo Darcy Ribeiro e dos irmãos Villas Boas, traçou e conquistou para o país a política nacional de preservação dos indígenas. Foi ali, por exemplo, que eles juntos travaram a batalha em defesa do Parque Nacional do Xingu que, como o filme de mesmo nome acaba de mostrar a milhões de pessoas, tanto nas salas de cinema quanto pela Rede Globo, garantiu a sobrevivência de diversas nações indígenas. E ali se manteve uma tradição indígena, fazendo do prédio abrigar a Aldeia Maracanã, que se transformou em referência para os índios no Rio de Janeiro.
A convivência entre o prédio com 150 anos e o estádio com 62 anos sempre foi pacífica. Mesmo tendo abrigado algumas vezes até 200 mil pessoas, não há registro de que o antigo prédio tenha atrapalhado a hoje denominada “mobilidade urbana”. Estas duas centenas de milhares de pessoas entraram e saíram do estádio Mário Filho sem maiores pertubações, às vezes incomodadas apenas pelos congestionamentos causados por carros particulares transportando quantidade ínfima de passageiros.
Ora, se no passado por ali circularam sem maiores problemas duas centenas de milhares de pessoas, sejam torcedores, fiéis que foram ver o papa ou fãs de Frank Sinatra, por que motivos há de se alegar que o prédio atrapalhará a “mobilidade urbana” em jogos onde são esperados muito menos espectadores?
Fala-se da necessidade de construção de um grande estacionamento. Ou seja, mais uma vez as autoridades priorizam o transporte individual, quando na verdade, em nome da “mobilidade” e até da defesa do meio ambiente, deveriam se preocupar não em derrubar um prédio, que em nada atrapalha o ir e vir dos torcedores, mas sim criar corredores exclusivos de ônibus para que estes, ao lado dos trens da SuperVia e do Metrô garantam o escoamento do publico sem maiores congestionamentos.
Na verdade, toda esta mobilização do governo, inclusive utilizando soldados do Batalhão de Choque que vivenciaram o ridículo papel de cercarem uma aldeia cujos índios possuíam apenas arcos, flechas e, talvez, tacapes improvisados, leva a crer que o governo de Sérgio Cabral está sendo movido por outros interesses.
O que se percebe é a vontade de limpar a área para que a iniciativa privada possa explorar a região com estacionamentos que terão preços abusivos e shoppings onde o chamado mercado irá faturar em cima dos 76 mil torcedores esperados nos jogos da Copa do Mundo. Por detrás disto, consta, estariam também os interesses do megaempresário Eike Batista, aquele que emprestava aviãozinho para os passeios do senhor governador.
Por conta de interesses não dos mais nobres é que toda a história do velho e centenário prédio onde outrora se desenhou a política indigenista do país e, por isto, abrigou o Museu do Índio e tornou-se referência para as tribos indígenas, está sendo jogada no lixo. O pior é que tudo pode acontecer com a omissão ou mesmo a participação do Judiciário Federal fluminense, uma vez que partiu da presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, Maria Helena Cisne, a decisão de suspender a liminar que impedia a remoção da aldeia indígena. Ainda há tempo de se evitar que se jogue um pedaço da História do Brasil na lata do lixo. Por enquanto, apenas a Defensoria Pública da União, alguns poucos políticos e movimentos sociais tentam evitar isto. Mas, quem sabe, outras entidades não despertarão do sono profundo no raiar desta segunda-feira, antes do governador promover nova cena dantesca, mandando fuzis e metralhadoras cercarem arcos, flechas, tacapes e parte da História do Brasil?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Paraná cria o conselho dos povos indígenas e comunidades tradicionais

O governador Beto Richa sancionou a lei que cria o Conselho Estadual de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais, que passará a funcionar na estrutura da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos. Segundo a secretária Maria Tereza Uille Gomes, o objetivo é desenvolver um diálogo entre as secretarias e órgãos de Estado com a sociedade civil para construir as políticas públicas voltadas a essas populações. 

Integrado por 29 membros, o novo conselho será um órgão colegiado, consultivo, deliberativo e fiscalizador, coordenado pela Secretaria Especial de Relações com a Comunidade. “Entre suas diversas atribuições estão a de propor subsídios para a elaboração de leis e incentivar e apoiar a realização de eventos, estudos e pesquisas de interesse desses povos e comunidades”, explica José Antônio Peres Gediel, coordenador do Departamento de Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria da Justiça, onde o novo conselho ficará administrativamente vinculado. 


Para a composição do conselho, são reconhecidos como povos indígenas e comunidades tradicionais, segundo a lei, benzedeiras e benzedores, ciganas e ciganos, cipozeiras e cipozeiros, comunidades de terreiro – religiões de matriz africana, faxinalenses, ilhéus, indígenas, pescadoras e pescadores artesanais e ribeirinhos, quilombolas, entre outros que se autorreconheçam. Esses grupos sociais ocuparão 12 postos titulares. Os quilombolas terão duas vagas. Os indígenas vão dividir outras duas vagas, uma para Guarani e outra para Caingangue. As demais comunidades ocuparão uma vaga cada. 


Outras 12 vagas serão ocupadas por representantes das seguintes secretarias: Justiça; Relações com a Comunidade; Segurança Pública; Cultura; Educação; Saúde; Emprego; Trabalho e Economia Solidária; Família e Desenvolvimento Social; Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Agricultura e Abastecimento; e Infraestrutura e Logística. As demais cinco vagas serão ocupadas pelo Ministério Público do Paraná, Ministério Público Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO). 


CONSELHOS - Este é o décimo conselho estadual que integra a estrutura administrativa da Secretaria da Justiça. Os conselhos em funcionamento são dos Direitos Humanos (Coped), Direitos do Idoso (Cedi), Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Coede), Defesa do Consumidor (Condef), Mulher (Cemp), Políticas Públicas Sobre Drogas (Conesd), Penitenciário (Copen), Gestor do Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos (CEG/Feid), e Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (Provita/PR). 


Também integram a estrutura da Justiça o Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçados de Morte (PPCAAM), o Comitê Estadual de Refugiados e Migrantes (CERM), o Comitê de Elaboração do Plano Estadual LGBT, o Núcleo Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Paraná (NETP/PR) e a Comissão Estadual da Verdade do Paraná.

Tupã: Prefeitura se reúne com delegado para tratar sobre melhorias no trânsito da cidade


Com uma frota superior a 43 mil veículos, segundo dados do Departamento Nacional de Transito, Denatran, e um sistema viário e de sinalização de trânsito que gera muitas reclamações por parte dos motoristas e que necessita passar por estudos e reformulações, a Prefeitura de Tupã está priorizando os debates e reuniões sobre este sistema. 


Com a criação da Secretaria Municipal de Segurança e Trânsito, a prefeitura sinaliza que pretende dedicar atenção especial a melhoria no sistema, visto que em Tupã, segundo o mesmo levantamento do Denatran, existe um veículo para cada 1,5 morador, o que é uma média extremamente alta e requer estudos, manutenção e modificações constantes. 

Para que as futuras modificações atendam o interesse popular e atinjam de forma positiva o maior número de pessoas, a prefeitura está dialogando com todos os setores da comunidade, visando promover alterações importantes. Nesta semana o vice prefeito Thiago Santos e o Secretário de Trânsito, José Romero Sobrinho, receberam o delegado Roberto José Fernandes Bonfim, responsável pela Ciretran de Tupã, para ouvir suas propostas e sugestões. 

Thiago ressaltou que é muito importante ouvir os segmentos da comunidade que atuam junto ao trânsito e que podem contribuir muito para proporcionar as melhorias que a população solicita. "Nós precisamos ouvir a todos, não podemos tomar decisões de gabinete e achar que serão boas para a população. Precisamos que todos dêem suas sugestões, principalmente quem usa diariamente nossas ruas", enfatizou o vice-prefeito. 

Com relação as modificações, Thiago disse que o prefeito Manoel Gaspar pediu prioridade nos trâmites e nas discussões para que o sistema pode ser melhorado. "O prefeito quer a participação do Conselho Municipal de Trânsito e de todos que utilizam o sistema, para promover estudos nos pontos mais críticos e dar início o quanto antes a implementação das melhorias", garantiu o vice prefeito.  (TC)

Gladimir Nascimento é o secretário de Comunicação de Fruet


O jornalista Gladimir Nascimento será o novo secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Curitiba, anunciou o prefeito Gustavo Fruet. Gladimir, 46 anos de idade e 25 de jornalismo é unanimidade na praça como ótimo profissional. Domina todos os meios e todas as linguagens. Respeitadíssimo. Graduado em Comunicação Social (UFPR), especialista em Sistema de Gestão Ambiental (PUC-PR) e mestre em Tecnologia e Meio Ambiente (UTFPR).
Foi tudo e mais um pouco no jornalismo.Repórter, pauteiro, editor, colunista, apresentador e diretor em vários veículos de Curitiba: entre outros, rádios Independência, CBN, 96 Rock; TVs Band, RPC, OM/CNT e Iguaçu. Foi professor de Radiojornalismo e Jornalismo Ambiental na Unibrasil e na Universidade Tuiuti.
Em 2009 assumiu a assessoria de comunicação do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná e desde 2011 está no Conselho Nacional de Justiça, em Brasília. (Fábio Campana)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Aos 62 anos faleceu o advogado e militante político Edson Feltrin

Na manhã de hoje, quinta-feira (17), vitima de uma pneumonia, faleceu o advogado Edson Feltrin.

Ele foi um dos principais coordenadores da campanha do atual prefeito Gustavo Fruet, da qual saiu muito adoentado, sofrendo de pneumonia. Há muitos anos atrás o Feltrin já tinha tido uma forte doença pulmonar, tendo tirado parte de um dos pulmões.

Muito jovem o secundarista Edson Feltrin começou a sua militância no POC (Partido Operário Comunista). Perseguido pela ditadura foi preso, e depois da democratização anistiado.

Feltrin também participou ativamente do MDB, passou por outros partidos, e atualmente militava no PDT, do qual era secretário municipal em Curitiba. Ele também exercia a função de presidente da FEMOTIBA.

Nota de pesar do prefeito Gustavo Fruet:

"Com pesar, recebo a informação do falecimento do companheiro Edson Feltrin – membro da Executiva do PDT e presidente da Federação das Associações de Moradores de Curitiba (Femotiba). Registro aqui que conversei com Edson Feltrin na véspera de seu internamento e que sua participação na minha equipe na administração municipal já estava definida. A Executiva pedetista sempre esteve a par deste convite. Finalizo me solidarizando a seus familiares neste momento."

*O corpo de Edson Feltrin será velado a partir das 16hs de hoje, na Capela 1 do Cemitério Municipal. O sepultamento será sexta-feira (18/01) em Maringá, sua cidade natal.




Corrupção nas ligas deixa Fifa assustada

O crime organizado estaria trocando o tráfico de drogas por "investimentos" no futebol e pelo menos 50 campeonatos nacionais poderiam estar sendo alvo da ação desses grupos. O alerta foi lançado ontem pela Fifa, às vésperas de um encontro hoje em Roma sobre a manipulação de resultados e a compra de jogadores, técnicos e árbitros pelo crime. A entidade quer reforçar a luta contra a prática diante da aproximação da Copa de 2014.


Segundo o chefe de segurança da Fifa, Ralf Mutschke, nenhuma federação está protegida diante dos lucros que o futebol vem gerando aos grupos criminosos. Mutschke revelou ter se reunido com integrante de uma quadrilha, já condenado por pagar por resultados de partidas, e se surpreendeu com o tamanho das operações pelo mundo.
"Conheci um agente condenado aqui em Zurique e ele me disse que os criminosos estão migrando do tráfico de drogas para a manipulação de resultados por causa do baixo risco e do alto lucro", afirmou Mutschke.
Segundo ele, aliados de criminosos hoje já estão infiltrados em federações em todo o mundo, ajudando a comprar resultados. "Eu diria que cerca de 50 diferentes ligas nacionais de fora da Europa estão sendo analisadas por organizações criminosas para o mercado de apostas", indicou o ex-funcionário da polícia federal da Alemanha e ex-funcionário da Interpol.
Há um ano, a Fifa confirmou ao Estado que a situação no Brasil era considerada preocupante, especialmente nas divisões inferiores de campeonatos regionais. A entidade, naquele momento, indicou que enviaria um agente para investigar a situação no Brasil e na América do Sul. O resultado jamais foi divulgado.
De acordo com a Fifa, já existem casos pelo mundo de árbitros sendo promovidos justamente por estarem colaborando com os grupos criminosos, enquanto clubes passaram a ser controlados por mafiosos.
Nos últimos anos, a Fifa vem alertando que a manipulação de resultados se transformou em uma das maiores ameaças ao futebol. Já entidades como a OCDE indicaram que o crime já usa o fato de o futebol ter pouco controle financeiro para ampliar seus lucros.
Prova da audácia dos criminosos é o envolvimento da Finlândia, um país considerado como o menos corrupto do mundo e exemplo de democracia. Ainda assim, um agente em Cingapura conseguiu manipular os resultados no campeonato nacional.
Provas reais do envolvimento do crime organizado já foram dadas também em 2006, quando a Juventus chegou a ser rebaixada por conta de estar envolvida na compra de resultados. Em 2011, uma vez mais o calcio foi tomado por um escândalo que acabou obrigando a suspensão do técnico Antonio Conte, da Juve, e até na prisão do jogador Stefano Mauri, da Lazio.
Outro exemplo foi a investigação lançada na Alemanha e que conseguiu destruir uma vasta rede de apostadores e criminosos na Europa.
Ainda assim, Mutschke admite que a Fifa nem sonha com a ideia de estar vencendo a batalha. Em 2012, a entidade lançou cerca de 20 investigações e o agente de segurança admitiu que o número pode explodir, diante do fato de que cem ligas nacionais estariam vulneráveis.
Para ele, não há como a Fifa lidar com o fenômeno sozinha e precisará da ajuda das polícias nacionais, com garantias de que os culpados serão punidos. A entidade já pediu que a Interpol coloque o assunto no centro de suas estratégias. Segundo ele, só a Fifa teria de monitorar 1,5 mil jogos internacionais por ano.
Na investigação na Alemanha, um árbitro bósnio foi identificado como tendo recebido dinheiro para manipular o resultado do jogo válido pelas Eliminatórias da Copa de 2010, entre Liechtenstein e Finlândia.

Doença do trabalho é pesadelo dos bancários


Enquanto gastos da Previdência Social aumentam com concessão de auxílio- doença, trabalhadores chegam ao limite diante da pressão por metas e assédio moral

 Em 2011, em uma agência em São Paulo, um bancário pensa em pular de um dos andares do prédio. Há anos ele se sentia humilhado, desvalorizado e sofria assédio moral no trabalho. Mesmo assim, segundos antes de desistir da vida, ele pensa na família. Num impulso, volta o corpo para dentro e desiste do suicídio.

O caso choca, porém, situações extremas como essa já foram vividas por muitos bancários e exemplifica o limite do ser humano diante da pressão e humilhação constantes. “Esse tipo de prática caminha junto à cobrança abusiva por metas e são do conhecimento da direção das instituições financeiras. O assédio moral faz muitas vítimas e também gera um prejuízo grande para a Previdência Social”, ressalta a secretária de Saúde do Sindicato, Marta Soares.

Os gastos com concessão de auxílios-doença passaram de R$ 1,51 bilhão em 2008 para R$ 2,11 bilhões em 2011. Os dados da Previdência Social apontam crescimento médio anual de 12% - no acumulado de 2012, até novembro, o valor pago chegou a R$ 2,02 bilhões.

O bancário que decidiu pela vida é um dos que recebe o benefício. Afastado há um ano e em tratamento, ele vive hoje com cerca de 40% menos e tem custos com remédios que chegam a R$ 300. “Fiquei sem receber o salário durante quase dois meses e também sem o benefício, o que acarretou uma série de complicações, como atraso de pagamento de prestações. Precisei fazer um empréstimo”, conta.

Para o advogado especializado em saúde do trabalhador Antônio Rebouças a Previdência Social deveria atuar, com efetividade, na prevenção das doenças relacionadas ao trabalho, adotando políticas amplas que contemplem desde a educação até a fiscalização das empresas. “Deveriam ser incrementadas ações regressivas, hoje propostas de forma relativamente inexpressiva, cobrando das empresas faltosas os gastos com benefícios. Outra providência é que as empresas fossem responsáveis pelos cuidados da reabilitação profissional para valer, o que hoje não ocorre. Há um dano social enorme que não vem merecendo a devida atenção.”

Menos metas, mais saúde - Marta Soares alerta: “É necessário mudar o modelo de gestão dos bancos, pois a categoria está entre as que mais sofrem com doenças mentais associadas ao trabalho”.

Segundo o relatório da Previdência, os auxílios-doença, previdenciários e acidentários, concedidos a trabalhadores por causa de depressão ou transtornos depressivos recorrentes aumentaram, em média, 5% nos últimos cinco anos, superando 82 mil ocorrências anuais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a jornada semanal média dos trabalhadores brasileiros não aumentou ao longo dos últimos quatro anos, mantendo-se em 39,9 horas semanais. No entanto, o estresse é bem maior.

“O Sindicato percebe esse problema há muito tempo, e existe uma luta ininterrupta para mudar a realidade nos bancos. Conquistamos nos últimos anos o instrumento de combate ao assédio moral, o fim da divulgação de rankings individuais e, na última campanha, a manutenção da remuneração para trabalhadores que aguardam a perícia do INSS”, destaca Marta. (FB)

POLÊMICA: Depois dos evangélicos, associação gay pede passaportes diplomáticos

Após conceder passaportes diplomáticos a seis líderes religiosos de igrejas evangélicas, a ABGLT (Associação brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) enviou um ofício ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), exigindo o mesmo direito.

"Tendo em vista que a ABGLT também atua internacionalmente, tendo status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas, além de atuar em parceria com diversos órgãos do Governo Federal, vimos solicitar que sejam concedidos da mesma forma passaportes diplomáticos para os/as integrantes da ABGLT", diz o ofício encaminhado por e-mail.

De acordo com o presidente da ABGLT, se os pastores podem eles também querem. "Claro que a regra diz que esse passaporte é uma excepcionalidade. Mas, se vão dar para todos os pastores evangélicos, nós também queremos. E queremos com os respectivos cônjuges, assim como os bispos e pastores", explica Toni Reis, presidente da ABGLT. O presidente cita ainda que os direitos são iguais e caso o pedido não seja atendido, irão solicitar o Ministério Público. "Queremos a isonomia. Nem menos nem mais, direitos iguais."

Segundo a entidade o objetivo é "realizar um trabalho de promoção e defesa dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais nos 75 países onde ser LGBT é crime e nos sete países onde existe pena da morte para as pessoas LGBT".

Nesta semana, o Ministério das Relações Exteriores concedeu passaporte diplomático a quatro líderes evangélicos da Igreja Internacional da Graça de Deus e da Igreja Evangélica Assembleia de Deus. As portarias, assinadas pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, referem-se a pedidos de outubro e dezembro de 2012 concedeu seis passaportes a líderes religiosos de igrejas evangélicas. Receberam o benefício Romildo Ribeiro Soares --o R.R.Soares-- e Maria Magdalena Bezerra Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, Samuel Cássio Ferreira e Keila Campos Costa, da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, e apóstolo Valdemiro Santiago de Oliveira e sua mulher, Franciléia de Castro Gomes de Oliveira, da Igreja Mundial do Poder de Deus. Os passaportes têm validade de um ano.

Vale lembrar que a presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, Perpétua Almeida (PCdoB-AC), vai pedir explicações ao Ministério das Relações Exteriores sobre os passaportes diplomáticos concebidos aos líderes religiosos evangélicos na próxima semana.

O Brasil que matou Selarón


“Bastou uma fagulha do isqueiro no corpo encharcado de thinner, e pronto: o chileno faz o verão árabe em plena escadaria da Lapa, e ninguém, nenhum mané se deu conta. Evidente que Selarón pegou fogo em vão. Paisinho de merda”

No começo, disseram que foi assassinato motivado por vingança. Agora, especulam que Selarón suicidou-se. Eu creio que foi um pouco dos dois, e daí chego a uma conclusão inusitada: a paisagem que matou o artista chileno.
Ou melhor, a falta de paisagem. Ele não mais fazia parte do Rio de Janeiro que inventou para si quando começou a cobrir de mosaicos a escadaria que liga a Lapa a Santa Teresa. Isso foi no começo dos noventa. Eu costumo dar umas voltas por lá, morei perto da Chácara do Céu, e faz alguns meses descanso meu esqueleto na Glória, cansei de subir e descer aqueles degraus, e em várias oportunidades topei com Selarón e tive o mesmo pressentimento que tenho agora depois de sua morte: um vulto. O pintor e ceramista havia se transformado num vulto melancólico, rojo e contrariado.
Assim, como vulto, que o vislumbrei desde a primeira vez. Eu mesmo outro vulto, só que condenado por uma espécie de deslocamento atemporal, castigado pelo amor das mulheres e pela morte em vida. Digamos que sou uma assombração em carne e osso: um morto-vivo que se arrasta pela Lapa, enquanto Selarón era um vulto deslocado por uma paisagem imediata que não mais lhe pertencia.
Explico. Nessas idas e vindas, também fui hóspede do Hotel Marajó, que fica na Rua Joaquim Silva, ao lado da “Escadaria do Selarón”. Na frente do hotel, o bar dos irmãos Ximenes. O som dos bares ao redor e ao longo de toda rua é infernal – especialmente nos finais de semana. Selarón circulava de saco cheio pela Joaquim Silva, e devia estar ouvindo e sentindo aquele mesmo lixo que qualquer um conseguiria observar e absorver – antes da morte dele – a partir do bar dos Ximenes. De um lado, uma multidão de turistas mastercad tirando fotos da escadaria e solicitando “o artista” como se fosse a zebra de um zoológico, de outro um exército de mendigos e nóias indiferentes às sirenes das viaturas policiais que cercavam a entrada e a saída da rua e intimidavam gregos e troianos. Os habitantes do limbo, mendigos e nóias, permaneciam/permanecem no limbo como se a presença da polícia, dos turistas e do “artista” não tivesse nada a ver com eles. Pensando nisso, no circo em transe, no espetáculo de horrores que a Joaquim Silva proporciona depois das vinte e duas, os nóias e os mendigos eram os únicos que mantinham alguma coerência com o lugar – pois eles nunca saíam do estado de calamidade pública.
Selarón resmungava o tempo todo, remoía seus azulejos entre os dentes, cuspia bílis e sangue, andava pra lá e pra cá abraçado em seu rubro rancor como se ele mesmo fosse uma milonga perdida no tempo e no espaço, engolia um veneno muito particular. Ele era “o artista”.
Noite de Rap num dos bares ao lado do Ximenes. No outro bar, era a vez do funk-Armagedom. O ódio, e aquilo que os místicos chamam de “inclusão” disputava cada centímetro da rua e ameaçava um duelo entre os pentelhos das rimas mal encaradas e as periguetes da Furacão 2000, que naquela noite davam uma canja na Lapa:
Levanta a perninha
Descendo, subindo.
Trilha sonora do inferno: Rap versus Funk.
Eu penso na ex-Bahia de Carybé. Alguém conseguiria imaginar Carybé retratando um Hitler vestido de sereia a proferir palavras de ordem pruma multidão ensandecida atrás de um trio elétrico?
Também tinha axé-music rolando debaixo dos Arcos. Ao atravessar a Riachuelo, o incauto poderia topar com Marcelo D2 no Circo Voador. Malu Magalhães ameaçava de tédio infinito alguma casa da Lavradio, por aí a coisa ia. Rio, 2012. Cardápio brabo.
Ah, eu falava que é impossível imaginar um Carybé nos dias Sangalos que vivemos… Pois bem, a mesma coisa acontecia com Selarón, só que ele ainda não havia pegado fogo. E eu sabia que ele estava fora do lugar, que a paisagem não mais lhe pertencia, que aquilo não ia acabar bem, nem durar muito tempo.
Selarón era um herdeiro debochado das mulatas de Di Cavalcanti. Ele emprenhou aquelas mulheres maravilhosas, empinou as tetas delas na direção do convento das Carmelitas. Pois foi nessa condição (ou nesse ritmo) que o artista chileno aportou no Rio de Janeiro no começo dos noventa, esse Rio, caros leitores, lamento dizer, não existe mais. A Lapa virou um quiosquão da Mastecard que anoitece angustiada sob as sirenes das viaturas policiais e amanhece cheirando a mijo, solidão e miséria.
Vou ser redundante. Seguinte: a miséria e o cartão de crédito são duas faces da mesma moeda, mas essa moeda, apesar de o Hermano Vianna (poodle de estimação do Caetano) insistir nessa tese, essa moeda não pode ser a cara do Brasil. Me recuso a acreditar no Brasil dos poodles. O que não muda nada, diga-se de passagem… os cãezinhos estão cagando para mim. Infelizmente é o que temos pro almoço e pro jantar: essa antropofagiazinha tropicalista pra boi dormir, apesar de todos os pesares, au au. Coincidência ou não, ao lado do corpo de Selarón foi encontrada uma lata de thinner, e um isqueiro.
O Rio da paz dos cemitérios enfiado goela abaixo do carioca distraído e dos turistas deslumbrados, pode servir, quando muito,  à conveniência dos próceres e demagogos de plantão, gente do feitio desse Cabralzinho que incluiu as Olimpíadas no cardápio tropicalista abençoado pelo capeta e enlutado pela natureza que a enxurrada levou. Mas não me serve. Serviu algum tempo a Selarón. Que, aqui entre nós, vivia da rebarba dessa babaquice – até que a paisagem o abandonou. Ou seja. Apenas zumbis de uma cidade que não existe mais vicejam a partir dessa inclusão-lugar-nenhum. Uma coisa é misturar chiclete com banana, outra, completamente diferente, é aproximar – como fez sinhozinho Veloso em sua coluna do Globo(6/1/13) – Mano Brown de Manuel Bandeira e Marighella. Considero isso um crime. Ninguém consegue enganar e ser odara e enganado o tempo todo, haja solvente pra dar conta de tanta mentira, meu Rei.
Bastou uma fagulha do isqueiro no corpo encharcado de thinner, e pronto: o chileno faz o verão árabe em plena escadaria da Lapa, e ninguém, nenhum mané se deu conta. Evidente que Selarón pegou fogo em vão. Paisinho de merda.
Um lugar que “passou da barbárie à decadência sem conhecer a civilização”. O Brasil que foi (que é) sem nunca ter sido, o país banguela reconhecido por Levi Strauss, bem, desconfio que foi esse o Brasil escolhido por Selarón para sentar praça. O chileno tropicalizou-se, adaptou-se a selvageria local, embuchou as mulatas de Di Cavalcanti, ganhou o título de cidadão honorário, e depois pegou fogo. O Brasil que tantos estrangeiros procuram e que nosotros identificamos no esmalte descascado dos pés cheios de areia da gringa do sovaco peludo, foi esse lugar que assassinou e/ou suicidou Selarón. Ele foi traído.
Corta/Uma japonesinha do Bixiga tira fotos da escadaria chamuscada pelos restos do “artista”: vulto de si mesmo, macaco de zoológico – que foi morto ou se deu a morte muito antes de o encontrarem carbonizado sobre os mesmos azulejos coloridos que fizeram/ e fazem/ e farão a alegria da japonezinha do Bixiga, da dinamarquesa do sovaco peludo, e dos gringos do Brasil que jamais vão conhecer o Brasil. A japinha ri com aquela cara de pastel, e pede p’reu repetir o nome dele: “Selarón, né?”
Isso mesmo, japinha do inferno, o nome é Selarón. A prefeitura do Rio – consta – vai pagar as despesas da cremação do artista.


Lupi mantém renda ligada ao cargo do qual foi demitido


Exonerado pela presidente Dilma Rousseff no fim de 2011 após denúncias de irregularidades, o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi permanece como conselheiro do BNDES na vaga destinada ao representante do ministério.

No cargo, ele recebe cerca de R$ 6.000 por mês, pagos trimestralmente. A nomeação foi feita pela própria presidente, quando ele ainda era ministro do Trabalho.

A assessoria do atual ministro, Brizola Neto, informou ontem que pediu à Presidência em junho de 2012 a substituição de Lupi. A Presidência ainda não se manifestou sobre o pedido.

"Olha, eu não sei [explicar a permanência no cargo]. Você tem que perguntar à direção que me manteve lá até agora. Como eu era indicado pela Presidência da República, enquanto não me tirar, eu estou lá", disse. "Se for da confiança dela [Dilma Rousseff], permaneço", disse à Folha o ex-ministro.

Lupi é presidente nacional do PDT, partido da base aliada ao governo. Como conselheiro do BNDES, tem participação na aprovação do orçamento do banco e acompanha a sua execução.

A estimativa é que o BNDES tenha movimentado R$ 150 bilhões em 2012.

A saída do ex-ministro do governo ocorreu após a Comissão de Ética Pública da Presidência da República recomendar sua exoneração. A comissão apurou suposto desvio ético de Lupi e também o advertiu sobre o caso.

ACÚMULO DE CARGOS

Reportagem da Folha à época mostrou que, antes de assumir o Ministério do Trabalho, em 2007, ele acumulou dois empregos públicos por quase cinco anos: o de assessor da liderança do PDT na Câmara dos Deputados, em Brasília, e o de assessor de um vereador do PDT na Câmara Municipal.

A investigação do caso cabe à Procuradoria da República do Distrito Federal.
Dois meses após deixar o Ministério do Trabalho, ele foi nomeado assessor especial pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), mas foi exonerado no dia seguinte à nomeação.

O Conselho de Administração do BNDES é presidido pelo ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), que também já foi alvo de investigação da Comissão de Ética por sua atuação como consultor em 2009 e 2010, antes do governo Dilma.

Tem ainda entre seus integrantes o presidente do BNDES, Luciano Coutinho; a ministra do Planejamento, Miriam Belchior; o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Mauro Borges Lemos; e o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, o economista Márcio Holland de Brito.

OUTRO LADO

O ex-ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, diz não saber por que a Presidência ainda não o tirou do cargo de conselheiro do BNDES.
"Todos os membros são nomeados pela presidente, por indicação do ministro do Desenvolvimento. Não sei por que não [me] tiraram."

A Presidência informou que o BNDES se manifestaria. Em nota, o banco disse que Lupi permanece só "de maneira formal como membro do Conselho de Administração do BNDES, enquanto aguarda "seu substituto".

O BNDES informou que Lupi não participa das reuniões do conselho nem recebe remuneração. O banco não informou o valor. O ex-ministro, porém, afirmou que participa das reuniões e que recebe por sua atuação.

"A última reunião ocorreu no ano passado, acho que em setembro. Faço aquilo que me está delegado. Experiência não me falta", disse. (Uol)

DISPUTA PELA PRESIDÊNCIA: Suspeitas contra favoritos constrangem o Congresso

As recentes denúncias contra os candidatos favoritos às presidências da Câmara e do Senado têm gerado dois fatos entre uma parcela minoritária dos parlamentares. Experimentando um sentimento de constrangimento pelas suspeitas em torno dos nomes do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), parlamentares começam a buscar alternativas viáveis para derrotá-los na disputa pela principal cadeira das duas Casas.
Até o momento, a expectativa é que Henrique Alves seja eleito presidente da Câmara e Renan retorne à principal posição do Senado, de onde saiu em 2007 após renunciar em meio a uma série de denúncias. Mesmo assim, parlamentares tentam articular uma reação para ao menos marcar uma posição contrária às candidaturas dos dois. O receio é uma piora na imagem do Congresso, já abalada pela reincidência nas denúncias de irregularidades nas duas Casas.
“Ter dois presidentes com muitas denúncias piora ainda mais a imagem do Congresso. Imagem que já não é muito boa”, avaliou o cientista político da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer. É dessa forma que uma parcela de deputados e senadores pensa. Apesar de concordarem que a tarefa de derrotar Henrique Alves e, especialmente, Renan é complicada, não deixam de mostrar insatisfação com a situação.
Na Câmara, a situação para o atual líder do PMDB é um pouco mais complicada. Por enquanto, ele enfrenta três candidatos. Júlio Delgado (PSB-MG), Rose de Freitas (PMDB-ES) e Ronaldo Fonseca (PR-DF) anunciaram suas candidaturas. Mesmo não contando com apoio formal de seus partidos, eles têm influências expressivas dentro da Casa, como entre as bancadas feminina e evangélica e o chamado “baixo-clero”, grupo de deputados que não integram a cúpula da Casa.
Para Fleischer, ainda é uma incógnita se as denúncias recentes contra Henrique Alves vão afetar sua eleição. Porém, ele acredita que o peemedebista tem um caminho mais tortuoso pela frente. Por dois motivos. Primeiro, pela possibilidade de novas denúncias aparecerem. Depois, pelo fato de o líder da bancada do PMDB na Câmara já ter tido problema com deputados do baixo clero. “Não sei se Henrique está cuidando do baixo clero”, afirmou o cientista político.
“A gente tem de criar uma alternativa, não dá pra aceitar como natural essas candidaturas pelo fato de o partido ser majoritário e ter acordo com o PT, o outro principal partido”, disse o líder do Psol na Câmara, Chico Alencar (RJ). Para o deputado, que já conversou com Rose e Delgado, uma nova candidatura avulsa não está descartada. “A gente não discutiu nomes. Não estamos satisfeitos com as candidaturas favoritas postas.”
Chico Alencar quer que o novo presidente da Câmara tenha compromisso com a transparência, a austeridade e o protagonismo do Parlamento. Ressalta que, em tese, ninguém é contra esses temas, mas, na prática, a situação se modifica. Por isso, ele entende que é preciso reunir um grupo de deputados para apoiar a candidatura que “melhor expresse isso”. “O ideal é que tenha um candidato de um partido com mais densidade que assuma essas bandeiras”, comentou. Uma das alternativas é o deputado Reguffe (PDT-DF), que não respondeu ainda sobre o convite e sinaliza simpatia à candidatura de Júlio Delgado.
Mesmo com as denúncias, Chico entende que a candidatura de Henrique Eduardo Alves ainda é a favorita. Adianta, porém, que os deputados descontentes com a candidatura do peemedebista vão fechar uma plataforma comum em torno dos princípios e analisar os nomes na disputa. “Uma candidatura alternativa, mesmo que não venha a vencer, é um norte para uma postura vigilante para a presidência de cada Casa”, disse.
Falta de adversários
Enquanto na Câmara já são quatro candidatos declarados, no Senado o favorito para ser eleito presidente está de férias. Renan Calheiros, atual líder do PMDB, até o momento não oficializou sua candidatura. Isso só deve ocorrer em 28 de janeiro, quando a bancada peemedebista se reúne para definir o próximo líder e quais cargos vai ocupar na Mesa Diretora e nas comissões permanentes.
De uma certa forma, a demora em oficializar sua candidatura acabou neutralizando boa parte das alternativas possíveis ao seu nome. Desde novembro, senadores da oposição e de grupos independentes cogitaram alternativas para disputar o cargo. Reuniões e jantares ocorreram em Brasília na tentativa de formar uma candidatura. Isso acabou não ocorrendo.
Por enquanto, somente o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) decidiu concorrer contra Renan. Por uma decisão da cúpula nacional do seu partido, ele vai entrar na disputa. Seu nome, no entanto, não consegue unir a oposição. Ontem, o líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), disse não apoiar Randolfe e que continua na procura por um novo candidato. Para ele, o nome ideal é de Pedro Taques (PDT-MT).
“O Randolfe aceitou, e vejo essa candidatura dele com a maior simpatia. Mas não é uma candidatura para ganhar. Queria que o Luiz Henrique saísse. Mas ele está numa posição [...]. Ele não aceitou”, resignou-se o senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos integrantes do grupo dos independentes no Senado, fazendo referência ao senador Luiz Henrique (PMDB-SC). “Randolfe é moço e corajoso. O meu voto ele tem. Para ganhar, quem sabe dizer?”, completou.
Na Câmara e no Senado, a tradição é que o partido com a maior bancada eleja o presidente. Entre os deputados, o PMDB tem a segunda maior bancada. Mas, por conta de um acordo celebrado em 2010 que levou Marco Maia (PT-RS) à presidência no ano seguinte, a legenda tem o apoio petista para o cargo. Entre os senadores, os peemedebistas são maioria.
Por essa situação, Simon não vê grandes chances de Renan perder a eleição. Além disso, aponta que a integração do partido com o governo Dilma Rousseff está maior do que nos tempos de Lula. Ele cita o vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), como próximos da presidenta. E lembra que Renan integra a cúpula do partido. “A integração com a Dilma é forte mesmo. Eles estão integrados no governo. A Dilma está perfeitamente integrada nesse esquema”, acrescentou.
O cientista político David Fleischer ainda acrescenta um outro fator que favorece Renan e dificulta o crescimento de uma candidatura avulsa: a diminuição da oposição no Senado. Com a cassação de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) por falta de decoro parlamentar, o movimento perdeu ainda mais força. “A oposição já saiu enfraquecida das eleições. E com o caso Demóstenes ficou mais ainda”, disse.
A escolha do presidente do Senado está marcada para o próximo dia 1º, quando os parlamentares voltam aos trabalhos. No dia 4, é a vez de os deputados irem às urnas.

O Banco Mundial reduziu a expectativa de crescimento da economia brasileira em 2013, de 4,2% para 3,4%.


 A estimativa anunciada ontem (15), em Washington, está no documento Perspectivas Econômicas Mundias. De acordo com o banco, quatro anos após o início da crise financeira mundial, a economia global continua frágil e o crescimento em países considerados desenvolvidos é fraco.
Os países em desenvolvimento precisam, entre outras coisas, se concentrar no crescimento de sua próprias economias. Para os técnicos do Banco Mundial, os emergentes devem proteger o crescimento e fortalecer as reservas internacionais, pois o caminho da recuperação será "espinhoso". Entre os riscos associados, o documento cita os problemas na zona do euro e as políticas fiscais adotadas nos Estados Unidos.
A estimativa para o crescimento brasileiro é melhor do que previsão do mercado financeiro divulgada pelo Banco Central. Analistas e investidores estimam crescimento de 3,2% em 2013. O Banco Mundial prevê 3,4%.
Para 2014, a estimativa dos técnicos do Banco Mundial é de um crescimento de 4,1% para a economia brasileira ante os 3,9% previstos anteriormente. É resultado melhor do que o mercado financeiro estima (3,6%).
Segundo os relatório, o crescimento no Brasil deve se acelerar “impulsionado por políticas de estímulo monetário e fiscal cujos efeitos ainda não foram totalmente sentidos”.
O relatório destaca o impacto da redução do crédito sobre o crescimento econômico brasileiro em ambiente considerado de comércio um pouco menos favorável. Para o Banco Mundial, as pressões inflacionárias poderão ser contrapostas com os cortes nas tarifas de eletricidade e com o próprio crescimento um pouco abaixo do potencial.
Os técnicos entendem que o ambiente externo fraco e a redução na demanda doméstica foram responsáveis pelo crescimento fraco da América Latina, de 3% no ano passado e a previsão, em 2013, é de 3,5%. O ritmo lento de crescimento pode ser observado para além da América Latina, pois países em desenvolvimento também registraram as piores taxas de crescimento da última década. (AB)

O melhor caminho para os carrinheiros recicladores de Curitiba


“Rede social” é um desses termos que, sequestrado de seu sentido original, acaba se distanciando de vez do que realmente significa. Muito antes do Facebook e do Twitter, a teoria da administração analisava a formação de conexões entre as pessoas e os benefícios gerados por esses contatos. Uma pesquisa de doutorado realizada por estudantes da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) analisou a formação e as transformações na rede de carrinheiros de Curitiba, e identificou os fatores de associação responsáveis por profissionalizar a atividade, aumentar a renda e melhorar as condições de trabalho dessas pessoas. Os coletores de recicláveis formam um dos grupos informais mais representativos da capital paranaense. E, embora sejam facilmente visíveis, são difíceis de mensurar. As estimativas variam entre 2,5 mil e 10 mil trabalhadores.
Em campo
Fortalecimento
Preocupação com o meio ambiente gerou novas oportunidades
O processo mais demorado foi atingir a relação ganha-ganha entre os coletores e as empresas processadoras. Parecia haver um interesse conflitante: as empresas buscam o lucro e os carrinheiros, renda. Mas um fator externo harmonizou o relacionamento. A preocupação mundial com o meio ambiente gerou novas oportunidades de negócio para as empresas, que passaram a demandar mais matéria-prima e mão-de-obra.
A conexão afinada entre todas as entidades formou uma rede mais forte. Na crise de 2008, quando a iniciativa privada puxou o freio de mão, o poder público atuou para evitar que o problema atingisse os carrinheiros. A rede é elástica: quando um ponto sofre pressão, todo o resto do tecido absorve alguma parte do impacto. “Esse é justamente o objetivo dessas redes. Criar um ponto central de força que pode ser distribuído para todos os cantos”, explica June Alisson Westarb Cruz, outro dos envolvidos na pesquisa. (OT)
Entre 2007 e 2011, o grupo acompanhou a articulação de carrinheiros que trabalhavam sozinhos, de associações de carrinheiros, da prefeitura municipal, da iniciativa privada e do terceiro setor. Havia um problema a ser resolvido: os carrinheiros trabalhavam muito, empregavam crianças na tarefa e vendiam os materiais por um preço baixo, que mal garantia a subsistência. Isolados, os trabalhadores perdiam força de negociação junto ao comprador e não podiam desfrutar de benesses comuns.
Foi então que o terceiro setor cutucou a prefeitura, e ambos começaram uma relação com as poucas associações existentes. Os objetivos eram complementares. O município precisava gerar bem estar social para toda a população; e as associações, para seus associados. “Esse sistema acabou se organizando meio que acidentalmente. Ninguém se prontificou para montar um esquema. Mas para garantir a sobrevivência mútua, os interesses individuais acabaram se interconectando até formar uma rede social”, explica Tomas Martins, um dos autores.
O processo atraiu os carrinheiros “autônomos” para as associações, que aumentaram de número e tamanho.
Com o fortalecimento das cooperativas de carrinheiros, estas passaram a protagonizar a busca de melhorias. Já não precisavam do auxílio do governo para convidar um palestrante ou alugar um barracão, por exemplo. Também passaram a ter poder de barganha para definir o preço de venda do produto. “É um ganho importante quando o governo não precisa mais ser o gestor central, porque então pode concentrar esforços em outra área carente, ressalta Martins. O fortalecimento das cooperativas gerou um efeito colateral. As associações começaram a disputar protagonismo entre si, o que tornou a conexão com os outros atores mais fraca. (GP)

 
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