domingo, 21 de outubro de 2012

Tropas dos EUA no Rio S.Francisco: Congresso quer aĂ§Ă£o de Dilma


A ComissĂ£o de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Congresso (presidida pela deputada PerpĂ©tua Almeida) enviou requerimento Ă  PresidĂªncia manifestando preocupaĂ§Ă£o em relaĂ§Ă£o Ă  soberania nacional no contrato firmado entre o governo e o Corpo de Engenheiros do ExĂ©rcito dos Estados Unidos (Usace) e pedindo a intervenĂ§Ă£o de Dilma Rousseff no caso.


A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do SĂ£o Francisco e do ParnaĂ­ba (Codevasf), Ă³rgĂ£o subordinado ao MinistĂ©rio da IntegraĂ§Ă£o, contratou tropas norte-americanas a pretexto de estudar formas de tornar o Rio SĂ£o Francisco navegĂ¡vel, ignorando o fato de que a engenharia brasileira tem total competĂªncia para o caso.

A parceria entre a Usace e a Codevasf, de 7,8 milhões de reais (3,84 milhões de dĂ³lares), foi assinada em dezembro de 2011 e, em março de 2012, os primeiros engenheiros do ExĂ©rcito norte-americano chegaram ao paĂ­s fazendo pouco caso da legislaĂ§Ă£o brasileira a respeito do exercĂ­cio da profissĂ£o de engenheiro no pais, regulamentada pelo sistema CONFEA/CREA.

No requerimento enviado a Dilma, a presidente da ComissĂ£o de Relações Exteriores e Defesa Nacional, deputada PerpĂ©tua Almeida (PCdoB-AC), afirma ver riscos de vazamento de informações estratĂ©gicas para o paĂ­s, por entender que militares americanos poderĂ£o ter acesso dados secretos, como localizaĂ§Ă£o das riquezas minerais e reservas de urĂ¢nio.

Trata de uma tropa estrangeira em territĂ³rio nacional sem o consentimento do governo ou autorizaĂ§Ă£o do Congresso e, o mais preocupante, os militares norte-americanos poderĂ£o ter acesso a informações estratĂ©gicas sobre as riquezas minerais do paĂ­s, disse PerpĂ©tua, presidente da ComissĂ£o de Defesa.

Ela pede a que as Forças Armadas brasileiras e as universidades acompanhem o trabalho dos engenheiros norte-americanos, "de forma a resguardar e salvaguardar as informações de segurança nacional".

“AlĂ©m do requerimento enviado a Dilma, estou enviando tambĂ©m ofĂ­cios solicitando maiores informações aos ministĂ©rios de Relações Exteriores, Defesa e IntegraĂ§Ă£o sobre o caso, avisando da preocupaĂ§Ă£o dos parlamentares com o fato. Quero saber por que eles nĂ£o interferiram na questĂ£o", afirma PerpĂ©tua.

"Se temos tropas brasileiras que podem fazer este projeto, por que contratar militares dos Estados Unidos?”, questiona ela.

Procurada, a assessoria da PresidĂªncia respondeu que recebeu o ofĂ­cio e que o caso serĂ¡ analisado e o questionamento repassado ao MinistĂ©rio da IntegraĂ§Ă£o. O MinistĂ©rio de Relações Exteriores confirmou que tambĂ©m recebeu o requerimento e que analisa a situaĂ§Ă£o. O MinistĂ©rio da Defesa disse que nĂ£o recebeu o documento e o da IntegraĂ§Ă£o, nĂ£o se posicionou.

A missĂ£o dos engenheiros do ExĂ©rcito dos EUA no Brasil Ă© apresentar projetos de dragagem, geotecnia e controle de erosĂ£o e estabilizaĂ§Ă£o das margens do SĂ£o Francisco. O rio atravessa os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e serve de divisa natural entre Sergipe e Alagoas atĂ© desaguar no Oceano AtlĂ¢ntico. Um projeto do MinistĂ©rio da IntegraĂ§Ă£o busca transpor parte das Ă¡guas do rio para aproveitĂ¡-lo tambĂ©m para irrigaĂ§Ă£o no CearĂ¡ e Rio Grande do Norte, servindo de eixo de ligaĂ§Ă£o do Sudeste e do Centro-Oeste com o Nordeste do paĂ­s.

Tropas estrangeiras no paĂ­s


O que fazem soldados dos EUA 
no Rio SĂ£o Francisco?

A deputada PerpĂ©tua Almeida diz ter encontrado, o comandante do ExĂ©rcito, Enzo Martins Peri, que lhe afirmou que nĂ£o tinha dados sobre a atuaĂ§Ă£o dos militares norte-americanos no Brasil. "Ele falou que nĂ£o sabe, nĂ£o foi consultado, e que as Ăºnicas coisas que sabia, tinha lido na imprensa", afirma PerpĂ©tua.

Ă€ PresidĂªncia, a parlamentar lembrou que o ingresso da força militar no paĂ­s ocorreu "sem consentimento do governo federal ou autorizaĂ§Ă£o do Congresso" e que isso "nĂ£o foi discutido com o ExĂ©rcito Brasileiro, apesar da excelĂªncia dos seus batalhões de Engenharia para prestar o mesmo tipo de trabalho".

O texto da ComissĂ£o de Relações Exteriores e Defesa enviado a Dilma lembra ainda que "instituições militares, como o Instituto Militar de Engenharia (IME) e o Instituto de Pesquisas da Marinha, alĂ©m de universidades federais, possuem profissionais aptos a elaborar os mesmos projetos e dar a consultoria necessĂ¡ria Ă  Codevasf com economia de recursos e controle das informações estratĂ©gicas no Brasil, afastando eventuais riscos Ă  Segurança Nacional".

Exército sabia, diz Codevasf
Em julho, o gerente de projetos da Codevasf, Roberto Strazer, disse, irĂ´nicamente, nĂ£o ver riscos Ă  segurança nacional em trabalhar com o ExĂ©rcito norte-americano, como se os interesses nacionais nĂ£o tivessem importĂ¢ncia alguma para a CODEVASF.

O Ă³rgĂ£o informou que o ExĂ©rcito tinha conhecimento do acordo desde que as negociações começaram, em 2008, e que houve reuniões com a presença de representantes da Diretoria de Obras e CooperaĂ§Ă£o do ExĂ©rcito para tratar da questĂ£o. A Codevasf diz que, em dezembro de 2011, enviou um ofĂ­cio ao general que comandava a diretoria comunicando do acordo com o ExĂ©rcito dos EUA. Em junho deste ano, um relatĂ³rio das atividades foi enviado ao Estado-Maior Conjunto do MinistĂ©rio da Defesa. Evidentemente temos que perguntar se este exĂ©rcito brasileiro estĂ¡ servindo ao Brasil ou a interesses estrangeiros.

Por meio da assessoria de imprensa, o ExĂ©rcito confirmou que militares brasileiros jĂ¡ visitaram a sede do Usace, nos EUA, e que engenheiros militares brasileiros estĂ£o prĂ³ximos Ă  Ă¡rea onde os americanos estĂ£o trabalhando no SĂ£o Francisco.

Em junho, o ExĂ©rcito afirmou que nĂ£o vislumbrava riscos no caso. A Força nĂ£o confirmou o encontro do general Enzo com PerpĂ©tua. NĂ³s temos que questionar este pretenso exĂ©rcito brasileiro para quem Ăªles estĂ£o trabalhando que nĂ£o protegem o solo brasileiro.

Fonte: Rede DemocrĂ¡tica e agĂªncias 



“Escondida” no Bigorrilho, fĂ¡brica quer liderar ramo de aviões leves


É em um insuspeito barracĂ£o de madeira no bairro Bigorrilho, em plena regiĂ£o central de Curitiba, que a Ipe Aeronaves planeja fabricar quarenta aviões por ano. Uma produĂ§Ă£o que seria capaz de elevar a empresa ao posto de lĂ­der na montagem de aeronaves de dois lugares no Brasil atĂ© 2016.
O plano ambicioso tem como base uma tecnologia desenvolvida pela prĂ³pria empresa em que os custos sĂ£o reduzidos pela metade. O sistema de produĂ§Ă£o, batizado de “One Shot”, se caracteriza pela montagem simplificada dos modelos. A cauda de um aviĂ£o normalmente Ă© constituĂ­da de seis peças; nesse sistema, sĂ£o apenas quatro. “Conseguimos diminuir em 70% os custos com mĂ£o de obra e oferecemos uma aeronave mais barata que as importadas”, explica JoĂ£o Carlos Boscardin, proprietĂ¡rio da Ipe. O Sidus, primeiro aviĂ£o construĂ­do neste sistema, custa R$ 150 mil, enquanto os concorrentes saem por US$ 180 mil (mais de R$ 360 mil).
FormaĂ§Ă£o
Centro TecnolĂ³gico Positivo terĂ¡ nĂºcleo de CiĂªncias AeronĂ¡uticas
A partir do ano que vem, o Centro TecnolĂ³gico Positivo, da Universidade Positivo, vai oferecer trĂªs cursos superiores ligados Ă  aviaĂ§Ă£o. Com o novo nĂºcleo, serĂ¡ criada a chamada Academia de CiĂªncias AeronĂ¡uticas Positivo (ACAP), com os cursos de pilotagem profissional, tecnologia em manutenĂ§Ă£o de aeronaves e planejamento administrativo de transporte aĂ©reo.
Para o coordenador da academia, o comandante Luiz Nogueira Ga+letto, a demanda por profissionais desta Ă¡rea estĂ¡ em forte crescimento no Brasil. “A aviaĂ§Ă£o civil na AmĂ©rica do Sul tem crescido 8,4% ao ano. O Brasil tende a seguir ou atĂ© mesmo ultrapassar essa marca nos prĂ³ximos anos, levando em consideraĂ§Ă£o a ascensĂ£o da classe mĂ©dia e a realizaĂ§Ă£o de grandes eventos esportivos”, acredita.
Ele explica que Curitiba tende a se tornar um centro alternativo de formaĂ§Ă£o de profissionais do setor. “Tradicionalmente, SĂ£o Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre sĂ£o os polos aeronĂ¡uticos do paĂ­s, mas, em razĂ£o do trafego aĂ©reo sobrecarregado e da urbanizaĂ§Ă£o excessiva em torno dos aeroportos destas cidades, o treinamento de pilotos deve migrar para cidades como a nossa”, explica.
Segundo Galetto, existem apenas outras sete escolas superiores de aviaĂ§Ă£o no Brasil. A Universidade Tuiuti Ă© outra instituiĂ§Ă£o que oferta cursos superiores na Ă¡rea em Curitiba.
Fruto de um investimento de R$ 3,6 milhões, a pesquisa que deu origem ao aviĂ£o Ă© apenas um dos projetos da Ipe. HĂ¡ ainda um aviĂ£o agrĂ­cola aguardando certificaĂ§Ă£o pela AgĂªncia Nacional de AviaĂ§Ă£o Civil (Anac), e o plano de desenvolver um modelo de 14 lugares para passageiros. “Enquanto os Estados Unidos tĂªm 14 mil aviões para pulverizaĂ§Ă£o, aqui temos apenas 1,7 mil. No transporte de passageiros, sĂ£o 2,8 mil aerĂ³dromos regionais, mas que sĂ£o usados em menos de 20% de sua capacidade”, diz Boscardin.
O empresĂ¡rio espera que o Sidus movimente o caixa da Ipe para que a fĂ¡brica possa fazer seus outros projetos decolarem. A expectativa se baseia na criaĂ§Ă£o da uma nova categoria da Anac para aviões de instruĂ§Ă£o. De acordo com as novas regras, os modelos usados para essa finalidade devem ser mais leves, passando de 750 quilogramas-força (kgf) para 600 kgf. O Sidus foi umas das primeiras aeronaves dessa categoria certificadas pela agĂªncia reguladora.
O prĂ³prio mĂ©todo de montagem, em fase de registro da patente, pode ser objeto de exportaĂ§Ă£o da empresa local. “Planejamos negociar a nossa tecnologia tambĂ©m”, afirma Boscardin.
Anos de voo
Nem sempre a sede da Ipe passou despercebida para os pedestres na Rua JerĂ´nimo Durski. Antes de os muros da fĂ¡brica terem sido levantados, hĂ¡ 20 anos, os vizinhos conseguiam ver os modelos sendo pintados no jardim de 10 mil metros quadrados da fĂ¡brica. “Chamava atenĂ§Ă£o principalmente das crianças. Todo mundo sabia que aqui montĂ¡vamos aviões”, relembra Boscardin.
Na Ă©poca, a empresa curitibana era o principal fabricante de planadores do Brasil. Graças a uma concorrĂªncia vencida durante o governo militar, a Ipe tornou-se a fornecedora oficial de planadores do governo federal – 70% dos modelos ainda em uso no paĂ­s foram montados no Bigorrilho. O conhecimento adquirido desde entĂ£o contribuiu para o desenvolvimento dos novos modelos, diz Boscardin: “É mais fĂ¡cil quando entendemos a dinĂ¢mica do voo. A nossa tecnologia pĂ´de evoluir junto com a prĂ³pria tecnologia aeronĂ¡utica”. (GP)

 
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