quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Salamuni enfrenta resistĂªncias a mudanças na CĂ¢mara

Pouco mais de uma semana no cargo, o presidente da CĂ¢mara Municipal de Curitiba, vereador Paulo Salamuni (PV), jĂ¡ sente o peso e enfrenta os primeiros problemas que administrar o Legislativo da Capital. No momento, o maior deles Ă© compatibilizar as pretensões dos vereadores eleitos e reeleitos com a nova realidade administrativa da Casa. Isso porque a CĂ¢mara aprovou, em agosto de 2012, o corte de 259 cargos comissionados – aqueles de livre nomeaĂ§Ă£o, utilizados geralmente para acomodar aliados polĂ­ticos e cabos eleitorais dos parlamentares. Mas a implantaĂ§Ă£o da medida ficou sob responsabilidade da nova gestĂ£o. 

A reduĂ§Ă£o foi aprovada apĂ³s exigĂªncia do MinistĂ©rio PĂºblico. Recadastramento realizado em maio do ano passado revelou que a tinha 562 cargos comissionados, sendo 507 ocupados, alĂ©m de 347 cargos efetivos, com 236 preenchidos. O MP cobrou que a Casa equiparasse o nĂºmero de cargos comissionados ao dos efetivos. 
Antes da implantaĂ§Ă£o da medida, cada um dos 38 vereadores podia nomear um mĂ­nimo de quatro e um mĂ¡ximo de atĂ© onze assessores para trabalharem em seus gabinetes. Agora, o nĂºmero mĂ¡ximo passou a sete. AlĂ©m disso, a presidĂªncia da Casa, que tinha atĂ© 20 cargos comissionados, passou a ter somente quatro vagas a serem preenchidas. A 1ª e a 2ª vice-presidĂªncias tem mais dois cada; a 1ª e a 2ª secretarias mais trĂªs; e a 3ª e a 4ª secretarias com  dois cargos. 

“HĂ¡ muita resistĂªncia porque sĂ³ agora ‘caiu a ficha’. E ficou para a nova Mesa Executiva a tarefa de dizer o que tem que ser dito”, admite Salamuni, que chegou ao comando da Casa depois de ter encabeçado o grupo que pediu o afastamento do ex-vereador JoĂ£o ClĂ¡udio Derosso (sem partido), que presidiu a Casa por quinze anos, e caiu apĂ³s ser alvejado por denĂºncias de contratações e gastos irregulares com publicidade. 

“Eu nunca tive cargo a mais. E agora estou tendo que assumir o Ă´nus de ser o portador disso e dizer nĂ£o para pessoas que estavam nesses cargos, muitas delas hĂ¡ muitos anos”, afirma o novo presidente da CĂ¢mara. 
Apesar desses percalços, Salamuni diz estar confiante de que os vereadores estĂ£o convencidos da necessidade das mudanças. E afirma que ainda estĂ¡ “tomando pĂ©” da situaĂ§Ă£o interna da Casa, jĂ¡ que ao contrĂ¡rio do Executivo, nĂ£o teve um perĂ­odo de transiĂ§Ă£o, nem acesso antecipado Ă s informações administrativas. Por isso, explica, pediu um levantamento de todos os contratos em andamento. 

Reforma — Uma das preocupações imediatas Ă© a conclusĂ£o da reforma do prĂ©dio histĂ³rico do plenĂ¡rio da Casa. Na semana passada, o lĂ­der da bancada do PDT, vereador Jorge Bernardi, pediu Ă  nova Mesa Executiva uma investigaĂ§Ă£o sobre a  obra, alegando que ela custou R$ 1,3 milhĂ£o, e nĂ£o foi concluĂ­da. E que ele teria recebido a denĂºncia de que apĂ³s a licitaĂ§Ă£o inicial, de R$ 900 mil, foi feito um aditivo contratual elevando em mais R$ 300 mil o custo da mesma. 

Salamuni afirmou que estĂ¡ levantando informações sobre a questĂ£o. Segundo o que ele pode apurar atĂ© agora, a parte “civil” da obra foi concluĂ­da, e uma nova licitaĂ§Ă£o deve ser feita agora para a realizaĂ§Ă£o da restauraĂ§Ă£o da pintura. Mesmo assim, ele pretende reiniciar os trabalhos no prĂ³ximo dia 4, no prĂ©dio antigo, e nĂ£o no auditĂ³rio do Anexo 2, que vinha abrigando as sessões atĂ© o ano passado. “A CĂ¢mara Municipal de Curitiba nĂ£o pode ser uma gambiarra. Se depender de mim, vamos reiniciar as sessões no prĂ©dio histĂ³rico”, explica. (JE)

 
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