segunda-feira, 23 de abril de 2012

Conspiração - Área 51

Governo do Estado do Paraná contesta posse da União sobre a área das Cataratas

Hamilton Serigheli com o saudoso Dom Ladislau Biernaski, ex-Coordenador Nacional da CPT (Comissão Pastoral da Terra), e importante líder da Via Campesina

Luís Henrique Scheffer conversa com Hamilton Serighelli, assessor para Assuntos Fundiários do Governo do Estado, sobre a contestação em torno da posse da União sobre a área das Cataratas.

Jacob do Bandolim em versões raras e inéditas

Time da pesada, da esquerda para a direita: Ismael Silva, Jacob do Bandolim, Mozart de Araújo, Cristina Maristany, Arminda Villa-Lobos, Hermínio Bello e Carvalho, Mônica Távora, Jodacil Damaceno, Turíbio Santos e Mário Cabral - 1962.

Depois de quarenta anos guardado, o instrumento volta a produzir som. Trata-se de um dos dois bandolins de Jacob do Bandolim, datado de 1937 e aposentado após a morte do mestre. O bandolinista Déo Rian, atual presidente do Instituto Jacob do Bandolim, herdou a preciosidade da filha do compositor, Elena Bittencourt, falecida em 2011. Rian tira o bandolim da caixa e dedilha alguns acordes de choro. O som é perfeito.

“Quarenta anos fechado, me diziam que o bandolim não tinha mais uso”, conta Rian. “Mas nem precisou restaurá-lo. Quer dizer, foi preciso fazer uma limpezinha, só. O som é maravilhoso”.

O bandolim histórico de Jacob é apenas mais uma dos tesouros recuperados pelo Instituto. Rian o tirou da aposentadoria para uma série de shows que celebrarão o lançamento dos dois volumes do Caderno de Composições de Jacob do Bandolim, fruto de uma pesquisa de dois anos do Instituto e de uma equipe de estudiosos, como os instrumentistas e pesquisadores Sérgio Prata, Marcílio Lopes e o próprio Rian.

O livro só foi possível graças a um longo processo de identificação, catalogação e transcrição de todas as composições de Jacob. Assim como o antigo bandolim, algumas músicas já aposentadas e totalmente desconhecidas ganham uma nova vida graças às partituras. Novas gerações de chorões poderão tocar novamente raridades como “Se alguém soffreu”, a primeira composição de Jacob gravada em disco.

Pela sua importância (foi gravada em 1938 por uma Aracy de Almeida então no auge do sucesso), é difícil entender como este samba pode ter permanecido tanto tempo no anonimato. O próprio Jacob nunca havia se referido a ele em entrevistas e nem mesmo seus filhos, sempre zelosos em preservar a obra musical de seu pai, sabiam de sua existência. Na mesma faixa, é possível ouvir um bandolim que muito provavelmente também foi sua primeira performance como instrumentista em disco. Estrear com uma artista como Aracy, que ele apreciava bastante, deveria ser considerado uma honra por Jacob – o que apenas aumenta o mistério do seu “esquecimento”.

“É um ótimo samba, se fosse gravado hoje, faria sucesso”, opina Sergio Prata, vice-presidente do Instituto e um dos integrantes do projeto.

Além dos tesouros esquecidos, há também as obras desconhecidas. Em meio ao processo, os pesquisadores acharam os manuscritos de nada menos do que 15 músicas inéditas de Jacob. A lista inclui uma parceria rara com Amador Pinho, única que se tem notícia com o bandolinista paulista, valsas e estudos dedicados a sua filha e ao seu médico, além de um tango, chamado “Pensando em você”. (ON)

Requião quer convocar Fruet para a depor na CPI do Cachoeira




Alô, Fruet!

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) quer convocar o ex-deputado Gustavo Fruet (PDT-PR) para depor na CPI mista do Cachoeira. Requião quer cobrar de Fruet, agora governista, se ele ainda mantém sua opinião sobre os petistas no caso do mensalão. (O Paraná)

O vale tudo (MMA) do Requião na Expo Londrina

O senador Roberto Requião aprontou uma na ExpoLondrina dia 6, onde foi provocado por adversários locais. Foi à forra em entrevista à MultiTV, incitado a falar: “Só vejo sonegador e ladrão de gado aqui”. Um que assistia à entrevista gritou: “E seu irmão no Porto de Paranaguá!”. Tempo fechou. (CE)

Companhias curitibanas na Bienal de Dança nesta terça

A Bienal Internacional de Dança de Curitiba movimenta a semana com espetáculos todas as noites, desta terça-feira (23) até domingo (29), trazendo algumas das companhias mais conhecidas do país e importantes grupos internacionais. As apresentações acontecem às 18h, no Teatro da Reitoria, às 19h30, no Guairinha, e às 20h30, no Guairão.

A terça-feira será dedicada a quatro companhias curitibanas que despontam no cenário nacional da dança – o Balé Teatro Guaíra, a G2 Cia. de Dança, a Cia. de Dança Masculina Jair Moraes e a Téssera Cia. da Dança.

Com o lema “A dança em todos os estilos”, a Bienal abrange diferentes modalidades: clássica, contemporânea, danças urbanas, dança de salão, jazz dance e videodança.

Realizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura, a Bienal Internacional é promovida pelo Instituto Curitiba de Arte e Cultura (ICAC), Fundação Cultural de Curitiba, Prefeitura Municipal, Ministério da Cultura e Governo Federal, com patrocínio do Bradesco e da Nissan No decorrer da semana, o público ainda terá oportunidade de apreciar as atrações internacionais Aspen Santa Fe Ballet (Estados Unidos), Polish Dance Theatre (Polônia), Solos de Sttutgart (Alemanha) e David Middendorp (Holanda).

Entre as companhias nacionais, estarão se apresentando nos teatros a Mote Cia. de Movimento (São Paulo), Mimulus Cia. de Dança (Minas Gerais), Cia. Mauricio de Oliveira & Siameses (São Paulo), Brazilian Groove Association (São Paulo) e Quasar Cia. de Dança (Goiás). De Curitiba também integram a programação a Minicomunidade Artística Couve-Flor e o Centro de Dança Eliane Fetzer.

Programação - O primeiro espetáculo de terça-feira é “Só em Acapulco”, que será levado ao palco da Reitoria, às 18h, pela Téssera Cia. de Dança, ligada à Universidade Federal do Paraná. Coordenada pelos coreógrafos Rafael Pacheco e Cristiane Wosniak, a Téssera já tem mais de 20 anos de atuação.

É composta por 25 bailarinos que juntos conquistaram prêmios em grandes festivais, entre eles o Festival de Dança de Joinville e o Encontro Nacional de Danças (São Paulo). No espetáculo “Só em Acapulco”, inspirado na estética do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, o elenco dá vida a personagens metropolitanos aturdidos em suas reflexões e pensamentos críticos.

Na sequência, também no Teatro da Reitoria, a Cia. de Dança Masculina Jair Moraes, que é a primeira companhia com corpo de baile exclusivamente masculino do Brasil, apresenta a coreografia “Corpos Ação Movimento e Só”, fundamentada em técnicas de dança clássica e contemporânea, com elementos coreográficos específicos para homens.

Dirigida por Jair Moraes, a companhia nasceu dentro da Escola de Dança do Teatro Guaíra, tornando-se independente em 2007. O grupo realiza um trabalho de cunho social junto a jovens da periferia, que têm oportunidade de desenvolver o talento e a aptidão pela dança.

Às 19h30, no auditório Salvador de Ferrante (Guairinha), será a vez da G2 Cia. de Dança mostrar o espetáculo “Blow Eliot Benjamin”, com direção de Cleide Piasecki. A montagem retrata momentos e reviravoltas da vida de pessoas comuns, abordando histórias incomuns e o aspecto transitório e fugaz da existência humana.

A G2 nasceu em 1999, dentro do Balé Teatro Guaíra, com a reunião de integrantes que buscavam uma nova estética para a dança contemporânea, contemplando principalmente projetos que enfatizam o papel do “intérprete criador”.

O último espetáculo da noite ficará a cargo do Balé Teatro Guaíra, que a partir das 20h30 ocupa a área externa do Guairão para apresentar a montagem “Coreografias para ambientes preparados”, sob a direção de Carmem Jorge.

Esse é um trabalho em dança contemporânea de uma das companhias mais importantes do país. O Balé Teatro Guaíra conta com 40 anos de história, um repertório de mais de 130 coreografias, assinadas por nomes como Maurice Béjart, Rodrigo Pederneiras e Carlos Trincheiras. Atualmente é composto por 27 bailarinos.

Serviço:

Bienal Internacional de Dança de Curitiba Espetáculos de terça-feira, 24 de abril de 2012

Teatro da Reitoria (R. XV de Novembro, 1299), às 18h

  • “Só em Acapulco” – Téssera Cia. de Dança
  • “Corpos Ação Movimento e Só” – Cia. de Dança Masculina Jair Moraes

Guairinha – Auditório Salvador de Ferrante (Rua XV de Novembro, 971), às 19h30

  • “Blow Eliot Benjamin” – G2 Cia. de Dança

Teatro Guaíra - parte externa (Rua Conselheiro Laurindo, s/n), às 20h30

  • “Coreografias para ambientes preparados” – Balé Teatro Guaíra

Ingressos: R$ 20 e R$ 10 Informações: www.bienaldanca.org.br

Dilma e Luciano Ducci confirmam recursos do Metrô de Curitiba

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O prefeito Luciano Ducci estará em Brasília nesta terça-feira (24) com a presidente Dilma Rousseff e o ministro das Cidades, Aguinaldo Robeiro, para a assinatura da portaria da inclusão do Metrô Curitibano no PAC de Mobilidade das Grandes Cidades. A cerimônia será às 11 horas no Palácio do Planalto.

Além de oficializar a inclusão de Curitiba entre as capitais contempladas com recursos para as obras do metrô, a portaria autoriza o início do processo licitatório. O governo federal vai repassar R$ 1 bilhão e aprovou a modelagem financeira do empreendimento. A obra está orçada em R$ 2,33 bilhões e além das verbas federais, terá recursos do município, estado e da iniciativa privada a partir de PPP (Parceria Público Privada) para a operação do sistema.

A partir da assinatura da portaria, a Prefeitura de Curitiba vai publicar o aviso de abertura do prazo de consulta pública do processo licitatório. Uma minuta do edital de licitação, com os respectivos anexos, estará disponível na internet ainda esta semana. O início das obras do metro é estimado para daqui a sete meses. A conclusão do trecho de 14,2 quilômetros da Linha Azul, desde a CIC até a Rua das Flores, é prevista para daqui a quatro anos.

A caverna esquecida do Vale do Rio Cantu/Pr

No pico de um morro, bem no “coração” do Paraná. A primeira caverna de origem vulcânica em terras brasileiras de que se tem notícia fica no Vale do Rio Cantu, a 20 quilômetros de Palmital, no Centro do estado. A cavidade encontrada por acaso, há 67 anos, está sendo “redescoberta” pela ciência. O local apresenta indícios da passagem de lava resfriada. A novidade atraiu uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro), de Guarapuava; e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), de Florianópolis. Há pouco mais de um mês, nove pessoas estudam a caverna.

Um desses pesquisadores é o estudante de Geografia da Unicentro, Geovane Ricardo Calixto, 20 anos. Foi ele quem percebeu que a caverna poderia ser de origem vulcânica. Calixto teve acesso a fotos do local pela internet, divulgadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Palmital. “Estima-se que a caverna tenha se formado há 120-130 milhões de anos, no mesmo derrame de lava que formou a Serra Geral, que atravessa toda a Região Sul”, explica.

Josué Teixeira/ Gazeta do Povo

Josué Teixeira/ Gazeta do Povo / O estudante Geovane Calixto, que abriu discussão sobre a caverna a partir de fotos na internetAmpliar imagem

O estudante Geovane Calixto, que abriu discussão sobre a caverna a partir de fotos na internet

“Pode haver mais grutas aqui...”

A Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) tem cerca de dez mil cavernas cadastradas, em todas as regiões do país. As mais comuns são as de arenito e calcário, de estrutura mais frágil. Já as de basalto, rocha cuja coloração escura fica visível nas paredes da Casa de Pedra, em Palmital, é bem mais resistente.

O professor de Geotectônica da Universidade de Brasília (UnB), Mássimo Matteini, explica que os tubos de lava – característica da caverna de Palmital – são comuns em locais onde ocorrem vulcões basálticos, como nas ilhas do Havaí e nas Ilhas Galápagos – ambas no Oceano Pacífico – e nas Ilhas Canárias, no Atlântico.

O pesquisador acredita que, além da Casa de Pedra, outras cavernas semelhantes possam ser descobertas na Serra Geral. “Não há perigo nenhum de haver uma nova atividade de magma nessa região. Pelo menos nenhuma atividade associada ao mesmo processo vulcânico, dado que é muito antigo, com mais de 130 milhões de anos”, salienta.

O estudante Geovane Calixto, do UniCentro, tem a mesma suspeita: “Batendo com uma pedra no fundo dessa caverna a gente percebe um oco. Pode haver mais salões aqui embaixo”.

O acadêmico, que já fazia parte de um grupo de estudos sobre cavidades naturais da Unicentro, orientado pela professora Gisele Pietrobelli, comunicou o fato aos demais pesquisadores. Numa visita ao local, em 20 de fevereiro deste ano, o núcleo constatou que se tratava de um “tubo de lava”. Um desmoronamento acabou formando um paredão, que tem, bem no meio, a abertura que leva à caverna.

Há uma câmara, na entrada da caverna, que vai se estreitando até virar uma ramificação de tubos bem menores, como se fossem os dedos da mão. Ao que tudo indica, a lava escorreu da parte maior para a parte menor. O local tem, também, “bancadas” laterais que marcam, na parede, a altura atingida pelo “rio de lava”. “Como a parte mais externa desse rio se solidifica, acabam se formando camadas que, soprepostas, parecem bancadas”, explica o vulcanólogo da UFSC Breno Leitão Waichel, que faz parte do grupo que estuda a caverna.

Área restrita

A visitação está proibida, devido aos riscos que o local oferece. O grupo que estuda a área também está providenciando laudos para verificar a possibilidade de desenvolver alguma atividade de turismo na área. O doutorando em Processos Geológicos e Geomorfológicos da UFSC, Wellington Barbosa, integrado à equipe, afirma que isso não será possível enquanto não forem feitos todos os estudos necessários. “Nós fizemos um convênio com a prefeitura de Palmital para que a área seja estudada, pelo menos por enquanto, só pela gente, para evitar uma excessiva concentração de pessoas”, salienta.

Até pouco tempo, a visitação não tinha controle, e a caverna acabou perdendo algumas de suas características originais. As estalagmites – formações que pendem do teto, por meio da dissolução do mineral que recobre as paredes – praticamente não existem mais. “Não se pode dizer que foi vandalismo. Sem saber direito do que se tratava, as pessoas foram arrancando por considerarem as pontas curiosas”, lamenta Waichel.

Onde Basílio Burei ainda caminha pelos matos

A “Casa de Pedra”, como é chamada a gruta de Palmital, poderia ser uma desconhecida se não fosse a persistência de alguns “mateiros” que caminhavam pelo Vale do Rio Cantu. Os de uma família em especial. Quase todas as terras próximas pertencem ou já pertenceram a alguém com o sobrenome Burei. Já foram 11 irmãos morando nessas propriedades, mas apenas um deles, Basílio Burei, continua vivendo no vale. Foi ele, inclusive, quem encontrou a caverna, há 67 anos, durante uma caça. O difícil é encontrar o veterano que, aos 86 anos, ainda se embrenha sozinho pelo mato.

“Eu mesmo me bato para acompanhar o tio Basílio nessas caminhadas”, conta Miguel Burei Sobrinho, secretário de Meio Ambiente de Palmital. Sobrinho explica que, mesmo antes da descoberta científica, a visitação à caverna, que fica dentro da propriedade de Basílio, já sofria restrições. “Quando o pessoal começou a visitar aqui, deixava sacolas, garrafas, pacotes de batata frita. Ele proibiu na hora”, conta.

Aventura

Para chegar ao local, que é de difícil acesso, o carro da Gazeta do Povo foi deixado à beira da Rodovia PR-456. Dali, a reportagem seguiu num ônibus com tração nas quatro rodas.

Poucos quilômetros adiante, é possível ver paredões recobertos por uma vegetação verde-clara e rasteira.

“O solo aqui é muito raso, com cerca de dois metros de espessura. Embaixo é pura rocha”, explica o estudante de Geografia da Unicentro Geovani Calixto.

O ônibus trepida muito. A maior parte da estrada foi feita nos morros. Da janela, veem-se os topos de um lado e, do outro, abismos, a poucos passos do veículo.

Chegando à beira da caverna, é preciso atravessar uma cerca de arame farpado. Na “boca” da cavidade, sente-se um ar mais seco. O piso é todo revestido por uma grossa camada de pó escura e fofa. “Parece terra, mas é esterco de gado ressecado. Esse lugar já foi usado para abrigar cabritos e, principalmente, vacas”, explica Geovane.

Inventário

A Secretaria de Meio Ambiente de Palmital inventaria a Casa de Pedra desde 2009. A finalidade é aprimorar os mecanismos de conservação das belezas naturais na cidade. “Eu frequento esse lugar desde os 4 anos de idade. Não tinha esse negócio de férias na cidade. A gente vinha era para cá”, lembra Miguel.

O homem que hoje defende a conservação das áreas naturais já viu o desmatamento bem de perto. “Minha família lidava com madeireira. Hoje, faço exatamente o contrário”. (GP)

Mais:

http://geoespeleologia.blogspot.com.br/

Maluf pede ajuda a ministro para fugir da Interpol

Na mira da Interpol em mais de 170 países, menos no Brasil, o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, um ‘jeitinho’ para se livrar da prisão. Acusado pela Promotoria de Nova York de lavagem de dinheiro, entre outros crimes, enquanto prefeito de São Paulo, Maluf tem que depor no estado americano. Mas pode ser detido assim que desembarcar lá. O deputado tentou negociar depoimento na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, em vão. Agora, Cardozo intervém para que Maluf preste o depoimento por videoconferência.

‘Prisão’ domiciliar
Maluf só está na lista da Interpol porque não compareceu ao depoimento em NY. Apreciador de bons vinhos e viagens, sua maior prisão é não poder sair do Brasil.

Alô?, alô?
O deputado liga praticamente todos os dias para o ministro da Justiça atrás de novidades, e como forma de pressioná-lo. Os americanos estão irredutíveis. (CF)

PF envia agentes para conflito entre fazendeiros e índios na BA


Após a intensificação dos conflitos entre fazendeiros e índios pataxós Rã-rã-rães no sul da Bahia, a Polícia Federal mandou agentes do Comando de Operações Táticas (COT) à região. O COT - uma espécie de "tropa de elite" da PF treinada para a contenção de distúrbios - já está na cidade dePau Brasil, (a 551 km de Salvador). Também nesta segunda-feira, a antropóloga Marta Maria do Amaral Azevedo foi nomeada presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Nos últimos dias, um trabalhador rural foi morto, e um índio foi atingido por um tiro na perna, na região. Homens encapuzados também incendiaram um caminhão que transportava trabalhadores.

Na manhã de domingo, representantes da Funai, PF e lideranças indígenas reuniram-se em uma das 12 fazendas ocupadas pelos Hã-hã-hãe.“Ao todo são 30 homens, somados com os agentes da PF de Ilhéus e agentes do Grupo de Pronto Interdição (GPI), vindo de Salvador”, informou o delegado federal Alex Cordeiro Drumonnt, responsável pela operação da PF em Pau Brasil.

“O objetivo é chegar a um entendimento entre índios e fazendeiros para evitar os conflitos, a exemplo do que ocorreu na última sexta-feira”, informa o delegado Alex.

O segurança Júlio Cesar Passos Silva, 31, foi morto na Fazenda Santa Rita, e o índio Ivanildo dos Santos, 29, foi alvejado, sexta-feira, na perna esquerda durante confronto. O corpo do segurança foi resgatado na tarde de domingo já em estágio avançado de decomposição e o índio permanece internado no Hospital de Base Luiz Eduardo Magalhães em Itabuna, para onde foi encaminhado.

“A proposta dos índios é permanecerem nas 12 fazendas ocupadas em Pau Brasil, até o julgamento da ação (sobre a posse das terras), evitando novas mortes e a retomada das duas ultimas fazendas”, informa José Antonio Flores Martins, um dos quatro representantes da Funai que participava da reunião.

“O próximo passo é marcar um encontro com os fazendeiros para tentar um acordo”, acrescenta o delegado Alex.

Pela manhã, produtores rurais reuniram-se na cidade de Itabuna, para tratar dos últimos acontecimentos na região. Segundo o fazendeiro Marcos Gaspar, a proposta dos índios não será aceita pelos produtores.

“O que queremos são as nossas 68 propriedades de volta, invadidas por esses que se dizem índios”, enfatiza.

No domingo, vaqueiros retiravam o gado de uma propriedade próxima onde há Rã-rã-rães e informaram que na fazenda Indiana o gado permanece preso no curral desde sexta-feira. De acordo com o proprietário da fazenda, Geraldo Pinto Correia, o caminhão que seguia com os vaqueiros para a propriedade foi cercado pelos indígenas que atearam fogo.

“Eles chegaram com as armas e fizeram os trabalhadores de reféns”, acrescenta.

O Cacique Nailton Muniz, uma das três lideranças à frente das ocupações de fazendas confirma a interceptação do veículo pelos índios, que segundo ele, haviam pistoleiros. Muniz nega que os indígenas tenham ateado fogo ao caminhão. (AG)


Entenda o conflito de terras do Povo Pataxó na Bahia


O primeiro governo de ACM tirou os 700 Pataxó que estavam em sua reserva, desde a década de 50, para lotear a área entre fazendeiros amigos

Durante o segundo governo Vargas, a aréa de 54 mil hectares dos Pataxó, localizada no atual município de Pau Brasil, no sul da Bahia, foi reconhecida e registrada pelo governo como reserva do seu povo. Ou seja, tudo dentro dos conformes, desde a década de 1950.

No entanto, na década de 70, durante a ditadura militar, o primeiro governo de Antônio Carlos Magalhães tirou os 700 Pataxó que estavam lá, levando-os para outra reserva mais ao sul da Bahia, na região de Porto Seguro, no intuito de lotear toda a área, entre fazendeiros amigos - com a entrega de títulos falsos emitidos pelo Instituto de Terras do estado da Bahia.

Terminada a ditadura, na década de 80, os Pataxó começaram a regressar às suas terras, ocupando as fazendas de fazendeiros menos influentes, menos ligados a ACM. E por lá foram se instalando.

A Funai, sob nova influência políitica, entrou com um pedido de despejo de todos os fazendeiros, pois a área indígena é consagrada como Pataxó. Não precisa nem de reconhecimento ou decreto. O processo foi parar no STF, e lá dorme sossegado desde 1985.

Ou seja, o STF não julga um processo claro de direito do povo Pataxó. Até o ilustre ex-ministro Sepúlveda Pertence ficou sentado em cima do processo alguns anos. A demora, além das influencias de ACM, implicava que o governo do estado da Bahia precisava indenizar os fazendeiros, pois eles foram conduzidos para lá, apoiados pelo governo de então (situação parecida com a que já aconteceu em áreas Kaigang do Rio Grande do Sul, e o governo do estado teve que indenizar pequenos agricultores que em tempos passados haviam recebido terras do governo do estado em terras indígenas).

Em 1997, um dos líderes Pataxó foi a Brasilia para apoiar a marcha dos sem-terra, o indío Galdino. Depois da marcha ficou mais alguns dias para realizar audiências com autoridades em função da disputa da área. Como não conhecia a cidade, numa das noites, nao achou mais o alojamento que a Funai tem numa das quadras para os indígenas que vem do interior. Dormiu na guarita de um ponto de ônibus. Foi queimado vivo, por jovens filhos da classe média, inclusive um deles, filho de um desembargador do STJ.

Pois bem, o que os Pataxó estão fazendo agora é recuperar as últimas seis fazendas, que ainda estavam em poder de fazendeiros. Por tanto, o que os fazendeiros tem que fazer, em vez de reclamar dos Pataxó, seria acampar na frente da casa da família ACM, ou ir falar com ACM Neto sobre as enganações que sofreram de seu padrinho politico, o famigerado ACM. (BF)



 
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