
O reflexo da lua na água turvaAos olhos do poeta obscurece,Pois quando à água suja a lua descePerante a lua nova ele se curva.Perante a lua, novo, ele pranteiaE sabe que ele mesmo é quem ofuscaO brilho do ornamento que ele busca,E a luz do pensamento em lua cheia.Coberta pelo breu a lua míngua,E assim sucumbe o brilho do poeta:A sombra de si mesmo ele projetaNa lua, antes que ela se extinga.Só dentro do poeta ela é crescente:Seu brilho à água turva sobrepuja,Fazendo com que seja apenas sujaNos olhos do poeta reticente...Do reflexo da lua se apropria,E o eclipse total o desconcerta...É turva a água ou o olho do poeta?É escura a lua ou sua vã filosofia?Fábio Paradela & Ederson Pe...