segunda-feira, 13 de agosto de 2012

JOICE: OLHO NO OLHO RATINHO

Beto Richa enquadra parte do secretariado

O governador Beto Richa perdeu a paciência com parte do secretariado que anda empurrando com a barriga projetos estratégicos do governo. Beto enquadrou alguns dos comandantes que deveriam acelerar a tramitação dos processos e a liberação de recursos mas que preferem criar dificuldades.  Bem, pelo sim pelo não, é melhor a turma se coçar e desengavetar os projetos como os que tratam da reestruturação nas universidades, compra de alimentos e outros que envolvam a liberação de recursos. O primeiro chicote no lombo foi dado e quem não se mexer pode perder o sono e a cabeça. (Joice)

Advogado de José Borba ataca MPF e diz que não há provas


A defesa do prefeito de Jandaia do Sul, no Norte do Paraná, e ex-deputado José Borba (PP-PR)apostou em ataques ao trabalho do Ministério Público Federal (MPF) no oitavo dia de julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o advogado Inocêncio Mártires Coelho, "os textos do Ministério Público estão cheios de furos e esparadrapos". Na avaliação de Coelho, as provas apontadas pela Procuradoria Geral da República como "robustas", não passam de "frase de efeito" e são "anêmicas".
De acordo com a denúncia, Borba recebeu R$ 200 mil do valerioduto para votar a favor do governo Lula no Congresso. Ele é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Coelho sustentou que não há provas contra seu cliente. "Os membros do Ministério Público vêm se comportando como advogados, deixando-se guiar pela lógica de advogados, pela lógica da condenação a qualquer custo", disse no plenário do STF.
Ele desqualificou o depoimento do publicitário Marcos Valério, operador do mensalão, que envolveria Borba. "Quem é Marcos Valério? Trata-se de um personagem cuja própria denúncia afirma que apresentou informações inconsistentes. É neste informante que o Ministério Público se apoia para dizer que ele recebeu determinadas quantias por sua atuação, que só pode ser a atuação parlamentar", disse.
De acordo com as alegações finais do atual procurador-geral da República, Roberto Gurgel, “ficou comprovado” que Borba recebeu R$ 200 mil do esquema montado pelo publicitário Marcos Valério, o “valerioduto”, para votar a favor de projetos de interesse do governo, como as reformas tributária e da Previdência. Ao todo, segundo depoimento de Valério à Justiça, Borba teria recebido R$ 2 milhões.
Nas alegações finais, a defesa do ex-deputado nega o recebimento de qualquer recurso. O documento desqualifica o depoimento de Valério e cita que a própria denúncia reconhece que não há prova material contra Borba.
“A sorte está lançada”, diz Borba
José Borba não quis gravar entrevista pessoalmente para se defender das acusações, emreportagem que a Gazeta do Povo publicou antes do início do julgamento. Por telefone, fez apenas algumas declarações sobre como aguarda e o que espera da decisão dos ministros. “Não tenho motivos para me manifestar. Se eu disser que estou feliz com tudo isso não é verdade, mas também não é verdade se eu disser que estou triste.”
Mesmo antes do julgamento, ele já começou a sofrer os efeitos colaterais do mensalão por causa da Lei da Ficha Limpa. Borba renunciou ao mandato de deputado em 2005 para escapar da cassação. De acordo com a lei, aprovada em 2010, a renúncia o tornou inelegível até 2015. Por isso, o ex-deputado não é candidato neste ano à reeleição, nem poderá tentar voltar à Câmara dos Deputados em 2014.
Como não pode se candidatar à reeleição devido à Lei da Ficha Limpa, Borba tentou emplacar o sobrinho Haroldo Miller Borba dos Santos (PSD) como sucessor, mas ele acabou desistindo da candidatura. Com isso, o nome da situação é o atual vice-prefeito, Dejair Valério, o Carneiro da Metafa (PTC).
Lula ordenou mensalão, diz defesa de Roberto Jefferson
A defesa do presidente do PTB, Roberto Jefferson, falou aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta segunda-feira (13) e acusou o ex-presidente Lula de ordenar a execução do mensalão, ou seja, a compra de parlamentares. Como esperado, o advogado de Jefferson, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, questionou a falta de citação do ex-presidente Lula na ação. “Tudo isso aconteceu sobre suas barbas e nada? É claro que não. Ele não só sabia como ordenou o desencadeamento dessas ações”, acusou.
O presidente Lula foi procurado nesta segunda-feira, mas não quis comentar a acusação.
No processo, o advogado classificou como “omissão” a decisão do então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, de não incluir nas suas investigações e na denúncia o nome de Lula. A falta da citação do ex-presidente foi levada pelo advogado de Jefferson em seguidas petições. Todas foram rejeitadas. O presidente do PTB foi responsável pela denúncia que iniciou o processo do mensalão.
Antes disso, foi apresentada ainda a defesa do ex-deputado Bispo Carlos Rodrigues (do então PL-RJ), que responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e que é defendido pelo advogado Marcelo Ávila de Bessa.
O advogado Itapuã Prestes de Messias, que defende o ex-dirigente do PTB Emerson Palmieri, afirmou que o cliente dele é denunciante e não deveria figurar entre os réus do processo. Concluiu sua apresentação fazendo uma curiosa comparação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, com o apresentador da TV Globo Jô Soares. Os dois têm fisionomias parecidas.
Também pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro responde o ex-deputado Romeu Ferreira Queiroz (na época no PTB-MG), cuja defesa foi feita pelo advogado José Antero Monteiro Filho. Ele argumentou que o dinheiro recebido pelo parlamentar "tinha aparência de origem sadia" e era “doação”. O ex-deputado federal do PTB é acusado pelo Ministério Público de receber R$ 102 mil da Usiminas, repassados pela SMP&B, agência de publicidade de Marcos Valério, durante a campanha de 2004.
Bastidores do julgamento
O jornalista e colunista André Gonçalves, do blog Conexão Brasília e correspondente da Gazeta do Povo, acompanhou diretamente de Brasília os bastidores da sessão, em uma cobertura com análise exclusiva. Veja como foi. (GP)

Mesmo sob ameaças de pistoleiros, indígenas Guarani Kaiowá vão permanecer em seu território



Na última sexta-feira (10), indígenas Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul (MS), Centro-Oeste brasileiro, cansados da morosidade da justiça, decidiram retomar parte do tekoha (território sagrado) Arroio Koral, localizado no município de Paranhos. Poucas horas depois, nem bem os cerca de 400 indígenas haviam montado acampamento, pistoleiros invadiram o local levando medo e terror para homens, mulheres e crianças.
A ação resultou em indígenas feridos, mas sem gravidade. Além disso, permanece desaparecido o Guarani Kaiowá João Oliveira, que não conseguiu fugir. Com a chegada da Força Nacional os pistoleiros se dispersaram e fugiram.
No momento do ataque, os/as indígenas correram e se espalharam pela mata, no entanto, passados os momentos de pânico, aos poucos os Guarani Kaiowá foram retornando para o acampamento e mesmo se sentindo inseguros e amedrontados pretendem não sair mais de lá.
O Guarani Kaiowá Dionísio Gonçalves assegura que os indígenas estão firmes na decisão de permanecer no tekoha Arroio Koral, mesmo cientes das adversidades que terão que enfrentar, já que o território sagrado reivindicado por eles fica no meio de uma fazenda.
"Nós estamos decididos a não sair mais, nós resolvemos permanecer e vamos permanecer. Podem vir com tratores, nós não vamos sair. A terra é nossa, até o Supremo Tribunal Federal já reconheceu. Se não permitirem que a gente fique é melhor mandarem caixão e cruz, pois nós vamos ficar aqui”, assegurou.
Dionísio informou que no momento as lideranças indígenas estão aguardando a chegada da Polícia Federal no acampamento para iniciar as investigações sobre o acontecido e para a realização das buscas por João Oliveira. "Eles disseram que vinham depois das 12h, estamos esperando por eles e por outros órgãos para resolver o problema”, afirmou.
Conflito fundiário
A batalha pela retomada de terras indígenas não é de hoje no Mato Grosso do Sul. Neste estado, onde se localizam os mais altos índices de assassinatos de indígenas, esta população luta há vários anos pela devolução de terras tradicionais e sagradas. Dentro deste contexto de luta já aconteceram diversos ataques como os de sexta-feira, muitos ordenados por fazendeiros insatisfeitos com a devolução das terras aos seus verdadeiros donos.
O conflito fundiário e judicial que envolve o território sagrado Arroio Koral parecia estar resolvido quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, em dezembro de 2009, um decreto homologando a demarcação da terra. No entanto, em janeiro de 2010, o Supremo Tribunal Federal (STF), do qual está à frente o ministro Gilmar Mendes, suspendeu a eficácia do decreto presidencial em relação às fazendas Polegar, São Judas Tadeu, Porto Domingos e Potreiro-Corá.
O processo continua em andamento, mas tem caminhado a passos muito lentos, já que ainda não foi votado por todos os ministros. Assim, fartos da morosidade da justiça brasileira, os Guarani Kaiowá decidiram fazer a retomada da terra.
Os indígenas escreveram uma carta para os ministros do Supremo Tribunal Federal e para o Governo Federal em que reivindicam o despejo dos fazendeiros que ainda estão ocupando e destruindo territórios tradicionais já demarcados e reconhecidos pelo Estado brasileiro e pela Justiça Federal e exigem a devolução imediata de todos os antigos territórios indígenas.
"Sabemos que os pistoleiros das fazendas vão matar-nos, mas mesmo assim, a nossa manifestação pacífica começa hoje 10 de agosto de 2012. Por fim, solicitamos, com urgência, a presenças de todas as autoridades federais para registrar as nossas manifestações pacíficas, étnicas e públicas pela devolução total de nossos territórios antigos”, anuncia o último trecho da carta assinada por lideranças, rezadores, mulheres pertencentes ao Povo Kaiowá e Guarani dos acampamentos e das margens de rodovias, ameaçados pelos pistoleiros das fazendas, dos territórios reocupados e das Reservas/Aldeias Guarani e Kaiowá do Mato Grosso do Sul.

Proposta acaba com remuneração de vereadores em 90% dos municípios do país



O fim do pagamento da remuneração de vereador em municípios com até 50 mil habitantes é o objetivo de proposta de emenda à Constituição (PEC) em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). De autoria do senador Cyro Miranda (PSDB-GO), o texto foi subscrito por outros 30 parlamentares. Se aprovada pelo Congresso Nacional, a proposição deverá atingir cerca de 90% das câmaras municipais do país.
Além disso, a PEC limita o total da despesa das câmaras de vereadores dessas cidades a no máximo 3,5% da arrecadação municipal.
“Estamos seguros de que sua adoção causará impactos positivos consideráveis, tendo em vista que 89,41% dos municípios brasileiros possuem até 50 mil habitantes. Dessa forma, pouco mais de 600 municípios brasileiros continuarão a remunerar seus vereadores”, argumenta o senador.
Com essa medida, acredita ele, os vereadores passarão a assumir o cargo eletivo “em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua capacidade profissional”. Portanto, para o senador, serão selecionados candidatos comprometidos com a ética, o interesse público e o desenvolvimento local.
O senador avalia que a proposta, se aprovada, trará um impacto positivo para os cofres públicos dos pequenos municípios. Ele lembra que o número de vereadores no país pode superar a marca de 59 mil nas eleições de 2012. Quase sete mil a mais do que o número de eleitos para as câmaras municipais em 2008, o que representa, conforme assinala Cyro Miranda, “um aumento significativo nos gastos públicos municipais”.
Na justificativa da PEC, o senador também lembra que a própria Constituição Federal permite aos vereadores ocupantes de cargo público acumular outras funções no caso de compatibilidade de horários. Cyro Miranda ressalta ainda que, na maioria dos municípios, os vereadores reúnem-se duas ou três vezes por mês, o que viabiliza a manutenção de outras atividades profissionais por parte desses parlamentares.
A proposta, que tramita no Senado como PEC 35/12, aguarda a designação de relator na CCJ e, se aprovada pela comissão, segue para análise do Plenário. (SF)

Greve dos servidores federais: Movimento social, processo educativo e luta

Fernando José Martins

Há um significativo movimento grevista nacional ocorrendo em quase todas as  instituições de ensino superior brasileiras, movimentos em universidades estaduais, bem como em demais categorias profissionais. Movimento significativo, “escondido” pelos meios de comunicação de massa, contudo, de significativa relevância educativa para os sujeitos que o constituem, pois se trata de um processo que gera no interior das lutas, aprendizados de várias ordens: jurídico, relacional, epistemológico, ético, político, social, entre outros.

Alguns analistas questionam a inserção da greve no conceito de movimento social, em virtude de sua estrutura temporária e de organização efêmera. Porém, de acordo com as sínteses de estudiosos que dizem: “Movimentos Sociais são ações sociopolíticas construídas por atores sociais coletivos pertencentes a diferentes classes e camadas sociais, articuladas em certos cenários da conjuntura socioeconômica e política de um país, criando um campo político de força social na sociedade civil.”(GOHN, 1997, p.251) e de acordo também com outros analistas que concordam com as seguintes premissas, pode-se indicar que a greve cumpre as características acima.

Ocorre que, em um processo complexo como é a greve, há distinções e desafios que se acentuam. Portanto, o uso e a prática de uma categoria são essenciais para a compreensão e ação coletiva no movimento de greve: a categoria classe. Na sociedade capitalista, todos trabalhadores, públicos ou privados, são membros da classe trabalhadora. É justamente o sistema que tende a dividir essa classe. Independente dos setores, servidores, técnicos, professores, acadêmicos (e seus femininos, claro!!) em uma greve, em um movimento, e, sobretudo, na sociedade de classes, todos esses sujeitos pertencem à mesma classe trabalhadora. Assumir essa identidade coletiva é um passo importante para o êxito do movimento.

Todos esses setores (de uma classe só) sofrem oprimidos pela mesma fonte: o Estado, que sob o capitalismo, está subjugado por esse sistema. Vale ressaltar que uma das estratégias de desmobilização do movimento é justamente dividi-lo em categorias distintas. Como diria Maquiavel: dividir para reinar.

Ter clareza “contra quem” e com quem se faz um movimento é imprescindível. No que fora apontado, é necessário explicitar que, no caso universitário, quando o Estado sonega condições de trabalho, remuneração justa, estrutura universitária, sonega o avanço da ciência e tecnologia para a sociedade, sonega, ações de extensão que chegam diretamente à comunidade local, freia o desenvolvimento local.

E por quê? Quem ganha com isso é justamente o mercado. Ele cresce, as universidades, faculdades e institutos privados ganham força; a pesquisa, serviços estruturais que seriam públicos, são assumidos cada vez mais pela iniciativa privada, gerando lucros para alguns e custos para todos! Um simples olhar no resumo do senso da educação superior de 2010 pode-se constatar que 88,3% das instituições de ensino superior são privadas. O dado é de 2010. Certamente, hoje, já se intensificou.

Por fim, vale ressaltar o caráter educativo de um movimento como a greve, os processos de formação, debates, deliberações que são presentes entre os sujeitos que participam. E, o que é mais importante, a relação que se deve buscar com a sociedade como um todo. Fazer greve é dolorido para os sujeitos que participam e, por isso, as estratégias de ação devem amenizar esse sofrimento. Ao socializar os motivos e objetivos da greve, é necessário também socializar a função social da instituição na qual estamos inseridos. É importante aproximar a Universidade da sociedade local e contar com a adesão dela nesse processo de luta, partilhar, não só as pretensões que a mídia veicula - salários! Mostrar que a greve, além do plano de cargos, carreira e salário, quer ajudar no processo de democratização da universidade e, consequentemente, tornar essa universidade, instituto, faculdade, cada vez mais importante para a sociedade.

‘Defesa vê caixa dois como conduta corriqueira’


Ministra do STJ e corregedora-geral do CNJ, Eliana Calmon espantou-se com a naturalidade com que os advogados dos réus do mensalão tentam converter a acusação de corrupção em caixa dois eleitoral. Falam de arcas clandestinas de campanha “como se fosse conduta corriqueira, socialmente consentida”.
A despeito de não desconhecer “as provas dos autos”, Eliana declara: “Para mim o mensalão soa como corrupção”, não como caixa dois. Na bica de deixar a corregedoria do CNJ, em setembro, a doutora falou aos repórteres Felipe Recondo e Fausto Macedo.
No curso da conversa, declarou-se “assustada” com tudo o que viu do privilegiado posto de observação no órgão responsável pela fiscalização do Judiciário –desmandos que vão da corrupção aos salários milionários. Contou que, depois de ter declarado que há “bandidos” escondidos atrás de togas, foi alvejada pela animosidade de Cezar Peluso, à época presidente do STF e do CNJ. “Ele tentou me inviabilizar”, disse. Disponível aqui, a entrevista vai reproduzida abaixo:
– Não é hora de o Supremo Tribunal Federal dar um basta na cultura do dinheiro sujo na política? E quem sabe o Supremo não vai dar? É uma grande oportunidade de estabelecermos alguns valores, um julgamento importantíssimo. Valores morais, valores éticos, políticos, não é? Valores de conduta de cidadania.
 A defesa dos réus do mensalão quer cravar que tudo não passou de caixa 2 de campanha eleitoral. A tese vai vingar? Como se fosse conduta corriqueira, socialmente consentida. Não conheço as provas dos autos, mas para mim o mensalão soa como corrupção. Eu me impressionei pelas imagens [a cena da entrega do dinheiro nos Correios], até hoje me choca. Não posso ignorar que este é um país de caixa 2. Isso é relativizado na hora que se vai examinar os fatos.
 O Conselho Nacional de Justiça puniu juízes que agiram parcialmente por causa de relações com as partes. No julgamento do mensalão discutiu-se sobre a suspeição do ministro Dias Toffoli. O exemplo não deve vir de cima? Isso está na pauta do dia. Não vou qualificar, por uma questão de hierarquia, questão disciplinar. Mas o assunto está na pauta do dia porque o povo anotou.
 O modelo de financiamento de campanha deve ser alterado? Ninguém ignora que nós precisamos fazer uma reforma política porque o financiamento de campanha neste país é uma vergonha. Nós, magistrados, ignoramos isso? Não. Se é um problema generalizado, é um problema que conta com a conivência de todos, de toda a Nação, tanto que até hoje não se tomou nenhuma providência.
 O STF vai ser julgado pela sociedade no julgamento do mensalão? O STF está com muito cuidado neste julgamento do mensalão porque a nação está olhando. Será um julgamento bastante técnico. Estamos no ápice da manifestação democrática do país. Alguns magistrados ainda não se aperceberam de que nós podemos ser julgados. É assim que acontece em qualquer democracia. A sociedade julga os serviços prestados por qualquer servidor público, e ministro é servidor público. Eu sou servidora pública. O STF está numa posição difícil, tem de prestar satisfação para os jurisdicionados. Ele tem um problema político por resolver, porque há realmente interesses políticos que estão em jogo. A nação toda está mobilizada, com os olhos voltados para o Supremo. E a saída do Supremo é julgar tecnicamente.
 Como foi a convivência com Peluso? Foi socialmente boa, só que ele é uma pessoa difícil. Eu insistia muito para ter um diálogo, mas sempre encontrei pouca receptividade. Despachávamos normalmente, uma vez por semana, mas de uma forma bastante seca, rápida. Essa convivência não me deixava à vontade, eu não me sentia fazendo parte de uma equipe. Comecei a sentir uma Corregedoria separada da gestão do CNJ e isso me incomodava bastante. Eu fui me encolhendo dentro desse universo CNJ para ser possível, então, fazer uma administração à margem. A Corregedoria era ignorada.
 Quando a senhora apontou “bandidos de toga” tentaram afastá-la? Naquele momento, meu entendimento foi de que o ministro Peluso quis publicizar uma insatisfação que já era dele. Se essa insatisfação fosse generalizada, naturalmente eu ficaria absolutamente impedida de continuar como corregedora. Ele pessoalmente ligou para os tribunais e pediu que tomassem a mesma medida. Ele queria que os tribunais se reunissem para examinar a nota de repúdio e divulgar. Eu sei disso porque no STJ, o presidente à época disse: ‘O ministro Peluso telefonou e pediu para eu reunir o plenário para aderir à nota de repúdio’. Isso também foi feito no Tribunal Superior do Trabalho, que emitiu nota assinada por todos os ministros, com exceção do ministro Ives Gandra.
– Qual era a intenção? Interromper a minha atividade. Se eu estou inviabilizada com a magistratura, eu não posso continuar corregedora, fico desmoralizada. A hora que eu chegar num tribunal eu estou inviabilizada, ninguém acredita numa pessoa que a magistratura repudiou, uma pessoa que quer o mal da magistratura. Essa foi a ideia. Superei porque tinha consciência de que não pertencia àquilo que diziam. O que estava na nota não era minha intenção, eu estava certa do que estava fazendo. Veio um apoio generalizado, como se a nota fosse um estopim. Recebi apoio até de ministros do STF, telefonemas, e-mails e este país explodiu de apoio. A mídia foi o grande veículo, o Estado fez editorais. Aí nós marchamos.
 Pensa em ingressar na política? Eu só sou magistrada, não tenho aptidão para a política. Sou uma pessoa que fala as coisas, não faço favores. Os meus amigos dizem ‘Eliana não faz favores, não é amiga dos amigos’. Eu sou amiga, mas dentro da minha atividade profissional eu não tenho amigo, não faço favor porque é uma questão de princípio. No dia em que fizer um favor, eu faço dez.
 Em muitos Estados é baixo o índice de condenações por improbidade e os salários dos magistrados são altos. Faz alguma relação entre essas duas situações? Faço. Este é um país preconceituoso, dominado por elites econômicas e políticas que ainda têm peso grande nos tribunais. E é dentro desse espírito elitista, patrimonialista, que nós temos dificuldades de mudança de cultura. Ainda há magistrados que têm a concepção de que isso é normal, para as elites tudo é permitido e relativizam os atos de improbidade. É uma prática em alguns Estados. Estabelecer salários altos para, dessa forma, ter a conivência da magistratura. Temos de acabar com esse compadrio de tribunais com governadores. Chefes do Executivo, às vezes, repassam verbas para altos salários para terem o quê? A compreensão do Judiciário, a conivência.
 No Tribunal de Justiça do Rio, onde as condenações por improbidade não superam dez casos, salários oscilam entre R$ 100 mil e R$ 150 mil. No Rio houve um complô de tal forma que hoje nós temos TJ, Poder Legislativo e o Executivo todos coniventes com aqueles salários altíssimos pagos aos desembargadores. Isso não pode ser a troco de nada, porque o Rio padece de uma série de deficiências. E nós vamos encontrar o quê? Uma absoluta inação do Poder Judiciário para com alguns segmentos, algumas demandas. Querem ver o problema? Os grupos de extermínio. Nós encontramos grupos de extermínio em processos no Ceará, na Bahia, em Alagoas, esses Estados mostram que pelo menos são abertos os processos. No Rio, não.
 A Corregedoria investiga a evolução patrimonial de magistrados e a discrepância com salários? Os processos estão para ser abertos. Eu ainda não sei como foi que chegou esse dinheiro, se foi por venda de sentença. Os juízes vão ter de explicar. Na sindicância alertamos [o magistrado]: ‘Seu patrimônio está a descoberto, venha explicar o motivo de seu patrimônio crescer se seus ganhos são insuficientes’. Eles não conseguiram explicar. Vamos propor processos disciplinares. São de 7 a 10 magistrados. A concentração maior está em Mato Grosso do Sul. O CNJ tem amedrontado um pouco, estabeleceu um freio. Mas não é suficiente. Precisamos da atuação das Corregedorias locais. Eu estou assustada. Vejo muita melhora, mas nós precisávamos ter muito mais energia para vencer. A magistratura de primeiro grau é a mais saudável, mais idealista, tem menos convivência com as elites, não se mistura. Os juízes do primeiro grau precisam tomar as rédeas do Judiciário. Eu defendo eleição direta na escolha [da cúpula dos tribunais], participação da primeira instância. (Uol)

Propaganda eleitoral: O que pode e o que não pode


Requião "moralista" X petista "defensor de mensaleiro"


 E esta verdade atinge todos os partidos,grandes empresas e se ramifica nas instituições. Mudança difícil.
No Twitter cada um diz o que pensa, mas apanha como merece.
 Vc não preferiria um fuzilamento jurídico sem defesa,pois não?
MENSALÕES- o truque mais esperto que o diabo inventou foi fazer acreditarem que ele não existe.
 sai dessa, ou entraras para o folclore como mero parlapatao!
 censura eh coisa dos seus... Ou nao tens o Sarney e cia no PMDB? Alias, veja quem tem pacto com o futi e faz patrulhamento...
 ruim hem! Duas vezes saiu da linha e disse asneira, saiu da minha TL
 claro, parlapata asneiras contra o PT mas nem uma virgula sobre o Sarney? Pq? Posa de democrata sob os holofotes e sobre o MA?
 imbecil, não fiz nenhuma referencia ao PT e sim,genericamente,Aa a corrupção. A acusação foi sua.
 babaca, teu maior defeito é pensar que todo mundo é imbecil igual a quem vota em ti! Covarde, n se esconda nos genericos/Serra.
 vc se revela um perfeito bobalhão, e ainda agride 2.700,000 eleitores do PR. Completo idiota.
 você um parlapatao, frasista, ambiguo, atira sem direcao... E quando lhe convem esconde-se ate atras da votacao... Q feio, RR!

 
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