domingo, 2 de outubro de 2011

Protestos contra Wall Street se multiplicam nos EUA

Cerca de 700 pessoas foram presas em uma manifestaĂ§Ă£o que bloqueou a ponte do Brooklyn neste sĂ¡bado

Os protestos contra a crise econĂ´mica e o setor bancĂ¡rio continuam se ampliando neste domingo (2) nos Estados Unidos, enquanto a polĂ­cia de Nova York começou a libertar algumas pessoas das centenas que foram detidas durante manifestações registradas na cidade.

Cerca de 700 pessoas foram presas em uma manifestaĂ§Ă£o que bloqueou a ponte do Brooklynneste sĂ¡bado.

O protesto havia sido iniciado no Zuccotti Park, em Manhattan, onde desde 17 de setembro centenas de pessoas estĂ£o acampadas, em um movimento ao qual batizaram de "Occupy Wall Street" (Ocupem Wall Street, em traduĂ§Ă£o livre).

AlĂ©m disso, mais de uma centena de pessoas permanecem acampadas nas escadarias da Prefeitura de Los Angeles (CalifĂ³rnia) em demonstrações contra o que o jornal "The Los Angeles Times" descreveu como "injustiças das polĂ­ticas econĂ´micas".

Uma demanda comum que os organizadores dos protestos apresentam em suas convocações, especialmente na internet, Ă© que "se escute a voz de 99% do paĂ­s, e nĂ£o a de 1% que continua enriquecendo".

Em Raleigh, Carolina do Norte, um grupo denominado "Occupy Raleigh" convocou neste domingo ativistas, sindicatos, igrejas e comunidades a uma reuniĂ£o para organizar protestos similares nessa cidade.

As manifestações brotaram em diferentes cidades, incluindo Albuquerque, no Novo México, onde na sexta-feira houve um ato com cerca de 500 pessoas, e em Chicago, onde mais de 100 pessoas se reuniram em frente ao edifício do Federal Reserve (Fed, banco central americano). (Efe)

Paul Craig: A guerra ao terror Ă© uma falsificaĂ§Ă£o

*Paul Craig Roberts


Na dĂ©cada passada, Washington matou, mutilou, deslocou e tornou viĂºvas e Ă³rfĂ£os milhões de muçulmanos em seis paĂ­ses, tudo em nome da "guerra ao terror". Os ataques de Washington a outros paĂ­ses constituem agressĂ£o nua e impactam primariamente em populações civis e infraestrutura – e, por isso, constituem crimes de guerra segundo a lei.


Nazis foram executados precisamente pelo que Washington estĂ¡ hoje a fazer. 

AlĂ©m disso, as guerras e ataques militares custaram aos contribuintes americanos, em prejuĂ­zos e custos a serem incorridos no futuro, pelo menos 4 trilhões de dĂ³lares – um terço da dĂ­vida pĂºblica acumulada – o que resultou numa crise do dĂ©ficit dos EUA, que ameaça a segurança social, o valor do dĂ³lar norte-americano e o seu papel de divisa de reserva, enquanto enriquece para alĂ©m de tudo que jĂ¡ foi visto na histĂ³ria o complexo militar/segurança e seus apologistas. 

 Talvez o mais elevado custo da "guerra ao terror" de Washington tenha sido pago pela ConstituiĂ§Ă£o dos Estados Unidos e as suas liberdades civis. Qualquer cidadĂ£o dos EUA que Washington acuse Ă© privado de todos os direitos legais e constitucionais. Os regimes Bush-Cheney-Obama arruinaram a maior conquista da humanidade – a responsabilidade do governo perante a lei. 

 Se olharmos em torno para o terror do qual a polĂ­cia de estado e uma dĂ©cada de guerra supostamente nos protegeu, o terror Ă© difĂ­cil de descobrir. Exceto para o prĂ³prio 11/Set, assumindo que aceitamos a improvĂ¡vel teoria conspiratĂ³ria do governo, nĂ£o houve ataques terroristas nos EUA. Na verdade, como destacou o RT em 23/Agosto/2011, um programa de investigaĂ§Ă£o da Universidade da CalifĂ³rnia descobriu que as "tramas de terror" interno publicitadas na imprensa foram preparadas por agentes do FBI. http://rt.com/usa/news/fbi-terror-report-plot-365-899/. 

 O nĂºmero de agentes encobertos do FBI agora ascende a 15 mil, dez vezes o nĂºmero existente durante os protestos contra a guerra do VietnĂ£, quando manifestantes eram acusados de simpatias comunistas. Como aparentemente nĂ£o hĂ¡ conspirações reais de terror para esta enorme força de trabalho descobrir, o FBI justifica seu orçamento, alertas de terror e buscas invasivas de cidadĂ£os americanos criando "tramas de terror" e descobrindo alguns indivĂ­duos dementes para capturar. Exemplo: a trama da bomba no MetrĂ´ de Washington DC, a trama do metrĂ´ na cidade de Nova York, a trama para explodir a Sears Tower em Chicago foram todos estratagemas organizados e geridos por agentes do FBI. 

O RT informa que apenas trĂªs destas tramas podem ter sido independentes do FBI, mas como nenhuma das trĂªs funcionou elas obviamente nĂ£o foram obra de uma organizaĂ§Ă£o profissional de terror como se pretende que seja a Al Qaeda. O carro bomba na Times Square nĂ£o explodiu e aparentemente nĂ£o podia ter explodido. 

O mais recente laço armado pelo FBI Ă© um homem de Boston, Rezwan Ferdaus, o qual Ă© acusado de planejar atacar o PentĂ¡gono e o CapitĂ³lio dos EUA com modelos de aviões carregados com explosivos C-4. A promotora dos EUA, Carmen Ortiz, assegurou aos americanos que eles nunca estiveram em perigo porque os agentes encobertos do FBI estavam a controlar a trama. usatoday.com/news/washington/story/2011-09-28/DC-terrorist-plot-drone/50593792/1 

 A trama de Ferdaus organizada pelo FBI para explodir o PentĂ¡gono e o CapitĂ³lio com modelos de aviões provocou acusações de que ele proporcionou "apoio material a uma organizaĂ§Ă£o terrorista" e conspirou para destruir edifĂ­cios federais – a acusaĂ§Ă£o mais grave, a qual implica 20 anos de aprisionamento por cada edifĂ­cio alvejado. 

 Qual Ă© a organizaĂ§Ă£o terrorista a que serve Ferdaus? Certamente nĂ£o a al Qaeda, que supostamente passou a perna a todos os 16 serviços de inteligĂªncia, todos os serviços de inteligĂªncia dos EUA, Otan, israelenses, Norad, o National Security Council, Air Traffic Control, Dick Cheney e a segurança de aeroportos estado-unidenses quatro vezes em uma hora na mesma manhĂ£. Uma organizaĂ§Ă£o de terror tĂ£o altamente capaz nĂ£o estaria envolvida numa trama tĂ£o sem sentido como explodir o PentĂ¡gono com um modelo de aviĂ£o. 

 Como um americano que esteve no serviço pĂºblico durante anos e que sempre defendeu a ConstituiĂ§Ă£o, um dever patriĂ³tico, devo esperar que a pergunta jĂ¡ tenha disparado nas cabeças dos leitores: por que esperam que acreditemos que um pequeno aviĂ£o modelo seja capaz de explodir o PentĂ¡gono quando um aviĂ£o 757 carregado com jet fuel foi incapaz de efetuar a tarefa, fazendo meramente um buraco nĂ£o suficientemente grande para um aviĂ£o de carreira. 

 Quando observo a credulidade dos meus concidadĂ£os para com as absurdas "tramas de terror" que o governo dos EUA fabrica, isso leva-me a perceber que o medo Ă© a mais poderosa arma que tem qualquer governo para avançar uma agenda nĂ£o declarada. Se Ferdaus for levado a julgamento, nĂ£o hĂ¡ dĂºvida de que um jĂºri o condenarĂ¡ por uma trama para explodir o PentĂ¡gono e o CapitĂ³lio com aviões modelo. Mais provavelmente ele serĂ¡ torturado ou coagido a um acordo de cooperaĂ§Ă£o (plea bargain). 

 Aparentemente, os americanos, ou a maior parte deles, estĂ£o tĂ£o dominados pelo medo que nĂ£o sofrem remorsos pelo fato de o "seu" governo assassinar e deslocar milhões de pessoas inocentes. Na mente americana, mil milhões de "cabeças de pano" (towel-heads) foram reduzidas a terroristas que merecem ser exterminados. Os EUA estĂ£o no caminho de um holocausto que tornam os terrores dos judeus face ao nacional-socialismo um mero precursor. 

 Pense acerca disto: nĂ£o serĂ¡ admirĂ¡vel que apĂ³s uma dĂ©cada (2,5 vezes a extensĂ£o da II Guerra Mundial) de matança de muçulmanos, de destruiĂ§Ă£o de famĂ­lias e das suas perspectivas em seis paĂ­ses nĂ£o haja eventos terroristas reais nos EUA? 

 Pense por um minuto quĂ£o fĂ¡cil seria o terrorismo nos EUA se houvesse quaisquer terroristas. SerĂ¡ que um terrorista da Al Qaeda, a organizaĂ§Ă£o que alegadamente conseguiu o 11/Set – a mais humilhante derrota sofrida por uma potĂªncia ocidental, ainda mais "a Ăºnica superpotĂªncia do mundo" – mesmo face a toda a filtragem ainda estaria a tentar sequestrar ou explodir um aviĂ£o? 

 Certamente nĂ£o quando hĂ¡ tantos alvos fĂ¡ceis. Se a AmĂ©rica estivesse realmente infectada por uma "ameaça terrorista", um terrorista simplesmente entraria nas maciças filas de espera da "segurança" de aeroportos e largaria ali a sua bomba. Isso mataria muito mais pessoas do que poderia ser alcançado explodindo um aviĂ£o e tornaria completamente claro que "segurança de aeroporto" nĂ£o significa que o mesmo seja seguro. 

 Seria uma brincadeira de criança para terroristas explodir subestações elĂ©tricas pois ninguĂ©m estĂ¡ ali, nada exceto um cadeado na cerca de arame. Seria fĂ¡cil para terroristas explodirem centros comerciais. Seria fĂ¡cil para terroristas despejarem caixas de pregos em ruas congestionadas e auto-estradas durante horas de ponta, interrompendo o trĂ¡fego de artĂ©rias importantes durante dias. 

 Antes, caro leitor, de me acusar de dar ideias terroristas, pensa realmente que elas jĂ¡ nĂ£o teriam ocorrido a terroristas capazes de executar o 11/Set? 

 Mas nada acontece. EntĂ£o o FBI prende um rapaz por planejar explodir a AmĂ©rica com modelos de aviões. É realmente deprimente [verificar] quantos americanos acreditarĂ£o nisto. 

Considere tambĂ©m que neoconservadores americanos, os quais orquestraram a "guerra ao terror", nĂ£o tĂªm seja o que for de proteĂ§Ă£o e que a proteĂ§Ă£o do Serviço Secreto de Bush e Cheney Ă© mĂ­nima. Se a AmĂ©rica realmente enfrentasse uma ameaça terrorista, especialmente uma tĂ£o profissional como a que executou o 11/Set, todo neoconservador juntamente com Bush e Cheney podia ser assassinados dentro de uma hora numa manhĂ£ ou numa noite. 

 O fato de neoconservadores tais como Paul Wolfowitz, Donald Rumsfeld, Condi Rice, Richard Perle, Douglas Feith, John Bolton, William Kristol, Libby, Addington, et. al., viverem desprotegidos e livres do medo Ă© prova de que a AmĂ©rica nĂ£o enfrenta ameaça terrorista. 
 Pense agora acerca da trama do sapato-bomba, da trama do xampĂº engarrafado e da trama da bomba nas cuecas. Peritos, outros que nĂ£o as prostitutas contratadas pelo governo estado-unidense, dizem que tais tramas nĂ£o tĂªm sentido. O "sapato-bomba" e a "bomba nas cuecas" eram fogos de artifĂ­cio coloridos incapazes de explodir uma lata de comida. A bomba lĂ­quida, alegadamente misturada na toilete de um aviĂ£o, foi considerada pelos peritos como fantasia. 

 Qual a finalidade destas tramas falsas? E recorde que todas as informações confirmam que a "bomba nas cuecas" foi trazido para dentro do aviĂ£o por um oficial, apesar do fato de o "bombista de cuecas" nĂ£o ter passaporte. Nenhuma investigaĂ§Ă£o foi efetuada pelo FBI, CIA ou quem quer que seja quanto Ă  razĂ£o pela qual foi permitido um passageiro sem passaporte num voo internacional. 

 A finalidade destas pretensas tramas Ă© despertar o nĂ­vel de medo e criar oportunidade para o ex czar da Homeland Security, Michael Chertoff, ganhar uma fortuna a vender porno-scanners Ă  Transportation Security Administration (TSA). 

 O resultado destas publicitadas "tramas terroristas" Ă© que todo cidadĂ£o americano, mesmo com altas posições no governo e certificados de segurança, nĂ£o podem embarcar num voo comercial sem tirar os sapatos, o casaco, o cinto, submeter-se a um porno-scanner ou ser sexualmente apalpado. Nada podia tornar as coisas mais simples do que uma "segurança de aeroporto" que nĂ£o pode distinguir um terrorista muçulmano de um entusiĂ¡stico patriota americano, de um senador, de um general da Marinha ou de um operacional da CIA. 

 Se um passageiro precisa por razões de saĂºde ou outras quantidades de lĂ­quidos e cremes para alĂ©m dos limites impostos Ă  pasta de dente, xampĂº, alimentos ou medicamentos, ele deve obter previamente autorizaĂ§Ă£o da TSA, a qual raramente funciona. Um dos mais admirĂ¡veis momentos da AmĂ©rica Ă© o caso, documentado no YouTube, de uma mulher moribunda numa cadeira de rodas, que exige alimentaĂ§Ă£o especial, tendo o seu alimento jogado fora pela gestapo TSA apesar da aprovaĂ§Ă£o escrita da Transportation Safety Administration, com a sua filha presa por protestar e a mulher moribunda abandonada sozinha no aeroporto. 

 Isto Ă© a AmĂ©rica de hoje. Estes assaltos a cidadĂ£os inocentes sĂ£o justificados pela extrema-direita estĂºpida como "protegendo-nos contra o terrorismo", uma "ameaça" que toda evidĂªncia mostra que nĂ£o Ă© existente. 

Nenhum americano hoje estĂ¡ seguro. Sou um antigo associado da equipe do subcomitĂª de da House Defense Appropriations. Requeria altas autorizações (clearances) de segurança pois tenho acesso a informaĂ§Ă£o a respeito de todos os programas americanos de armas. Como economista chefe do House Budget Committee tenho informaĂ§Ă£o sobre os orçamentos militares e de segurança dos EUA. Quando secretĂ¡rio assistente do Tesouro dos EUA, me era fornecida toda manhĂ£ o relatĂ³rio da CIA ao presidente, bem como infindĂ¡vel informaĂ§Ă£o de segurança. 

 Quando deixei o Tesouro, o presidente Reagan nomeou-me para um comitĂª super-secreto destinado a investigar a avaliaĂ§Ă£o da CIA da capacidade soviĂ©tica. Resumindo, eu era consultor do PentĂ¡gono. Tinha toda espĂ©cie de autorizaĂ§Ă£o de segurança. 

 Apesar do meu registo das mais altas autorizações de segurança e da confiança do governo dos EUA em mim, incluindo confirmaĂ§Ă£o pelo Senado numa nomeaĂ§Ă£o presidencial, a polĂ­cia aĂ©rea nĂ£o pode distinguir-me de um terrorista. 
 Se eu brincasse com modelismo de aviões ou comparecesse a manifestações anti-guerra, hĂ¡ pouca dĂºvida de que tambĂ©m seria preso. 

ApĂ³s o meu serviço pĂºblico no Ăºltimo quartel do sĂ©culo XX, experimentei durante a primeira dĂ©cada do sĂ©culo XXI todas as conquistas da AmĂ©rica, apesar das suas falhas serem apagadas. No seu lugar, foi erigido um monstruoso desejo de hegemonia e de riqueza altamente concentrada. A maior parte dos meus amigos e concidadĂ£os em geral sĂ£o capazes de reconhecer a transformaĂ§Ă£o da AmĂ©rica num estado policial belicista que tem a pior distribuiĂ§Ă£o de renda de qualquer paĂ­s desenvolvido. 

 É extraordinĂ¡rio que tantos cidadĂ£os americanos, cidadĂ£os da Ăºnica superpotĂªncia do mundo, realmente acreditem que estĂ£o a ser ameaçados por povos muçulmanos que nĂ£o tĂªm unidade, nem marinha, nem força aĂ©rea, nem armas nucleares, nem mĂ­sseis capazes de cruzar os oceanos. 

 Na verdade, grandes percentagens destas "populações ameaçadoras", especialmente entre os jovens, estĂ£o enamoradas da liberdade sexual que existe na AmĂ©rica. Mesmo os iranianos tolos da "RevoluĂ§Ă£o Verde" orquestrada pela CIA esqueceram a derrubada por Washington na dĂ©cada de 1950 do seu governo eleito. Apesar de uma dĂ©cada de ações militares abusivas contra povos muçulmanos, muitos muçulmanos ainda olham para a AmĂ©rica para a sua salvaĂ§Ă£o. 

Seus "lĂ­deres" sĂ£o simplesmente subornados com grandes somas de dinheiro. 

 Com a "ameaça terrorista" e a Al Qaeda esvaziada com o alegado assassinato pelo presidente Obama do seu lĂ­der, Osama bin Laden, o qual fora deixado desprotegido e desarmado pela sua "organizaĂ§Ă£o terrorista de Ă¢mbito mundial", Washington produziu um novo bicho-papĂ£o – os Haqqanis. 

 Segundo John Glaser e anĂ´nimo responsĂ¡veis da CIA, o presidente do US Joint Chiefs of Staff, Mike Mullen, "exagerou" o caso contra o grupo insurgente Haqqani quando afirmou, determinando uma invasĂ£o estadunidense do PaquistĂ£o, que os Hagganis eram um braço operacional do serviço secreto do governo do PaquistĂ£o, o ISI. O almirante Mullen estĂ¡ agora a afastar-se do seu "exagero", um eufemismo para uma mentira. Seu ajudante, capitĂ£o John Kirby, disse que as acusações de Mullen foram destinadas a influenciar os paquistaneses a romper a Rede Haqqani". Por outras palavras, os paquistaneses deveriam matar mais gente do seu prĂ³prio povo para salvar os americanos de perturbações. 

 Se nĂ£o sabe o que Ă© a Rede Haqqani, nĂ£o fique surpreendido. VocĂª nunca ouviu falar da Al Qaeda antes do 11/Set. O governo dos EUA cria nĂ£o importa a que seja de novos bicho-papĂ£o e sĂ£o necessĂ¡rios incidentes para prover a agenda neoconservadora de hegemonia mundial e de lucros mais altos para a indĂºstria de armamentos. 

 Durante dez anos, a populaĂ§Ă£o da "superpotĂªncia" americana sentou aĂ­, sendo apavorada pelas mentiras do governo. Enquanto americanos assentam no medo de "terroristas" nĂ£o existentes, milhões de pessoas em seis paĂ­ses tiveram suas vidas destruĂ­das. Tanto quanto existe de evidĂªncia, a vasta maioria dos americanos nĂ£o estĂ¡ perturbada pelo assassinato desumano de outras pessoas em paĂ­ses que nĂ£o sĂ£o capazes de localizar nos mapas. 

 Realmente, a Amerika Ă© uma luz para o mundo, um exemplo para todos.

Paul Craig Roberts Ă© pĂ³s-graduado no Instituto de Tecnologia da GeĂ³rgia, na University of California, em Berkeley , no Merton College e na Oxford University e Ă© Ph.D. da Universidade de Virginia.

Para Correios, decisĂ£o da Justiça nĂ£o impede corte de ponto dos grevistas

Os Correios (ECT) entendem que a decisĂ£o do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10º RegiĂ£o, que proibiu o corte do ponto dos grevistas, nĂ£o vale para todo o paĂ­s. Por meio de nota, a estatal alega que a decisĂ£o vale apenas para o Distrito Federal e o Tocantins, as duas unidades da FederaĂ§Ă£o que integram a 10ª RegiĂ£o. Argumenta, ainda, que uma decisĂ£o de carĂ¡ter nacional sĂ³ pode sair do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

A empresa tambĂ©m informa que nĂ£o foi notificada de qualquer decisĂ£o judicial que impeça o desconto dos dias parados dos grevistas (em carĂ¡ter nacional) e que, atualmente, hĂ¡ mais de 20 ações judiciais em diferentes estados com decisões divergentes sobre o desconto. “Nas localidades em que a decisĂ£o Ă© desfavorĂ¡vel Ă  empresa, a ECT estĂ¡ providenciando recurso para reverter a situaĂ§Ă£o”, diz trecho da nota.

De acordo com os Correios, no Rio de Janeiro e em SĂ£o Paulo – cidades que reĂºnem o maior efetivo da empresa - o nĂ£o pagamento dos dias parados estĂ¡ mantido por decisĂ£o judicial. “A decisĂ£o desse tribunal [TRT da 10ª RegiĂ£o] nĂ£o pode se sobrepor Ă  de outros tribunais que tiveram decisões diferentes”.

O argumento dos Correios Ă© contestado pelo advogado da Federações Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), Rodrigo Torelly. Ele defende que a decisĂ£o do desembargador MĂ¡rio Macedo Caron, do TRT da 10ª RegiĂ£o, Ă© nacional, uma vez que a aĂ§Ă£o foi proposta pela federaĂ§Ă£o em nome de toda a categoria, com a autorizaĂ§Ă£o dos 35 sindicatos filiados.

“Impetramos mandado de segurança em nome da federaĂ§Ă£o, subsitutindo a categoria toda”, disse o advogado, lembrando que a multa que o desembargador determinou para o caso de descumprimento da decisĂ£o Ă© relativa Ă  folha nacional de pagamentos dos Correios. (AB)

Palestinos rejeitam declaraĂ§Ă£o de Israel sobre negociações de paz

Autoridades palestinas rejeitaram neste domingo (2) um comunicado de Israel indicando que pode retomar o diĂ¡logo direto com os palestinos, desde que "sem condições prĂ©vias". No Cairo, o negociador da Autoridade Nacional Palestina, Saeb Erekat, declarou Ă  AgĂªncia AFP que o comunicado de Israel Ă© um "exercĂ­cio de ludibriar a comunidade internacional".

A Autoridade Palestina diz que sĂ³ negocia com Israel mediante o congelamento na construĂ§Ă£o de assentamentos judeus na CisjordĂ¢nia e a aceitaĂ§Ă£o das fronteiras de 1967 como base para um acordo. O ministro egĂ­pcio do Exterior, Mohamed Amro, apoiou os palestinos e acusou Israel de "falta de seriedade" na discussĂ£o.

PolĂ­cia de Nova York prende 700 em protesto contra "ganĂ¢ncia" dos bancos

Mais de 700 pessoas foram presas em Nova York em um protesto contra o que chamam de "ganĂ¢ncia do sistema financeiro". Os manifestantes do protesto Occupy Wall Street (Ocupem Wall Street, em traduĂ§Ă£o livre), em referĂªncia ao coraĂ§Ă£o financeiro nova-iorquino, cruzavam a Ponte do Brooklyn quando foram detidos pela polĂ­cia, a maioria por causar tumulto e atrapalhar o trĂ¢nsito.

A marcha nĂ£o tinha autorizaĂ§Ă£o da polĂ­cia, mas um porta-voz do movimento disse Ă  BBC que "desde que caminhemos pela calçada e de maneira ordeira, Ă© completamente legal". Entretanto, a polĂ­cia informou que muitos nĂ£o obedeceram Ă s ordens de permanecer na calçada e foram presos.

Ativistas do movimento estĂ£o acampados nas proximidades de Wall Street hĂ¡ duas semanas. A organizaĂ§Ă£o dos protestos diz que estĂ¡ "defendendo 99% da populaĂ§Ă£o americana contra o 1% mais rico". Desde meados de setembro, os lĂ­deres do Occupy Wall Street, uma coalizĂ£o de agremiações menores, vinham conclamando os seguidores para juntar 20 mil pessoas, "inundar a Baixa Manhattan [regiĂ£o onde fica Wall Street]" e permanecer acampados "durante meses".

"NĂ£o Ă© justo que nosso governo ajude as grandes corporações e nĂ£o as pessoas", disse Ă  BBC um dos manifestantes, Henry-James Ferry. Ele contou que soube do protesto quando, um dia, deparou-se com uma manifestaĂ§Ă£o do movimento. Indignado com a situaĂ§Ă£o, resolveu "voltar para protestar todo dia".Centenas de manifestantes permanecem ocupando a regiĂ£o de Zuccotti Park, localizada nĂ£o muito longe de Wall Street.

Em apoio, uma sĂ©rie de pequenos protestos tambĂ©m foi realizada em outras cidades americanas. No entanto, em duas semanas de manifestações, a relaĂ§Ă£o com a polĂ­cia tem se mostrado difĂ­cil. No dia 25 de setembro, 80 pessoas do movimento foram presas, tambĂ©m por desordem e por atrapalhar o trĂ¢nsito. Um manifestante foi indiciado por agressĂ£o a um policial. Na sexta-feira, cerca de 2 mil pessoas do movimento jĂ¡ haviam se dirigido em passeata para protestar contra a repressĂ£o policial.

"NĂ£o somos anarquistas. NĂ£o somos vĂ¢ndalos. Sou um homem de 48 anos de idade", queixou-se um dos manifestantes, Robert Cammiso, Ă  BBC.


Depois de trĂªs adiamentos, ponto impresso começa a valer amanhĂ£

A partir de amanhĂ£ (3), as empresas com mais de dez empregados que jĂ¡ utilizam equipamentos de ponto eletrĂ´nico deverĂ£o oferecer ao empregado a possibilidade de imprimir o comprovante de entrada e de saĂ­da do trabalho. A obrigatoriedade de as empresas adaptarem os equipamentos de ponto eletrĂ´nico nĂ£o precisa ser seguida pelos Ă³rgĂ£os pĂºblicos. A regulamentaĂ§Ă£o determina ainda que o equipamento de ponto eletrĂ´nico seja inviolĂ¡vel.

A entrada em vigor da Portaria 1.510 foi adiada trĂªs vezes para dar mais tempo Ă s empresas de adequar os equipamentos. Desde a ediĂ§Ă£o da portaria, em 2009, houve muitas divergĂªncias entre os setores sindicais e as confederações patronais. Para os sindicatos, a portaria vai evitar que os trabalhadores façam horas extras e nĂ£o recebam por elas. Mas os sindicatos reconhecem como favorĂ¡vel a possibilidade de flexibilizar essas normas por meio dos acordos coletivos.

As entidades sindicais patronais argumentam que a adoĂ§Ă£o do ponto eletrĂ´nico impresso pode gerar altos custos, principalmente para as pequenas empresas, que teriam de comprar novos equipamentos ou adaptar os antigos.

O MinistĂ©rio da Trabalho explica que a regra estĂ¡ sendo adotada para evitar fraudes na marcaĂ§Ă£o das horas trabalhadas. O controle eletrĂ´nico jĂ¡ Ă© previsto pela ConsolidaĂ§Ă£o das Leis do Trabalho (CLT), mas faltava uma regulamentaĂ§Ă£o que impedisse a alterações do registro de presença dos funcionĂ¡rios por meio de recursos tecnolĂ³gicos.

Pela regulamentaĂ§Ă£o, o sistema de ponto nĂ£o pode fazer o controle de acesso do empregado ao setor onde trabalha nem das atividades dele dentro da empresa. AlĂ©m disso, a portaria nĂ£o permite limitaĂ§Ă£o de horĂ¡rios para a marcaĂ§Ă£o do ponto. O equipamento nĂ£o pode permitir alterações ou extinĂ§Ă£o de dados.

Uma portaria editada posteriormente (3.73/11) permitiu a adoĂ§Ă£o de sistemas alternativos de controle de jornada de trabalho, desde que autorizados por convenĂ§Ă£o coletiva, mas esses sistemas nĂ£o poderĂ£o admitir restrições Ă  marcaĂ§Ă£o do ponto, marcaĂ§Ă£o automĂ¡tica, autorizaĂ§Ă£o prĂ©via para marcaĂ§Ă£o de horas extras e alteraĂ§Ă£o ou eliminaĂ§Ă£o dos dados registrados pelo empregado. (AB)

A histĂ³ria de Piraquara estĂ¡ diretamente ligada Ă  histĂ³ria do sistema penitenciĂ¡rio do ParanĂ¡

A histĂ³ria de Piraquara, na regiĂ£o metropolitana de Curitiba, confunde-se com a histĂ³ria do sistema penitenciĂ¡rio do ParanĂ¡. Os detentos representam 6% da populaĂ§Ă£o do municĂ­pio. Parentes dos presos constituĂ­ram vilas nas proximidades das unidades prisionais

A histĂ³ria de Piraquara, municĂ­pio da regiĂ£o metropolitana de Curi­­tiba, estĂ¡ diretamente ligada Ă  histĂ³ria do sistema penitenciĂ¡rio do ParanĂ¡. O inĂ­cio dessa relaĂ§Ă£o data da dĂ©cada de 1940, com a inauguraĂ§Ă£o da PenitenciĂ¡ria AgrĂ­cola do Estado, segunda construĂ­da no ParanĂ¡. Hoje, a cidade jĂ¡ conta com um complexo penitenciĂ¡rio composto por seis unidades, que, juntas, abrigam cerca de 6 mil detentos. Um contingente que re­­presenta 6% da populaĂ§Ă£o do mu­­nicĂ­pio e influencia toda a comunidade que se consolidou ao redor.

É numa regiĂ£o afastada do centro de Piraquara que estĂ¡ a Vila Macedo. Formado inicialmente por funcionĂ¡rios do complexo penitenciĂ¡rio e pelas famĂ­lias dos detentos, hoje o bairro – populoso – conta com ruas asfaltadas, uni­­dade de saĂºde e uma escola com cerca de mil alunos. Entre os moradores, Ă© comum encontrar relatos de quem tem familiares atrĂ¡s das grades. PorĂ©m a violĂªncia alimentada pelo trĂ¡fico de drogas e o medo de se expor fazem com que poucos se disponham a falar.

O diretor da Escola Vila Macedo, Gilmar Luiz Cordeiro, Ă© um dos que acompanham de perto a realidade de quem vive nas imediações do complexo penitenciĂ¡rio de Pira­quara. De acordo com ele, nĂ£o sĂ£o poucos os alunos que tĂªm pais, ir­­mĂ£os ou outros familiares encarce­­ra­­dos. “Boa parte dos nossos alunos estĂ¡ ligada ao sistema penitenciĂ¡rio. Aqui na regiĂ£o sempre hĂ¡ uma populaĂ§Ă£o provisĂ³ria, que permanece um tempo e depois vai embora.”

O prefeito de Piraquara, Gabriel Samaha, reconhece que essa parcela de moradores provisĂ³rios existe, mas diz que ela nĂ£o Ă© tĂ£o grande assim. “Muitas famĂ­lias que vieram para ficar perto dos detentos acabaram se consolidando”, conta.

NĂ£o muito distante da Vila Macedo existe a Vila Militar. Concebida tambĂ©m para abrigar os funcionĂ¡rios do complexo penitenciĂ¡rio, a desvalorizaĂ§Ă£o dos imĂ³veis fez com que o local acabasse por atrair familiares de detentos.

Foi lĂ¡ que fixaram residĂªncia, por exemplo, a esposa, o filho, a mĂ£e e dois irmĂ£os de um dos internos da ColĂ´nia Penal AgrĂ­cola. “Como Ă© muito longe, ficou mais fĂ¡cil eles virem morar para cĂ¡. É bom para eles e para mim, que tenho o apoio da famĂ­lia”, avalia o detento, que saiu de Foz do Iguaçu.

AlĂ©m das vilas situadas nas imediações, hĂ¡, ainda, famĂ­lias de detentos que se fixaram no Jardim Guarituba – bairro que iniciou como ocupaĂ§Ă£o irregular e hoje Ă© um dos mais populosos do municĂ­pio.

Cotidiano

Ao lado da Escola Estadual Vila Macedo, Ă© fĂ¡cil encontrar detentos da ColĂ´nia Penal AgrĂ­cola trabalhando na limpeza das ruas. A reportagem acompanhou uma tarde de atividades de seis desses internos do regime semiaberto.

O trabalho tem inĂ­cio Ă s 8 h e se encerra Ă s 17 horas, quando eles retornam Ă  ColĂ´nia Penal. Cada dia trabalhado conta para a reduĂ§Ă£o da pena. Do total do salĂ¡rio que recebem, 60% Ă© destinado aos familiares e 40% Ă© depositado em uma conta bancĂ¡ria, que Ă© liberada quando eles ganham a liberdade.

“A gente tem consciĂªncia de que errou e estĂ¡ pagando pelo que fez. Trabalhando aqui nĂ³s podemos ver o que estĂ¡ acontecendo, mostrar para a comunidade que estamos arrependidos e que queremos começar uma nova vida depois de sairmos”, afirma um dos detentos, que diz ter esperança de uma oportunidade de emprego no futuro. “A gente quer seguir em frente, nĂ£o voltar para trĂ¡s.”

Ter presĂ­dios Ă© positivo, diz prefeito Samaha

Para o prefeito de Piraquara, Gabriel Samaha, ter um complexo penitenciĂ¡rio no municĂ­pio nĂ£o Ă© nenhum demĂ©rito. Pelo contrĂ¡rio. A presença das unidades prisionais Ă© vista como algo positivo: emprega a populaĂ§Ă£o local e permite que alguns detentos prestem serviços na comunidade. Cerca de 30 internos da ColĂ´nia Penal AgrĂ­cola trabalham em diversas Ă¡reas no municĂ­pio por meio de um convĂªnio com a prefeitura.

“Piraquara sempre foi referĂªncia no sistema penitenciĂ¡rio. Isso ajuda a empregar muitos moradores da cidade e de outros lugares”, ressalta Samaha. A ideia de que o grande volume de presos seria um gerador de criminalidade Ă© rechaçada. “O que gera criminalidade Ă© a falta de oportunidades”, diz.

O diretor da Escola Vila Macedo, Gilmar Luiz Cordeiro, conta que a regiĂ£o tem sĂ©rios problemas de criminalidade, mas ele nĂ£o os associa Ă  populaĂ§Ă£o carcerĂ¡ria. “Os problemas maiores sĂ£o rebeliões ou fu­­gas.” Por estar na Ă¡rea de proteĂ§Ă£o ambiental da Bacia do Rio IraĂ­, o municĂ­pio sofre com uma sĂ©rie de restrições a empreendimentos industriais, o que limita seu desenvolvimento econĂ´mico. (GP)

Acidente em festival aéreo mata piloto no Bacacheri

Um aviĂ£o caiu na tarde deste sĂ¡bado (1°) durante uma apresentaĂ§Ă£o no aeroporto do Bacacheri, em Curitiba. A aeronave participava do 6º Festival AĂ©reo do Aeroclube do ParanĂ¡ e realizava uma manobra quando caiu em um local distante do pĂºblico. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o piloto morreu no local.

Segundo testemunhas que assistiam a apresentaĂ§Ă£o, o piloto tentava uma manobra de looping quando a aeronave bateu contra o solo. Ainda de acordo com as testemunhas nĂ£o houve explosĂ£o. O piloto, FĂ¡bio Luiz de Almeida, conhecido como comandante RatĂ£o, era experiente em manobras.

Um funcionĂ¡rio do aeroclube, que preferiu nĂ£o ser identificado, disse que a aeronave era usada para instruções e estava preparada para este tipo de manobra. No entanto, fortes rajadas de vento, que atingiam o aeroporto no momento da apresentaĂ§Ă£o, podem ter prejudicado o piloto na realizaĂ§Ă£o das manobras.

O local foi isolado para o trabalho da perĂ­cia. O relatĂ³rio com as causas do acidente devem ficar pronto em 30 dias. A aeronave do modelo Christen Eagle, de fabricaĂ§Ă£o americana, era de propriedade particular.

O 6º Festival AĂ©reo do Aeroclube do ParanĂ¡ seria realizado neste sĂ¡bado (1º) e domingo (2), e contaria com acrobacias com aeronaves, saltos de para-quedas e apresentaĂ§Ă£o e exposiĂ§Ă£o de aviões militares. A organizaĂ§Ă£o do evento decidiu cancelar as atividades previstas para este domingo. (GP)

Confira abaixo vĂ­deo feito pela equipe da Ă“tv que estava no local no momento do acidente

Por que o serviço pĂºblico nĂ£o funciona...

Especializado em administraĂ§Ă£o, o instituto suíço IMD colocou em nĂºmeros um fato que os brasileiros conhecem por experiĂªncia prĂ³pria. Ao analisar governos de 59 paĂ­ses (entre ricos e emergentes), chegou Ă  conclusĂ£o de que os serviços pĂºblicos do Brasil estĂ£o mal. Classificou a eficiĂªncia da gestĂ£o pĂºblica nacional em 55.º lugar. Ou seja: o paĂ­s fica em quinto lugar no ranking dos piores serviços governamentais analisados, Ă  frente apenas de GrĂ©cia (56.º), Argentina (57.º), UcrĂ¢nia (58.º) e Venezuela (59.º). O melhor governo para sua populaĂ§Ă£o Ă© de Hong Kong, seguido de Cingapura e Suíça.

Especialistas dizem que o resultado reflete dĂ©cadas de uma cultura de governo pouco produtiva. Os problemas sĂ£o vĂ¡rios. TrĂªs deles sĂ£o os mais citados: os gestores pĂºblicos nacionais estariam acostumados a tratar o dinheiro pĂºblico como se fosse um recurso sem fim, sem se preocupar em economizar; a indicaĂ§Ă£o polĂ­tica dos cargos impede que a burocracia se profissionalize; e os salĂ¡rios oferecidos nem sempre atraem os profissionais mais competentes.

Para Antoninho Caron, professor mestrado de Organizações e Desenvolvimento do Centro Uni­­versitĂ¡rio FAE, o primeiro desafio para melhorar Ă© mudar a mentalidade que se instalou desde os anos 80. “Nos governos dos ex-presidentes JosĂ© Sarney [1985-1989] e Fernando Collor [1989-1992], houve uma verdadeira operaĂ§Ă£o de desmonte no funcionalismo. Estatais que eram consideradas exemplares passaram a apresentar problemas”, diz ele.

Na visĂ£o de Caron, o que ocorreu foi que os governos começaram a usar as estatais e outras instituições pĂºblicas como moeda de troca de campanha eleitoral. E a burocracia foi tomada por polĂ­ticos, que desbancaram os tĂ©cnicos e passaram a interferir negativamente na operaĂ§Ă£o. “FuncionĂ¡rios muito preparados deram lugar a comissionados de indicaĂ§Ă£o polĂ­tica”, afirma Caron.

Em parte pela ocupaĂ§Ă£o polĂ­tica, a visĂ£o de como o dinheiro pĂºblico deve ser gasto tambĂ©m Ă© contestada. “Os conceitos usados pelos gestores no Brasil sĂ£o ultrapassados”, diz o professor Denis Alcides Rezende, do doutorado em GestĂ£o Urbana da PUCPR. Segundo ele, muitas vezes a burocracia conta apenas nĂºmeros, mas nĂ£o a eficĂ¡cia do atendimento Ă  populaĂ§Ă£o. “NĂ£o adianta, por exemplo, num posto de saĂºde, atender um nĂºmero enorme de pessoas mas nĂ£o resolver o problema de quase ninguĂ©m.”

Rezende afirma que em outros paĂ­ses, como Espanha e FinlĂ¢ndia, a avaliaĂ§Ă£o dos serviços pĂºblicos Ă© feita com base na resoluĂ§Ă£o de problemas. “Na verdade, tudo que funciona na iniciativa privada pode, de algum jeito, ser adaptado para o serviço pĂºblico”, opina ele.

Os postos de saĂºde sĂ£o usados pelo professor Marcus VinĂ­cius David, da Universidade Federal de Juiz de Fora, para ilustrar o problema dos salĂ¡rios incompatĂ­veis com um bom serviço. “MĂ©dicos ganham muito mais na iniciativa privada do que no serviço pĂºblico, como regra. Se vocĂª paga mal, o sujeito sĂ³ finge que trabalha.”

Boa notĂ­cia

A boa notĂ­cia, segundo quem estuda o assunto, Ă© que a situaĂ§Ă£o estĂ¡ melhorando. AlĂ©m de algumas ilhas de excelĂªncia, que sempre existiram, conceitos mais modernos de gestĂ£o estariam chegando a instituições pĂºblicas do paĂ­s. Em alguns casos, a eficiĂªncia de serviços tem sido amplamente elogiada, como no caso do recadastramento biomĂ©trico de eleitores na Justiça Eleitoral de Curitiba. (GP)


Brasileiros reprovam serviço pĂºblico e saĂºde ganha pior avaliaĂ§Ă£o

A populaĂ§Ă£o brasileira reprova 8 de 12 serviços pĂºblicos avaliados na pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta quarta-feira (16). De acordo com o levantamento, apenas o fornecimento de energia elĂ©trica, Ă¡gua, iluminaĂ§Ă£o pĂºblica e ensino superior tiveram a qualidade aprovada pelos entrevistados.

Na outra ponta, os postos de saĂºde e os hospitais sĂ£o os serviços pĂºblicos que tiveram a pior avaliaĂ§Ă£o dos brasileiros: 81% consideram a qualidade baixa ou muito baixa. A segurança pĂºblica vem logo em seguida no ranking das piores avaliações, com reprovaĂ§Ă£o de 72%.

Os outros serviços pĂºblicos reprovados pelos brasileiros sĂ£o, pela ordem, atendimento nas repartições pĂºblicas, educaĂ§Ă£o nos ensinos fundamental e mĂ©dio, conservaĂ§Ă£o de ruas e avenidas, qualidade das rodovias e estradas, transporte urbano e limpeza urbana.

De acordo com FlĂ¡vio Castelo Branco, da CNI, ficou claro pela pesquisa que os brasileiros nĂ£o consideram que falta dinheiro para que os serviços pĂºblicos melhorem, o problema estaria na gestĂ£o dos recursos disponĂ­veis.

- A populaĂ§Ă£o avalia que Ă© a gestĂ£o dos recursos pĂºblicos que precisa melhorar. A maioria concorda que a baixa qualidade do serviço se dĂ¡ mais pela mĂ¡ gestĂ£o do que pela falta de recursos. EntĂ£o, a populaĂ§Ă£o nĂ£o acha necessĂ¡rio novas formas de financiamento.

Ele completa que a carga tributĂ¡ria do Brasil, de 35% do PIB (soma das riquezas de um paĂ­s), permitiria ao paĂ­s ter melhores serviços.

- O Brasil poderia apresentar serviços pĂºblicos mais condizentes com a sua carga tributĂ¡ria. Parafraseando Delfim Netto, nĂ³s temos tributaĂ§Ă£o da Inglaterra e serviços de Gana.

A pesquisa - Retratos da Sociedade Brasileira: Qualidade dos Serviços PĂºblicos e TributaĂ§Ă£o - foi realizada em parceria com o Ibope entre 4 e 7 de dezembro de 2010 com 2.002 pessoas em 140 municĂ­pios. A margem de erro Ă© de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o grau de confiança Ă© de 95%. (R7)

Brutal repressĂ£o contra os professores em greve no CearĂ¡!


O BatalhĂ£o de Choque da PolĂ­cia Militar espancou e prendeu na manhĂ£ de hoje (29/09) professores em greve hĂ¡ 54 dias, entre eles companheiros que estavam em greve de fome.

A aĂ§Ă£o repressora ocorreu na manhĂ£ desta quinta-feira, na Assembleia Legislativa do CearĂ¡, quando centenas de trabalhadores em educaĂ§Ă£o ocuparam o prĂ©dio do parlamento para impeque os deputados, completamente submissos ao governo da oligarquia dos “Ferreira Gomes”, aprovassem a mensagem do governo Cid Gomes que sequer previa a aplicaĂ§Ă£o da jĂ¡ limitada lei do piso.

Os ataques e o desprezo da oligarquia dos “Ferreira Gomes” Ă  educaĂ§Ă£o tem sido notĂ­cia em todo o paĂ­s. Neste momento, a atitude truculenta do governo reafirma o carĂ¡ter repressor que tem sido a marca dessa gestĂ£o PSB-PMDB-PT-PCdoB no estado do CearĂ¡.

É um ato de extrema covardia do Sr. Cid Gomes jogar a polĂ­cia contra os professores! Cabe Ă s entidades classistas, movimentos sociais e estudantil, neste momento, rechaçar com veemĂªncia mais um ato vexatĂ³rio do governador do CearĂ¡, assim como ora faz o SINTRAJUFE/CE.

A brutal repressĂ£o do Governo Cid Gomes e a truculĂªncia da PM precisam ser respondidas com a mais ampla solidariedade Ă  luta dos professores do CearĂ¡, exigindo a imediata liberdade dos grevistas presos e a condenaĂ§Ă£o do Governador do Estado por crime de violaĂ§Ă£o aos direitos humanos!

Brutal repressĂ£o contra os professores em greve no CearĂ¡!

Liberdade imediata para os grevistas presos!

SINTRAJUFE/CE

GESTĂƒO UNIDADE NA LUTA


 
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